Com investimento de R﹩ 3,8 milhões da companhia, as unidades habitacionais vão abrigar famílias da etnia guarani de cinco aldeias que compõem a reserva indígena do Ribeirão Silveira, em Bertioga; as casas em formato ovalado respeitam as características culturais da comunidade local
A Companhia de
Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), empresa vinculada à Secretaria de
Estado da Habitação, iniciou a construção de 30 moradias para atender famílias
da etnia guarani que vivem em cinco aldeias da reserva indígena do Ribeirão
Silveira, localizada entre Bertioga e São Sebastião, no litoral de São Paulo.
As novas casas foram especialmente projetadas pela companhia, respeitando os
usos e hábitos culturais dos guaranis.
Nesta fase, serão
investidos pela companhia R﹩ 3,8 milhões na implantação do empreendimento, chamado de
"Bertioga E". No total, o convênio assinado com a prefeitura de
Bertioga prevê a construção de 120 unidades nesta reserva indígena.
As casas, erguidas em
alvenaria, terão 62 m² de área útil com uma sala conjugada com a cozinha, dois
dormitórios, área de serviço e varanda com fogão a lenha. A cobertura terá
telhas de barro e as paredes internas serão azulejadas. O projeto arquitetônico
foi desenvolvido especialmente pela CDHU com a participação das lideranças
indígenas e da Fundação Nacional do Índio (Funai).
"As moradias
terão um formato ovalado, próprio da cultura guarani, que remete às casas de
reza existentes nestas comunidades", explica Maria Cláudia da Costa
Brandão, gerente de Programas para Demandas Especiais da CDHU. Outra
característica da unidade é ganhar uma faixa decorativa externa a ser executada
pelo morador (ver imagens). "Foram realizadas diversas reuniões com a
comunidade até chegarmos a esse formato final, que atende aos anseios dos
próprios moradores", complementa Maria Cláudia.
As unidades contarão
com rede de energia e abastecimento de água. O saneamento básico será executado
pela Prefeitura de Bertioga com a instalação de um conjunto de fossas sépticas
com filtragem e sumidouro para destinação ecológica do esgoto tratado a fim de
garantir a preservação do meio ambiente e a saúde dos indígenas. A localização
das casas é indicada pela própria comunidade, levando-se em conta a rede de
parentesco entre as famílias. São priorizadas as áreas sem vegetação. A
conclusão das 30 moradias está prevista para junho de 2023. Em 2006, essa mesma
reserva indígena recebeu 59 unidades habitacionais.
A CDHU vem
apresentando soluções habitacionais para as reservas indígenas desde 2001 por
meio do Programa de Moradia Indígena, que visa a melhoria da qualidade de vida
desta população. O objetivo é substituir a habitação precária por uma casa
nova, com tipologias adequadas aos usos e hábitos culturais de cada etnia.
Desde sua implantação, o programa já entregou 556 unidades novas em 15 aldeias
do estado de São Paulo.
"Esse programa é
um orgulho para a CDHU. Os investimentos são feitos a fundo perdido e atendem a
uma causa muito especial: a preservação da cultura dos nossos ancestrais.
Oferecemos habitações seguras e confortáveis, respeitando os hábitos de cada etnia",
afirma Silvio Vasconcellos, presidente da CDHU.
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