EURUSD bate recorde na B3 com 108 mil negociações; entenda como foi o
desempenho do dólar, real e libra
O mercado futuro de moedas registrou números positivos nos contratos negociados no primeiro mês do ano - foram cerca de 310 mil contratos negociados, contra 145 mil em dezembro. Em janeiro, o número praticamente dobrou, de acordo com a Infinox Capital, trading inglesa que forma mercado futuro no Brasil.
Cinco pares de moedas, contra o dólar americano, formam o leque das mais
negociadas em janeiro. Abaixo, confira o ranking feito pela trading
inglesa:
· EURUSD (EUP): 108
mil – recorde histórico desde o início do contrato em 2018.
· AUDUSD (AUD): 91
mil
· USDCAD (CAD): 52
mil
· USDJPY (JAP): 30
mil
· GBPUSD (GBR): 26
mil
“Embora alguns pares como EURUSD tenham sido negociados sem muitas
oscilações, de modo geral, os maiores pares de FX, que nomeamos de G10, tiveram
poucas mudanças de direção”, explica Victor Hugo Cotoski, executivo da
Infinox.
O dólar australiano contra o dólar americano tem tido uma certa atenção
junto ao GBPUSD, pois como o AUD é considerado um termômetro de otimismo no
mercado de moedas e representa uma correlação com commodities, como o petróleo,
conseguiu conquistar uma valorização contínua nos últimos seis meses.
De acordo com Cotoski, conforme a commodity e os índices sobem,
mostra-se um cenário positivo e a moeda tende a seguir esse ritmo.
A libra também é considerada um destaque para os investidores, devido ao
fato do Reino Unido estar adiantado em relação a vacinação contra o novo
coronavírus - 23% a frente de outros países segundo estudos, além de mostrar
confiança após um Brexit rígido.
No Brasil
A B3 teve recordes de volume financeiro do euro contra o dólar no início
do ano, com 108 mil contratos negociados, e carrega um outro destaque no número
de negócios feitos no AUD, mais de 860 negócios foram feitos.
Libra
Desde o início da vacinação em dezembro, a libra esterlina vem ganhando
forças semanalmente, saindo de 1.3600 no início do último mês do ano para
1.3950. Atualmente, resultando em um crescimento de 3%. “As moedas como, libra,
euro e dólar, o peso de cada ponto percentual é muito grande, diferente de
moedas emergentes como o real, que chega a subir e cair 2% em um único dia” –
nos conta Cotoski.
Moeda americana
O pacote de US$ 1.9 trilhões está para sair, que foi proposto pelo
presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em novembro, continua aquecendo os
mercados de ações que não param de renovar as máximas. Porém, há uma
preocupação com a curva de juros futuros do tesouro americano, que vem subindo
semanalmente.
“Isso mostra que os investidores estão precificando que possivelmente
terá um aumento na taxa de juros dos EUA, evento que tem sido alertado há
meses. Essa elevação no pagamento dos prêmios levaria o preço do dólar para um
patamar mais alto, porque pode ter uma procura maior pela moeda, para trocar
pelo título”, explica Victor Hugo.
Nas últimas semanas, a moeda americana vem ganhando força contra todos
os outros países emergentes e mayors (representa o G10, as 10 moedas mais
negociadas). De cada 10 bancos e casas de análises que a Infinox recebe
relatórios diários, sete deles acreditam em um posicionamento forte do dólar em
2021, principalmente no segundo semestre.
Real
A moeda brasileira sofreu muitas oscilações e continua sendo a número um
entre as moedas emergentes mais desvalorizada e barata, segundo diversos estudos
de preço, demanda e probabilidade. O Brasil tem sofrido a maior volatilidade da
história do câmbio.
Para Cotoski, não há um cenário de certezas e fatos claros sobre os
próximos passos da economia brasileira. Abaixo, o executivo compartilha pontos
que prejudicam o avanço de um ambiente econômico positivo, são eles:
· A pandemia não está
controlada, logo a curva de infecção fica em alta e perto dos recordes;
· Não há vacinas nem
para 20% da população e os picos da segunda onda ainda podem atingir o Brasil;
· As reformas não
estão claras e o plano de teto de gastos e fiscal continuam no papel;
· Não existem fatos
concretos para que os investidores estrangeiros mudassem o seu capital para o
Brasil. Isso resulta na desvalorização da moeda, a volatilidade e ainda tem o
perigo do dólar operar com força em todo o mundo, que somado a essas incertezas
levaria o real perto da casa dos 6.00.
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