No próximo dia 1º de dezembro, é celebrado o Dia Mundial da Luta contra a Aids. A doença, causada pelo vírus da imunodeficiência humana, segue sem cura, mas quanto mais cedo o tratamento tiver início, maior será a expectativa de vida do paciente. Os primeiros sinais clínicos da doença podem ser manifestações orais, o que torna fundamental a atenção à saúde bucal e a procura por um cirurgião-dentista a qualquer sinal de alteração.
Os principais problemas bucais em pessoas que vivem
com HIV/AIDS aparecem em decorrência da diminuição da imunidade do
paciente. São quase sempre de natureza infecciosa (fungos, vírus e bactérias)
ou neoplasias malignas, de forma similar ao que acontece no resto do corpo.
“Existe uma grande quantidade de doenças oportunistas que podem aparecer na
boca, mas elas somente se instalam se o paciente tiver a sua imunidade
diminuída”, explica Karem Ortega, membro da Câmara Técnica de Odontologia para
Pacientes com Necessidades Especiais do Conselho Regional de Odontologia de São
Paulo (CROSP).
Uma das manifestações oportunistas orais mais comuns
é a candidíase, popularmente conhecida como “sapinho”. Ela ocorre em
decorrência da proliferação exagerada do fungo Candida albicans.
Presente de forma natural no organismo de pessoas saudáveis, o fungo cresce de
forma descontrolada quando há queda de imunidade, levando ao aparecimento de
lesões esbranquiçadas na língua e no interior da boca.
Outra manifestação oportunista habitual é a
leucoplasia pilosa, que se caracteriza pelo surgimento de placas brancas
na borda lateral da língua e que não podem ser eliminadas com a escova de
dentes.
As doenças de gengivas também podem acometer
pessoas que vivem com HIV, podendo apresentar-se de forma mais severa e
sendo o tratamento mais difícil.
A importância do acompanhamento odontológico
Todas essas manifestações podem ser diagnosticadas
e tratadas pelo cirurgião-dentista. “Consultas periódicas, além de ajudarem a
manter a saúde bucal, evitando e tratando precocemente cárie e doenças da
gengiva, também podem ser responsáveis por identificar uma diminuição súbita da
imunidade ainda não perceptível pelo médico, através do diagnóstico dessas
manifestações bucais”, destaca Karem.
Além do auxílio no diagnóstico, o
cirurgião-dentista tem papel crucial na manutenção da qualidade de vida das
pessoas que vivem com HIV/AIDS. O paciente deve seguir as orientações do
profissional a fim de manter a saúde bucal em dia. Higiene oral à base de
escovação diária após as principais refeições, uso de fio dental e, em
situações específicas, uso de enxaguantes bucais são instruções dadas a
qualquer paciente, mas que merecem atenção redobrada pelos soropositivos.
Conselho Regional de Odontologia de São Paulo
(CROSP)
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