quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Dia Mundial da Luta contra a Aids: manifestações orais podem ser os primeiros sinais da doença

No próximo dia 1º de dezembro, é celebrado o Dia Mundial da Luta contra a Aids. A doença, causada pelo vírus da imunodeficiência humana, segue sem cura, mas quanto mais cedo o tratamento tiver início, maior será a expectativa de vida do paciente. Os primeiros sinais clínicos da doença podem ser manifestações orais, o que torna fundamental a atenção à saúde bucal e a procura por um cirurgião-dentista a qualquer sinal de alteração.

Os principais problemas bucais em pessoas que vivem com HIV/AIDS aparecem em decorrência da diminuição da imunidade do paciente. São quase sempre de natureza infecciosa (fungos, vírus e bactérias) ou neoplasias malignas, de forma similar ao que acontece no resto do corpo. “Existe uma grande quantidade de doenças oportunistas que podem aparecer na boca, mas elas somente se instalam se o paciente tiver a sua imunidade diminuída”, explica Karem Ortega, membro da Câmara Técnica de Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).

Uma das manifestações oportunistas orais mais comuns é a candidíase, popularmente conhecida como “sapinho”. Ela ocorre em decorrência da proliferação exagerada do fungo Candida albicans. Presente de forma natural no organismo de pessoas saudáveis, o fungo cresce de forma descontrolada quando há queda de imunidade, levando ao aparecimento de lesões esbranquiçadas na língua e no interior da boca.

Outra manifestação oportunista habitual é a leucoplasia pilosa, que se caracteriza  pelo surgimento de placas brancas na borda lateral da língua e que não podem ser eliminadas com a escova de dentes.

As doenças de gengivas também podem acometer pessoas que vivem com HIV, podendo apresentar-se de forma mais severa e sendo o tratamento mais difícil.


A importância do acompanhamento odontológico

Todas essas manifestações podem ser diagnosticadas e tratadas pelo cirurgião-dentista. “Consultas periódicas, além de ajudarem a manter a saúde bucal, evitando e tratando precocemente cárie e doenças da gengiva, também podem ser responsáveis por identificar uma diminuição súbita da imunidade ainda não perceptível pelo médico, através do diagnóstico dessas manifestações bucais”, destaca Karem.

Além do auxílio no diagnóstico, o cirurgião-dentista tem papel crucial na manutenção da qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV/AIDS. O paciente deve seguir as orientações do profissional a fim de manter a saúde bucal em dia. Higiene oral à base de escovação diária após as principais refeições, uso de fio dental e, em situações específicas, uso de enxaguantes bucais são instruções dadas a qualquer paciente, mas que merecem atenção redobrada pelos soropositivos. 

 



Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)

www.crosp.org.br


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