Por isso é necessário estar atento, pois
quando as pecinhas não se encaixam corretamente ou no tempo certo podem surgir
deformidades e haver prejuízo no desenvolvimento da criança
Como é possível a cabeça de
um bebê passar pelo canal vaginal de uma mulher na hora do parto? Essa é uma
curiosidade de toda mãe e cuja resposta pode ajudar a prevenir problemas
estéticos e até de desenvolvimento neurológico dos recém-nascidos.
Diferentemente dos adultos,
o crânio dos bebês não é formado por uma peça única, mas sim por peças ósseas
ligadas por tecidos fortes chamados suturas. Por serem flexíveis, as suturas,
além de facilitarem a contração da cabeça do bebê no momento do parto, fazendo
com que ela consiga passar pelo canal vaginal, também permitem que, após o
nascimento, o cérebro da criança continue a crescer dentro da calota craniana.
De acordo com os
especialistas da Neurologia da BP
- A Beneficência Portuguesa de São Paulo, isso
ocorre de forma bastante rápida até o segundo ano de vida, período em que as
suturas vão se expandindo até que as placas ósseas do crânio se tornem uma peça
única. Por isso, quando uma sutura se fecha antes do tempo, acarreta a
cranioestenose, ou seja, uma deformação na cabeça que pode afetar a cognição e
a visão da criança.
De
olho no formato da cabecinha do bebê
Vale lembrar que nem toda
alteração no formato da cabecinha do bebê é necessariamente uma cranioestenose.
Além do exame clínico, o ideal é que sejam feitos exames de imagem (raio-x e
tomografia computadorizada) para confirmar o diagnóstico, que pode ser
realizado por um pediatra, um neuropediatra ou um neurocirurgião.
Os exames de imagens devem
ser indicados com parcimônia, pois há exposição do sistema nervoso central da
criança ao raio-x. Entretanto, o diagnóstico precoce e a correção adequada da
cranioestenose, geralmente cirúrgica, são os passos fundamentais para o sucesso
do tratamento.
Quando é necessário operar?
A posição inadequada do bebê
dentro do útero durante a gestação ou mesmo fatores genéticos podem causar a
cranioestenose, que na maioria dos casos provoca apenas uma deformidade
estética no crânio da criança. Entretanto, há casos mais graves em que a
cranioestenose vem acompanhada de síndromes que podem comprometer tecidos e órgãos
como músculos, ossos e coração, entre outros. Em ambos os casos, o tratamento
costuma ser cirúrgico, mas graças aos avanços tecnológicos da medicina e ao
desenvolvimento de técnicas endoscópicas minimamente invasivas, os resultados
estéticos e funcionais para os pacientes têm sido cada vez melhores.
A cirurgia exige uma transfusão de sangue e, em média, o bebê recebe alta cinco dias após o procedimento. Porém, há necessidade de acompanhamento médico periódico e a alta definitiva só ocorre por volta dos 7 anos de idade.
A adesão ao tratamento é
fundamental. Isso porque a criança que tem a recomendação
cirúrgica, mas não faz a operação corre o risco de não atingir o máximo de
inteligência que seria possível para seu cérebro, além de, em alguns casos,
apresentar alterações neurológicas e visuais.
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