Cremesp alerta sobre procedimentos estéticos que podem
colocar em risco a saúde das pessoas, quando realizados por não-médicos
De
acordo com o último relatório publicado pela Sociedade Internacional de
Cirurgia Plástica, o Brasil ocupa o 2º lugar no ranking de procedimentos
estéticos no mundo. Sete, em cada 10 brasileiros, encaram os cuidados com a
beleza como uma necessidade. Quem lidera a lista na busca pela “boa aparência”
são os Estados Unidos.
Com
tanto destaque dado à aparência física, por meio da moda, das produções
cinematográficas e da indústria de cosméticos, a procura por procedimentos
não-cirúrgicos, também chamados de minimamente invasivos, vem crescendo. Às
ofertas do mercado soma-se a tecnologia, que vem lançando equipamentos e
produtos capazes de promover resultados em apenas uma sessão.
Neste
universo da beleza circulam dentistas e biomédicos, entre outros, famosos por
ofertar “as transformações”. Muitos destes nomes utilizam as redes sociais para
impulsionar suas atividades e atrair interessados. Atento a esta
movimentação, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp)
chama a atenção da população para a importância em buscar informações sobre o
médico que fará o procedimento desejado.
No
caso de procedimentos estéticos invasivos, o ideal é que se consulte um
dermatologista ou um cirurgião plástico, dependendo do procedimento a ser
realizado. Além disso, é preciso checar se o médico em questão possui o
Registro de Qualificação de Especialidade (RQE) que é um número diferente do
CRM, as consultas podem ser realizadas no site www.cremesp.org.br
"Profissionais,
como dentistas e biomédicos, vêm atuando com procedimentos que devem ser
tratados por médicos. Esses profissionais, por terem um código de ética menos
rigoroso, acabam por expor os pacientes, aumentando os riscos de complicações,
até mesmo em procedimentos aparentemente simples. Um preenchimento mal sucedido
pode, por exemplo, levar à morte dos tecidos e até mesmo à cegueira",
explica a dermatologista e Conselheira do Cremesp, Juliana Takiguti Toma.
De
acordo com a lei do Ato Médico, estão entre as ações privativas do médico indicação da execução e execução de procedimentos
invasivos, sejam diagnósticos, terapêuticos ou estéticos, incluindo os acessos
vasculares profundos, as biópsias e as endoscopias.
Desta
forma, procedimentos estéticos envolvendo técnicas cirúrgicas, agulhamentos,
anestesias e demais protocolos invasivos (ainda que minimamente) --incluindo
a manipulação e/ou inserção de materiais em estruturas mais
profundas da pele, próximo de vasos sanguíneos e nervos, o que aumenta o risco
de complicações graves--, devem ser
ministrados por um médico especializado e registrado em especialidade adequada
para o procedimento a ser realizado.
Outro
alerta que o Cremesp faz à população é que sempre desconfiem de anúncios
sensacionalistas, promessas de resultado, imagens de antes e
depois, além de checar se o estabelecimento onde será realizado o atendimento/procedimento
segue as normas sanitárias e obedece aos critérios da ANVISA.
Médicos
que fazem procedimentos estéticos também devem estar atentos ao que diz o
Código de Ética Médica. São os limites da publicidade que também precisam
ser seguidos pelos médicos profissionais cujas orientações podem ser
encontradas nas Resoluções 1974/11 e 2126/15 do Conselho Federal de
Medicina (CFM).
Harmonização
Orofacial
Recentemente,
o Cremesp oficiou o Conselho Federal de Odontologia (CFO) a respeito
de portaria que permite pedidos de registro para a especialidade de
Harmonização Orofacial. No documento, o Conselho solicitou a suspensão da
portaria CFO-SEC-86, de 12 de junho de
2019, que cria a Comissão para o julgamento da titulação. Caso não obtenha
sucesso, o Conselho adotará as medidas judiciais cabíveis, como tem feito
nesta gestão a garantir a segurança do paciente, as boas práticas médicas
e visando preservar as atribuições inerentes ao exercício da
Medicina.
Segurança
em debate
Para
tratar deste assunto, no próximo dia 10
de agosto, o Cremesp promoverá o Fórum Segurança
do Paciente. A programação abordará temas como o panorama dos procedimentos
médicos injetáveis no Brasil e no mundo, complicações em preenchimentos
faciais e defesa profissional. O evento é gratuito. Mais informações e
inscrições por e-mail (credenciamento@cremesp.org.br)
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