Especialista em carreiras dá dicas de
como tirar o melhor do pior
Os conflitos estão à nossa volta. Em casa, nas redes
sociais, na escola, no trabalho, nas posições políticas, mas como conviver com
eles e tirar proveito disso? Sendo um mediador e nunca um gerador, aconselha o
professor da FGV e da Esic Internacional, Luciano Salamacha.
Salamacha explica que entender a origem das palavras nos ajudar
muito a escolher quais delas vamos aplica na vida. A palava conflito vem
do latim fligere e quer dizer bater, atacar. O radical con
quer dizer junto, por isso, conflito quer dizer bater junto . A palavra aflito
também tem a mesma origem, mas o “a”, determina um outro
significado e que dizer “bater em si mesmo”.
Para Salamacha, que também é
consultor de empresas, essas duas palavras são,na verdade, a grande alavanca ou
derrocada das carreiras. São elas que determinarão como os problemas surgirão,
como serão solucionados e ainda, parte de um processo produtivo. O professor
diz que as pessoas aflitas cedem aos conflitos e consequentemente ao estresse.
Quem não tem um colega que sofre por antecipação? O problema nem aconteceu e a
pessoa já está aflita com as possíveis consequências? Salamacha diz que sofrer
por antecipação é um desperdício cruel de tempo.
O professor afirma que a pessoa aflita não se perdoa,
normalmente são muito exigentes com elas mesmas e recorre de novo ao latim.
“Perdoar quer dizer dar se por completo“ e quem está aflita não se perdoa. Um
erro fatal para quem desenvolve uma boa estratégia na carreira.
Salamacha identifica dois tipos de atores numa situação de
gestão de conflito:
*A primeira é aquela que está aflita. Normalmente são as
que aceitam a provocação. Ela pré julga a si mesma, depois se condena, não age
e por não agir não se perdoa por não ter agido. Uma reação em cadeia que só
aumenta a aflição.
*A outra é aquela que age, avalia o que fez e a si mesmo,
pode até se arrepender da própria atuação, mas se perdoa.
O consultor explica que o perdão é um pilar fundamental
para a gestão de conflitos. Quem perdoa está mais preocupado em medir o próprio
desempenho de acordo com a consciência. Aquela que não perdoa mede as situações
pela régua alheia. Ela age segundo a aprovação externa. Mede o próprio
desempenho pelo que os outros dizem e não pelo que acredita. Essa pessoa é
presa fácil dos 3 caminhos que potencializam os conflitos:
# Quando tentam colocar vários conflitos num só. Salamacha
aconselha, cada caso é um para ser analisado. Problemas são analisados um a um,
coletivamente apenas as alegrias e conquistas. O professor afirma que todo
bom gestor sabe: comemore coletivamente e repreenda individualmente.
# Quando a outra parte leva o conflito para a pessoalidade.
“Você não gosta de mim, é pessoal“. Quando se está aflito a pessoa cai nessa
provocação. A dica é segmentar: O profissional está aqui e o pessoal
em outro ambiente. No trabalho podemos não nos gostar como pessoas, mas temos
que nos entender como profissionais.
# Quando a desculpa vira arma para aumentar os conflitos. A
desculpa como imputação, “Você é culpado“ ou como apego “Eu sou culpado“. A
desculpa é, muitas vezes, para afastar da culpa, desviar do problema real.
Salamacha sempre orienta que o profissional deva assumir o que faz, e a culpa é
uma delas, mas não deve usar a desculpa para empurrar o problema para embaixo
do tapete, tão pouco maximizar o conflito e orienta : “Saiba usar a desculpa e
passe para a fase seguinte. Não insista o tempo todo na mesma tecla.”
Luciano Salamacha atenta para a distinção do que é conflito
e uma discussão sem produtividade. Muitas vezes, do conflito de ideias, da diferenciação
de posições pode nascer uma solução a um determinado problema. Tenha
inteligência e sensibilidade para separar onde começa um e termina o outro. Não
seja ingênuo para cair nas discussões por briga de poder. O conflito faz parte
da vida, das relações entre pessoas, mas quando se aprende que o erro é
inerente a todos, as relações entre colegas, chefia, fornecedores e claro, nas
relações pessoais com a família, com os amigos e a sociedade se tornam mais
fortes. O que vai demandar nossas posições nos conflitos e, nos fazer
referência diante deles, é o controle da nossa mente para aumentá-los ou
minimizá-los e, isso está na capacidade de cada um em querer o lado da leve na
vida.
Luciano
Salamacha - doutor em Administração e mestre em Engenharia de Produção. Preside
e integra conselhos de administração de empresas brasileiras e multinacionais,
Atua como consultor e palestrante internacional. É professor da Fundação
Getúlio Vargas em programas de pós-graduação. Recebeu da FGV o prêmio de melhor
professor em Estratégia de Empresas nos MBA’s, por sete anos seguidos. É um dos
raros professores que fazem parte do “Quadro de Honra de Docentes”, da FGV
Management. Também é professor de mestrado e doutorado no Brasil, na Argentina
e nos EUA. Salamacha é coordenador de MBA de neurociências na ESIC
Internacional, uma das mais importantes escolas de negócios da Europa. Luciano
Salamacha é autor de livros e artigos científicos publicados no Brasil e no
exterior. Foi pioneiro na América Latina em pesquisas sobre neuroestratégia e
neurociência aplicada ao mundo empresarial.
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