A teoria dos processos tem como proposta trazer a
reflexão dos ciclos que vivenciamos em nossa vida e carreira. Será que não é
tempo de rever a nossa situação atual e dar um novo rumo a nossa vida?
Acompanhe...
William Shakespeare dizia: “o propósito da vida
está em descobrir o seu presente, tudo está dentro de você e depois como você
pode utilizar essas descobertas.” E é justamente sobre isso que vamos falar
neste conteúdo.
Atuando com treinamentos e palestras dentro de
diversas organizações, posso identificar, sem muito esforço, profissionais e
líderes que “entraram de gaiato no navio”, ou, em outras palavras, “caíram de
paraquedas” em suas funções e até mesmo em suas ocupações. Profissionais
competentes, mas que não estão no controle de suas carreiras, pois agem como
verdadeiros telespectadores. Estão no piloto automático.
Sim, eles buscam crescimento, procuram se
desenvolver como profissionais e líderes, são participantes assíduos de métodos
que agregam valores à carreira, entretanto, metade deles sequer conhece o seu Ikigai. O
conceito de Ikigai (missão de vida) surgiu num povoado das ilhas do sul,
no Japão. Após observar uma população de moradores centenários bem acima da
expectativa de vida média para os padrões orientais, o autor do livro Ikigai,
Ken Mogi, pôs-se a tentar descobrir o que trazia tanta longevidade e êxito
àqueles moradores.
A descoberta foi surpreendente. Ele percebeu que
quanto mais as pessoas daquele vilarejo identificavam quais eram suas missões
de vida (Ikigai), mais elas viviam. Por isso, elas tinham prazer em
tudo o que realizavam e, consequentemente, levavam uma vida feliz e
bem-sucedida em todos os âmbitos, inclusive na longevidade. Encontrar a sua
missão de vida tem ligação direta com a vitalidade, trata-se da alegria e
satisfação em ter algo para fazer, de estar sempre ocupado em funções que
destaquem suas competências e habilidades.
Para Ken Mogi, a ideia de sucesso e realização
profissional tem como pano de fundo encontrar/exercer algo que dê sentido a sua
vida, e realizar a descoberta com motivação. Mogi ainda acrescenta: “em geral,
somos tão obcecados com o sucesso e grandes metas, que acabamos vivendo como se
nunca tivéssemos existido.” Forte, não é mesmo?
Buda também foi um precursor dessa filosofia, ao
dizer: Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro
para recuperar a saúde. E, por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do
presente de forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro. Vivem
como se nunca fossem morrer, e morrem como se nunca tivessem vivido.
Verdadeiramente, não sabemos qual é o nosso Ikigai.
Submetemo-nos a funções que não são compatíveis ao nosso perfil predominante,
somente para enriquecer. Aceitamos liderar equipes que não condizem com as
nossas competências. Como líderes, impomos a nossa opinião e fazemos valê-la a
qualquer custo. Ou seja, está tudo uma desordem. Buda diria que está um caos!
O grande psicólogo americano, Howard Gardner, autor
da Teoria
da inteligência múltipla, disse: Para se obter a plena realização,
precisamos unir a inteligência emocional com a inteligência mental, conhecida
também como QI (quociente de inteligência).
Ou seja, precisamos ter sensatez para saber aceitar
ou renunciar uma função, cargo e até mesmo uma liderança que não condiz com o
nosso Ikigai, a fim de não cairmos no erro de gastarmos a nossa
saúde em busca de riquezas, e depois nossas riquezas, para ter de volta a
saúde. Com a finalidade de não desperdiçarmos o nosso presente com a ansiedade
do futuro nem o futuro com saudosismo do passado.
Você não pode ser um líder ou profissional “que
entrou de gaiato no navio”. Tenha plena convicção de qual é a sua missão de
vida dentro da organização em que atua, dentro do segmento que escolheu e,
principalmente, dentro da carreira que exerce. Você precisa juntar a sua
inteligência emocional à intelectual, e descobrir qual a melhor maneira de
enriquecer e sobressair em sua carreira, praticando o seu ikigai
ao mesmo tempo.
A teoria dos processos tem como proposta trazer à
consciência o que o atrai e o faz feliz em sua carreira. Levando em conta que
existem ciclos, e talvez este seja o momento de rever o seu. Talvez você esteja
em um patamar alto para voltar atrás em suas escolhas, mas o fato é que, sem
alegria em sua missão de vida e nos seus objetivos, não há vitalidade,
longevidade e muito menos produtividade em longo prazo.
Será que não está na hora de rever suas funções e
se reinventar em sua atuação? Será que vale a pena brigar tanto para manter um
cargo que você nem curte? Será que aquele concorrente não teria mais
competência e habilidade para liderar determinada equipe do que você? Será que
não está na hora de repensar suas escolhas e encontrar o seu ikigai,
para executar com efetividade o seu dom e talento?
O segredo do êxito e longevidade está em encontrar
aquilo que o faz feliz. Você diria que já encontrou essa carreira ou atividade
que o anima? O seu propósito de vida?
Pense nisso! Até a próxima.
Marcelo Simonato - Graduado em
administração de empresas pela Universidade Paulista. Pós-graduado em finanças
empresariais pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e MBA em gestão empresarial
pela La Salle University, na Philadelphia – EUA. Possui mais de 20 anos de
experiência profissional atuando em grandes empresas nacionais e multinacionais,
em cargos de liderança. Ao longo de sua carreira, já realizou diversos
treinamentos nas áreas de liderança e comportamento humano. É executivo,
escritor e palestrante, atua com treinamentos e palestras em todo o
território nacional. Tem como propósito levar conhecimento e informação de
qualidade, com base em sua experiência profissional e acadêmica, deixando uma
marca de motivação e transformação por onde passa.
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