Especialista revela
exercícios para fortalecer o joelho e evitar problemas graves, como a
condromalácia patelar
Até mesmo pessoas sedentárias, com o passar
dos anos, podem apresentar desgaste na cartilagem e sofrer dores nos joelhos –
principalmente se estiverem acima do peso. Mas é muito comum que determinados
tipos de atletas sejam mais propensos a desenvolver uma condromalácia patelar,
por exemplo, no médio e longo prazo. De acordo com a fisioterapeuta Adriana
Pastore, especialista em traumatologia, sete condições costumam desencadear dor
nos joelhos: subir/descer escada com regularidade, usar salto alto para
trabalhar, passar várias horas do dia sentado na mesma posição, além de
exercícios muito comuns nas academias que exigem dobrar os joelhos
repetidamente, agachamento, salto e corrida.
“A primeira coisa a fazer, quando acometido
por uma forte dor no joelho, é interromper qualquer uma dessas atividades que
tendem a castigar as articulações dos membros inferiores. É importante, também,
tirar um tempo para descansar com as pernas elevadas, fazer gelo e compressas –
além de agendar consulta com um ortopedista. Uma vez diagnosticada a
condromalácia patelar, o paciente deverá seguir o tratamento à risca”, diz
Adriana – reforçando que o problema não se resolve por si só.
A fisioterapeuta explica que os músculos da
perna e do quadril desempenham um importante papel nos movimentos do joelho.
Sendo assim, é fundamental fortalecer esse grupo de músculos para evitar que a
flacidez provoque um desequilíbrio que se refletirá no desgaste da cartilagem.
“Exercícios especificamente recomendados para quem tem tendência à
condromalácia patelar fazem toda a diferença em termos de alívio e bem-estar.
Eles visam ao fortalecimento muscular sem forçar demais as articulações. Uma
boa dica é fazer elevamento de perna esticada, trocando de perna a cada vinte
repetições. Com as costas encostadas na parede, movimentos leves de descer e
subir, sem dobrar os joelhos, também podem ser empregados para o fortalecimento
muscular – assim como as contrações dos glúteos. Mas há outros tantos
exercícios liberados, como caminhadas, hidroginástica, patinação, pilates e
yoga, entre outros”.
Mais recentemente, um grupo de médicos
especializados em joelho estudou o uso da PST - Pulsed Signal Therapy
para tratar condromalácia patelar. De acordo com Marco Demange,
especialista do Instituto de Ortopedia e Traumatologia da FMUSP, a terapia de
sinais pulsáteis utiliza pulsos eletromagnéticos para tratar ossos e tecidos
moles. O grupo fez um estudo duplo-cego da PST com 25 pacientes (41 joelhos de
homens e mulheres com idade entre 20 e 50 anos). Os parâmetros utilizados
previam avaliações pré-tratamento, três meses pós-tratamento, seis meses e um
ano. “Ficamos otimistas ao constatar que pacientes com dor no joelho decorrente
de condromalácia patelar apresentaram melhora da dor e dos testes funcionais
até depois de um ano de terminado o tratamento – o que demonstra claramente um
ganho em termos de qualidade de vida”, afirma Demange.
SAIBA MAIS SOBRE O ESTUDO DO PST REALIZADO
POR ESPECIALISTAS EM DOR NO JOELHO
O primeiro estudo científico da PST – Pulsed
Signal Therapy (Terapia de Sinais Pulsáteis) no Brasil foi
realizado por uma equipe de médicos especialistas em dor no joelho e por uma
fisioterapeuta: Marco Demange, Riccardo Gobbi, Adriana Pastore
e Silva e colaboradores. Aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo, e financiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
de São Paulo), o estudo duplo-cego envolveu 41 joelhos e 25 pacientes (homens e
mulheres com idade entre 20 e 50 anos). O protocolo da PST previa aplicações
diárias durante nove dias (cinco sessões na primeira semana e quatro na
segunda), com uma hora de duração. Os médicos comprovaram que a Terapia de
Sinais Pulsáteis em pacientes com dor no joelho proveniente do desgaste da cartilagem
da patela (condropatia patelar) apresentou melhora no período pós-tratamento,
mantendo progressivamente essa melhora até um ano depois de terminadas as
sessões.
Fontes:
Adriana Pastore -
fisioterapeuta e professora da disciplina de Fisioterapia da UNIP
Dr. Marco Demange - médico
ortopedista especialista em Joelho do IOT-FMUSP
Nenhum comentário:
Postar um comentário