Os acontecimentos do dia a dia nos ensinam que o nosso corpo é marcado
pela história individual, social, por costumes e tradições que foram
transmitidos para nós. Expressões, gestos e posturas refletem o nosso
posicionamento no mundo de uma maneira muito mais concreta do que as palavras.
Um dos primeiros
estudiosos que pesquisou a importância da comunicação não verbal foi Charles
Darwin, em 1872, quando afirmou em sua obra que comportamentos e expressões
como o sorriso, o choro, a dor, a raiva e o medo, típicos dos seres humanos,
também estão presentes em outras espécies do reino animal. Por isso, podemos
dizer que a linguagem corporal é o mais primitivo sistema de comunicação.
Outro estudioso, o
professor americano Albert Mehrabian, evidenciou a importância da comunicação
não verbal em 1967, quando publicou sua pesquisa sobre a linguagem corporal,
demostrando que só 7% do significado da mensagem no processo de comunicação é
transmitido por meio das palavras, porém, essa é apenas uma pequena parte
do diálogo.
A componente não verbal –
o tom de voz, o ritmo, as pausas – é responsável por 38% da mensagem e o
elemento paraverbal, que é a linguagem corporal, ou seja, a postura, o olhar, a
mímica facial, os gestos, as expressões do rosto e os movimentos do corpo, são
responsáveis pelos 55% da comunicação.
A partir disso, podemos
concluir que quando falamos com alguém somos observados de todos os pontos de
vista, mas nós também avaliamos o nosso interlocutor, ou seja, somos analisados
e analisamos, mesmo inconscientemente, não apenas pelo que se diz com as
palavras, mas também, com o corpo e pelo tom de voz.
No trabalho, por exemplo,
seja em reuniões, em entrevistas, em encontros com clientes e fornecedores,
precisamos nos observar e analisar com atenção o interlocutor, para melhor
sermos compreendidos e entender as intenções e emoções do outro.
No caso de um líder, esse
profissional precisa estar atento para perceber e compreender quando alguém
está motivado ou desmotivado, entusiasmado ou apático, comprometido ou
desinteressado, para direcionar e focar ações que concretizem os resultados.
Mas,
quando estou consciente da minha linguagem corporal? Por que é tão importante
compreender a nossa comunicação não verbal? E das demais pessoas?
A
linguagem corporal transmite elementos adjuntos à comunicação verbal e é mais
decisiva, pois é mais sincera e espontânea na transmissão das informações,
afinal, expressa pensamentos e emoções de forma mais intensa e verdadeira que
as palavras.
Muitas
vezes, a empatia é criada pela observação, acompanhamento e valorização dos
sinais corporais que o outro envia no processo de comunicação, criando assim, o
sentimento que o ser humano mais valoriza: sentir-se compreendido e respeitado.
Nossa
linguagem corporal, algo complexo e sutil, conta a história pessoal de cada um
de nós. Ela se modifica no decorrer da vida, demonstra a evolução e maturidade
de cada um, transforma-se dependendo do estado de ânimo, da situação e contexto
em que nos encontramos, gerando o grande desafio da comunicação, já que cada
pessoa é um universo a ser compreendido em diferentes momentos. Identificar
essa linguagem permite aperfeiçoar todas as nossas relações e,
consequentemente, os resultados, performances e diálogos para viver como
desejamos e merecemos!
Eduardo
Shinyashiki - mestre em neuropsicologia, liderança
educadora e especialista em desenvolvimento das competências de liderança
organizacional e pessoal. Com mais de 30 anos de experiência no Brasil e na
Europa, é referência em ampliar o poder pessoal e a autoliderança das pessoas,
por meio de palestras, coaching, treinamentos e livros, para que elas obtenham
atuações brilhantes em suas vidas. Mais informações: www.edushin.com.br
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