Fertilização in Vitro se apresenta como a melhor técnica de reprodução
assistida
A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) atinge de 5% a 10% das mulheres em idade reprodutiva, o que pode reduzir drasticamente suas taxas de fertilidade. Trata-se de pequenos cistos nos ovários, cujos sintomas variam de uma pessoa para outra e, em casos extremos, reúnem a irregularidade ou ausência de menstruação, obesidade, aumento dos triglicerídeos e da pressão arterial, crescimento excessivo de pelos e cabelo, além de intolerância à glicose. Existem portadoras da doença, porém, que podem até não apresentar nenhuma dessas características. Mas a SOP é facilmente detectada em uma ultrassonografia.
Segundo o Dr. Assumpto Iaconelli Junior, diretor do Fertility Medical Group, o que interfere na fertilidade é a falta ou irregularidade de menstruação, principalmente se associada à obesidade. “Por isso mesmo, buscamos tratar a obesidade ao mesmo tempo em que cuidamos dos ovários. Quando a paciente consegue perder 10% do peso corporal, normalmente reduz a concentração de insulina, regulariza o ciclo menstrual e a ovulação, melhorando sua fertilidade”, diz o médico. Para ajudar nesse processo, a clínica tem uma nutricionista.
Após a perda de peso, a Fertility começa o processo para ajudar a paciente a realizar o sonho de ter um filho. Dr. Assumpto diz que é importante levar em conta a SOP no tratamento, por causa dos riscos da estimulação ovariana. Segundo ele, normalmente essas pacientes respondem à estimulação de forma explosiva, com até 15 óvulos liberados. O risco de gestação múltipla é muito alto, quando se usa técnicas nas quais a fecundação é feita diretamente no corpo da mulher, após o estímulo hormonal, como a relação programada e a inseminação artificial. “Por isso, as portadoras da síndrome são sérias candidatas à fertilização in vitro. No laboratório, a equipe tem condições de controlar o número de óvulos a fecundar”, explica ele.
Segundo pesquisa realizada no Karolinska University Hospital, em Estocolmo (Suécia), as mulheres com SOP podem ter mais situações adversas, mesmo depois de conseguir engravidar com o auxílio da reprodução assistida. Assim, os pesquisadores alertam para a necessidade de um melhor monitoramento dessas gestantes, já que elas têm mais chances de dar à luz prematuramente, ficar diabéticas, ou mesmo ter pré-eclâmpsia – condição em que a paciente passa a sofrer de hipertensão arterial e que, se não tratada, pode por em risco a vida da mãe e do bebê durante o parto.
Na opinião do Dr. Assumpto, apesar de serem necessárias mais evidências que justifiquem uma mudança de conduta em relação às gestantes com SOP, é importante reforçar as mesmas modificações no estilo de vida que contribuem para o sucesso do processo de fertilização assistida de outras mulheres. “Aumentar os cuidados com a dieta, praticar exercícios físicos com mais regularidade, controlar o estresse e parar de fumar são medidas fundamentais para chegar à hora do parto com a saúde sob controle”, diz ele.
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