quarta-feira, 18 de março de 2015

No Dia Internacional da Síndrome de Down (21/3) entenda porquê os portadores têm mais chances de nascerem com problemas cardíacos




Cansaço após as mamadas e dificuldade para ganhar peso podem ser sinais de alerta
Conhecida como trissomia 21, a Síndrome de Down (SD) ocorre quando há existência de três cromossomos X nas células do organismo, totalizando 47, em vez de 46, como em outras pessoas. Segundo o obstetra e ginecologista Maurício Sobral, a SD é detectada nos primeiros meses da gestação pela ultrassonografia morfológica que avalia a translucência nucal, sugerindo assim a presença da síndrome.  
Porém, ela só é confirmada pelos exames de Biópsia de Vilo Corial (BVC), realizado entre 11ª e 14ª semanas da gestação; e Amniocentese, colhido a partir da 15ª semana de gestação, permitindo estudar o cariótipo do bebê, ou seja, a contagem do número e a avaliação da forma dos cromossomos. “Quando diagnosticada, a síndrome causa um certo impacto. Sempre aconselho à mãe para conversar muito com seu parceiro, em alguns casos, buscar uma ajuda psicológica e obter a maior quantidade de informação possível, entrar em contato com outros pais que passaram pela mesma situação, além de fazer, como em todas as gravidezes, um bom pré-natal”, aconselha o Dr. Maurício.
Devido à alteração genética e às pré-disposições da trissomia, normalmente as crianças apresentam características semelhantes e estão sujeitas a maior ocorrência de doenças.
De acordo com o cirurgião cardiovascular da Beneficência Portuguesa, Marcelo Sobral, entre as patologias mais comuns estão as cardiopatias congênitas, anormalidade na estrutura do coração, que afetam 50% das crianças nascidas com SD. “Muitas vezes os portadores da síndrome são indicados às cirurgias para corrigir malformações. Mas também, dependendo do problema, pode haver regressão espontânea. O importante é sempre fazer o diagnóstico correto”, comenta.
 O cirurgião destaca ainda que os pais devem ficar atentos aos pequenos sinais que podem representar problemas cardíacos. “Dificuldade na alimentação, cansaço durante e depois das mamadas, pneumonias de repetição e custoso ganho de peso podem sinalizar a necessidade de uma consulta ao cardiologista”.
 Ambos os especialistas ressaltam que a Síndrome de Down não é doença e que os portadores precisam sim de um acompanhamento correto para estimular a capacidade e habilidade delas. “Segundo dados da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, o Brasil tem hoje cerca de 300 mil pessoas com a síndrome, o que precisamos é que todos aceitem as necessidades especiais”, finalizam.

Doutor Marcelo Luiz Peixoto Sobral - membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, Título de Especialista em Cirurgia Cardiovascular pela AMB, Membro Habilitado e Especialista do Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial (DECA). MBA Executivo em Saúde pela FGV. Cirurgião Cardiovascular da Real e Benemérita Associação Portuguesa de Beneficência de São Paulo com mais de 4.000 cirurgias realizadas.

Dr. Maurício Luiz PeixotoSobral - especialista em Mastologia, Ginecologia e Obstetrícia. Possui título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia (TEGO) e Título de Especialista em Mastologia (TEMA). É médico plantonista em Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Bosque da Saúde em São Paulo.

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