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terça-feira, 4 de abril de 2017

Usar lente sem prescrição é perigoso



 Dos brasileiros que usam lente de contato 30% não têm prescrição médica. Erros na adaptação e uso aumentam o risco de complicações.


No Brasil metade da população precisa de correção visual segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). Desses só  2 milhões optam por lente de contato. O número é pequeno porque a falta de regulamentação do mercado expõe a população a complicações. Prova disso é que nos últimos 12 meses o uso de lente de contato sem prescrição médica saltou de 25% para 30%. É o que mostra um levantamento do oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier nos prontuários do hospital. Para o médico este crescimento  tem a ver com a venda livre na internet e ópticas sem receituário, o que coloca a saúde ocular do brasileiro em alto risco. Pior - Isso acontece  mesmo depois do CFM (Conselho Federal de Medicina) publicar a resolução 1965 na qual determinou que a indicação, adaptação e acompanhamento de lentes de contatos são atos médicos "Só  quando aparece alguma complicação esta parcela da população consulta um oftalmologista" afirma. Uma lente mal adaptada, adverte. pode causar cicatriz e úlcera  na córnea com grande risco de perda da visão. Algumas pessoas só aparecem no consultório quando estão com sequelas definitivas nos olhos.   Para outras, comenta, uma pequena intercorrência que poderia ser resolvida com troca de material, melhor ajuste ao formato do olho ou prescrição de colírio  lubrificante. é o suficiente para o abandono do uso. 


Prescrição e acompanhamento

Engana-se quem pensa que a prescrição só é necessária para lentes corretivas.. É indicada também nos casos de lente estética para trocar a cor dos olhos.

Queiroz Neto explica que a adaptação inclui análise da curvatura e relevo da córnea, exame de refração, avaliação do filme lacrimal, fundoscopia e de utilização de lentes teste independente da finalidade

Usar lente sem prescrição médica é um erro porque nem todos estão aptos, adverte. A estimativa é de que 16% dos brasileiros não podem. Quem tem alguma doença ocular externa, alergia, olho seco ou a borda da córnea irregular, salienta,  tem problemas com certeza se não passarem por avaliação e  acompanhamento.   

No outono, ressalta, o risco de desconforto com lentes de contato é maior. Isso porque, o aumento da poluição no ar desencadeia doenças alérgicas nas vias respiratórias que levam à alergia ocular em 70% dos casos.Quando surge alergia nos olhos, pondera, a recomendação é interromper o uso da lente até a completa recuperação.


Falhas comuns

O especialista diz que o uso de lentes vencidas ou durante o sono, quando a produção lacrimal tem uma redução de 50%, são as causas mais frequentes de úlcera de córnea. Estas duas atitudes aumentam o risco de contaminação em 10 vezes por reduzirem a oxigenação da córnea. O perigo é ainda maior no calor por conta da evaporação da lágrima e proliferação de bactérias no ar. 

O erro mais comum na manutenção de lentes, ressalta, é enxaguar com soro fisiológico. Isso porque, soro não contém conservante e depois de aberto se torna um campo fértil para a multiplicação de bactérias e fungos. Ao primeiro sinal de desconforto - olhos vermelhos, dor, sensibilidade à luz, visão embaçada e sensação de corpo estranho – o especialista indica interrupção do uso e passar por consulta com um oftalmologista.



Prevenção

As recomendações do médico para prevenir a contaminação da córnea são:

·         Lavar cuidadosamente as mãos antes de manipular as lentes.

·         Utilizar solução higienizadora tanto na limpeza quanto no enxágüe das lentes e estojo.

·         Friccionar as lentes para eliminar completamente os depósitos 

·         Não usar soro fisiológico ou água na higienização

·         Retirar as lentes antes de remover a maquiagem e quando usar spray no cabelo

·         Colocar as lentes sempre antes da maquiagem

·         Guardar o estojo em ambiente seco e limpo

·         Trocar o estojo a cada quatro meses

·         Respeitar o prazo de validade das lentes

·         Jamais dormir com lentes, mesmo as liberadas para uso noturno.

·         Interromper o uso a qualquer desconforto ocular e procurar o oftalmologista

·         Retirar as lentes durante viagens aéreas por mais de três horas

·         Não entrar no mar ou piscina usando lentes.






O que fazer quando os olhos lacrimejam sem parar?



Chorar sem motivo algum. Essa é uma queixa relativamente comum nos consultórios de oftalmologia. Epífora é o nome que se dá quando os olhos lacrimejam espontaneamente. Vale dizer que não tem nada a ver com choro ou com o estado emocional da pessoa. São lágrimas insistentes, que ficam escorrendo no canto dos olhos sem qualquer explicação aparente. Ao invés de todas as lágrimas serem drenadas para o sistema nasolacrimal, há algum bloqueio que induz a lágrima a escorrer pelo rosto. De acordo com o oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, todos precisamos de lágrimas para lubrificar a superfície ocular – o que contribui para manter a saúde dos olhos e a clareza da visão. “Esse lacrimejamento espontâneo pode ser tratado com sucesso na maioria dos casos. Mas é preciso identificar a causa, que tanto pode ser o bloqueio de um ducto lacrimal, quanto uma excessiva produção de lágrimas”.

De acordo com o especialista, como os recém-nascidos geralmente não têm ductos lacrimais plenamente desenvolvidos, o diagnóstico de epífora é muito comum antes de o bebê atingir um ano de idade. Neste caso, o problema costuma desaparecer nas primeiras semanas de vida. “Em adultos, é mais comum encontrarmos ductos bloqueados ou muito estreitos. Neste caso, além do lacrimejamento espontâneo, e às vezes excessivo, o paciente fica mais suscetível a infecções oculares”.

Mas há também irritações que podem aumentar a produção de lágrima, como uma   tentativa de o corpo lavar e se livrar do que o está incomodando. “A conjuntivite alérgica ou infecciosa costuma aumentar a produção de filme lacrimal durante a fase crítica da doença. O mesmo ocorre quando a pessoa leva alguma bolada ou pancada no olho, e até mesmo quando entra em contato com químicos, fumaça ou cebolas – que são altamente irritantes por conta do gás liberado na hora em que se corta o alimento. Outra causa comum é a fotofobia (reação à claridade excessiva) e o crescimento de cílios no sentido oposto ao que deveria crescer, ou seja, eles nascem para dentro e acabam irritando os olhos, favorecendo o lacrimejamento”.

Neves afirma que há várias outras causas a serem investigadas, como ceratite (infecção da córnea), úlcera, terçol, e até mesmo o uso de certos medicamentos que favorecem a síndrome do olho seco. “A síndrome do olho seco provoca vários tipos de desconforto, desde uma leve irritação, até coceira em excesso, sensação de queimação e dor. Essas alterações também podem estimular a produção de lágrima, fazendo com que o paciente se queixe de lacrimejamento excessivo. Sendo assim, a primeira medida é avaliar cuidadosamente o olho do paciente, a fim de checar se o lacrimejamento ocorre em apenas um olho, se está associado a uma lesão, infecção, acidente, ou a qualquer outro fator. Com o diagnóstico em mãos, o oftalmologista pode dar sequência ao tratamento, que pode incluir a desobstrução do ducto lacrimal ou até mesmo a criação de um novo canal nasolacrimal”.





Fonte: Dr. Renato Neves - cirurgião-oftalmologista e diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo – www.eyecare.com.br





8 de abril - Dia Mundial de Combate ao Câncer



Médico alerta para rotina de saúde e monitoramento das mortes de câncer

A data do dia 8 de abril, Dia Mundial de Combate ao Câncer, foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para chamar atenção de todos para esta doença que vem atingindo altos índices.

Aqui no Brasil, é a segunda causa de morte. “Temos que usar a data para conscientizar a população da importância de se fazer o diagnóstico prematuramente ou com ações preventivas para garantir hábitos mais saudáveis”, relata Celso Massumoto, onco-hematologista e coordenador de transplante de medula óssea do Hospital Nove de Julho.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer, o INCA, os tipos de câncer mais incidentes no mundo foram pulmão (1,8 milhão), mama (1,7 milhão), intestino (1,4 milhão) e próstata (1,1 milhão). Nos homens, os mais frequentes foram pulmão, próstata, intestino, estômago e fígado. Em mulheres, a doença foi encontrada com maiores frequências na mama, intestino, pulmão, colo do útero e estômago.

Além dos tipos citados, no Brasil, o Linfoma de Hodgkin e não-Hodgkin e leucemias também fazem parte da estatística. “O linfoma de Hodgkin, por exemplo corresponde a 30% de todos os linfomas, com maior pico de incidência na faixa etária de 20-30 anos e um menor pico após os 50 anos”, relata Massumoto. Já o linfoma de não-Hodgkin acomete pessoas com mais de 60 anos. Os linfomas atingem homens e mulheres e ainda não se conhece a causa exata.

O médico alerta que maus hábitos como beber, fumar e obesidade podem enquadrar a pessoa num grupo de risco de ter câncer futuramente, além das causas como a pré-disposição genética. Embora mudanças de hábito possam ajudar ao combate de neoplasias malignas, ainda não é possível prevenir (com raras exceções) o surgimento do câncer.

“Diante desses altos índices, é fundamental que se incorpore na rotina de saúde um monitoramento das mortes por câncer, pois só assim teremos um instrumento essencial para estabelecer ações de prevenção, controle da enfermidade e os fatores de risco para a população”, finaliza Massumoto.




Celso Massumoto (CRM 48392) - Diretor clínico da Oncocenter, coordenador de transplante de medula óssea
do Hopistal Nove de Julho e membro da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale).






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