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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

A Vitamina D e sua influência na saúde capilar

Supervisora de Nutrição e Dietética explica como manter a saúde dos fios com hábitos simples
 

Não é raro vermos pessoas que investem mensalmente em produtos capilares, com o intuito de ter o “cabelo dos sonhos”. Tanto mulheres quanto o público masculino estão atentos às novidades encontradas nas prateleiras das principais boutiques, deixando de lado, muitas vezes, hábitos simples que não prejudicam a saúde financeira e podem contribuir para os resultados almejados. 

Cerca de 80% da vitamina D é produzida na pele, pela exposição a raios ultravioletas, e a menor parte dela é proveniente de alguns alimentos. De qualquer forma, ela chega ao fígado, onde é ativada, e começa a desenvolver diversas funções. Uma delas é favorecer a metabolização da queratina, que é o principal componente dos cabelos”, afirma Cintya Bassi, coordenadora de Nutrição e Dietética do São Cristóvão Saúde. 

Segundo a especialista, os principais benefícios da vitamina D para os cabelos são estimular o surgimento de novos folículos capilares e auxiliar o crescimento dos fios de maneira saudável. 

Com rotinas cada vez mais restritas a ambientes fechados, as pessoas estão menos expostas à luz solar, o que dificulta a síntese cutânea de vitamina D. Assim, para preencher essa lacuna, é fundamental incorporar hábitos saudáveis ao dia a dia dos indivíduos, como os destacados por Cintya Bassi:

  • Exposição solar de 10 a 15 minutos diários, evitando os horários de risco, das 10h as 16h . “Não precisa pegar sol no couro cabeludo, mas sim em braços, costas e pernas, sendo estas as formas mais recomendadas para garantir a produção de vitamina D.”
     
  • Consumir as fontes alimentares de vitamina D, como salmão, cavala e atum, além de gema de ovo, alguns cogumelos, cereais fortificados, leite e óleo de peixe.


Identificando a deficiência de vitamina D

Como saber, então, se é necessário receber uma suplementação dessa vitamina no organismo? De acordo com a coordenadora em Nutrição do São Cristóvão Saúde, “para identificar a deficiência, é preciso realizar um exame de sangue simples. Porém, podem surgir alguns sintomas que acendem o alerta, como fraqueza, dor óssea, dores musculares e depressão”. 

Após comprovada a carência de Vitamina D, a suplementação é indicada, para a reposição e dificilmente será alcançada apenas pela síntese cutânea. Idosos, obesos, pessoas de pele negra, gestantes e indivíduos com determinados problemas de saúde devem integram o grupo de risco para hipovitaminose D, e por isso devem realizar uma avaliação. A vitamina D em excesso no organismo aumenta a captação intestinal de cálcio, reabsorção tubular renal e reabsorção óssea, levando a hipercalcemia - nível elevado de cálcio no sangue. Dentre os sintomas relacionados, estão náusea, vômitos, fraqueza, anorexia, desidratação e quadro agudo insuficiência renal.

 

Grupo São Cristóvão Saúde


Câncer de intestino: má alimentação é um dos motivos principais do surgimento da doença

Oncologista clínico dá dicas de mudança de hábitos de vida para evitar a enfermidade, além de falar sobre como é realizado o diagnóstico e o tratamento indicado 



Com a correria do dia a dia, muitas pessoas tendem a se alimentar de forma mais prática, com alimentos congelados ou processados. Mas o que muitos não sabem é que, além de fazer mal do ponto de vista nutricional, a má alimentação pode ser motivo de doenças graves, como o câncer de intestino.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a doença está associada aos hábitos de vida, como tabagismo, alimentação inadequada e ausência de atividade física. No caso da alimentação, o consumo de carnes processadas e ultraprocessadas (como salsicha, mortadela, linguiça, presunto e salame) e a ingestão excessiva de carne vermelha aumentam o risco.

“Alimentos como frutas, legumes e verduras têm efeito protetor. Uma alimentação rica em fibras, incluindo cereais e grãos integrais, também contribui para a prevenção do câncer colorretal. Já em relação à atividade física, recomenda-se, pelo menos, 150 minutos de atividade física moderada na semana”, afirma o Dr. Hélio Borges, oncologista clínico do Hospital Anchieta de Brasília.

Um estudo do Instituto Nacional do Câncer revela que esse já é o segundo tipo mais frequente de câncer. Nas mulheres, fica atrás do de mama. E no caso dos homens, perde para o de próstata. A estimativa é de 44 mil casos ao ano, e os índices podem subir com o passar do tempo. O Inca prevê que os óbitos pela doença entre pessoas de 30 a 69 anos podem aumentar 10% até 2030.

O câncer de intestino, também conhecido como câncer de cólon e reto ou colorretal, compreende os tumores que se localizam na parte do intestino grosso. Em geral, o câncer de cólon se desenvolve muito lentamente. Na maioria dos casos, ele se apresenta assintomático por muito tempo e os sinais da doença só se manifestam quando o tumor já está com tamanho avançado.

“Os principais sintomas são sangramento nas fezes; alteração do hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre fora do esperado); dor ou desconforto abdominal; sensação de que o intestino não esvazia completamente; fraqueza e anemia; perda de peso sem causa aparente; alteração na forma das fezes -- muito finas e compridas”, explica o especialista.



Diagnóstico

O rastreamento do tumor de intestino pode ser realizado por meio de pesquisa de sangue oculto nas fezes e colonoscopia. Estima-se que 90% desses tumores se iniciam a partir de pólipos (lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso). Uma maneira de prevenir o aparecimento dos tumores seria a detecção e a remoção dos pólipos antes de eles se tornarem malignos.

Dr. Helio ressalta que a colonoscopia de rastreio tem como objetivo identificar lesões precursoras do câncer colorretal e a triagem deve começar aos 45 anos. De acordo com o especialista, o ideal é que seja realizada uma colonoscopia a cada 5 anos, mesmo que o exame seja normal. Isso para os pacientes sem nenhum risco para o câncer colorretal. Já nos pacientes com história familiar de parentes de primeiro grau que tenham tido este tumor, o início pode ser aos 40 anos ou 10 anos antes da idade do parente mais novo que teve este tumor.

“O câncer de intestino é tratável e, na maioria dos casos, curável ao ser detectado precocemente, quando ainda se apresenta em estágios iniciais, sem disseminação para outros órgãos. Para tratar o câncer de intestino, pode ser recomendada a realização de uma cirurgia, além do tratamento complementar de quimioterapia e de radioterapia. É o caso da cantora Preta Gil, que aos 48 anos, anunciou recentemente que recebeu um diagnóstico de câncer de intestino e segue em tratamento quimioterápico”, conclui o oncologista clínico.

 

Médica chama atenção para vacina contra o HPV e mostra preocupação pós-carnaval

Existe vacina nova contra o HPV

                   Veja 5 problemas de saúde que o HPV pode causar


“No primeiro contato sexual pelo menos uma em cada 10 meninas se conecta com o vírus papilomavírus, causador do HPV, doença sexualmente transmissível, de difícil cura. Vale reforçar que existe vacina, inclusive, há uma vacina nova que protege contra nove tipos de HPV. Portanto neste pós-carnaval, evento em que mais pessoas trocam contatos íntimos, recomendamos procurar ajuda médica se sentir algum sintoma”, alerta Dra. Ana Moschione Castro, médica alergista e imunologista pela USP. 

O HPV (Papilomavírus Humano) é um vírus que pode afetar a saúde tanto de homens quanto de mulheres. Ele é transmitido principalmente por meio de relações sexuais desprotegidas e pode causar uma série de problemas de saúde, como lesões em forma de verrugas na pele e nas mucosas dos órgãos genitais e do ânus. “Essas lesões são causadas por algumas cepas específicas do vírus e podem ser transmitidas pelo contato direto com a pele afetada”, explica Dra. Ana Paula, que também é diretora da Clínica Croce, centro de vacinação e infusão de imunobiológicos com especialistas das áreas de Alergia, Imunologia, Reumatologia e Endocrinologia. 

Ela também explica que o HPV é um dos principais causadores do câncer do colo do útero, que é uma das doenças mais graves causadas pelo vírus. Embora mais raro do que o câncer do colo do útero, o HPV também pode causar câncer de pênis. 

“As cepas de HPV também podem afetar as células da garganta e causar lesões que evoluem para um câncer. Isso sem falar nas infecções recorrentes nas pessoas que foram expostas ao vírus. Essas infecções podem ser assintomáticas ou causar sintomas como coceira, dor e vermelhidão nos órgãos genitais. As infecções recorrentes também aumentam o risco de desenvolvimento de lesões e de câncer”, conta a alergista. 

Muitas dessas doenças são tratáveis e até mesmo preveníveis por meio de vacinas e exames preventivos. Portanto, é fundamental que as pessoas se informem e busquem orientação médica para se prevenirem e tratarem esses problemas de saúde causados pelo HPV. 

A nova vacina contra o HPV contém proteínas que se assemelham ao HPV, mas não são capazes de infectar as células, se reproduzirem ou causar doença. Ela tem eficácia contra: 

·         Câncer do ânus;

·         Lesões pré-cancerosas do ânus;

·         Verrugas genitais;

·         Infecção persistente pelo HPV;

·         Cânceres de colo do útero (parte inferior do útero), da vulva (parte externa dos genitais femininos), da vagina e do ânus;

·         Lesões pré-cancerosas de colo do útero, da vulva, da vagina e do ânus.

 

O público-alvo desta vacina, que deve ser administrada em 3 doses, é: meninas e mulheres entre 9 e 26 anos de idade e meninos e homens entre 9 e 26 anos de idade.

 

“Para homens e mulheres de 9 a 26 anos vivendo com HIV ou AIDS, pacientes que receberam transplante de órgãos, de medula óssea e pessoas em tratamento contra o câncer, além de mulheres em tratamento do HPV, também devem ser vacinados contra o HPV”, finaliza Dra. Ana Paula. 



Clínica Croce
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ANS inclui no rol de procedimentos obrigatórios o fornecimento do medicamento Zolgensma - considerando o mais caro do mundo

Na 584ª Reunião Colegiada, a diretoria da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou a incorporação do medicamento Onasemnogeno abeparvoveque (Zolgensma) – para tratamento dos beneficiários com até 6 meses de idade com Atrofia Muscular Espinhal (AME) tipo I que estejam fora de ventilação mecânica Invasiva acima de 16 horas por dia.

A AME é uma doença degenerativa rara. Pacientes da doença não conseguem produzir uma proteína essencial para a sobrevivência dos neurônios motores responsáveis por movimentos vitais, como respirar, engolir e se mover.

 O Zolgensma é considerado o medicamento mais caro do mundo, pois a sua aplicação por paciente custa em média R$ 11,5 milhões. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Pediatria há cerca de 400 crianças com AME no Brasil.

 A incorporação do medicamento no Rol de procedimentos obrigatórios pelas Operadoras de planos de saúde ocorreu por determinação do que prevê o § 4º da Lei 14.307/2022, que determinou a incorporação no Rol da ANS os procedimentos e tecnologias que tenham sido recomendadas pelo CONITEC e cuja decisão de incorporação ao SUS já tenha sido publicada.

As operadoras serão obrigadas a fornecerem o medicamento após a publicação da inclusão no rol de procedimentos no Diário Oficial. Já o Governo Federal terá o prazo de até junho deste ano para fornecer o medicamento na rede pública de saúde. 

Para o advogado Clismo Bastos, especialista em Saúde Suplementar, integrante do QVQR Advocacia “a inclusão no medicamento Zolgensma no SUS representa um avanço na saúde pública do Brasil, pois a AME é uma doença rara que não possui cura, mas os estudos científicos demonstraram uma melhora na expectativa de vida dos pacientes que utilizaram o medicamento.”

No entanto, o advogado alerta que a inclusão no medicamento como fornecimento obrigatório pelos planos de saúde pode acarretar no aumento das mensalidades “A inclusão de um medicamento de alto custo no rol de procedimentos obrigatórios sem a análise do impacto financeiro, ocasionará um desequilíbrio contratual, pois a Saúde Suplementar funciona com base no mutualismo e possui recursos finitos. Segundo dados divulgados pela ANS, no terceiro trimestre de 2022 as operadoras tiveram um prejuízo de R$ 5,5 bilhões.”

 

Exagerou no Carnaval? Médico dá dicas de como retomar a rotina de exercícios após a folia

Especialista em Nutrologia Esportiva explica o que acontece com nosso corpo e como recuperar a performance física

 

Todo brasileiro adora Carnaval, tanto para festejar, quanto para descansar. Contudo, para aqueles que gostam da folia, o retorno à rotina pode ser mais difícil, principalmente para os adeptos de atividades físicas regulares. Se você exagerou no carnaval e acabou deixando de lado sua rotina de exercícios, é importante que você retome aos poucos para evitar lesões e desconfortos. O especialista em Nutrologia Esportiva, Dr. Cristovam Miguel Neto, dá dicas de como essa retomada pode ser descomplicada. 

“O exagero na ingestão de álcool, a alimentação inadequada e pobre em nutrientes e a falta de sono, fatores muito frequentes durante o Carnaval, prejudicam muito o funcionamento geral do nosso corpo. Por isso, é importante tomar certos cuidados ao retomar as atividades físicas, pois o corpo precisa de algum tempo para recuperar a performance alcançada antes do feriado prolongado”, afirma o Dr. Cristovam Miguel Neto. 

Confira algumas dicas do especialista em Nutrologia Esportiva que podem ajudar: 

  • Comece devagar -- não tente retomar sua rotina de exercícios exatamente do ponto onde você parou antes do Carnaval. Comece com exercícios mais leves e vá aumentando a intensidade gradualmente.
  • Faça um aquecimento adequado -- antes de começar qualquer tipo de atividade física, é importante fazer um aquecimento para preparar seu corpo para o esforço físico.
  • Hidrate-se bem - beba bastante água antes, durante e depois do exercício para evitar a desidratação, principalmente se você exagerou no consumo de bebidas alcoólicas no carnaval.
  • Escolha atividades que você goste - se você não gosta de academia, por exemplo, escolha outra atividade física que te dê prazer, como caminhar, dançar, nadar, andar de bicicleta, entre outros.
  • Não se esqueça do descanso - ele é tão importante quanto o exercício em si. Dê ao seu corpo tempo suficiente para se recuperar após cada sessão de exercícios. 

“É importante lembrar que a chave para retomar as atividades físicas após o carnaval é ir aos poucos e escutar o seu corpo. Dia após dia a performance física é recuperada, assim como os benefícios do exercício para a saúde e bem-estar”, destaca Dr. Cristovam. 

A Nutrologia Esportiva é a área da Nutrologia voltada ao esporte e, consequentemente, performance física. O objetivo dessa área é auxiliar no aumento do rendimento físico, estabelecendo o planejamento de alimentação saudável e suplementação para a prática de alguma modalidade esportiva, direcionando desde o atleta amador até o profissional. Além disso, essa especialidade médica também contribui para o aprimoramento do desempenho físico como um todo, melhorando a disposição, libido, pele e peso, por exemplo. 

 

Dr. Cristovam Miguel Neto - ormado em escolas de medicina conceituadas, como a Universidade de Taubaté, PUC SP e Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, e com mais de 20 anos de experiência em medicina, o Dr. Cristovam Miguel Neto tem olhar atento e focado não apenas na saúde, mas também no bem-estar de seus pacientes. A especialização em Nutrologia Esportiva proporcionou ao médico um olhar diferenciado, voltado à performance física e ao emagrecimento, atuando diretamente com: Preparo físico e orientação para prática de esportes amadores e de alto rendimento; Implante intradérmico (“Chip da Beleza”); Modulação hormonal; Performance física.


Como a cannabis medicinal afeta o futuro da medicina tradicional

A medicina vem se transformando constantemente e aprimorando suas formas de tratamento, graças ao desenvolvimento de novas tecnologias que possibilitaram o surgimento de métodos inovadores. A cannabis medicinal, por exemplo, vem ganhando cada vez mais espaço na rotina de pacientes com as mais distintas patologias. Mas como isso afeta a medicina tradicional?

Hoje, apesar de não ter uma regulamentação ampla para o uso da planta no tratamento de diversas doenças, o Brasil é um dos países que mais produz artigos científicos e materiais de estudo sobre as propriedades da cannabis. Além disso, a evolução da indústria farmacêutica e científica permitiu unir tratamentos alopáticos e homeopáticos de acordo com a necessidade do paciente, a fim de oferecer alternativas eficazes e que auxiliem na qualidade de vida, o que é avaliado caso a caso.

A partir do grande fluxo de informações disponíveis, podemos observar uma menor resistência da classe médica em prescrever medicamentos à base dos ativos da planta, que pode ser usada por pessoas de qualquer idade e estágio da doença. Os profissionais, cada vez mais buscam capacitações que possibilitem proporcionar bem-estar como, por exemplo, em doenças como Parkinson e Alzheimer, que são neurodegenerativas e sem cura. 

No caso das doenças citadas acima, considerando a falta de alternativas terapêuticas, a cannabis pode ser uma forte aliada, afinal, age diretamente no sistema endocanabinoide, responsável por regular processos fisiológicos, como inflamações, controle muscular, metabolismo, resposta a estresse e memória. Possui poucos efeitos colaterais, possibilitando a retirada de medicamentos alopáticos que, ao contrário, possuem muitos efeitos colaterais. 

Podemos afirmar que essa constante evolução do setor farmacêutico tende a ter um crescimento exponencial nos próximos anos, permitindo o desenvolvimento de novos métodos de tratamento e aprimorando os que já existem. Por isso, prevejo para o futuro um cenário em que o uso de medicamentos à base de cannabis seja cada vez mais eficaz. Além disso, entendo como um processo de educação social, que pode contribuir para mudanças concretas na legislação, favorecendo a produção e comercialização dos medicamentos de maneira acessível.

Muitas vezes, embora o paciente tenha interesse em adquirir o medicamento, por ser proibido produzir o insumo no país, geralmente possui um custo elevado. Além de ser uma tecnologia e matéria-prima escassa no mundo, ela somente pode ser produzida em alguns poucos países autorizados. Toda essa produção internacional acaba tendo um valor elevado e, apesar disso, hoje existem algumas alternativas, como a solicitação por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) e das associações de pacientes, mas que ainda não contemplam todos que poderiam ser beneficiados.

Por essa razão, mesmo com a comprovação dos benefícios para a saúde, e consequentemente para a economia, ainda há um longo caminho a percorrer na implementação da cannabis medicinal. O setor está avançando, mas ainda não é acessível para todos. Em dez anos, visualizo um mercado mais consolidado e com maior aderência, afinal, é um produto que teve sua eficácia afirmada muitas vezes e, cada vez mais, torna-se uma alternativa viável para milhares de pacientes.

 

Fabrizio Postiglione - fundador e CEO da Remederi, farmacêutica brasileira que promove o acesso a produtos, serviços e educação sobre a cannabis medicinal. O executivo estuda a planta há mais de 10 anos e ao longo de sua trajetória profissional, atuou em todo o processo para produção e comercialização de medicamentos à base de cannabis.

 

DÚVIDAS DE CONSULTÓRIO: DIFERENÇAS ENTRE CIRURGIAS BARIÁTRICA E METABÓLICA, E OS CUIDADOS QUE A PESSOA OBESA PRECISA TER PARA AUMENTAR A QUALIDADE DE VIDA

Garantida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a cirurgia bariátrica, conhecida popularmente por “cirurgia de redução do estômago”, é um dos principais procedimentos à disposição do paciente obeso para o tratamento da doença. De acordo com relatório da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, o volume dessa cirurgia no Brasil aumentou 84,78% entre 2011 e 20181. Apesar do crescimento e da consolidação do procedimento como um tratamento eficaz e seguro contra a obesidade mórbida, ainda há muitas dúvidas por parte dos pacientes elegíveis à realização da cirurgia.

O Dr. Mauricio Azevedo, especialista em Cirurgia do aparelho digestivo e gerente médico da Johnson & Johnson MedTech responde algumas das perguntas mais levantadas por pacientes a respeito do tratamento contra a obesidade.


A obesidade é considerada uma doença?

A obesidade é uma doença crônica e multifatorial, ou seja, apresenta múltiplas causas e é de longa duração, exigindo, assim, um cuidado contínuo ao longo de toda a vida do paciente. Mundialmente, a obesidade é considerada a causa principal de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares.

 

Qual a diferença entre a cirurgia bariátrica e a cirurgia metabólica?

Embora ambas as cirurgias sejam iguais, elas diferem em seus objetivos. O foco principal da cirurgia bariátrica é a perda de peso, enquanto a cirurgia metabólica visa o controle da diabetes tipo 2 e da síndrome metabólica.

Os pacientes elegíveis para a cirurgia bariátrica precisam ter obesidade a partir do grau 2, com IMC acima de 35, associada a alguma outra comorbidade, sendo as mais comuns: hipertensão, diabetes, apneia do sono, doenças reumatológicas, e doenças osteomusculares. Além disso, a faixa etária para a realização desse procedimento vai dos 16 aos 65 anos.

Os pacientes elegíveis para a cirurgia metabólica precisam estar com IMC entre 30 e 35, ter entre 18 e 70 anos, e histórico comprovado de diabetes tipo 2 não controlada e persistente.

 

Há alguma vantagem na realização da cirurgia metabólica em relação ao tratamento medicamentoso?

Recentemente foi publicado um estudo2 na revista científica The Lancet que mostra que a cirurgia metabólica oferece resultados superiores em comparação ao tratamento com os medicamentos mais eficazes disponíveis. A pesquisa, que acompanhou pacientes pelo período de 5 anos, apontou que 69,7% dos que realizaram a cirurgia metabólica apresentaram melhoras nas condições renais. Em comparação, 59,6% dos pacientes que tiveram acesso ao melhor tratamento medicamentoso disponível apresentaram os mesmos resultados. Ainda de acordo com a pesquisa, a cirurgia metabólica apresenta resultados superiores para o controle glicêmico e da pressão arterial, a perda de peso, e aumento da qualidade de vida dos pacientes que buscam o controle do diabetes e da obesidade, além das comorbidades associadas. 

 

Qual o melhor momento para a realização da cirurgia bariátrica ou da cirurgia metabólica? Há algum problema em adiar essa decisão e tentar outras formas de tratamento?

Toda decisão por parte do paciente precisa ser avaliada em conjunto com sua equipe médica e multiprofissional, com base em exames e em seu histórico de saúde. Contudo, é comum a pessoa portadora de obesidade passar por várias tentativas de emagrecimento ao longo dos anos, antes de procurar ajuda médica especializada. Um dos problemas mais comuns é o chamado “efeito sanfona”, quando o paciente perde peso e após alguns meses, volta a engordar. Isso é muito ruim para o organismo a médio e longo prazo, pois chega uma hora em que o metabolismo não aguenta, pois está constantemente sobrecarregado, e o reganho de peso é maior que o peso perdido.

 

Quais são os cuidados necessários após a realização da cirurgia, e o tempo de recuperação do paciente?

Os casos são avaliados individualmente pela equipe médica e multiprofissional, mas, no geral, após a cirurgia o paciente precisa completar um mês fazendo apenas ingestão de alimentos em forma líquida e pastosa, em pequenas porções. Até a quarta semana após a cirurgia, evitará a realização de atividades físicas que exijam grandes esforços. No entanto, é importante ir retomado aos poucos o ritmo normal de vida, fazendo pequenas caminhadas e seguindo à risca as recomendações médicas.

Normalmente, a partir da quarta semana, o paciente pode realizar práticas de atividades físicas moderadas sem problemas.

 

Quantos quilos o paciente que fizer a cirurgia vai perder?

É esperado que o paciente perca cerca de 10% do seu peso total no primeiro mês, após a realização da cirurgia. Até o terceiro mês, espera-se que haja uma perda média de mais 10%. Após esse período, é comum o paciente chegar a um platô, pois o metabolismo estabiliza e a perda de peso passa a ser mais lenta que nos meses iniciais. É preciso controlar a ansiedade, entendendo que isso é normal, e é fundamental estimular o metabolismo com hábitos saudáveis, cuidando não só da alimentação, como também da ingestão de água, cultivando bons hábitos de sono e a prática de atividade física. Dessa forma, de 12 a 14 meses após a realização do procedimento o paciente pode perder em média até 40% do seu peso inicial antes da cirurgia.


Após a cirurgia o paciente precisa tomar alguma suplementação vitamínica?

A perda de peso nos primeiros meses após a realização da cirurgia é intensa e com o estômago reduzido, o paciente sente menos fome e passa a ingerir os alimentos em menor quantidade. Por esse motivo, é muito importante que o paciente faça um acompanhamento com nutricionista, que vai avaliar quais são os suplementos indicados para o seu caso, e em quais quantidades. Para alguns pacientes, após a realização da cirurgia é necessária a suplementação de ferro, ácido fólico, vitaminas B12 e D, zinco, cobre e selênio.

O nutricionista vai avaliar por quanto tempo o paciente deverá tomar os suplementos, mas, no geral, é indicada a ingestão de um polivitamínico para que ele tome ao longo da vida para evitar deficiências nutritivas.




Johnson & Johnson MedTech,


Referências:
Cirurgia bariátrica cresce 84,78% entre 2011 e 2018 (Link). Visitado em 06/12/2022
Gastric bypass versus best medical treatment for diabetic kidney disease: 5 years follow up of a single-centre open label randomised controlled trial (Link). Visitado em 15/12/2022

 

Entenda o que é enxaqueca com aura

Conhecida como “sinal de alerta”, a aura antecede a dor de cabeça através de distúrbios visuais, sensoriais e motores


Atualmente, a enxaqueca é uma das doenças mais incapacitantes do mundo, que tem como alguns dos principais sintomas a dor latejante de intensidade moderada ou grave em um dos lados da cabeça e as náuseas, com crises que podem durar de 4 a 72 horas¹. Ainda, cerca 25 a 30% das pessoas acometidas pela doença, são impactadas pelo fenômeno da aura². Mas afinal, o que isso significa?

Geralmente descrita como “sinal de alerta”, a aura é um conjunto de distúrbios neurológicos que antecedem a fase da dor de cabeça, com duração média de 20 a 60 minutos². As manifestações mais comuns são: 

Alterações visuais²: Manchas, flashes, ziguezagues e pontos cegos aparecem no campo visual. Em alguns casos, pode até mesmo ocorrer a perda da visão por curtos períodos de tempo. 

Alterações sensoriais²: Sensação de formigamento, fraqueza muscular ou dormência, acometendo geralmente um único lado do corpo ou rosto, espalhando-se gradualmente. 

Problemas de fala ou linguagem²: Dificuldade em falar com clareza e/ou entender certas palavras.

Há também episódios conhecidos como “enxaqueca silenciosa”, quando a aura aparece juntamente com demais sintomas, mas sem que a típica dor de cabeça se desenvolva³.

No caso de um ou mais sintomas, é importante consultar um médico para garantir um diagnóstico preciso. Normalmente, o tratamento para a enxaqueca com aura segue as mesmas regras da doença isolada, visando aliviar as dores4.

Para ambos os casos, Doril Enxaqueca é um medicamento analgésico e anti-inflamatório, que pode ajudar no alívio destes sintomas5

 


Hypera Pharma



Referências consultadas

1. World Health Organization. Headache disorders. Disponível em: <https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/headache-disorders>. Acesso em: dezembro, 2022.

2. American Migraine Foundation. Understanding Migraine with Aura. Disponível em: <https://americanmigrainefoundation.org/resource-library/understanding-migraine-aura/>. Acesso em: dezembro, 2022.

3. NHS. Migraine. Disponível em: <https://www.nhs.uk/conditions/migraine/>. Acesso em: dezembro, 2022.

4. Mayo Clinic. Migraine with aura. Disponível em: <https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/migraine-with-aura/diagnosis-treatment/drc-20352077>. Acesso em: dezembro, 2022.

5. Bula do Produto Doril Enxaqueca.

 

Sem causa definida, Lúpus atinge mulheres nove vezes mais do que homens

 Doença, caracterizada por dores nas articulações e erupções vermelhas no rosto, não tem cura, mas pode ser controlada por meio de tratamentos corretos.

 

No Brasil, aproximadamente 65 mil pessoas sofrem com o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES ou apenas lúpus), uma doença inflamatória crônica que pode apresentar sintomas como dores nas articulações, fadiga, erupções e manchas vermelhas no rosto. 

Mesmo não possuindo uma causa definida, o Lúpus, da mesma forma que outras doenças autoimunes, pode estar relacionado a fatores hormonais, infecciosos, ambientais (exposição excessiva a raios ultravioleta, por exemplo) e genéticos. 

Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a doença afeta uma a cada 1.700 mulheres brasileiras, número nove vezes maior em comparação aos homens. 

“O Lúpus é uma doença predominante na mulher, especialmente naquelas que estão em idade fértil, pois o estrogênio é um dos fatores associado ao desenvolvimento da doença. Ela também pode acometer mulheres na menopausa ou antes da menarca, assim como pode acometer homens, de forma menos comum”, explica a Dra. Jaqueline Barros Lopes, reumatologista do Hospital Santa Catarina - Paulista. 

“Ele pode afetar todos os órgãos, podendo atingir o sistema hematológico, o pulmão, o coração, membranas que envolvem o intestino e os rins. Em casos muito graves, a doença pode levar à morte. Mas também existem pacientes que tem um acometimento leve e com pouca manifestação”, afirma a médica. 

Para identificação da doença, o médico com dados da história clínica e do exame físico, solicitará alguns exames laboratoriais como o FAN (fator ou anticorpo antinuclear), que, em níveis elevados, associado a outros achados característicos, possibilita o diagnóstico. Além do FAN, outros anticorpos podem ser realizados como anti-Sm e anti-DNA, específicos para a doença. 

“Após o diagnóstico, algumas recomendações, como manter a carteirinha de vacinação sempre atualizada, praticar exercícios e ter uma alimentação balanceada são indicadas. É importante evitar a exposição solar por tempos prolongados, assim como evitar a ingestão de alimentos que elevam o colesterol”, completa a especialista. 

Sem cura, o tratamento possibilita controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente, reduzindo as crises e evitando sequelas. Para tanto, são administrados remédios que combatem a autoimunidade, os chamados imunossupressores, sempre levando em conta o perfil de cada paciente. “Um dos medicamentos utilizados são os corticoides, fundamentais no início do tratamento, porém cada vez mais procuramos usar doses menores pelo menor tempo possível. Com o advento dos imunobiológicos, novas terapêuticas têm se mostrado eficazes”, conta Dra. Jaqueline.

 

Também sem causa definida, a fibromialgia é prevalente em mulheres 

Além do Lúpus, outras doenças reumatológicas afetam os brasileiros, como a fibromialgia, artrite reumatoide, artrite psoriasica e espondilite anquilosante. Muitas delas também podem ser tratadas por meio de infusões com imunobiológicos, com ocorrência variável de acordo com a posologia de cada medicamento. 

Prevalente entre as mulheres, a fibromialgia é outra doença reumatológica que, se não diagnosticada corretamente, pode até mesmo incapacitar o paciente em casos mais graves. 

Assim como o Lúpus, a fibromialgia afeta mais o público feminino, sendo 90% dos casos prevalentes em mulheres na fase produtiva. Caracterizada por uma dor crônica que atinge especialmente as articulações e tendões, a fibromialgia não tem causa definida e, em casos extremos, pode ser incapacitante. 

No Brasil, cerca de 3% da população possui fibromialgia, indicam os dados da Sociedade Brasileira de Estudos para a Dor. No entanto, devido à dificuldade do diagnóstico, muitos desses casos não são identificados e acabam resultando em uma abordagem terapêutica incorreta. 

“O problema é que o diagnóstico de fibromialgia é feito incorretamente. Hoje, diferentes problemas são erroneamente diagnosticados como fibromialgia. O problema que acomete o paciente não é investigado de forma adequada, nem encaminhado para os especialistas. Todo o caso de fibromialgia tem que ser investigado por um reumatologista, pois a maioria das doenças reumatológicas mimetizam um quadro de fibromialgia”, esclarece a Dra. Jaqueline. 

Além das dores, a fibromialgia tem como sintomas a fadiga, falta de disposição e energia, ansiedade, depressão e alterações do sono. A enfermidade, que também está ligada a questões hormonais (pessoas com maior estresse e níveis de serotonina mais baixos tendem a possuir a doença), é tratada com relaxantes musculares, atividade física, ansiolíticos, e, em casos de depressão, com antidepressivos. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 15 milhões de brasileiros sofrem com doenças reumáticas, como o Lúpus e a fibromialgia. Outras doenças, como a artrite reumatoide e a osteoartrite, também precisam de acompanhamento médico periódico.

 

Centro de Infusão
Avenida Paulista, ao lado da estação Brigadeiro do metrô, em um andar exclusivo


Câncer colorretal, com viés de alta de óbitos prematuros, é tema do Março Azul

O oncologista Ramon Andrade de Mello ressalta que o diagnóstico precoce amplia em até 95% as chances de cura da doença

 

Diagnosticado em celebridades como Preta Gil, Simony e Pelé, o câncer colorretal é o tema das campanhas de saúde do Março Azul. A doença também é conhecida como câncer de cólon e reto ou câncer do intestino grosso, e ocupa a segunda posição de maior incidência na população brasileira, excetuando o câncer de pele não-melanoma. “O diagnóstico precoce é fundamental e amplia em até 95% as chances de cura”, explica o médico oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (Uninove), em São Paulo, e médico pesquisador honorário do Departamento de Oncologia da Universidade de Oxford, no Reino Unido. 

Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) mostram que o número de óbitos por câncer de intestino, entre pessoas de 30 a 69 anos, pode aumentar 10% até 2030. “A sociedade contemporânea trouxe novos hábitos, principalmente alimentares. As pessoas aumentaram o consumo de alimentos ultraprocessados. Além disso, a obesidade também contribui para o diagnóstico da doença”, alerta o oncologista. 

Ramon Andrade de Mello explica que o câncer colorretal se desenvolve a partir de pólipos -- lesões benignas no início e encontradas na parede do cólon -- que podem se transformar em um tumor cancerígeno. Até as últimas décadas, a enfermidade acometia principalmente pessoas acima de 50 anos de idade: “Como as pesquisas do Inca já mostraram, a idade de incidência dessa doença vem reduzindo e traz um alerta muito importante para os nossos hábitos alimentares”.

Os sintomas iniciais do câncer colorretal podem ser confundidos com outras doenças como verminoses, hemorroidas e gastrites. Pacientes que apresentem sintomas como diarreia, prisão de ventre, dor ou desconforto abdominal, perda de peso sem causas aparentes e sintomas de fraqueza e anemia precisam procurar um especialista para uma melhor avaliação. 

“O tratamento desse tumor depende da avalição do seu estágio e a cirurgia vai permitir a retirada de parte do tecido afetado. Em seguida, a radioterapia, associada ou não à quimioterapia, pode ser indicada para evitar a recidiva tumoral”, detalha Ramon Andrade de Mello.

  

Dr. Ramon de Mello - oncologista do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e do Centro de Diagnóstico da Unimed, em Bauru, SP.
ramondemello.com.br/


Infertilidade afeta igualmente homens e mulheres? Especialista esclarece

Depois de um ano de tentativas de gestação frustradas, casal é considerado infértil; quando isso ocorre, tanto o homem quanto a mulher precisam recorrer aos médicos

 

Ao contrário do que muita gente imagina, a infertilidade não é um problema que pode ser atribuído exclusivamente à mulher. Segundo a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), as causas da infertilidade podem ser igualmente femininas ou masculinas: cerca de 35% dos casos são relacionados à mulher, 35% são relacionados ao homem, 20% a ambos e 10% permanecem desconhecidos.  

Segundo Dra. Dorodina Correia, médica especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Reprodução Humana, membro da AMCR (Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil), depois de um ano de tentativas frustradas de gestação, um casal já pode ser considerado infértil. “Quando isso ocorre, tanto o homem quanto a mulher precisam recorrer aos médicos para investigar as causas. É importante reforçar que tanto o homem quanto a mulher devem ser avaliados por seus respectivos médicos - urologista e ginecologista” 

A médica lembra que a infertilidade é um assunto sempre permeado de muitos tabus, principalmente envolvendo confusões em torno de masculinidade e potência sexual. Ela ressalta que são temas absolutamente diferentes: um homem pode ter ambos, e ainda assim ser infértil. 

Segundo a Associação Brasileira de Urologia (SBU), existe uma lista de doenças e condições que podem causar a infertilidade do homem. Entre elas, estão condições anatômicas dos testículos, inflamações ou infecções, doenças sexualmente transmissíveis como gonorreia e HIV e história prévia de trauma testicular. 

Além disso, estudos iniciais apontam que o coronavírus também pode afetar o sistema urinário e reprodutivo masculino. Isso acontece porque a enzima receptora do vírus (ACE2), presente nos pulmões e rins, também está presente em grande quantidade nos testículos. “Porém, a SBRA lembra que, por ser uma doença nova, seus efeitos e a duração deles ainda estão sendo estudados”, ressalta Dra. Dorodina. 

A médica prossegue também dizendo que alterações hormonais, diabetes e cirurgias no aparelho urinário também podem obstruir os canais e afetar o transporte dos espermatozoides até o sêmen. Outra causa são medicamentos contra o câncer, que podem ter como efeito colateral a menor produção de espermatozoides. “Estima-se que ela volte ao normal passados cinco anos de tratamentos como quimioterapia, radioterapia e cirurgias”. 

Outras medicações também diminuem a fertilidade, entre elas, alguns antibióticos, anti-hipertensivos e antidepressivos. Em muitos casos, os efeitos negativos destas substâncias são reversíveis com a suspensão do uso. 

Por parte da mulher, a fertilidade natural tende a decrescer com o tempo, iniciando a queda por volta dos 35 anos. Além da idade, as causas mais comuns da infertilidade feminina são endometriose, infecção pélvica, síndrome dos ovários policísticos, bem como estilo de vida. 

“É muito importante que o casal converse abertamente e busque ajuda médica para solucionar a infertilidade, uma vez que esse é um tema muito desgastante na vida conjugal. Com apoio especializado, as chances de um casal engravidar aumentam significativamente”, conclui Dra. Dorodina.



AMCR -Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil
amcrbrasil.org/#!/quem

 

4 tecnologias para o diagnóstico e tratamento de doenças raras


Doenças raras geralmente são caracterizadas por serem crônicas e degenerativas, na maioria dos casos são graves e até incapacitantes. De acordo com dados da Orphanet (iniciativa que reúne e promove o conhecimento sobre doenças raras), atualmente existem cerca de sete mil doenças raras no mundo, sendo 300 milhões de pessoas portadoras de alguma delas, isto é, entre 3,5% e 5,9% da população. Desse total, 47,3% dos doentes se dizem insatisfeitos com os cuidados recebidos, além dos elevados custos econômicos e a discriminação sofrida devido a sua condição. 

Diante deste cenário, a tecnologia ajuda a enfrentar os desafios dessas doenças por meio do fornecimento de novas ferramentas para melhorar o seu diagnóstico e tratamento. Um exemplo disso são as plataformas genéticas de alto rendimento, que permitem descobrir novos genes e novas mutações, bem como diferentes fenótipos (conjunto de características observáveis de um organismo). O fato de a tecnologia poder garantir, ou pelo menos promover, o diagnóstico precoce é fundamental para retardar o aparecimento dos sintomas ou tratar a doença desde o início, tornando-se uma das chaves para reduzir a morbidade dessas enfermidades. Alguns dos avanços já conhecidos são: 

  • Escaneamentos 3D para diagnóstico: uma equipe de pesquisadores da Universidade do Colorado, da Universidade de Calgary e da Universidade da Califórnia, desenvolveu uma tecnologia inovadora que usa imagens faciais tridimensionais para acelerar o diagnóstico de doenças raras. A biblioteca com imagens 3D possuí 3.327 participantes de várias etnias e idades com 396 síndromes genéticas. Depois de inserir as imagens em um banco de dados, um algoritmo de aprendizado automatizado foi treinado para identificar pessoas com uma doença rara.
     
  • Tecnologia de mRNA: utilizada na vacina da Covid-19 pela Pfizer e Moderna, o RNA mensageiro é responsável por dizer às células qual proteína elas devem produzir para combater uma infecção. Essa tecnologia é usada há anos e é aplicável a várias doenças, como a Lyme, uma infecção transmitida por carrapato.
     
  • Tecnologia CRISPR: trata-se de uma ferramenta de edição de genes que pode ser utilizada no tratamento de doenças como o angioedema hereditário, ou seja, doença genética Graças a essa tecnologia foi desenvolvido um tratamento conhecido como NTLA-2002, que bloqueia a ação do gene responsável pela doença no fígado.
     
  • Plataformas de reconhecimento de sintomas: elas listam os sintomas da doença para ajudar a reconhecê-las. Um exemplo disso é o site SMA Early Signs, desenvolvido pela Novartis Gene Therapies, que procura apoiar aqueles que provavelmente têm SMA (em português, Atrofia Muscular Espinhal), uma doença genética causada pela ausência ou mutação do gene SMN1. Os pacientes diagnosticados com ela sofrem de uma perda de neurônios motores que podem afetar as funções vitais. A possibilidade de diagnóstico precoce graças a essas plataformas favorece a indicação de um tratamento que pode salvar vidas e até interromper o curso da doença em crianças. 

Estes são alguns exemplos do que somos capazes de fazer hoje com ferramentas digitais e tecnológicas. Embora ainda haja muito a fazer, elas estão apoiando milhares de profissionais de saúde e seus pacientes a terem cuidados que antes eram inimagináveis.
 


Lucas Najún - diretor do estúdio Life Science na Globant, empresa nativa digital focada em reinventar negócios por meio de soluções tecnológicas inovadoras.

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