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quarta-feira, 19 de maio de 2021

Estilo de vida do casal contribui na modulação gênica dos filhos

Estudo da Nature aponta que obesidade e diabetes tipo 2, tanto materna quanto paterna, são fatores de risco para o desenvolvimento de disfunção metabólica de seus bebês. Médica obstetra e nutróloga do Centro de Saúde da Mulher da Pro Matre explica importância de se cuidar desde antes da concepção e do período de gestação.

 

Os benefícios da prática regular de atividade física à saúde são bem conhecidos e tem ganho adeptos com o passar do tempo, mas ainda é possível observar que a obesidade e diabetes têm crescido nos últimos anos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que uma em cada 11 pessoas no mundo tem diabetes. Em 2014, a estatística apontava para 422 milhões de diabéticos, um salto em relação aos 108 milhões no ano de 1980. Somente no Brasil, entre 2006 e 2016, segundo o Ministério da Saúde (MS), houve um aumento de 60% no diagnóstico da doença.

Ainda segundo a OMS, o sedentarismo assim como tabagismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, má alimentação e poluição do ar são fatores de risco que aumentam a incidência das doenças crônicas. Um estudo publicado na revista Nature Metabolism mostrou que a obesidade e diabetes tipo 2 tanto materna quanto paterna são fatores de risco para o desenvolvimento de disfunção metabólica dos filhos, mesmo quando estes seguem um estilo de vida saudável. Os resultados da pesquisa apontam que a prática de atividade física pelos pais contribui no combate ao desenvolvimento da disfunção metabólica em filhos adultos, ao agir na prevenção de obesidade e diabetes tipo 2 que podem ameaçar a saúde de gerações futuras.

Com base neste cenário, o período gestacional oferece uma excelente oportunidade de promover comportamentos que tragam benefícios a curto e longo prazo para mães e filhos. Para a Dra. Carla Delascio, ginecologista e obstetra especializada em nutrologia do Centro de Saúde da Mulher da Pro Matre, "sempre salientamos aos nossos pacientes que o momento mais oportuno de agir em prol da saúde do ser humano é dentro da barriga da mãe. E o estudo reforça a importância do estilo de vida do casal na modulação gênica dos filhos".

Segundo a médica, que preza muito a prevenção de doenças, o casal que se alimenta de forma consciente, pratica atividade física, dorme bem, tem um bom controle de fatores estressores, bem como baixa exposição à disruptores endócrinos, parece ter a capacidade de conquistar sinalizações hormonais mais favoráveis, ao aprimorar o padrão de metilação do DNA e poder agir na epigenética, melhorando o perfil da prole - chamada de programação metabólica fetal.

"Ao trabalhar questões físicas, aliando o cuidado com a saúde mental, emocional e social, e focar no estilo de vida do casal e incluir pequenas mudanças na rotina da paciente, como alimentação adequada e prática de atividade física, com suporte de equipe multidisciplinar e serviços direcionados como os que são oferecidos no Centro de Saúde da Mulher da Pro Matre, já são alguns dos passos iniciais para colher bons frutos no futuro", finaliza Dra. Carla. Para tanto, o Centro oferece suporte para atender a paciente em todos os pilares, como nutrição personalizada, academia com profissional especializado, assistência médica direcionada para cada caso, além de apoio psicológico quando necessário.

 


Hospital e Maternidade Pro Matre
http://www.promatresp.com.br/


Segunda dose da AstraZeneca deve ser aplicada após o fim da gestação e puerpério

Mulheres que receberam primeira dose do imunizante da AstraZeneca devem aguardar fim da gravidez e do puerpério para a segunda dose 

 

O Ministério da Saúde recomenda que as gestantes e puérperas - incluindo as sem fatores de risco adicionais - que tomaram a primeira dose da vacina Covid-19 da AstraZeneca/Oxford/Fiocruz aguardem o fim da gestação e do período puerpério (até 45 dias pós-parto) para completar o esquema vacinal com o mesmo imunizante.

A orientação é do Programa Nacional de Imunizações (PNI), após a suspensão temporária do uso do imunizante para esse público, por recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Acesse a nota técnica aqui.

Até o dia 10 de maio, mais de 15 mil grávidas foram vacinadas com o imunizante da AstraZeneca no Brasil. O evento adverso grave foi registrado no Rio de Janeiro com possível relação com a vacina.

Gestantes e puérperas que já receberam a vacina da AstraZeneca/Oxford/Fiocruz devem procurar atendimento médico imediato se apresentarem, nos 4 a 28 dias seguintes a vacinação, algum desses sintomas: falta de ar; dor no peito; inchaço na perna; dor abdominal persistente; sintomas neurológicos, como dor de cabeça persistente e de forte intensidade, borrada, dificuldade na fala ou sonolência; ou pequenas manchas avermelhadas na pele além do local em que foi aplicada a vacina.


ORIENTAÇÕES

 O Ministério da Saúde destaca que o benefício das vacinas em gestantes e puérperas se mantém favorável, considerando que o risco de morte por Covid-19 no Brasil foi 20 vezes superior ao risco de ocorrência de tromboses, em 2021.

No momento, a recomendação da pasta é de que apenas gestantes e puérperas com comorbidades sejam vacinadas contra a Covid-19. Além disso, devem ser usadas somente a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, ou a vacina da Pfizer/BioNTech.

Mesmo que não tenham doenças pré-existentes, grávidas e puérperas que já tenham recebido a primeira dose da vacina do Butantan ou da Pfizer, devem completar o esquema com o mesmo imunizante, no intervalo recomendado de quatro e 12 semanas, respectivamente.

Já as gestantes e puérperas pertencentes a outros grupos prioritários (trabalhadoras da saúde ou de outros serviços essenciais, por exemplo), poderão ser vacinadas após avaliação individual de risco e benefício a ser realizada em conjunto com o seu médico.

 


Nathan Victor

Ministério da Saúde


Pacientes com apneia obstrutiva do sono podem estar entre os grupos de risco para pior evolução da Covid-19, aponta estudo

Possibilidade de doenças cardiovasculares preexistentes, associada à Apneia Obstrutiva do Sono (AOS), pode levar ao aumento da taxa de mortalidade, alertam especialistas do Hospital Paulista


Mesmo após um ano e meio do surgimento do Coronavírus, ainda são muitas as incertezas com relação à doença. Durante um curto período, novas variantes do vírus surgiram ao redor do mundo, assim como a definição de grupos de risco na população, que aumentaram a preocupação das pessoas e dos profissionais de saúde.

A Covid-19, que inicialmente tinha uma prevalência maior em idosos com idade superior a 60 anos, homens e pessoas com comorbidades, como obesidade e doenças cardiovasculares, agora pode representar um risco também aos pacientes que sofrem de Apneia Obstrutiva do Sono, segundo um estudo da Universidade de Warwick, no Reino Unido.

De acordo com os especialistas Braz Nicodemo Neto e Nilson André Maeda, ambos otorrinolaringologistas e médicos do sono do Hospital Paulista, a probabilidade se dá devido as características citadas na pesquisa serem comuns nos indivíduos que sofrem de apneia do sono.

Dr. Nilson afirma que a pesquisa preocupa, uma vez que a presença de doenças cardiovasculares preexistentes, associadas à apneia obstrutiva do sono, podem levar a uma crescente nas chances de internação em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) pela Covid-19.

O especialista também teme o possível aumento da mortalidade, que pode ser causado em decorrência das complicações do vírus.

A Apneia Obstrutiva do Sono é um distúrbio caracterizado pela obstrução intermitente da via aérea no nível da garganta, enquanto o indivíduo dorme. Ela costuma causar altos ruídos - popularmente chamado de ronco - e interrupções na respiração, que duram no mínimo 10 segundos, ocasionadas pelo bloqueio da passagem do ar.

"A diminuição de oxigênio causada pela apneia estimula de forma exagerada o sistema nervoso, elevando o ritmo de batimentos cardíacos e estimulando a contração dos vasos sanguíneos. A longo prazo, isso pode acarretar doenças nas artérias, infartos e até derrames cerebrais", alerta o Dr. Nicodemo.

Outro ponto que merece atenção em pacientes que sofrem desse distúrbio são as arritmias cardíacas noturnas, presentes em 40% dos pacientes com apneia do sono.



Riscos da AOS durante a pandemia

Apesar de ser considerado um distúrbio grave, a apneia do sono tende a ser negligenciada pela maioria das pessoas. A doença costuma ser confundida com um simples ronco, o que impede que as pessoas procurem um especialista para o diagnóstico.

Os especialistas do Hospital Paulista ainda alertam para a baixa atenção que a patologia tem recebido durante a pandemia, uma vez que pode representar riscos com desfechos negativos, caso esse tipo de paciente contraia a Covid-19.

Os médicos defendem a inclusão de pacientes diagnosticados com esse distúrbio do sono nos grupos de risco para o Coronavírus, para que estas pessoas saibam do perigo adicional que podem correr, encontrando maneiras de reduzir ainda mais sua exposição ao vírus.

Caso perceba algum dos sintomas da doença, é necessário buscar o auxílio de um especialista, que poderá indicar uma polissonografia - exame que estuda o sono - para um diagnóstico e tratamento adequado, caso haja a confirmação da doença.

"É importante que as pessoas que roncam demais, que possuem um sono fragmentado e não reparador, e que apresentam sonolência diurna, procurem avaliação. As pessoas que convivem com estes indivíduos, como cônjuges e demais familiares, também têm uma função importante de alertar a possível necessidade de médica", finaliza o Dr. Nilson.


Tratamento

A melhor forma de tratar a Apneia Obstrutiva do Sono é analisando a origem e a intensidade do distúrbio. Pessoas obesas têm uma predisposição maior à doença, porém, indivíduos magros, mulheres e crianças também podem ter apneia obstrutiva, ressaltando que a causa, geralmente, é multifatorial.

Os especialistas explicam que existe uma classificação de gravidade da doença. Dessa forma, cada paciente tem o tratamento indicado de maneira individualizada, de acordo com a sua necessidade, por isso a importância do acompanhamento médico especializado.

O tratamento pode ser desde controle de peso, exercícios com fonoaudiólogo e aparelhos intraorais, até o uso de ventiladores (CPAP), que facilita a respiração durante o sono, e a cirurgia da via aérea, sendo bastante comum a associação entre eles.


Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


Esmalte de unha é responsável pela maioria dos casos de alergia facial, aponta estudo

Tintas para cabelo, perfumes e fragâncias também estão no topo do ranking


Um estudo feito por pesquisadores brasileiros, publicado no final de 2020, apontou que os esmaltes usados para pintar as unhas são responsáveis por cerca de 30% dos casos de dermatite alérgica de contato. Em relação ao local da alergia, a região facial é a mais afetada em 26% dos casos, especialmente área das pálpebras.
 
Segundo a oftalmologista Dra. Tatiana Nahas, especialista em cirurgia plástica ocular e doenças das pálpebras, a pesquisa corrobora o que acontece na prática clínica.

“É muito comum receber pacientes, na maioria das vezes mulheres, com reações alérgicas importantes na região das pálpebras. Quase sempre, essa alergia é desencadeada por produtos cosméticos, em especial esmaltes, tinturas de cabelo e cremes para o rosto”.
 
Outro dado levantado pela pesquisa é que, em média, as mulheres usam 12 produtos cosméticos por dia, colocando cerca de 168 diferentes componentes químicos em contato com a pele. No ranking do estudo, logo após o esmalte de unha, os produtos que mais causam alergia são as tinturas para cabelo, perfumes e fragrâncias, shampoos e cremes para o corpo.


 
Investimento na face


O mercado de produtos de higiene pessoal e cosméticos é um dos que mais crescem no Brasil. Mesmo em um ano de pandemia, com queda de renda e perda de empregos, o setor cresceu 5,8% em 2020, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC).
 
Os produtos para a pele tiveram um crescimento ainda mais robusto: 21,8%. E se você acha que é muito, prepare-se: máscaras e tratamentos faciais cresceram 91% em 2020.
 
O fator de risco mais importante para desenvolver a dermatite de contato é justamente o aumento do uso de cosméticos. As mulheres, entre 20 e 55 anos, são as mais afetadas.


 
Sinais e sintomas


Dra. Tatiana explica que há duas formas da dermatite de contato: a irritativa e a alérgica. “A forma irritativa costuma ocorrer no primeiro contato com a substância. As lesões ficam restritas a área em que o produto foi aplicado, causando muita ardência, queimação ou coceira”.
 
Já a dermatite de contato alérgica, em geral, aparece após o uso frequente e prolongado de um produto. “Pode demorar anos para aparecer. Surgem erupções na pele, especialmente onde houve contato com a substância. Essas lesões podem inchar, ficar vermelhas, formar bolhas ou crostas e dar a sensação de rubor (calor)”, explica a especialista.


 
Procure seu médico


A principal recomendação ao perceber que houve uma reação alérgica é lavar com água, de forma abundante. Caso não melhore, o ideal é procurar o médico.
 
“Quando a pessoa identifica qual foi o produto, fica mais fácil evitar recorrência do problema. Isso para os casos das dermatites irritantes. Entretanto, as dermatites alérgicas podem demandar uma investigação mais apurada para descobrir qual ou quais produtos têm causado a alergia”.


 
De olho na validade


A oftalmologista alerta: é preciso controlar a data de validade dos produtos. “Em geral, as mulheres não se preocupam muito com o vencimento das maquiagens. E produtos fora do prazo de duração têm um potencial maior para causar alergias. Isso vale para qualquer cosmético”, reforça Dra. Tatiana.  


 
Alergia ocular


A reação alérgica pode afetar tanto a pele das pálpebras quanto o globo ocular. Nesses casos, a atitude é a mesma: lavar com água de forma abundante e procurar o oftalmologista, se não houver melhora. Não use nenhum tipo de colírio ou outra substância.
 
Por fim, a médica faz um alerta: “Nos últimos anos, o uso dos óleos essenciais se tornou mais frequente no Brasil. Entretanto, esses produtos são bastante concentrados. Assim, deve-se evitar o uso desses óleos na região facial, especialmente em volta e nas pálpebras”, finaliza Dra. Tatiana.


19 de maio: Dia Nacional de Combate à Cefaleia

Crises frequentes de dor de cabeça podem ser enxaqueca. Mas não o único alerta para essa doença que mais gera incapacidade em adultos abaixo dos 50 anos no mundo

 

A enxaqueca é uma doença que atinge cerca de 15% da população brasileira, sendo a condição que mais gera incapacidade2-3 no mundo em adultos abaixo dos 50 anos, com maior incidência nas mulheres1 do que em homens. Muitas vezes, é associada a episódios frequentes de forte dor de cabeça, mas não se resume a isso: é possível sofrer de enxaqueca mesmo sem manifestação de cefaleia.

Essa alta incidência nos brasileiros, associada ao grande desconhecimento da população e à pouca carga horária dedicada ao tema na formação de profissionais da saúde que atendem aos pacientes afetados pela doença (são apenas cerca de 4 horas de estudo, em média, em toda a vivência acadêmica), acaba por gerar um baixo índice de sucesso no combate à doença.

Estudos indicam que a enxaqueca seja um fenômeno neurológico condicionado por um cérebro hiperativo que processa os estímulos sensoriais de forma distorcida e desordenada, causando o desconforto da cefaleia, náusea, vômito, falta de concentração, sensibilidade à luz e outros sintomas.4

"Com a conscientização da população e da comunidade médica, poderemos combater efetivamente a enxaqueca, desmitificando percepções equivocadas e dando a devida relevância ao problema. É preocupante saber que essa doença incapacite milhões de pessoas e muitas delas não consigam sequer acesso a um diagnóstico correto, fundamental para que possam se tratar" explica o dr. Marcio Nattan, neurologista do Grupo de Cefaleias do Hospital das Clínicas da USP São Paulo.

O neurologista recomenda que todos pratiquem um movimento empático com as pessoas que sofrem com enxaqueca e encorajem aquelas com sintomas recorrentes a se consultarem com um especialista. "Enxaqueca é coisa séria e juntos podemos combatê-la. Seja sensível à dor do paciente e não a menospreze, lembrando que fatores como controlar luminosidade e barulho podem ajudar nos momentos de crise", finaliza ele.

 

 

Referências

• Queiroz LP, Peres MF, Piovesan EJ, Kowacs F, Ciciarelli MC, Souza JA, Zukerman E. A nationwide population-based study of migraine in Brazil. Cephalalgia. 2009 Jun;29(6):642-9. doi: 10.1111/j.1468-2982.2008.01782.x

• GBD 2016 Headache Collaborators. Global, regional, and national burden of migraine and tension-type headache, 1990-2016: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2016.

• Lancet Neurol. 2018 Nov;17(11):954-976. doi: 10.1016/S1474-4422(18)30322-3

• Physiol Rev 97: 553-622, 2017

 

Diagnósticos de câncer de pele melanoma caem mais de 20% no último ano, aponta estudo

Maio é o Mês Internacional de Combate ao Melanoma: saiba identificar as pintas e manchas que podem indicar esse câncer de pele agressivo

 

Desde o início do isolamento social imposto pela pandemia de COVID-19, muitos planos foram adiados, inclusive visitas ao médico. Essa realidade tem afetado diversos diagnósticos, como os de câncer de pele melanoma, conforme revela uma pesquisa internacional realizada recentemente.

O levantamento, conduzido pela “Global Coalition for Melanoma Patient Advocacy”, contou com a participação de mais de 700 dermatologistas, de 36 países e apontou que, aproximadamente, um quinto dos melanomas (21%) podem não ter sido diagnosticados em 2020, com um terço das consultas (33,6%) perdidas, por causa da pandemia[i]. Em comparação com as taxas de incidência de melanoma mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), a pesquisa sugere que mais de 60.000 melanomas não foram diagnosticados em todo o mundo no ano passado[ii].

Diante desse cenário preocupante, e durante maio, Mês Internacional de Combate ao Melanoma, é fundamental reforçar quais são os principais cuidados e sinais de atenção que devemos ter com a doença – o mais raro (cerca de 5%) dentre os cânceres de pele, porém o mais agressivo, devido ao alto risco de propagação para outros órgãos (metástase).

“Justamente por conta da gravidade do melanoma, os dados da pesquisa são muito alarmantes. Precisamos conscientizar a população de que a doença pode acometer a todos e que o diagnóstico precoce é essencial para obter os melhores resultados nos tratamentos”, afirma Dra. Andreia Melo, oncologista e Chefe da Divisão de Pesquisa Clínica e Desenvolvimento Tecnológico do INCA.

“Frente a essa realidade de diagnósticos em fase avançada, é importante dizer que, apesar de ser uma doença agressiva, há muitas opções terapêuticas disponíveis, como cirurgia, terapia-alvo, quimioterapia, imunoterapia e radioterapia”, comenta a médica.

Hoje, os estudos sobre a linha terapêutica mais adequada para cada perfil de paciente estão muito avançados, o que permitiu identificar que existem tipos de melanoma, por exemplo, o que apresenta alguma mutação genética (como o gene BRAF) e o que não apresenta. Nos casos em que há mutação no gene BRAF - cerca de 50% dos pacientes[iii] -, a terapia-alvo é uma modalidade de tratamento muito indicada.[iv]-[v]

Por exemplo, quando o tumor ainda não se espalhou para outro órgão, o paciente é elegível ao tratamento adjuvante com terapia-alvo, que apresenta taxa de sucesso em mais de metade dos casos, evitando que se espalhe (metástases)[vi] e proporcionando potencial de cura para uma parcela significativa dos pacientes.[vii]

A terapia adjuvante é indicada como tratamento adicional, realizada após um tratamento primário (geralmente cirúrgico), a fim de reduzir o risco de retorno do melanoma[viii], já que 1 em cada 3 pacientes com melanoma apresentam recidiva[ix].

“A terapia-alvo é administrada via oral, então permite que o paciente realize o tratamento em casa, diferentemente das outras opções disponíveis, o que é um excelente benefício para o momento de isolamento social que estamos vivendo”, pontua Dra. Andreia.

 

MÊS DO MELANOMA E DIAGNÓSTICO PRECOCE

No Brasil, são estimados 8.450 novos casos de melanoma por ano[x] e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 55 mil pessoas morrem por causa da doença todos os anos, o que representa seis mortes por hora.[xi] Por conta disso, durante todo o mês de maio, especialistas e associações de pacientes se mobilizam para combater o câncer melanoma com campanhas de conscientização sobre a doença e como realizar o autoexame para obter o diagnóstico precoce.

“A regra ABCDE é fácil de ser memorizada e contribui muito com o diagnóstico precoce da doença. As letras significam: Assimetria, Borda, Cor, Diâmetro e Evolução e devem conduzir a observação de manchas e pintas com essas características”, aponta a Dra. Andreia.

Em mais detalhes:

  • Assimetria: uma metade da pinta ou mancha é diferente da outra parte.
  • Borda: as bordas são irregulares, entalhadas ou dentadas.
  • Cor: muitas vezes apresentam cor desigual. Tons de preto, marrom e canela ou áreas brancas, cinza, vermelha ou azul podem estar presentes.
  • Diâmetro: o diâmetro é maior que 5 milímetros.
  • Evolução: uma pinta ou mancha vem mudando de tamanho, forma, cor, aparência ou coçando ou sangrando.

“Vale dizer que, na maior parte das vezes, essas alterações não são causadas por câncer, mas é importante que sirvam como um sinal de alerta e que sejam examinadas por um médico o quanto antes”, finaliza a médica.

 

Novartis

https://www.novartis.com

 


Referências:

[i] The Global Coalition for Melanoma Patient Advocacy. Survey estimates one fifth of melanomas undiagnosed during Covid-19 pandemic [Press release]. Available at: https://www.prweb.com/releases/survey_estimates_one_fifth_of_melanomas_undiagnosed_during_covid_19_pandemic/prweb17684136.htm.

[ii] The Global Coalition for Melanoma Patient Advocacy. Survey estimates one fifth of melanomas undiagnosed during Covid-19 pandemic [Press release]. Available at: https://www.prweb.com/releases/survey_estimates_one_fifth_of_melanomas_undiagnosed_during_covid_19_pandemic/prweb17684136.htm.

[iii] Melanoma Skin Cancer. American Cancer Society. Available at: http://www.cancer.org/acs/groups/cid/documents/webcontent/003120-pdf.pdf.

[iv] American Cancer Society. Melanoma skin cancer treatment. Disponível em: http://www.cancer.org/cancer/skincancer-melanoma/detailedguide/melanoma-skin-cancer-treating-general-info

[v] NIH- National Cancer Institute. Treatment Option Overview. Disponível em: https://www.cancer.gov/types/skin/patient/melanoma-treatment-pdq#section/_135

[vi] Adjuvant Therapy. Melanoma Research Alliance. Available at: https://www.curemelanoma.org/patienteng/

melanoma-treatment/adjuvant-therapy/.

[vii] Paul D. Nathan, et al. Five-year analysis of dabrafenib plus trametinib (D+T) in patients with BRAF V600–mutant unresectable or metastatic melanoma confirms long-term benefit. Resumo #9507. Reunião Anual da American Society of Clinical Oncology de 2019, de 31 de maio a 4 de junho, Chicago, IL.

[viii] Adjuvant Therapy. Melanoma Research Alliance. Available at: https://www.curemelanoma.org/patienteng/

melanoma-treatment/adjuvant-therapy/.

[ix] F. Metastatic Behavior in Melanoma: Timing, Pattern, Survival, and Influencing Factors. J Oncol. 2012; 2012: 647684.

[x] INCA – Instituto Nacional de Câncer: Câncer de pele melanoma. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pele-melanoma.

[xi] Organização Mundial da Saúde (OMS). Globocan 2012: Estimated Cancer Incidence, Mortality and Prevalence Worldwide in 2012. Disponível em: http://globocan.iarc.fr/Pages/fact_sheets_population.aspx



GESTANTES, LACTANTES E PUÉPERAS: AGORA A RECOMENDAÇÃO É SE VACINAR CONTRA A COVID19, MAS HÁ CONDIÇÕES.

Dra. Elis Nogueira traz informações atualizadas sobre a vacinação destas mulheres

 

 

Recentemente foi publicada uma nova portaria do Ministério da Saúde com a recomendação de que mulheres grávidas, lactantes e puérperas que tenham doença prévia que se enquadre na lista de “comorbidades”, recebam a vacina contra a Covid-19 neste momento. Como este é um assunto muito discutido e que levanta uma série de dúvidas, a Dra. Elis Nogueira, ginecologista e obstetra, selecionou os principais pontos sobre a vacinação de gestantes, lactantes e puérperas com base nesta portaria e na cartilha publicada pela SOGESP (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo).

A nova recomendação é válida para todas as mulheres grávidas, lactantes e puérperas (que deram à luz nos últimos 60 dias) que possuam comorbidades. Entre as doenças listadas estão: diabetes, hipertensão arterial crônica, obesidade, doença cardiovascular, asma brônquica, imunossuprimidas, transplantadas, doenças renais crônicas e doenças autoimunes. Para estes casos é necessário que a mulher leve ao posto de vacinação um atestado médico quanto à comorbidade, com a recomendação médica de que ela deve tomar a vacina.

Outra situação prevista é a vacinação das gestantes ou puérperas que não possuem comorbidades, mas que façam parte dos grupos prioritários previstos no calendário de vacinação dos estados e municípios, como por exemplo, profissionais da saúde, professoras, membro das Forças Armadas, etc. Nestes casos é necessário que a mulher consulte o calendário de vacinação dos grupos prioritários de sua cidade. Se ela se enquadrar em um dos grupos prioritários, ela deve apresentar no posto de vacinação uma recomendação da sua médica ou médico de que ela deve tomar a vacina.

Convém ressaltar que seja qual for a decisão da mulher quanto ao melhor momento de se vacinar, ela deve se basear nos esclarecimentos e considerações de sua médica ou médico sobre os riscos e benefícios para o seu caso específico, lembrando que as grávidas vacinadas devem sempre observar que, após cada dose da vacina, há um período necessário para o corpo criar a defesa contra o vírus, e que mesmo após este período devem manter as medidas de proteção contra a Covid, como o uso de máscaras, a higiene das mãos, e o distanciamento social.

Por fim, apesar de não haver testes conclusivos sobre o uso das vacinas neste grupo de mulheres, neste momento, como regra geral, está recomendada a vacinação de grávidas, lactantes e puérperas com as vacinas atualmente em uso no Brasil (Coronavac e de Oxford), e há a firme recomendação de que a amamentação seja mantida após a vacinação.

Como já mencionado, é recomendado a cada mulher que converse com sua médica ou médico para entender os benefícios e eventuais riscos no seu caso específico, para que ela possa tomar uma decisão de forma esclarecida e consciente, e esteja bem orientada.

 


Dra Elis Nogueira - CRM: 98344 - É membro da SOGESP (Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo), APM (Associação Paulista de Medicina) e FEBRASGO (Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia). Faz parte do corpo clínico dos hospitais Albert Einstein, São Luís Itaim, Sírio Libanês , Santa Catarina, São Luís Morumbi, Oswaldo Cruz, ProMatre, Santa Joana entre outros.


Conheça os benefícios de tratamentos com células-tronco

O material biológico inibe a progressão de doenças genéticas e reduz suas chances de se proliferar


O uso de células-tronco para o tratamento de diversas patologias vem sendo estudado há mais de 20 anos e se mostra um grande avanço da medicina, podendo combater alguns males genéticos considerados sem cura. Sua aplicação pode ser a chave para manter uma vida longa e saudável.

Segundo Dr. Nelson Tatsui, Diretor-Técnico do Grupo Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP, doenças neurológicas, sanguíneas, ortopédicas e cardiológicas podem ser combatidas com a utilização deste material biológico. Ele explica que as células-tronco são classificadas entre dois grupos principais: as mesenquimais e as hematopoiéticas. "As do primeiro tipo são capazes de contribuir para a regeneração de alguns tecidos do corpo humano, como o muscular, cardíaco e ósseo. Já as do segundo tipo estão presentes no sangue e conseguem se transformar em hemácias, glóbulos vermelhos e glóbulos brancos", afirma.

O especialista destaca que esse material biológico tem uma capacidade inesgotável de autorrenovação. "Elas se diferenciam de qualquer outro tipo de célula por sua habilidade de se regenerar nas mais diversas funções, em qualquer parte do corpo, por meio da divisão celular", comenta. Além disso, as células-tronco devem ser conservadas em um laboratório especializado, em tanques com nitrogênio líquido à - 196 °C. "Mesmo após longos períodos de inatividade, elas não perdem sua capacidade de renovação", menciona.

Assim, patologias como diabetes tipo I, lesão medular e da córnea, acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio e doenças neurológicas, como Parkinson e Alzheimer avançam no tratamento do material biológico, onde pesquisas apontam grande controle das manifestações clínicas. "As células tronco proporcionam diferentes tipos de terapia ao longo da vida, inibindo a progressão das doenças e reduzindo suas chances de proliferação", ressalta.

De acordo com o Dr. Nelson, o material biológico pode ser recolhido ao longo da vida e as formas mais comuns acontecem através do armazenamento do tecido e do sangue do cordão umbilical, da polpa do dente de leite e a coleta da medula óssea. "As células-tronco são 100% compatíveis ao seu doador e tem 25% de chance de também ser aproveitada por parentes diretos. Armazenar o material na infância garante tratamentos futuros e descarta a necessidade da busca por um doador compatível para um transplante", finaliza.

 

 

Criogênesis

http://www.criogenesis.com.br

 

Gestantes na Pandemia: 5 sinais de alerta para Depressão Pós-Parto

Durante a pandemia houve um aumento dos casos de Depressão Pós-Parto. Psiquiatra esclarece os principais sintomas

 

A pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou que mais de uma em cada quatro brasileiras apresenta sintomas de depressão pós-parto entre 6 e 18 meses após o nascimento do bebê. A psiquiatra Vanusa Vaz, especialista na Clínica Holiste, alerta que apesar da romantização da maternidade, a gestação é um período de muitas dúvidas e preocupações - ainda mais durante a pandemia - e, por isso, é preciso estar atento a alguns sintomas que indicam a hora de buscar ajuda.

“Ser responsável por uma nova vida gera muitas dúvidas e expectativas. Junta-se a isso todas as alterações hormonais, acompanhadas dos tão famosos enjoos, tonturas, sono excessivo, lombalgia e oscilações do humor, trazendo com eles a realidade que gestar pode não ser esse conto de fadas que muitos propagam. E quando falamos sobre engravidar em meio a pandemia, todas essas dificuldades ainda podem se tornar secundárias porque ser gestante é considerado fator de risco para quadros graves da COVID -19 e exige cuidados adicionais”, comenta a psiquiatra.

Nesse cenário complexo e, muitas vezes, solitário - uma vez que pelas restrições de isolamento social, muitas mães e pais de primeira viagem passam pelos primeiros meses sem a rede de apoio formada por amigos e familiares -, os riscos de gatilhos emocionais aumentam e, quando persistentes, indicam um quadro de Depressão Pós-Parto.


Aumento da Depressão Pós-Parto na Pandemia

De acordo com o estudo da Universidade de Calgary, no Canadá, os sintomas – que costumam afetar entre 10 e 25% das gestantes – superaram os 35% durante a pandemia. A psiquiatra Vanusa Vaz aponta que, após o parto, acontecem novas mudanças hormonais, somadas a privação de sono, à sobrecarga de funções e à amamentação, junto aos medos e incertezas já inerentes a este momento, trazem consigo os riscos para possíveis desequilíbrios emocionais.

A profissional explica que os primeiros 15 dias são os mais difíceis e podem desencadear situações de choro e frustração na maioria das mulheres, este período é conhecido como “baby blues”. “Entre 40-80% das genitoras podem apresentar choro fácil, irritabilidade e instabilidade emocional, ansiedade, sentimento de culpa e frustração por não se sentir feliz. Quando esses sintomas se estendem por mais de 4 semanas - segundo o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders V - ou até mesmo 1 ano, levanta-se a possibilidade da Depressão Pós-Parto”.


5 sinais de alerta para a Depressão Pós-Parto

Vanusa ensina que é provável que a própria mãe não perceba essas mudanças no comportamento, ou tenha resistência em pedir ajuda - sobretudo porque existe uma tendência a anular as próprias dores e focar apenas no bebê, uma atitude que não é benéfica nem para a mãe e nem para o bebê.  Assim, muitas vezes é necessário que os familiares e acompanhantes mais próximos fiquem atentos aos seguintes sinais de alerta:

  1. Preocupações exageradas com o bebê e com sua própria competência materna;
  2. Medo de ficar sozinha com o bebê ou de machucá-lo;
  3. Pensamentos obsessivos;
  4. Mudanças do humor;
  5. Ter um histórico de Depressão no passado.

“Caso esses fatores estejam presentes por mais de 15 dias, é importante que essa mãe seja encaminhada para atendimento especializado com psicólogo e psiquiatra para avaliação, acompanhamento em psicoterapia e, se necessário, tratamento medicamentoso”, finaliza. A Depressão Pós-Parto tem cura e tratamentos adequados para o período de puerpério e amamentação, o essencial é buscar ajuda.

 

 

Holiste 

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Médica fala sobre alcoolismo e explica qual é a quantidade de álcool diária considerada aceitável

Ainda há muitas dúvidas entre a população sobre o que é o consumo excessivo; segundo a OMS, 3,3 milhões de pessoas morrem todos os anos pelas consequências do álcool no mundo

 

Embora o consumo de álcool seja algo romantizado em nossa sociedade, sendo, inclusive, associado à juventude, bem-estar, vida social agradável e sucesso pessoal, esta substância é uma droga que, se consumida em excesso, pode provocar inúmeros problemas de saúde física e psicológica. “Quando há exagero, em vez de trazer felicidade como sugerido pelas campanhas publicitárias, o álcool pode destruir famílias e vidas profissionais”, afirma Dra. Lívia Salomé, médica especialista em Medicina do Estilo de Vida pela Universidade de Harvard e vice-presidente da Regional Minas Gerais do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida.

Conforme ela explica, o alcoolismo é uma doença crônica capaz de levar o paciente a outras complicações orgânicas, como a cirrose e a hepatite. “Trata-se de uma condição em que o indivíduo faz uso constante, abusivo e descontrolado desse tipo de bebida. Aos poucos, o organismo perde a sensibilidade ao álcool e o paciente aumenta cada vez mais a quantidade ingerida, o que faz com que seu vício seja progressivo”, esclarece a médica.

O álcool é um depressor do sistema nervoso central, ou seja, uma substância que diminui a atividade do cérebro, alterando a ação de neurotransmissores, como o ácido gama-aminobutírico - GABA - e a serotonina. À medida em que a pessoa ingere a bebida, o organismo reage de uma determinada forma, seguindo alguns estágios.

“Quando a concentração de álcool no sangue é baixa (entre 0,01 e 0,12 gramas/100 mililitros), o indivíduo tende a ficar desinibido, relaxado e eufórico. Se esta quantidade aumenta, outras reações aparecem, como lentidão dos reflexos, problemas de atenção, perda de memória, alterações na capacidade de raciocínio e falta de equilíbrio”, detalha Dra. Livia. Em níveis muito altos (a partir de 0,40 gramas/100 mililitros), ela alerta para a intoxicação severa e parada cardiorrespiratória, com possibilidade de sequelas neurológicas e até mesmo morte.

Para se ter uma ideia da gravidade do alcoolismo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, 3,3 milhões de pessoas morrem todos os anos pelas consequências do álcool no mundo – sendo por doenças ou por acidentes de diversos tipos.

Dra. Lívia lembra ainda que há muitas dúvidas entre a população sobre o que é o consumo excessivo. Para ela, um etilista moderado é a pessoa que bebe álcool, mas o faz de forma esporádica ou em pequena quantidade: cerca de um ou dois drinks por dia, por no máximo 5 dias não consecutivos da semana.

“Já o etilista pesado é aquele que bebe álcool em quantidades sabidamente prejudiciais ao organismo. Por exemplo, quem consome mais de sete doses por semana para mulheres ou mais de 14 drinks por semana para homens”, diz ela.

Há outros parâmetros para definir quando se está abusando do álcool. Por exemplo, quem bebe pelo menos uma vez por semana mais de três doses em um único dia, no caso das mulheres, ou mais de quatro doses em um único dia, no caso dos homens. É o caso de prestar atenção também quando a pessoa possui um episódio de embriaguez por semana, ou que consomem mais de 20 dias seguidos de bebidas alcoólicas em qualquer quantidade.

Traduzindo para a linguagem popular, considera-se uma dose a medida de qualquer bebida que contenha cerca de 14 gramas de álcool - isto equivale a uma taça de vinho (150 ml com teor alcoólico de 12%), uma lata de cerveja (350 ml com teor alcoólico de 5%) ou 45 ml de uísque (uma dose com teor alcoólico de 40%).

“O consumo excessivo de bebidas alcoólicas expõe o indivíduo a um elevado risco de desenvolver problemas de saúde além do alcoolismo. Entre eles, estão o câncer e disfunções de órgãos importantes, tais como fígado, coração ou cérebro”, alerta a especialista em Medicina do Estilo de Vida.

Para tratar o alcoolismo, é preciso escolher as terapias conforme o nível de gravidade do quadro. Nessa perspectiva, é preciso contar com uma equipe multidisciplinar de saúde composta por médicos clínicos, psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais e outros. “O objetivo é que todos fortaleçam e auxiliem o paciente na recuperação da estabilidade mental para vencer a doença". A Dra. Lívia explica também que medicamentos podem ser complementares às demais terapias para apoiar na desintoxicação do organismo. “Por isso, é fundamental obter o diagnóstico correto para a avaliação da necessidade ou não de remédios”, conclui a especialista.

 


Dra. Lívia Salomé - Graduada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem especialização em Clínica Médica e certificação em Medicina do Estilo de Vida pelo American College of Lifestyle Medicine. Atualmente, é vice-presidente da Regional Minas Gerais do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida (CBMEV).


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