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terça-feira, 1 de setembro de 2020

Campanha de Prevenção do Câncer de Intestino alerta para atitudes que podem prevenir esse tipo de tumor

Sociedade Brasileira de Coloproctologia promove ações de esclarecimento


O câncer intestinal (que compreende o cólon e reto) é o segundo tipo de câncer mais frequente no nosso país, seguindo o da próstata nos homens e o da mama entre as mulheres. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2020 serão contabilizados no Brasil 40.990 novos casos (sendo 20.520 em homens e 20.470 em mulheres), um aumento de mais de 12% em relação ao índice anterior. Em todo o mundo, a incidência da doença vem crescendo entre os adultos jovens. Com a pandemia da Covid-19, quando muitas pessoas deixaram de fazer exames preventivos e interromperam processos de diagnóstico, esse índice tende a aumentar, já que a demora na descoberta pode agravar a doença e dificultar o tratamento e a cura .

Para alertar a população sobre os hábitos que podem prevenir o câncer de intestino e a importância do diagnóstico precoce, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) promove a Campanha de Prevenção do Câncer de Intestino. Devido ao isolamento social, este ano as ações serão concentradas nas redes sociais (Facebook: http://www.facebook.com/portalcoloprocto e Instagram: http://www.instagram.com/portaldacoloproctologia) e no Portal da Coloproctologia (http://www.portaldacoloproctologia.com.br) .


Estimativas preocupantes

Estudo conduzido por pesquisadores da University College London (http://www.bmj.com/content/369/bmj.m1735) e que está em fase de revisão (em breve será publicado no The British Medical Journal) corrobora que os índices de câncer em geral tendem a piorar pelo fato de muitas pessoas terem postergado exames e tratamentos por receio do contágio em unidades de saúde. Os pesquisadores britânicos analisaram dados semanais de oito hospitais (o correspondente a 3,8 milhões de pacientes) e chegaram à conclusão que houve redução de 76% nos encaminhamentos urgentes de pessoas com suspeita de câncer e queda de 60% nos agendamentos de quimioterapia em comparação ao período anterior à pandemia. A estimativa é que cerca de 30 mil pacientes com câncer recém-diagnosticado antes da pandemia morrerão em até um ano na Inglaterra.

Presidente da SBCP, Dr. Sidney Nadal alerta que o câncer de intestino é passível de prevenção e que a pandemia pode ter atrasado o início de tratamento em muitos casos e postergado o diagnóstico, o que pode agravar a doença. "A campanha vem para lembrar as pessoas que os exames preventivos não podem ser postergados. Converse com seu médico, mesmo que seja por uma consulta on-line. Com seu histórico ele poderá orientá-lo sobre a melhor conduta a tomar", destaca.


Pólipos

O câncer colorretal é um tipo de tumor que pode ser prevenido. "Cerca de 90% dos casos de câncer colorretal têm origem a partir de um pólipo, que é uma alteração causada pelo crescimento anormal da mucosa do intestino grosso. Inicialmente são pequenos e benignos, mas podem crescer e se transformarem em malignos", alerta Dr. Nadal.

O presidente da SBCP acrescenta que os pólipos podem ser identificados e removidos por meio da colonoscopia, exame de imagem realizado com um aparelho flexível introduzido no ânus até o intestino com o paciente anestesiado. A recomendação é que a primeira colonoscopia seja realizada aos 50 anos. Se houver histórico de tumor intestinal na família, o rastreamento deve ser iniciado antes, de acordo com recomendação do coloproctologista.

O exame de sangue oculto nas fezes é outra opção mais acessível à população e que pode detectar a presença de sangue não visível a olho nu. Caso seja encontrado sangue na amostra de fezes, o especialista pode recomendar a realização da colonoscopia.


Prevenção

Para prevenir o câncer colorretal alguns hábitos são recomendados:

- Praticar exercícios físicos regularmente;

- Manter o peso sob controle;

- Não fumar;

- Não consumir bebidas alcoólicas em excesso;

- Ter uma alimentação rica em verduras, frutas, legumes, farelos e cereais integrais;

- Beber cerca de 2 litros de água por dia;

- Evitar o consumo em excesso de carne vermelha e alimentos processados e embutidos como salsicha, linguiça, salame, presunto etc.


Sintomas

Sangue nas fezes é o principal sinal de alerta para o câncer colorretal, mas outros sintomas podem ocorrer, como alterações dos hábitos intestinais (diarreia ou prisão de ventre persistente), cólica, dor na região anal, fraqueza, anemia e emagrecimento. Ao notar qualquer um desses sintomas, a recomendação é buscar um coloproctologista para diagnóstico e tratamento adequado.

Além de ser esclarecida sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer colorretal, a população deve saber que os tratamentos estão cada vez mais modernos e efetivos. Quando os tumores são pequenos, podem ser retirados por colonoscopia ou por resseções locais. Já os maiores e em estados avançados contam com opções cirúrgicas diferenciadas, como a laparoscopia, robótica ou as cirurgias abertas, disponíveis no SUS. Há ainda outras opções auxiliares de tratamento, como a radioterapia e a quimioterapia.


HIV

Consulta pública sobre transmissão vertical termina no dia 8 de setembro


Contribuição para atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas está disponível para consulta pública no Portal da Conitec


A atualização do Protocolo

Clínico e Diretrizes Terapêuticas de Prevenção da Transmissão Vertical do HIV, Sífilis e Hepatites Virais está disponível para consulta pública no Portal da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). 

Elaborada pelo Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, do Ministério da Saúde (DCCI), a Consulta Pública Nº 42 trata do cuidado da gestante, da criança exposta e da (s) parceria(s) sexual (is) que vivam e/ou convivam com esses agravos.

 As recomendações contidas nesse Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas balizam as condutas dos profissionais de saúde, dos gestores que organizam a rede de serviços com o objetivo de eliminar a transmissão vertical do HIV e diminuir as transmissões verticais de sífilis e hepatites.

O formulário está disponível para participação até 8 de setembro em http://conitec.gov.br/consultas-publicas

 


Ministério da Saúde


Setembro Amarelo: entenda a relação entre o consumo excessivo de açúcar e a depressão

Pessoas com dieta rica em peixes, grãos, legumes e frutas têm chances até 35% menores de desenvolver a doença

 

Cada vez mais em destaque diante do aumento de casos nos tempos de pandemia, a depressão volta à cena neste mês por causa do Setembro Amarelo. Com várias iniciativas, a campanha serve para a conscientização dos perigos que envolvem a doença e dá dicas sobre como evitá-los. Um dos inimigos na batalha pela saúde mental é a ingestão frequente e exagerada de açúcar. 

Bruna Pavão, consultora nutricional da marca Cuida Bem, explica que já existem estudos que relacionam o excesso de doces a uma maior incidência da depressão. “De acordo com algumas pesquisas, o alto consumo, por um período prolongado, pode aumentar em até 23% as chances de desenvolver transtornos de humor.” Ela também pontua que o açúcar em grandes quantidades tem potencial de provocar estímulos cerebrais da mesma forma que algumas drogas, como cocaína e heroína. “Ou seja, pode viciar em igual medida, ou mais.”


Resposta inflamatória

Para entender melhor o papel dos doces para quadros de transtornos de humor, é preciso compreender a relação que guardam com o organismo dos indivíduos. O primeiro ponto destacado por Bruna para essa associação é que os carboidratos (classificação em que entra o açúcar) podem levar ao aumento de substâncias pró-inflamatórias responsáveis pela liberação de neurotransmissores como o cortisol e a noradrenalina. Em desequilíbrio, os dois são capazes de impactar negativamente o estado de ânimo.


Doce e prazer: relação com os dias contados?

Apesar de os doces serem comumente relacionados a sensações de prazer, o que geralmente ocorre quando eles são consumidos em doses exageradas é o aumento da taxa de açúcar na corrente sanguínea. Em resposta, o pâncreas produz mais insulina, hormônio que carrega o açúcar para o interior das células e quando fica acima do nível considerado normal, provoca alterações no organismo e também no humor.

“O hábito de se alimentar bem e corretamente, por meio de uma dieta rica em fibras e com o consumo adequado de alimentos com baixo, médio ou alto índice glicêmico, diminui o risco de depressão e de sofrer com mudanças no humor em cerca de 25 a 35%. Por isso, deve-se evitar um cardápio com excesso de farinhas processadas e açúcar, que atrapalham a digestão e a flora intestinal”, orienta a consultora nutricional.

O intestino tem uma função fundamental na hora de consumir os alimentos em favor do humor. Bruna explica que “banana, chocolate amargo, peixes e produtos lácteos são boas fontes de triptofano, um aminoácido que não é produzido pelo corpo humano e que eleva a concentração de serotonina, produzida em sua maior parte pelas células desse órgão. O açúcar em si não tem necessariamente relação com o prazer”.

Ainda assim, ninguém discorda que uma fatia de pudim é muito bem-vinda de vez em quando. E tudo bem, segundo a especialista, mas a ingestão diária deve ser limitada a uma porção pequena. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a ingestão máxima de 50g de açúcar por dia, enfatizando que o ideal é não ultrapassar os 25g. “Prefira doces do tipo zero – a linha Cuida Bem tem Cocada, Tablete de Amendoim, Paçoca com Sementes e até Pé de Moleque sem adição de açúcar. Além das barras de nuts, que ajudam na saciedade. Substituir as sobremesas por alimentos naturalmente doces, como as frutas, é outra dica.”

O que é contraindicado mesmo é o hábito de ingerir bebidas açucaradas, tais como refrigerantes e sucos industrializados. De acordo com Bruna, “estudos observacionais apontam que o consumo prolongado delas diminui o volume total do cérebro, afeta a memória, pode causar alterações de humor e levar a um maior risco de derrame e demências de forma geral”.


Alerta!

Bruna ainda ressalta que a depressão é uma doença psiquiátrica, que precisa ser diagnóstica e é multifatorial. “Ela vem acompanhada de alterações de humor como tristeza profunda, sentimentos de dor sem causa específica, baixa autoestima e culpa; também pode estar associada a distúrbios do sono e alimentares. É importante buscar ajuda e aproveitar correntes como as provocadas pelo Setembro Amarelo para discutir o tema abertamente.” Depressão é um estado de saúde sério e precisa ser avaliado com atenção e urgência.




Santa Helena

www.santahelena.com

 

ANVISA aprova posologia para descontinuação de tratamento de leucemia mieloide crônica em pacientes que atingem remissão da doença

 

Nova posologia no tratamento com nilotinibe permite que alguns pacientes com leucemia mieloide crônica (LMC) descontinuem uso da medicação após resposta sustentada

 


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou nova posologia que permite que alguns pacientes com leucemia mieloide crônica (LMC) parem de tomar medicação, conforme avaliação e monitoramento médico. A possibilidade de descontinuação é considerada pelos especialistas como um marco importante no cenário de tratamento de LMC no Brasil, uma vez que poderá trazer benefícios de longo prazo aos pacientes e ao sistema de saúde brasileiro.

Hoje, com o uso de terapias-alvo, mais da metade dos pacientes com LMC consegue conquistar remissão completa da doença, ou seja, quando não são encontrados traços da patologia nos exames de rotina. Em três anos, 1 a cada 2 pacientes que descontinuaram o tratamento - o que especialistas chamam de Remissão Livre de Tratamento (em inglês, Treatment-Free Remission/TFR) - mantiveram resposta e não precisaram retornar com a medicação[i].

A chegada desta abordagem clínica representa um avanço muito significativo para os pacientes com LMC, que, a partir de agora, terão a possibilidade de conviver com a doença de outra maneira. “A descontinuação do tratamento ou, como costumamos chamar, o TFR, possibilita a diminuição dos eventos adversos (ou seja, efeitos colaterais devido à medicação), redução do custo de tratamento, possibilidade de engravidar e mudança na percepção de doença, já que não haverá mais necessidade de tomar remédio diariamente”, afirma André Abrahão, Diretor Médico da Novartis Oncologia.

Os pacientes são considerados elegíveis para a descontinuação do tratamento (TFR) quando: têm LMC na fase crônica, são tratados por, pelo menos, 36 meses com nilotinibe e apresentam resposta molecular profunda sustentada (RM 4,5 – células leucêmicas indetectáveis) mantida durante um período mínimo de 12 meses imediatamente anterior a descontinuação do tratamento.[ii] Os estudos clínicos ENESTfreedom[iii] e ENESTop[iv], mostraram que mais da metade dos pacientes (52%) mantiveram a remissão 144 semanas após suspenderem o tratamento com nilotinibe, o que comprova a eficácia do medicamento e a possibilidade de descontinuação. A recaída pode ocorrer durante a remissão livre de tratamento e, portanto, os pacientes elegíveis à descontinuação devem ser monitorados.

LMC é um tipo de câncer raro não hereditário que se desenvolve na medula óssea e, na maior parte dos casos, ocorre em adultos na faixa etária dos 50 anos. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que sejam diagnosticados aproximadamente 10.810 novos casos de leucemia[v] e, de acordo com a American Cancer Society, cerca de 15% dos novos casos da doença são de leucemia mieloide crônica (LMC).

 

Evolução no tratamento de leucemia mieloide crônica (LMC):

Há apenas 20 anos, havia poucas opções de tratamento para pacientes com a doença. Os medicamentos disponíveis na época apresentavam alta toxicidade e baixa eficácia.[vi] Hoje já existem algumas opções de tratamento para pacientes com LMC e o médico deve definir a melhor estratégia, de acordo com o perfil do paciente, seja com inibidores da tirosina quinase – também conhecidos como terapia-alvo –, transplante de medula óssea, imunomodulador, quimioterapia ou radioterapia[vii]. Atualmente o TFR só é possível quando o paciente é tratado com alguma terapia-alvo.

 

Economia para o sistema de saúde

Existe uma discussão sobre a possibilidade de incluir o TFR no Sistema Único de Saúde (SUS). Um levantamento[viii] concluiu que a disponibilização desse tratamento pode gerar economia para o SUS de forma a financiar o teste de PCR para todos os pacientes com LMC. Trata-se de um teste supersensível que mede a quantidade do gene causador da LMC (BCR-ABL) no sangue do paciente.

De acordo com o estudo[ix], os custos poderiam ser reduzidos em R$ 7,2 milhões no segundo ano, atingindo uma economia de R$ 11,4 milhões no quinto ano. O total acumulado em 5 anos seria superior a R$ 38 milhões. Nesse período, os custos estimados para testes de monitoramento PCR para todos os pacientes com LMC no SUS - considerando uma média de dois testes anuais por paciente - seria de aproximadamente 22,5 milhões.

Em 2019, os pacientes com LMC conquistaram uma vitória em relação ao monitoramento da doença, pois o Ministério da Saúde estabeleceu um código de reembolso específico para que o exame PCR[x] seja realizado a cada três meses no começo do tratamento e a cada seis meses, quando o paciente está mantendo uma boa resposta. A realização constante desse exame é imprescindível para que os pacientes elegíveis possam realizar o TFR em segurança, ao acompanhar o seu caso durante a descontinuação da medicação.

 

 

 

[i] Hochhaus, A. et al. Treatment-free remission following frontline nilotinib in patients with chronic myeloid leukemia in chronic phase: results from the ENEST freedom study. Leukemia. Advance online publication. doi# 10.1038/leu.2017.63.

[ii] Abdo et al., BLOOD, v.132, suppl.1, 2018. Disponível em: https://ashpublications.org/blood/article/132/Supplement%201/4760/262464/Impact-of-Treatment-Free-Remission-TFR-with. Acesso em agosto de 2020.

[iii] Hochhaus, A. et al. Treatment-free remission following frontline nilotinib in patients with chronic myeloid leukemia in chronic phase: results from the ENEST freedom study. Leukemia. Advance online publication. doi# 10.1038/leu.2017.63.

[iv] Hughes, T.P. et al. Treatment-free remission (TFR) in patients (pts) with chronic.

[v] INCA – Tipos de câncer: leucemia. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/leucemia. Acesso em julho de 2020.

[vi] ABRALE. Leucemia Mieloide Crônica: hoje e amanhã. Disponível em: https://www.abrale.org.br/revista-online/leucemia-mieloide-cronica-ontem-hoje-e-amanha/. Acesso em julho de 2020.

[vii] AxiaBio. BCR-ABL no Monitoramento da Leucemia Mieloide Crônica.

[viii] Abdo et al., BLOOD, v.132, suppl.1, 2018. Impact of Treatment Free Remission (TFR) with Nilotinib in 2 Line for Chronic Myeloid Leukemia on Savings That May Fund All BCR-ABL Tests in the Brazilian Public Healthcare System during and after Nilotinib Treatment. Disponível em: https://ashpublications.org/blood/article/132/Supplement%201/4760/262464/Impact-of-Treatment-Free-Remission-TFR-with. Acesso em agosto de 2020.

[ix] Abdo et al., BLOOD, v.132, suppl.1, 2018. Disponível em: https://ashpublications.org/blood/article/132/Supplement%201/4760/262464/Impact-of-Treatment-Free-Remission-TFR-with. Acesso em agosto de 2020.

[x] ABRALE - Incorporação do exame PCR ao SUS: uma vitória dos pacientes. Disponível em: https://abrale.org.br/abrale-noticias/461-incorporacao-do-exame-pcr-ao-sus-uma-vitoria-dos-pacientes. Acesso em agosto de 2020



Estudo aponta que 81% da população acreditam na eficácia imunológica da vacina contra a Covid-19

 Levantamento da HSR Health mostra que oito em cada dez brasileiros aceitariam pagar entre R$ 50 e R$ 99 pela vacina. Um terço da população buscaria clínicas particulares para ter acesso imediato à imunização


Segundo dados apurados pelo estudo Expectativas da Vacina contra a Covid-19, da HSR Health, empresa da holding HSR Specialist Researchers, 81% da população acreditam na eficácia imunológica da vacina contra o vírus. Além disso, 80% dos brasileiros aceitariampagar preços entre R$ 50 e R$ 99 pela aplicação de uma vacina contra a Covid-19, independentemente se acessará via SUS ou por clínicas privadas

De acordo com o estudo, que procura entender o comportamento do brasileiro sobre o acesso à vacina, 67% dos entrevistados disseram que esperariam o cronograma de prioridades do SUS para as campanhas de imunização. Já 33% buscariam imediatamente o acesso no setor privado. Após a disponibilidade, a população acredita que acessará a vacina em 71 dias em média na rede pública e em 31 dias em clínicas particulares, sem aguardar a programação do Sistema Único de Saúde (SUS).

Com maior morosidade para acesso à imunização na rede pública, há uma percepção de incerteza na capacidade de realizar a vacinação em massa, pois somente 38% entendem que o SUS está preparado, enquanto 64% acreditam que as clínicas particulares estão mais bem aparelhadas para isso. Os brasileiros do Sul são os que confiam mais na rede pública de sua região, visto que 43% entendem que as unidades locais são mais qualificadas. Esse índice é menor no Centro-Oeste, 30%, enquanto no Sudeste e no Norte/Nordeste chega a 38%.

"Por questão de hábito, o acesso à vacina por meio do SUS seria predominante, com procura por parte de dois terços dos brasileiros. Contudo, a população não rejeita completamente o pagamento pela imunização. Nesse sentido, o levantamento mostra que 80% da população aceitaria pagar entre R$ 50 e R$ 99 pela vacina. Embora hoje não haja dados que demonstrem comparativamente o percentual de outras campanhas de vacinação entre SUS e clínicas particulares, creio que quem pague não chegue a 33%, conforme observamos nos dados coletados", sinaliza Bruno Mattos, diretor da HSR Health e responsável pelo estudo.

Metodologia - Para realizar a pesquisa Expectativas da Vacina contra a Covid-19, a HSR Health entrevistou, no final de julho, por meio de painel online, 1.509 pessoas homens e mulheres de todos estados brasileiros, de 18 a 65 anos, das classes A, B, C e D.

 



HSR Specialist Researchers


Setembro Roxo relaciona rotina de pessoas com fibrose cística com realidade imposta pela covid-19

 


Com o tema “A gente te entende”, campanha deste ano mostra que os cuidados contra o coronavírus já são velhos conhecidos de quem convive com a fibrose cística


Setembro é o mês que representa e lembra a importância de tornar pública uma doença rara e que aos poucos vem sendo conhecida no Brasil. A fibrose cística, também chamada de doença do beijo salgado ou mucoviscidose, é genética, ainda não tem cura e atinge uma a cada 10 mil nascidos vivos no País.

Neste ano, em função da pandemia, a campanha Setembro Roxo traz o mote “A gente te entende”, e relaciona os recentes cuidados obrigatórios para a prevenção contra a covid-19 com os costumes de quem tem a fibrose cística. “Muita gente vai se identificar com o tema deste ano. O uso de álcool em gel, máscaras e o isolamento social são há muito tempo, grandes aliados das pessoas com a fibrose cística. São cuidados que tomamos desde que recebemos nosso diagnóstico, e que agora, com a pandemia, se tornaram comuns a toda a população”, explica Verônica Stasiak Bednarczuk, diagnosticada com fibrose cística aos 23 anos e diretora geral e fundadora do Unidos pela Vida - Instituto Brasileiro de Atenção à Fibrose Cística, organização social que realiza a campanha em parceria com associações, voluntários e apoiadores de todo o Brasil. 

O mês de setembro foi escolhido para lembrar a fibrose cística pois 05 de setembro marca a passagem do Dia Nacional de Conscientização e Divulgação da doença e o dia 08 de setembro é o Dia Mundial da Fibrose Cística. Foi nessa data que, em 1989, foi publicada na Revista Science a descoberta do gene causador da doença, o CFTR.

Por se tratar de uma doença genética, a fibrose cística não é contagiosa, a pessoa já nasce com ela, e pode ser detectada logo no nascimento, com o teste do pezinho. A conscientização é fundamental para garantir o diagnóstico precoce e, com isso, o tratamento adequado ao longo da vida do paciente, diminuindo os seus efeitos sobre o organismo.


Ações online

Devido à pandemia, as ações para conscientização quanto à doença serão realizadas online em todo o País. Espaços públicos e pontos turísticos, como o Senado Federal e a Câmara dos Deputados, em Brasília (DF); a Arena da Baixada e o Jardim Botânico, em Curitiba (PR); e a Arena Fonte Nova, em Salvador (BA) estarão iluminados entre os dias 05 e 10 de setembro, em referência à campanha (outras localidades devem ser confirmadas em breve).

De 01 a 26 de setembro, acontece a Corrida e Caminhada Virtual da Fibrose Cística, que tem o objetivo de incentivar a prática de atividades físicas em toda a comunidade. Pessoas de todo o Brasil poderão participar, as inscrições são gratuitas e estão abertas pelo link www.unidospelavida.org.br/corrida2020.

Além de campanha em vídeo, spot para rádio e outdoor, durante todo o mês, as redes sociais do Instituto Unidos pela Vida trarão histórias inspiradoras sobre como, mesmo em situações de restrições como as que todos vivem neste momento, é possível aprender e evoluir.

Haverá ainda a série online "Setembro Roxo Ao Vivo", com: Conversa com a Vero (Verônica Stasiak Bednarczuk, diretora geral do Unidos pela Vida); Papo de Fibra com Rafaeli Dallabrida e Daniele Soares Neves, que vão falar sobre a vida do jovem com fibrose cística; lançamento do mini-documentário Dia de Olga, que mostra um dia na vida de uma criança com a doença e sua mãe; edição especial ao vivo do podcast Conversando sobre Fibrose Cística; e festa de celebração da campanha, com pocket show ao vivo de Marco Mattoli (vocalista da banda Clube do Balanço).

Para os profissionais da saúde, será publicada uma edição especial da Revista Visão Acadêmica, produzida em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), com 20 artigos inéditos de pesquisadores do Brasil.


O que é a Fibrose Cística?

É uma doença genética, cujas manifestações clínicas resultam da disfunção de uma proteína denominada condutor transmembranar de fibrose cística (CFTR). É recessiva - deve-se herdar um gene do pai e um da mãe, obrigatoriamente - e acomete homens e mulheres na mesma proporção. A secreção do organismo é mais espessa que o normal, dificultando sua eliminação.


Sintomas mais comuns

Pneumonia de repetição, tosse crônica, dificuldade para ganhar peso e estatura, diarreia, suor mais salgado que o normal, pólipos nasais, baqueteamento digital. Isso não significa que todas as pessoas terão os mesmos sintomas.


Diagnóstico

A triagem começa pelo teste do pezinho, logo que a criança nasce, entre o 3º e 7º dia de vida. Para confirmar ou descartar o diagnóstico, o teste do suor deve ser realizado. É importante ressaltar que o teste do suor pode ser feito em qualquer fase da vida, em crianças, adolescentes, jovens e adultos que apresentem sintomas. O diagnóstico também pode ser feito por meio de exames genéticos.


Tratamento

De modo geral, é composto por fisioterapia respiratória diária, que contempla exercícios para ajudar na expectoração e limpeza do pulmão, evitando assim infecções; atividade física para fortalecimento e aumento da capacidade respiratória; ingestão de medicamentos como enzimas pancreáticas para absorção de gorduras e nutrientes; antibióticos; polivitamínicos; inalação com mucolíticos, que também auxiliam na expectoração e limpeza do pulmão, entre outros. O tratamento deve ser acompanhado por profissional da saúde especializado.


Sobre o Unidos pela Vida: Instituto Brasileiro de Atenção à Fibrose Cística

O Instituto Unidos pela Vida foi fundado em 2011 pela psicóloga Verônica Stasiak Bednarczuk diagnosticada com fibrose cística aos 23 anos. Sua missão é fortalecer e desenvolver o ecossistema da doença por meio de ações que impactem na melhora da qualidade de vida dos pacientes, familiares e demais envolvidos.  Em 2019, pelo segundo ano consecutivo, foi eleito pelo Instituto Doar, da Rede Filantropia, e do O Mundo que Queremos, como a melhor ONG de Pequeno Porte do Brasil, dentre as 100 melhores do País, e como a melhor prática do Terceiro Setor do Paraná pelo Instituto GRPCOM, além de já ter recebido mais de 25 prêmios que destacam sua transparência e profissionalismo ao longo dos 9 anos de existência.

 

Câncer ginecológico é o terceiro grupo de tumores mais comum em mulheres


Inca estima mais de 16 mil novos casos de câncer do colo do útero no Brasil em 2020

 

O câncer ginecológico é o terceiro grupo de tumores malignos mais frequente na população feminina brasileira, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Para alertar as mulheres sobre a prevenção a essa doença, setembro foi escolhido como o Mês de Conscientização do Câncer Ginecológico. Os tumores que podem acometer o aparelho reprodutor feminino são os do colo do útero, ovário, endométrio, vagina e vulva. No entanto, o mais comum ainda é do colo do útero.

Causado geralmente pela infecção persistente dos tipos oncogênicos do Papilomavírus Humano (HPV), o câncer do colo do útero está associado ao contato físico pele a pele envolvendo uma área afetada pelo vírus durante a atividade sexual. “Sendo assim, o uso de preservativo é uma das principais formas de prevenir o contágio pelo HPV e, consequentemente, o surgimento do câncer”, ressalta o radio-oncologista Cássio Trindade.

De acordo com o Inca, a previsão é de que 16.590 mulheres sejam diagnosticadas com a doença no país este ano. Apesar do número considerável de novos pacientes, esse tipo de câncer é visto pelos especialistas como curável em boa parte dos casos. Porém, é necessário um diagnóstico precoce, que pode ser obtido através de um exame simples, o Papanicolau.

“Conhecido popularmente como exame preventivo, ele é capaz de identificar alterações em células do colo uterino relacionas à infecção crônica pelo vírus que, se não forem tratadas, podem evoluir para câncer. Por isso, o Papanicolau deve ser realizado periodicamente em todas as mulheres que estejam na faixa dos 25 a 64 anos e tenham ou já tiveram alguma atividade sexual”, explica Cássio.

O radio-oncologista também lembra que já existe à disposição da população brasileira a vacina contra os tipos oncogênicos do HPV. Mesmo podendo ser tomada após o início da vida sexual, o ideal é realizar a aplicação das doses antes da primeira relação. Por esse motivo, o Ministério da Saúde mantém como público-alvo de suas campanhas de imunização crianças e adolescentes. Atualmente, podem receber a vacina pelo Sistema Único de Saúde (SUS) meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos.

Cássio destaca que nem sempre a infecção pelo HPV é acompanhada de sintomas. Alguns tipos do vírus são capazes de causar verrugas genitais, mas a maioria das pessoas não apresenta nenhum sinal quando infectada. Isto reforça ainda mais a importância das estratégias de prevenção e detecção precoce da contaminação pelo HPV.

“Apesar dos avanços alcançados, o que se observa é um grande desconhecimento por parte da população em relação a esse vírus e ao seu potencial cancerígeno. Dessa forma, o desenvolvimento de campanhas como essa é essencial para ajudar a diminuir o triste número de mortes causadas pelo câncer no Brasil”, conclui Cássio.

Nomeação de médico-veterinário pelo Ministério da Saúde reforça conceito de Saúde Única

 Profissionais da Medicina Veterinária são essenciais para prevenção e controle de doenças


O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) vem a público manifestar o seu apoio a nomeação do médico-veterinário Laurício Monteiro Cruz, ao cargo de diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis, ligado à Secretaria Nacional de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

A formação em Medicina Veterinária contempla disciplinas sobre agentes zoonóticos, patologia, biossegurança, farmacologia, imunologia, epidemiologia, virologia, intensivismo, e saúde pública, o que permite que os médicos-veterinários sejam completos profissionais de saúde, aptos e habilitados a colaborar prontamente junto aos diferentes sistemas.

É importante destacar que o Departamento em questão é responsável por traçar a estratégia de controle e prevenção de doenças transmissíveis, o que por si só já justifica a nomeação de um médico-veterinário, tendo em vista que 60% das doenças infecciosas humanas e 75% das patologias emergentes têm origem animal, de acordo com a Organização Mundial de Saúde Animal.

Portanto, os profissionais médicos-veterinários exercem papel essencial para a manutenção da Saúde Única, conceito amplamente divulgado e defendido pela própria Organização Mundial de Saúde há décadas.

Publicado em agosto, relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) aponta recomendações para evitar o surgimento de novos surtos de doenças zoonóticas e menciona a Saúde Única, destacando a indissociabilidade entre saúde pública, veterinária e ambiental como o melhor método para prevenir e responder aos surtos e pandemias.

Além da responsabilidade de zelar pela saúde dos pets, os médicos-veterinários são agentes de saúde pública, atuando no controle de doenças que podem ser transmitidas para humanos, seja por meio do monitoramento de fauna, na vigilância em saúde, integrando equipes do Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2012, ou garantindo que a segurança alimentar, por meio do controle sanitário feito na produção, na defesa sanitária ou na inspeção.

Em tempos de Covid-19, médicos-veterinários também têm se destacado no trabalho e muitas vezes na liderança de equipes multidisciplinares que atuam nos laboratórios oficiais, biotérios; universidades e institutos de pesquisa com os testes de diagnóstico da doença; o desenvolvimento de tratamentos e vacinas humanas; os testes de novos modelos de testagem e respiradores, e o auxílio às vigilâncias epidemiológicas.

Como já dizia Louis Pasteur, “se a Medicina cura o homem, a Medicina Veterinária cura a humanidade”. Não tiremos o mérito, portanto, da indicação do Ministério da Saúde. Façamos votos de uma jornada de importante contribuição para com a saúde do País.



Sobre o CRMV-SP

O CRMV-SP tem como missão promover a Medicina Veterinária e a Zootecnia, por meio da orientação, normatização e fiscalização do exercício profissional em prol da saúde pública, animal e ambiental, zelando pela ética. É o órgão de fiscalização do exercício profissional dos médicos-veterinários e zootecnistas do estado de São Paulo, com mais de 39 mil profissionais ativos. Além disso, assessora os governos da União, estados e municípios nos assuntos relacionados com as profissões por ele representadas.


Setembro Vermelho, cardiopatia congênita é segunda causa de mortes em bebês no Brasil

Condição pode ser discreta ou grave e afeta 28.900 brasileiros por ano 


A mortalidade infantil ainda é um fantasma que assombra nosso país. As causas mais lembradas são desnutrição, desidratação e infecções, como pneumonia. No entanto, existe uma condição que também vitimiza crianças e que é pouco abordada: a cardiopatia congênita.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, 28.900 brasileiros nascem com algum tipo de má formação cardíaca de causa genética, hereditária, ambiental ou mista. Desses, 80% precisam de algum tipo de cirurgia.

"As más formações congênitas representam a segunda principal causa de morte de crianças menores de 1 ano no mundo e a terceira causa de óbito até os 30 dias de vida", alerta a Dra. Renata Isa Santoro, cardiologista pediátrica pela Sociedade Brasileira de Pediatria. A cardiopatia congênita é qualquer alteração na formação do coração e de seus vasos, que ocorre, geralmente, nas primeiras oito semanas de gestação, podendo se manifestar após o nascimento, na infância, na adolescência e até na vida adulta.

Dra. Renata conta que de cada 100 crianças que nascem no mundo, uma terá uma cardiopatia e precisará de ajuda nos primeiros dias de vida. O diagnóstico é fundamental para a indicação do melhor tratamento. "Há sintomas que são percebidos pelo pediatra no clínico durante o exame físico, como falta de ar, cansaço quando faz esforços, pele azulada, alteração nos batimentos cardíacos, desmaios, mudança na pressão arterial, dificuldade nas mamadas, entre outros", diz a médica.

Os exames pré-natal são essenciais para o diagnóstico precoce. O ultrassom morfológico permite avaliar todas as estruturas do feto e o ecocardiograma fetal avalia a saúde cardíaca da criança. O ecocardiograma deve ser feito entre 21 e 28 semanas de gestação e há mulheres com risco aumentado de ter um bebê com algum problema cardíaco: as diabéticas, as hipertensas, aquelas que têm lúpus ou infecções como rubéola e sífilis, as que fazem uso de medicamentos e drogas sem acompanhamento médico e as que têm histórico familiar da doença.

"O diagnóstico durante a gestação pode salvar muitas vidas, pois alguns coraçõezinhos precisam de intervenção médica e centros especializados logo após o nascimento", conclui a cardiologista pediátrica.

 

 

Dra. Renata Isa Santoro - • Médica pela faculdade de ciências médicas de Santos - UNILUS • Especialista em Pediatria pela AMB/SBP • Especialista na área de atuação em Cardiologia Pediátrica pela AMB/SBP/SBC • Especialista em Ecocardiografia fetal e pediátrica pela UNICAMP • Mestrado em Ciências pela UNICAMP • Atuou como Cardiologista Pediátrica, Ecocardiografista e na formação da residência médica em cardiologia pediátrica na UNICAMP de 2007 a 2018.


Fisioterapia pode reverter necessidade de cirurgia para túnel do carpo, diz estudo

Programa de educação do paciente, aliado a fisioterapia e uso de talas foi capaz de tirar pacientes da fila da espera para fazer a cirurgia

 


De acordo com um estudo publicado no Journal of Physiotherapy, um programa de orientação com exercícios de fisioterapia e de terapia ocupacional, juntamente com a educação do paciente sobre a doença e o uso noturno de uma tala, são intervenções que podem reverter a necessidade de cirurgia para tratamento da síndrome do túnel do carpo.
 
O estudo foi feito com pacientes que estavam na fila de espera para realizar a cirurgia, cujo principal objetivo é fazer a descompressão do nervo mediano.
 
Os pesquisadores dividiram os pacientes em dois grupos, sendo um deles o controle, que continuou na lista de espera sem cuidados adicionais. O grupo experimental recebeu educação sobre a doença, exercícios para fazer em casa orientados por um fisioterapeuta e um terapeuta ocupacional, além de uma órtese (tala) para uso noturno.
 
Após 24 semanas, esses cuidados reduziram em 21% a necessidade de cirurgia nesse grupo. Quando comparados, 80% dos pacientes do grupo controle evoluíram para a cirurgia. Já no grupo experimental, esse índice foi de 59%.


 
Mulheres sofrem mais


A síndrome do túnel do carpo é uma doença que resulta da compressão do nervo mediano no canal do carpo, estrutura que fica entre a mão e o antebraço.

“Algumas condições podem levar à compressão desse nervo, como gravidez, diabetes, doença renal, fraturas no punho ou doenças inflamatórias, como a artrite reumatoide”, explica a fisioterapeuta Walkíria Brunetti.
 
Pela minha vivência na prática clínica, levo em consideração também o fator mecânico. Quando a pessoa realiza movimentos repetitivos com o punho, num padrão incorreto, por exemplo, pode levar à compressão do nervo devido a um desequilíbrio muscular. O tratamento conservador, que envolve a fisioterapia, tem como principal objetivo colocar a mão numa posição funcional, sem sobrecarregar os músculos flexores”, fiz Walkíria.


 
Muita dor


A compressão do nervo leva aos sintomas como dor, queimação, formigamento e dormência na mão. Vale dizer que uma das principais características da síndrome do túnel do carpo é que a dor piora à noite.

“A explicação é que certas posições na hora de dormir podem comprimir o punho, como colocar a mão embaixo da cabeça ou do travesseiro, por exemplo”, diz Walkíria.
 
As mulheres são quatro vezes mais afetadas pela doença do que os homens. A prevalência da população em geral é de 4 a 5%, principalmente entre os 40 e 60 anos.

Sem tratamento, a síndrome do túnel do carpo pode ser limitante. “O paciente pode perder a sensibilidade na região do punho, assim como pode apresentar dificuldades para fazer movimentos simples, como pentear os cabelos, abrir uma porta, dirigir, abrir ou fechar uma torneira etc.”.  
 
 
Cirurgia ou Tratamento Conservador?


“Felizmente, a síndrome do túnel do carpo pode ser tratada clinicamente. O tratamento conservador é sempre a primeira opção, sendo que a fisioterapia é essencial para a melhora do quadro. Medicamentos para a inflamação e órteses (talas) também são recursos importantes no tratamento conservador”, ressalta Walkíria.
 
Porém, frequentemente, a intervenção cirúrgica pode ser necessária, sendo a cirurgia ortopédica mais comum em membros superiores. Segundo estudo, os custos anuais da cirurgia são estimados em mais de US $ 2 bilhões nos Estados Unidos
 
“Como não é considerada uma cirurgia de urgência, as pessoas que dependem do sistema público de saúde acabam na fila de espera. Em países como Estados Unidos e Austrália, por exemplo, o procedimento pode demorar mais de cinco meses. No Brasil, com o agravante da pandemia, a espera pode ser ainda maior”, comenta Walkíria.
 
A especialista diz que o estudo é importante, pois quem está na fila de espera continua com os sintomas, que podem se agravar.

“Felizmente, a pesquisa mostrou que mesmo em casa o paciente pode adotar cuidados para reduzir os sintomas. O estudo foi feito com recursos simples que podemos replicar aqui no Brasil, como a educação do paciente sobre a doença, exercícios caseiros orientados por um fisioterapeuta e uso de talas”, conclui Walkíria.  


Wakanda forever!

 


 Chadwick Boseman faleceu essa semana devido à um câncer de colon, terceira neoplasia mais frequente e quarta causa de morte por câncer em homens. Ele lutava contra a doença há 4 anos, quando descobriu já em estágio III.

Infelizmente, perdemos não só um ícone da cultura pop, mas também alguém que deixou sua marca na luta contra a desigualdade racial, ao interpretar o primeiro super-herói negro da Marvel. Impressiona ter partido tão jovem, apenas aos 43 anos, por uma neoplasia que acomete pessoas acima de 50 anos em mais de 90% dos casos. Vamos relembrar um pouco sobre essa doença.

As lesões precursoras de grande parte das neoplasias colorretais são os pólipos adenomatosos. O pólipo adenomatoso, do tipo viloso, é o mais propenso à malignização. Essa malignização acontece na maioria das vezes através de um processo chamado sequência adenoma-carcinoma, em que ocorre um acúmulo progressivo de alterações genéticas e epigenéticas que inativam genes supressores de tumores e ativam oncogenes. Os genes mais comumente envolvidos são o oncogene k-ras e os supressores de tumor APC e p53. Esse processo pode levar anos.

Câncer de cólon em pacientes jovens. A grande maioria dos CCR acima de 50 anos ocorrem de forma esporádica, mas sua ocorrência, principalmente em pacientes mais jovens, pode estar associada a síndromes genéticas, como a polipose adenomatosa familiar (PAF), síndrome de Lynch (câncer colorretal hereditário não polipose), síndrome de Peutz-Jeghers e Polipose de Cólon Múltipla. Existe ainda o Câncer Colorretal Familiar e outros fatores de risco que podem levar ao CCR mais precoce, como portadores de doença inflamatória intestinal e de endocardite por Streptococcus bovis. Infelizmente, os CCR em jovens, apesar de menos comuns, geralmente são mais agressivos e diagnosticados em estágios mais avançados.

Taxa de mortalidade global vem caindo, porém a incidência em pacientes mais jovens (< 50 anos) está aumentando. Recomendações de rastreio através de colonoscopia em pacientes acima de 50 anos com detecção e remoção precoce de pólipos colônicos e tratamentos mais eficazes provavelmente justificam a queda na taxa de mortalidade. Entretanto, a piora de hábitos de vida da população mais jovem, como aumento do consumo de carnes vermelhas e processadas, baixa ingestão de vegetais e frutas, sedentarismo, obesidade, etilismo e tabagismo, pode estar causando um aumento da incidência do CCR esporádico em jovens.

Estadiamento do câncer de cólon. Os principais exames utilizados no estadiamento são TC de tórax e abdome, CEA e colonoscopia. Podemos utilizar o estadiamento de Dukes ou o clássico TNM (T=extensão do tumor, N=acometimento linfonodal, M=metástase à distância). Vamos relembrar o estadiamento TNM do CCR bem resumidamente:

 

Estágio I: T1 ou T2, N0, M0

Estágio II: T3 ou T4, N0, M0

Estágio III: Qualquer T, N positivo, M0

Estágio IV: doença metastática (M1)

 

Segundo informações divulgadas pela família, Chadwick foi diagnosticado em 2016 já com estágio III, ou seja, com acometimento linfonodal, e acabou evoluindo nos anos seguintes para estágio IV, ou seja, doença metastática. Os locais de metástase mais comum no CCR são fígado, pulmões e peritôneo.

Tratamento do câncer de cólon. Dividimos em tratamento da doença localizada (até estágio III) e da doença metastática (estágio IV). Resumidamente, no caso de doença localizada, ele será composto por cirurgia (varia com o local da lesão) e quimioterapia neoadjuvante (antes da cirurgia) e/ou adjuvante (após a cirurgia) dependedo do estágio. No caso de doença metastática, deve-se avaliar a extensão da doença, porém pacientes com doenças metastáticas ainda podem ser tratados com intenção curativa, pois dependendo do local e volume da metástase, ela pode ser ressecável. Existem ainda como opções mais recentes as terapias biológicas e imunoterapia. Quando houver alto volume de doença, o tratamento de escolha é a quimioterapia sistêmica para aumentar o tempo de sobrevida. Para mais informações sobre o tratamento cirúrgico específico.

Aproveite esse momento para conscientizar seus pacientes e familiares sobre a importância do rastreamento do câncer de cólon.

Como fã dos filmes da Marvel, deixo aqui meus sentimentos pela morte precoce desse grande ator. Descanse em paz.

 

Rodrigo Junqueira - sócio-executivo do Jaleko, Head de Growth e Conteúdo, e médico pela Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ.

Miopia é debatida no Congresso Brasileiro de Oftalmologia


 Palestra revela como a progressão está sendo controlada no mundo.

 

A pandemia de coronavírus impediu Campinas de sediar o 64º Congresso Brasileiro de Oftalmologia (CBO 2020) planejado para acontecer na cidade este ano. Pela primeira vez o evento organizado pelo CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) vai ser virtual, invés de presencial. A abertura acontece na próxima sexta-feira (4) quando faz homenagem ao Instituto Penido Burnier que este ano completou 100 anos de atuação. Até segunda (7) o evento apresenta mais de 400 horas de atualização médica com apresentações simultâneas em 10 salas. Este ano o congresso conta com a participação recorde de 40 palestrantes internacionais, reúne 4,5 mil especialistas, vai apresentar os principais temas da Oftalmologia e ferramentas de inteligência artificial que permitam à especialidade enfrentar a pós pandemia

 

Painel sobre miopia

Como não poderia deixar de ser, o CBO 2020 conta com um painel sobre miopia, dificuldade de enxergar à distância, que está se tornando uma verdadeira epidemia no mundo e, portanto, um grave problema de saúde pública. A estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde), é de que hoje 2,6 bilhões são míopes no mundo. Pior: No Brasil 27,7% da população ou 59 milhões de brasileiros têm miopia e a maioria, 53% dos que precisam usar óculos de grau não têm acesso à correção visual.

Na segunda-feira (7) o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, apresenta a partir das 8:30 horas palestra sobre miopia. O médico ressalta que apesar da falsa crença popular, não há comprovação de que deixar de usar óculos possa piorar a miopia, nem que os óculos viciem os olhos. “Quando são retirados a visão fica embaçada porque sem correção visual míopes enxergam mal, salienta. Isso explica  porque a falta de óculos leva à deficiência visual. Para ele a  genética, sem dúvida, é um fator importante no desenvolvimento da miopia, mas fatores ambientais também influem na maior prevalência e evolução.

 

Telas digitais

O oftalmologista afirma que horas em frente à tela do computador, celular ou tablet é uma das variáveis que responde pelo aumento da miopia na infância. Isso porque, um levantamento feito pelo especialista mostra que o prolongado  esforço visual para enxergar de perto faz o olho perder a capacidade de focalizar à distância.

 É a miopia transitória ou acomodativa que pode ser eliminada com mudança de hábito, explica. O tempo máximo preconizado de uso contínuo de dispositivos por crianças é de 2 horas. O problema é que a pandemia de COVID-19 somada ao isolamento social aumentou este tempo. Por isso, na pós pandemia podemos ter mais míopes  do que o previsto, pondera

 

Como controlar a progressão

Queiroz Neto afirma que artigos sobre miopia publicados em diversos países apontam que o controle da miopia em crianças também tem influência do tempo de exposição ao sol. O médico explica este efeito pode estar relacionado à maior produção de vitamina D. Isso porque, nossos olhos têm receptores da vitamina D que melhora o funcionamento do sistema ocular. Banhos de sol diários de duas horas são preconizados, comenta, porque já está comprovado que a luz ultravioleta aumenta a resistência das fibras de colágeno da córnea. O oftalmologista afirma que também há evidências de que a retina tem receptores de dopamina, hormônio do bem-estar produzido durante a exposição ao sol, que também regula o crescimento axial do olho, maior entre míopes

Por paradoxal que possa parecer, comenta, estudo realizado nos EUA com uma lente de contato que provoca miopia periférica sem altera o foco central também pode controlar a evolução da miopia em crianças. O médico ressalta que os problemas de visão não alteram a aparência e a criança nem sempre sabe se enxerga bem. Por isso, a recomendação é consultar um oftalmologista todo início de ano letivo.

Câncer de cólon e reto: Setembro marca mês de conscientização sobre a doença

 Morte do ator Chadwick Boseman aumenta alerta sobre tipo de tumor que afeta a porção final do intestino, responsável por 10% de todos os diagnósticos de câncer no mundo


Na noite da última sexta-feira (28/08), o ator Chadwick Boseman, protagonista de "Pantera Negra" no Universo Cinematográfico da Marvel (MCU), faleceu aos 43 anos de idade, em decorrência de câncer colorretal. O tumor que afeta o intestino grosso e reto havia sido diagnosticado em 2016.

Terceiro tipo de tumor mais frequente em homens e o segundo entre as mulheres em todo o mundo - responsável por cerca de 10% de todos os diagnósticos da doença -, estima-se que o câncer colorretal provoque 40.990 novos casos em 2020, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) - um número que vem apresentando aumento ano a ano. Já o número de mortes chega a 18.867, de acordo com os dados mais recentes disponíveis.

Artur Rodrigues Ferreira, oncologista do CPO/Oncoclínicas, explica que algumas condições hereditárias, doenças inflamatórias intestinais, dietas ricas em carne vermelha e processadas, baixo consumo de fibras e vegetais, além de sobrepeso e obesidade estão entre os fatores que elevam os riscos da doença entre pessoas mais jovens, caso do ator. "Aqueles com história familiar de câncer colorretal,condições hereditárias como polipose adenomatosa familiar, doenças inflamatórias intestinais como retocolite, ulcerativa e doença de Crohn, por exemplo, fazem parte de um grupo que deve sempre se manter alerta", explica.

O médico lembra ainda que não podemos esquecer dos fatores de risco para a doença que podem ser evitados a partir de uma mudança simples de hábitos cotidianos relacionados à alimentação balanceada, prática regular de exercícios físicos e controle do peso. "Apesar de menos frequente em adultos jovens, estudos clínicos mostram que a incidência de câncer colorretal vêm aumentando nesta parcela da população. Estudos científicos não trazem ainda respostas específicas sobre os motivos disso, mas entre as hipóteses estão hábitos alimentares pouco saudáveis, como consumo de alimentos ultraprocessados e pouca ingestão de frutas, verduras e cereais. A obesidade, o estresse, o sedentarismo, o alcoolismo e o tabagismo também figuram como vilões neste cenário", pontua o Dr. Artur.

Sintomas e Diagnóstico

Geralmente, os sintomas do câncer colorretal estão relacionados ao comportamento intestinal, incluindo diarreia ou constipação, fezes finas e que apresentem sangue e/ou mucosa. Inchaço frequente na região abdominal, gases, fadiga ou falta de energia e perda de peso súbita também fazem parte da lista de sintomas possíveis.

No entanto, a ausência de sintomas não significa ausência de doença, já que em suas fases iniciais, os tumores colorretais normalmente não geram sintomas ou, quando presentes, estes podem ser inespecíficos como, por exemplo, uma dor abdominal leve e transitória, fadiga e falta de energia.
Sintomas como dor abdominal progressiva, perda de sangue nas fezes, perda de peso não-intencional, mudança do padrão de evacuação incluindo alternância entre diarréia e constipação, fezes finas são mais sugestivos de doença.

A colonoscopia é o exame padrão para investigação de doenças do cólon e do reto. Nos casos de suspeita de câncer, esse exame pode determinar a localização da lesão e permitir a biópsia para confirmação da malignidade. Hoje, a recomendação para pessoas com risco médio é que ela seja realizada aos 50 anos de idade e repetida a cada dez anos, mas frente às evidências de que pessoas cada vez mais jovens estão desenvolvendo tumores, especialistas sugerem que o rastreio possa ser iniciado aos 45 anos.

O cuidado com a saúde envolve, além da realização periódica de exames preventivos, a atenção a sinais que possam indicar alterações na saúde, caso da presença de sangue nas fezes, uma vez que quando identificado ainda em fase inicial 90% dos casos de câncer colorretal são curáveis. "No entanto, é preciso levar em conta, tanto na prevenção quanto no tratamento, os hábitos individuais e fatores hereditários, com avaliações personalizadas, a fim de uma obter uma análise mais assertiva, indo além de um protocolo relacionado à faixa etária", frisa o Dr. Artur.


Geração Millennial apresenta risco aumentado de desenvolver a doença, dizem pesquisadores

Apesar da maioria dos pacientes com a condição terem idades a partir dos 55 anos, estudos recentes indicam que esses tumores de intestino vêm apresentado incidência aumentada entre jovens adultos, nascidos após o início da década de 1980 até o início dos anos 2000 - os chamados Millennials. Um levantamento feito por pesquisadores da Universidade de Calgary, no Canadá, publicado em Julho de 2019 pelo jornal JAMA Network Open, lança luz sobre este cenário preocupante: enquanto o volume de novos diagnósticos vem caindo quando observado o grupo de pessoas com mais de cinco décadas, entre aqueles que estão nas faixas etárias abaixo desta a tendência tem seguido na direção oposta, com crescimento constante nos números.

Entre 2006 e 2015, a análise mostra que as taxas de tumores de cólon e reto cresceram 3,47% entre os homens com menos de 50 anos. Já entre as mulheres, no período de 2010 a 2015 houve um acréscimo de 4,45 % considerando o mesmo recorte por idade.

O padrão indicado pelo estudo canadense é similar ao indicado em outra importante análise, feita pela Sociedade Americana de Câncer (ACS, sigla do inglês American Cancer Society) em 2017. De acordo com a entidade, Millennials têm o dobro de risco de desenvolver câncer no cólon e quatro vezes mais chance de receberem um diagnóstico de câncer no reto em comparação à geração Baby Boomers (nascidos entre 1946 e 1964).

A ACS mostrou ainda que, de 1992 a 2005, a ocorrência geral dessa doença nos Estados Unidos cresceu 1,5% ao ano em homens e 1,6% por ano em mulheres de 20 a 49 anos. E os maiores aumentos ocorreram em pacientes entre 20 e 29 anos: cinco a cada um milhão de pessoas na faixa entre 20 e 29 anos terá a doença, enquanto considerando homens e mulheres nascidos nos anos 1950, essa variação caí para três a cada um milhão.

"Esses percentuais devem continuar aumentando ao longo dos próximos anos se não forem adotadas medidas de conscientização sobre as causas derivadas de um estilo de vida pouco saudável e a importância da detecção precoce para tratamento da doença", finaliza o Dr. Artur Rodrigues Ferreira.

 

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