Inca estima mais de 16 mil novos casos de câncer do colo do útero no Brasil em 2020
O câncer ginecológico é o terceiro grupo de tumores malignos mais frequente na população feminina brasileira, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Para alertar as mulheres sobre a prevenção a essa doença, setembro foi escolhido como o Mês de Conscientização do Câncer Ginecológico. Os tumores que podem acometer o aparelho reprodutor feminino são os do colo do útero, ovário, endométrio, vagina e vulva. No entanto, o mais comum ainda é do colo do útero.
Causado geralmente pela
infecção persistente dos tipos oncogênicos do Papilomavírus Humano (HPV), o
câncer do colo do útero está associado ao contato físico pele a pele envolvendo
uma área afetada pelo vírus durante a atividade sexual. “Sendo assim, o uso de
preservativo é uma das principais formas de prevenir o contágio pelo HPV e,
consequentemente, o surgimento do câncer”, ressalta o radio-oncologista Cássio
Trindade.
De acordo com o Inca, a
previsão é de que 16.590 mulheres sejam diagnosticadas com a doença no país
este ano. Apesar do número considerável de novos pacientes, esse tipo de câncer
é visto pelos especialistas como curável em boa parte dos casos. Porém, é
necessário um diagnóstico precoce, que pode ser obtido através de um exame
simples, o Papanicolau.
“Conhecido popularmente
como exame preventivo, ele é capaz de identificar alterações em células do colo
uterino relacionas à infecção crônica pelo vírus que, se não forem tratadas,
podem evoluir para câncer. Por isso, o Papanicolau deve ser realizado
periodicamente em todas as mulheres que estejam na faixa dos 25 a 64 anos e
tenham ou já tiveram alguma atividade sexual”, explica Cássio.
O radio-oncologista
também lembra que já existe à disposição da população brasileira a vacina
contra os tipos oncogênicos do HPV. Mesmo podendo ser tomada após o início da
vida sexual, o ideal é realizar a aplicação das doses antes da primeira
relação. Por esse motivo, o Ministério da Saúde mantém como público-alvo de
suas campanhas de imunização crianças e adolescentes. Atualmente, podem receber
a vacina pelo Sistema Único de Saúde (SUS) meninas de 9 a 14 anos e meninos de
11 a 14 anos.
Cássio destaca que nem
sempre a infecção pelo HPV é acompanhada de sintomas. Alguns tipos do vírus são
capazes de causar verrugas genitais, mas a maioria das pessoas não apresenta
nenhum sinal quando infectada. Isto reforça ainda mais a importância das
estratégias de prevenção e detecção precoce da contaminação pelo HPV.
“Apesar dos avanços alcançados, o que se
observa é um grande desconhecimento por parte da população em relação a esse
vírus e ao seu potencial cancerígeno. Dessa forma, o desenvolvimento de
campanhas como essa é essencial para ajudar a diminuir o triste número de
mortes causadas pelo câncer no Brasil”, conclui Cássio.
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