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terça-feira, 1 de setembro de 2020

Câncer ginecológico é o terceiro grupo de tumores mais comum em mulheres


Inca estima mais de 16 mil novos casos de câncer do colo do útero no Brasil em 2020

 

O câncer ginecológico é o terceiro grupo de tumores malignos mais frequente na população feminina brasileira, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Para alertar as mulheres sobre a prevenção a essa doença, setembro foi escolhido como o Mês de Conscientização do Câncer Ginecológico. Os tumores que podem acometer o aparelho reprodutor feminino são os do colo do útero, ovário, endométrio, vagina e vulva. No entanto, o mais comum ainda é do colo do útero.

Causado geralmente pela infecção persistente dos tipos oncogênicos do Papilomavírus Humano (HPV), o câncer do colo do útero está associado ao contato físico pele a pele envolvendo uma área afetada pelo vírus durante a atividade sexual. “Sendo assim, o uso de preservativo é uma das principais formas de prevenir o contágio pelo HPV e, consequentemente, o surgimento do câncer”, ressalta o radio-oncologista Cássio Trindade.

De acordo com o Inca, a previsão é de que 16.590 mulheres sejam diagnosticadas com a doença no país este ano. Apesar do número considerável de novos pacientes, esse tipo de câncer é visto pelos especialistas como curável em boa parte dos casos. Porém, é necessário um diagnóstico precoce, que pode ser obtido através de um exame simples, o Papanicolau.

“Conhecido popularmente como exame preventivo, ele é capaz de identificar alterações em células do colo uterino relacionas à infecção crônica pelo vírus que, se não forem tratadas, podem evoluir para câncer. Por isso, o Papanicolau deve ser realizado periodicamente em todas as mulheres que estejam na faixa dos 25 a 64 anos e tenham ou já tiveram alguma atividade sexual”, explica Cássio.

O radio-oncologista também lembra que já existe à disposição da população brasileira a vacina contra os tipos oncogênicos do HPV. Mesmo podendo ser tomada após o início da vida sexual, o ideal é realizar a aplicação das doses antes da primeira relação. Por esse motivo, o Ministério da Saúde mantém como público-alvo de suas campanhas de imunização crianças e adolescentes. Atualmente, podem receber a vacina pelo Sistema Único de Saúde (SUS) meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos.

Cássio destaca que nem sempre a infecção pelo HPV é acompanhada de sintomas. Alguns tipos do vírus são capazes de causar verrugas genitais, mas a maioria das pessoas não apresenta nenhum sinal quando infectada. Isto reforça ainda mais a importância das estratégias de prevenção e detecção precoce da contaminação pelo HPV.

“Apesar dos avanços alcançados, o que se observa é um grande desconhecimento por parte da população em relação a esse vírus e ao seu potencial cancerígeno. Dessa forma, o desenvolvimento de campanhas como essa é essencial para ajudar a diminuir o triste número de mortes causadas pelo câncer no Brasil”, conclui Cássio.

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