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sexta-feira, 17 de maio de 2019

A sociedade brasileira clama por transparência nas Contas Públicas e a Contabilidade pode dar a resposta



No Brasil existe atualmente um grande anseio pela transparência das contas públicas. Este sentimento não é de particularidade da população brasileira, muito pelo contrário, está presente em todo o mundo, reflexo de uma grande preocupação com a melhoria dos níveis de accountability. E, como não poderia ser diferente, a internacionalização das normas contábeis governamentais brasileiras ganha destaque especial no cenário político e econômico.

Em verdade, a Contabilidade aplicada à Administração Pública tem como objetivo municiar os gestores com informações atualizadas e exatas a fim de facilitar a tomada de decisões; objetiva também emitir dados de controles internos e externos, a fim de contribuir para o cumprimento da legislação; além de fornecer estatísticas de interesse das instituições governamentais e particulares. 

Hoje, felizmente, já estão implantadas no Brasil as chamadas IPSAS (International Public Sector Accouting Standards), que nada mais são do que as Normas Internacionais de Contabilidade, em níveis globais, que permitem aos contabilistas prepararem demonstrações contábeis de alta qualidade para o setor público.

Com a implantação das IPSAS a Contabilidade Pública Brasileira dá um salto importante no sentido da sua normatização, uma vez que, com estes importantes instrumentos torna-se possível se dedicar ao registro e à apreciação dos fluxos econômicos, bem como, ao desempenho da gestão e da situação financeira e patrimonial dos entes nas três esferas do Poder, o que possibilita transparência das contas públicas a toda a sociedade, que é o que todos desejamos.

Esta nova postura contábil prevê uma série de mudanças e benefícios para as empresas privadas que negociam com os governos, em âmbito municipal, estadual e federal, porque garante parâmetros internacionais, com comparações e trocas de experiências entre países, que praticam o respeito aos recursos públicos, atuando com responsabilidade e transparência.  Sem dúvida, os resultados são positivos para todos.

Contudo, é bom que se diga que, sem um profissional contábil, devidamente especializado nas IPAS, que possa traduzir os números em uma linguagem compreensível aos gestores públicos, privados, terceiro setor e à população em geral, não existirá transparência, e todos os esforços neste sentido serão anulados. Portanto é fundamental que os profissionais da Contabilidade efetivamente se preparem para atuar no setor público, a fim de controlar e administrar os recursos arrecadados com seriedade e maestria.

Atualmente, com fácil acesso às plataformas digitais, a sociedade brasileira está muito atenta e preocupada com a fiscalização das contas públicas. Sabemos que a exigência por controles e transparência é uma realidade, que eleva a cidadania brasileira a um patamar mais alto, e só a Contabilidade é capaz de dar esta resposta, por meio de informações e demonstrativos contábeis assimiláveis e compreensíveis a todos.

Devido à importância deste tema, o Sindicato dos Contabilistas de São Paulo – Sindcont-SP constituiu um Grupo de Estudos do Terceiro Setor e Contabilidade Pública, o qual visa expor questões e fomentar o debate sobre tão relevante assunto. As reuniões do Grupo acontecem de acordo com calendário e programação divulgados no site do Sindcont-SP, www.sindcontsp.org.br.

Informe-se, integre-se e venha participar desses estudos que são essenciais para o seu aperfeiçoamento profissional, além de muito contribuir para a valorização de nossa profissão e o desenvolvimento de nosso País.





Antonio Eugenio Cecchinato - Presidente do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo – Sindcont-SP.



Princípio da Legalidade, o escudo do cidadão


Por incrível que pareça, ainda não se compreende o que é, e qual a amplitude, do princípio da legalidade. Este artigo se presta a tentar ajudar nesta compreensão.

De maneira muito simplista, pode-se afirmar que o princípio da legalidade consiste no fato de que alguém só está obrigado a fazer, ou deixar de fazer, alguma coisa, em virtude de lei.

A ideia que deu origem ao princípio da legalidade já havia sido apontada no Direito Romano, embora somente tenha fixado raízes entre os séculos XVII e XVIII, no período do Iluminismo. À medida que a sociedade se desenvolveu e, junto dela, o próprio Direito, o princípio da legalidade foi ganhando um significado cada vez maior, e logo apareceu em inúmeros documentos disseminados pelo mundo, tais como o Bill of Rights (Inglaterra, 1689) e a Declaração de Direitos da Virgínia (EUA, 1776).

No Brasil, o princípio revelou-se, pela primeira vez, na Constituição Imperial de 1824, em seguida surgiu no Código Penal do Império de 1830 e, depois de décadas, consolidou-se no Código Penal de 1940, chegando aos nossos dias pela Constituição Federal de 1988.

Dentro do Código Penal vigente, referido princípio está definido no artigo 1º, que estabelece que não há crime sem lei anterior que o defina e não há pena sem prévia cominação legal. Na Constituição brasileira, sua descrição está no artigo 5º, inciso II, e prevê que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; e, ainda, no inciso XXXIX, do mesmo artigo, que estabelece: não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.

Com esta definição, fixada no Código Penal e na Constituição Federal, é possível sintetizar o princípio da legalidade na frase latina: “nullum crimen, nulla poena sine lege”, que significa: não há crime, nem pena, sem lei anterior que os defina.

Desta forma, não é difícil concluir que o princípio da legalidade é um dos pilares do ordenamento jurídico brasileiro e, a partir da sua definição, é possível verificar a primeira consequência deste princípio: a limitação do poder punitivo do Estado. Neste caso, compreendendo o Estado na concepção de Montesquieu e sua tripartição dos poderes em: Executivo, Legislativo e Judiciário.

Verifica-se, nesse princípio, o papel de protetor do cidadão contra os poderes constituídos, defendendo os direitos individuais e a autonomia de vontade das pessoas que integram o Estado. Dessa forma, a administração pública só pode fazer aquilo que a lei permite, estabelecendo um limite legal para toda e qualquer ação do Estado. Em outras palavras, suas atitudes devem ser determinadas e estabelecidas em lei e não por vontade daquele que exerce o poder estatal, mesmo que legitimamente.

Isto está expresso na Constituição Federal, em seu artigo 37, quando prevê que “a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.

Pelo pacto constitucional, a população brasileira optou por tornar o Brasil um Estado Democrático de Direito. Por esta razão o nosso sistema jurídico é baseado no império da lei, que está acima de todos.

Por fim, conclui-se que o princípio da legalidade é a base da própria democracia e serve de segurança para todos, frente ao imenso poder estatal, revelando-se um verdadeiro escudo de proteção do cidadão.

 



Luiz Eduardo Filizzola D’Urso - Acadêmico de Direito do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (UNIFMU) e Membro do Rotaract Club Universidade Mackenzie


Reforma Tributária pode fazer Brasil crescer mais de 10 pontos no PIB, revela Bernard Appy



Criador do projeto que tramita no Congresso, economista foi convidado de encontro do Movimento Política Viva, que também falou sobre a importância da Reforma da Previdência para o Brasil


Criador da proposta da Reforma Tributária que está em tramitação no Congresso, Bernard Appy foi o convidado de um encontro promovido pelo Movimento Política Viva, liderado pela influenciadora Rosangela Lyra. O economista apresentou seu projeto e os benefícios que ele trará ao Brasil. Porém, tanto ele quanto Rosangela destacaram a importância da aprovação da Reforma da Previdência para que essa iniciativa tenha êxito.

“Se essa proposta for aprovada e posta em prática, eu acredito que o país possa crescer 10 pontos no PIB além da previsão, mas é muito importante que a Reforma da Previdência também passe no Congresso. Nossa Reforma Tributária vai favorecer o aumento da produtividade, mas se o país não estiver ajeitado, esse alta produção não vai gerar crescimento econômico, vai ocasionar em mais desemprego”, revela Appy.

Mediadora do encontro, Rosangela Lyra também falou sobre a importância das duas reforma. “A Previdência é fundamental para o Brasil não quebrar e a Tributária para o país crescer”, resumiu a líder do Movimento Política Viva.

O principal ponto da proposta de Bernard Appy é trocar cinco tributos atuais (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) por um único imposto, o Imposto Sobre Bens e Serviços (IBS), que teria uma alíquota uniforme. Essa transição seria gradual e em dez anos. “Nesta área tributária, o Brasil tem exceções e não regras. Por exemplo, chocolate com waffle tem uma tributação diferente de waffle com chocolate. Temos um custo burocrático altíssimo, lítigios tributários que passam de R$ 3 trilhões. A única forma de mudar isso tudo é fazer uma reforma ampla”, disse Appy.

Um ponto de muita discussão sobre o IBS é que ele não terá mais benefícios fiscais para realizar políticas públicas, que este assunto deverá fazer parte do orçamento do governo, o que pode ser muito mais eficaz. “Quando a gente dá um benefício fiscal para itens da cesta básica, não estamos diminuindo a desigualdade, pois o maior consumidor desses produtos são os ricos, que consomem esses itens e em até maior quantidade. Quando damos R$ 1 bilhão de incentivo à cesta básica, ela tem uma ineficiência 12 vezes menor do que investir o mesmo valor em programas como o Bolsa Família, que atua diretamente com as famílias de baixa renda”, afirmou.

Bernard Appy também destacou que o modelo atual de incentivo fiscal não é eficiente, pois tem visto os estados brigarem por grandes empresas e não valorizam as características da região. “Hoje São Paulo tem benefício fiscal para frigoríficos e o Mato Grosso para montadoras, sendo grande parte da matéria prima do frigorífico está em outro estado, assim como outros centros fora do Mato Grosso são consumidores dos carros. Então nós vemos muitas empresas mudam de estado para ter menos custo, mas acabam gastando mais para produzirem menos”, analisou o economista.




Rosangela Lyra - líder do Movimento Política Viva, que se propõe a aproximar políticos da sociedade. Gerencia grupos de WhatsApp com cinco mil participantes que discutem política de um jeito inteligente e suprapartidário. Junto com Norton Gomes, ela também apresenta o canal Política Viva, com o objetivo de colaborar com o amadurecimento político da sociedade, ajudar o eleitor a fazer as melhores escolhas, preservar a nossa jovem democracia, construir pontes entre os dois polos e defender bons projetos.




Sobre o Política Viva
O movimento Política Viva tem a proposta de discutir não só a política, mas as ideias e os caminhos que podem ajudar a fazer do Brasil tudo o que ele pode e merece ser: um país que garanta a todos as oportunidades de realizar uma vida plena. Mediado pela influenciadora política Rosangela Lyra, o Política Viva tornou-se um dos movimentos de conscientização política mais influentes do Brasil.



Quais itens e situações que o seguro auto não cobre?



O seguro auto é um contrato entre uma seguradora e o proprietário do veículo, em que garante que ele terá cobertura de prejuízos (previstos na apólice) ao veículo, como roubo, e até mesmo por danos pessoais ou a terceiros. Entretanto, é preciso estar ciente em que há situações na qual o seguro não cobre! 

Para tirar essas dúvidas, o Carro Aluguel apresenta algumas informações sobre este assunto que podem ser importantes para quem possui ou pretende colocar seguro no veículo.



Direito 4.0: como reinventar a advocacia no Brasil?



O Brasil tem cerca de 1,1 milhão de advogados. A profissão, que já foi símbolo de status e autoridade, hoje é colocada à prova. A morosidade da Justiça e os inúmeros procedimentos burocráticos que envolvem a advocacia estão na iminência de viverem uma grande transformação advinda das tecnologias exponenciais.

Recentemente, cunhou-se o termo Lawtech, que define as startups focadas na criação de soluções que atendam ao universo do direito. Segundo a AB2L - Associação Brasileira de LawTechs e LegalTechs, que já reúne 388 associados, esse é um segmento em franca expansão, que reúne soluções para as mais variadas áreas do direito, como tributário, civil, trabalhista e previdenciário.

Muitos escritórios, no Brasil e no mundo, já estão adotando a inteligência artificial para aumentar a produtividade e eliminar o trabalho repetitivo. Esses robôs analisam processos, fazem petições e aceleram contratos com uma velocidade infinitamente superior à de um ser humano. Eles são capazes de fazer milhões de consultas em jurisprudências em questão de segundos.

Entre os destaques brasileiros estão a Dra. Laura, um robô que já leu mais de mil decisões judiciais e gerou novas peças para elas em apenas dois minutos. Outra iniciativa é o robô Tikal Tech, que interage com o advogado e, a partir das respostas, gera a petição inicial para ações trabalhistas, chegando a calcular até o valor a ser pedido na Justiça.

A plataforma cognitiva da IBM, conhecida como Watson, também já está sendo usada por escritórios de advocacia para resumir processos e agilizar o trabalho burocrático de inúmeros advogados. A inteligência artificial traz maior agilidade para os processos e desafoga os profissionais do trabalho repetitivo, permitindo mais tempo para tarefas que exigem maior criatividade e pensamento crítico.

E a adoção dessas tecnologias não deve ficar restrita apenas aos escritórios de advocacia. Na Estônia, o Ministério da Justiça anunciou a criação do primeiro “juiz robô”, uma inteligência artificial que poderá ser usada para mediar pequenas causas, com indenizações inferiores a 7 mil euros. A intenção é liberar os juízes do país para se dedicarem a casos mais complexos.

As análises preditivas, a capacidade cognitiva das máquinas e os algoritmos irão facilitar o trabalho e trazer agilidade para os processos, podendo até reduzir a morosidade do sistema jurídico brasileiro. No entanto, por mais positivo que tudo isso pareça, muitos advogados estão se sentindo ameaçados.

Boa parte desse comportamento repulsivo às inovações é decorrente da falta de preparo desses profissionais para lidar com a tecnologia. O Brasil tem 1.406 faculdades de direito, contra cerca de 1.200 no mundo todo. A estimativa é que até 2032, tenhamos mais de 2 milhões de profissionais formados.

Infelizmente, boa parte dessas universidades não estão se adaptando à velocidade com que esse mercado se transforma. São raras as que já incluem no currículo o desenvolvimento de capacidades numéricas e matemáticas, além das chamadas soft skills, que são as habilidades comportamentais voltadas à criatividade, comunicação e senso crítico.

Dessa forma, caberá aos próprios profissionais repensarem a profissão, buscando alternativas viáveis para a execução de um direito preciso, ágil e realmente eficiente. A busca por conhecimentos em áreas como Big Data e Machine Learning será fundamental para o advogado do futuro. Um novo capítulo começa a ser escrito na história do direito. Quem não se atentar às transformações, inevitavelmente ficará para trás.





Marília Cardoso - jornalista, professora e consultora de inovação na PALAS, consultoria de gestão e inovação.


DOAR LEITE MATERNO É DOAR-SE: DIA NACIONAL DE DOAÇÃO DE LEITE HUMANO



Neste domingo, dia 19 de maio, a data servirá de estímulo para a doação de leite humano para os mais de 220 bancos de leite espalhados em todo o País



O Brasil é líder mundial em doação de leite materno, com mais de 220 bancos de leite humano, porém, mesmo com o número atual de doadoras, consegue atingir apenas 55% da demanda necessária para alimentar recém-nascidos prematuros, internados nas UTIs neonatais, conforme dados do Ministério da Saúde.

Para incentivar a doação, bem como estimular debates sobre a importância do aleitamento materno, o dia 19 de maio foi instituído como “O Dia Nacional de Doação de Leite Humano”.

Além de trazer à tona essa carência do alimento nos bancos de leite humano, o dia reforça a necessidade da doação, que pode ajudar muitos bebês prematuros. De acordo com a Rede Brasileira de Leite Humano, 1 litro de leite materno alimenta até dez recém-nascidos por dia.


Conserve o Amor: doar leite materno é doar-se

Desde 2018, a Panasonic, líder mundial no desenvolvimento e criação de tecnologias e soluções eletrônicas,  apresenta uma campanha de Dia das Mães que incentiva a doação de leite materno. Na primeira fase, o projeto “Conserve o Amor” homenageou mães que doavam leite.

Neste ano, a campanha foi além, buscando levar mais doadoras aos bancos de leite, levando informação à população. As ações do projeto “Conserve o Amor: doar leite materno é doar-se”, incluíram homenagem às mães e a criação de um espaço de incentivo a doação do alimento, que foi instalado no Shopping Eldorado, em São Paulo, para tirar dúvidas sobre o assunto.


Mais doadoras para os bancos de leite´

O espaço também funcionou como ponto de cadastramento de potenciais doadoras para bancos de leite humano de São Paulo. Com suporte da ONG Fadas do leite, os cadastros recebidos foram enviados a bancos de leite da região mais próxima à residência das lactantes.
“O projeto teve como foco o incentivo, na prática, a doação de leite materno, um ato de generosidade que pode salvar muitos bebês prematuros. Ou seja, aumentar a doação, ajudando para que mais crianças recebam esse, que é o alimento recomendando pela OMS”, revela Talita Diniz, coordenadora de Marketing da Panasonic no Brasil.


Saiba Mais:

·         Um litro de leite materno alimenta até dez recém-nascidos por dia.

·         A mãe doadora e seu bebê também se beneficiam. A retirada de leite estimula a produção e previne a mastite, inflamação no tecido mamário.

·         Toda mulher saudável que está amamentando é uma potencial doadora, independentemente da idade do bebê. Não precisa produzir muito leite para doar.

·         O Banco de Leite seleciona as mães aptas a doar, informa todos os procedimentos e distribui todo o material para a retirada do leite, como touca, máscara, etiquetas e frascos de vidro esterilizados com tampa, e também agenda a retirada da doação.

Para quem quiser saber como doar leite materno e encontrar bancos de leite humanos em outras regiões do brasil, há mais informações no site: www.redeblh.friocruz.com.br






Panasonic

EMPREGO E RENDA: Economia compartilhada gera alternativas contra desemprego


Contingente de desempregados no País volta ao patamar de 13 milhões. Mas grande parte dessas pessoas que está a procura de uma vaga de emprego formal, não está necessariamente, sem uma ocupação que lhe gere renda. Dentro do universo das economias compartilhada e colaborativa, são várias as formas de se gerar valor a quem esteja com sua capacidade de serviço ou algum bem de maior valor ociosos


O último boletim do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a taxa de ocupação e desocupação no mercado de trabalho, referente ao trimestre fechado em fevereiro trouxe um dado preocupante. Após um período de sensível recuperação, ao longo de quase um ano, o desemprego no País volta superar a casa dos 13 milhões, chegando ao índice de 12,4% da da população economicamente ativa.

Mas grande parte desse enorme contingente de pessoas que está à procura de uma vaga de emprego formal, não está necessariamente, sem uma ocupação que lhe gere renda, afinal muita gente precisa manter a sua subsistência tendo ou não acesso a uma vaga dentro do mercado formal de trabalho. No universo das economias compartilhada e colaborativa, são várias as formas de se gerar valor a quem esteja com sua capacidade de serviço ou algum bem de maior valor ociosos. Aplicativos de transporte, como UBER; ou de delivery como Rappi, UBER East e outros; ou então de hospedagem, como AirBnb, são os exemplos típicos de alternativas de trabalho fora do chamado mercado formal, mas que são regulamentadas e que têm sido não só uma solução temporária, mas uma ocupação definitiva para geração de renda.

“As novas tecnologias de comunicação, em especial a internet, fomentaram esses negócios baseados nos princípios das economias compartilhada e colaborativa, unindo quem tem uma capacidade ociosa ou um bem que pode ser compartilhando (uma casa, um carro, moto ou até mesmo um bicicleta) a outras pessoas que quem tem uma demanda específica a ser atendida. Ou seja, você com sua força trabalho ou bem  pode ser um prestador de serviço para várias pessoas e empresas, e não só para um único empregador”, explica Rafael Barbosa especialista em inovação, em empreendedorismo e em economia compartilhada.


Permutas

Para Rafael, bens ou mesmo uma mão de obra que estejam ociosos podem sempre agregar valor de alguma forma, mesmo que não seja financeiro. Para o especialista, a própria capacidade de serviço de uma pessoa é uma valiosa moeda que pode ser negociada por outros serviços ou produtos.

Nessa perspectiva, as plataformas de permutas são outro canal que liga quem tem uma determinada demanda a quem pode atendê-la, e essa negociação é feita sem dinheiro. É o caso da XporY.com, fundado por Rafael Barbosa. Com mais de 6.500 associados, entre empresas de diversas áreas e profissionais autônomos, a plataforma de permutas multilaterais oferece uma infinidade de serviços que são negociados em X$,moeda digital usada para a aquisição de qualquer produto ou serviço oferecido pela XporY.com, de ingressos para shows a aulas de inglês, de assistência jurídica à serviço de manutenção residencial, de alimentos à viagens, enfim uma infinidade de itens, dos mais básicos aos mais supérfluos.

Neste cenário, segundo o Rafael Barbosa, fundador da XporY.com, as plataformas de permutas multilaterais surgem como excelentes alternativas para quem se encontra desempregado ou subempregado, precisando melhorar sua renda extra, sendo uma ponte para se reposicionar no mercado de trabalho e uma rede de apoio com milhares de usuários.

O pedreiro de acabamento e mestre de obras Dionato Castro, 40, é um exemplo de profissional que encontrou na plataforma de permutas uma alternativa de encontrar mais facilmente quem pudesse contratar seus serviços. Com quase 20 anos de experiência na construção civil, Dionato lembra que há dois anos, quando deixou a cidade Parauapebas (PA) e veio para Goiânia,  em busca de melhores condições de estudos para as enteadas, não foi fácil encontrar trabalho. “Quando eu cheguei aqui procurei emprego por dois meses e não consegui nada fixo; então decidi trabalhar por conta própria para ter minha renda. Também não foi fácil conseguir clientes, pois as pessoas da cidade não me conheciam e não também não conhecia ninguém”, relata.

Dionato diz que precisava apenas fazer o serviço para alguém que pudesse depois indicá-lo a outra pessoa. Diante desse dilema, se propôs a fazer uma obra sem remuneração alguma, de graça, para que assim conseguisse alguma referência sobre seu trabalho. “Fiz o reboco das paredes de um sobrado na região do Jardim América em Goiânia como prestador de serviço para uma pequena empresa de execução de obras. Porém, ao final do serviço que fiz com qualidade não somente recebi a remuneração normalmente, mas ainda realizei vários outros trabalhos para a mesma empresa por um período de seis meses”, revelou. O profissional lembra que o responsável pela contratação chegou a propor a efetivação de Dionato, mas ele já tinha se decidido a trabalhar autônomo.

Já com muitas boas referências e indicações de trabalho, o pedreiro descobriu o XporY.com, que segundo ele, foi uma forma eficiente de conseguir novos clientes. “Em uns sete meses que estou na XporY.com consegui diversos serviços e ampliei minha rede de referências sobre o meu trabalho”, conta o mestre de obras que tem usado os X$ acumulados na plataforma para ter acesso a serviços que muito provavelmente não teria condições de pagar em dinheiro. Hoje ele investe no treinamento de coach para aprimorar sua atuação como autônomo.


Estratégias para fugir do desemprego

Raimundo Carvalho é marceneiro, hoje com 39 anos, já trabalhou em diversos ramos. O seu serviço mais recente foi em uma marcenaria em Goiânia onde atuou por quatro anos. Porém, há cerca de cinco meses o dono da empresa decidiu mudar o local da firma e Raimundo optou por não acompanhá-lo. Então o operário fez um acordo com o ex-padrão e recebeu do mesmo algumas máquinas, com as quais começou seu próprio negócio. Estrategicamente decidiu ficar no galpão em que trabalhava anteriormente como funcionário e tocar o negócio. “Tomei essa decisão para fugir do desemprego, o cenário está complicado, são muitas pessoas desempregadas, então criei oportunidade de negócio para manter minha renda”, conta.

Mas para alavancar sua renda, agora como prestador de serviço autônomo, usou a plataforma de permutas. “Precisava divulgar meu trabalho e as permutas me ajudaram neste momento. Foi um ponto de segurança para mim”, afirma. Hoje, cerca de 40% de sua renda vem por meio de permutas na plataforma XporY.com. Em crescimento, Raimundo já está expandindo o negócio com apoio de um sócio e pretende continuar a oferecer alguns itens na plataforma para se tornar cada vez mais conhecido e ter mais clientes.



Instinto ou diplomacia?


Para ser diplomata não é necessário ter apenas uma boa lábia

É um grande desafio para nós exercer a diplomacia, pois é necessário superar um de nossos maiores instintos: reagir. Ao invés de responder de maneira rude ou grosseira, o melhor é ponderar e articular com inteligência.

Entre as 17 Leis do Triunfo, escritas por Napoleon Hill, duas trabalham juntas para conceber a diplomacia: o Autocontrole e a Personalidade agradável. Estão presentes características como a capacidade de atuar sob pressão, diminuindo os estresses, tendo domínio de si mesmo, depois, a habilidade de potencializar as relações humanas, sabendo como e quando agir, respectivamente.

Atitudes como controlar críticas, não agir de maneira ranzinza e ter sempre um sorriso no rosto são motivadas dentro da Master Mind, que visa criar líderes diplomáticos. “Sem dúvida, os que conseguem estão passos à diante das demais pessoas” explica Jairo Ferreira Filho, CEO da Master Mind Curitiba.

A escola que desenvolve o potencial e forma líderes empresários crê que atuar da melhor forma em situações de tensão é muito importante, também outras qualidades que estão entre os demais fundamentos do Triunfo.

A Master Mind funciona em parceria com a The Napoleon Hill World Foundation – Indiana/USA, mundialmente respeitada, que proporciona certificação e reconhecimento internacional.




MasterMind Curitiba e Campos Gerais - Jairo Ferreira Filho
CEO da MasterMind Curitiba e Campos Gerais


O fim da Carteira de Trabalho

                                           
A Carteira de Trabalho, símbolo de uma era, está chegando ao seu fim. Criada, inicialmente, como Carteira de Trabalhador Agrícola, no início do Século XX, passou a ser denominada em 1932, por meio do Decreto 21.175, como Carteira Profissional, hoje é oficialmente conhecida como CTPS - Carteira de Trabalho e Previdência Social.

Esse livreto de cor azul, atualmente muito parecido com o passaporte, é feito em material sintético mais resistente, emitida por meio informatizado, serve como identidade civil e, sobretudo, para anotar os históricos dos empregos havidos e incluir trabalhadores em um sistema de proteção social.

Em tempos de escrituração digital das obrigações trabalhistas, por meio do e-social, que aos poucos vem sendo implantado nas empresas, a CTPS está com seus dias contados. Não faz mais sentido a anotação física, analógica, dos dados relacionados às obrigações trabalhistas quando tudo é alimentado por meio de sistema. Não faz mais sentido o gasto com papel e com sua emissão.

Os trabalhadores serão representados por um número (o CPF talvez), em um gigantesco banco de dados, em que o Estado terá acesso a todo o histórico laboral, a toda a profissiografia, aos riscos submetidos, ao histórico de saúde, remuneração etc. Não há mais razão em portar um livrinho quando se tem tudo nas nuvens. Tudo.

O acesso e a fiscalização desses dados poderão ser feitos tanto pelo trabalhador, por meio de um smartphone, como por agentes do Estado, sejam eles juízes ou auditores fiscais (do trabalho e do fisco), mas, aos empregadores haverá restrição a alguns dados, sobretudo aqueles que exponham a intimidade ou a dignidade de trabalhadores. 

O fim da CTPS é o fim simbólico da Era Vargas. Não é o fim do direito trabalhista nem tampouco da proteção ao empregado. Ao contrário, marca o início de uma nova era nas relações de trabalho, mais dialogada, tecnológica, vanguardista, aliando a proteção da dignidade da pessoa dos trabalhadores com a livre iniciativa das empresas.

A Quarta Revolução Industrial provoca novos arranjos de poder, inéditas relações de trabalho, tudo isso convivendo ainda com um passado analógico e fordista (para não dizer cafeeiro), o que faz surgir a necessidade de um debate franco, democrático, solidário e urgente, em que os atores sociais envolvidos (empresas, trabalhadores e governo) possam, por meio do diálogo, encontrar as melhores saídas para os novos e velhos conflitos entre capital e trabalho.






Eduardo Pragmácio Filho - doutor em Direito do Trabalho pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), pesquisador do Getrab-USP, sócio do escritório Furtado Pragmácio Advogados e autor do livro “A boa-fé nas negociações coletivas trabalhistas”

Lixo no lixo



17 de Maio, dia mundial da reciclagem e o problema do lixo em áreas urbanas tem ficado cada vez maior. Como autor da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), me preocupa que tenhamos ainda cerca de 51% dos resíduos sólidos urbanos coletados nas cidades brasileiras correspondendo à matéria orgânica, o que dá 36,5 milhões de toneladas por ano com baixíssimo nível de tratamento e isso pode se agravar com a possível aprovação da extensão do prazo para os lixões proibidos pela Lei Nacional de Resíduos Sólidos.
O dado é da última edição do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, publicado pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Isso mostra como ainda precisamos educar a população sobre não apenas o consumo consciente, mas também a correta destinação de seus resíduos, principalmente os que não são recicláveis.
A cada dia a capital paulista produz 20 mil toneladas de lixo. São 12 mil de resíduos domiciliares. É um material orgânico jogado fora, mas que poderia ser aproveitado em iniciativas importantes como a reciclagem, compostagem e novas tecnologias que visem a recuperação energética. Temos ainda 8 mil toneladas da varrição, número que poderia ser menor se fosse incentivada uma maior consciência ambiental - menos lixo jogado na rua.
Somente na cidade de São Paulo, por exemplo, a baixa adesão da população à coleta seletiva, além dos problemas ambientais causados, também prejudica a geração de emprego e renda para as 1.200 famílias que trabalham na reciclagem, integrantes das 24 cooperativas habilitadas na capital.
A coleta de recicláveis corresponde atualmente a apenas 7% do total. Quase metade dos resíduos coletados diariamente poderia ser reciclada. Em Campinas, a Prefeitura já há alguns anos coleta os galhos e folhas da poda de suas árvores para servirem de adubo nos parques municipais.
Em Florianópolis, o prefeito Gean Marques Loureiro sancionou uma lei inovadora sobre resíduos: ela obriga a destinação ambientalmente adequada de resíduos sólidos orgânicos por meio dos processos de reciclagem e compostagem.
Fica proibida também a destinação desses resíduos orgânicos aos aterros sanitários e à incineração no município. Em Curitiba, a prefeitura quer que todos os alimentos tenham destinação correta. A ideia é que alimentos em bom estado sejam doados para consumo humano, já os que não estão bons vão direto para a composteira.
Em São Paulo temos o Recicla Sampa que é uma iniciativa para promover educação ambiental e ampliar a conscientização da população acerca da importância de tratar com mais responsabilidade os resíduos que geramos. Seus objetivos estão totalmente integrados às políticas nacional e municipal de resíduos sólidos. https://www.reciclasampa.com.br/
São passos importantes quando consideramos que cada tonelada de material orgânico desviada de aterro deixa de emitir 900 kg de CO2 equivalente.
São ações que demonstram que com boa vontade e consciência ambiental é possível reverter esse quadro. A prefeitura paulistana prometeu que das 1.500 escolas municipais, 300 terão cursos sobre reciclagem de lixo já neste ano, em uma parceria da Amlurb com as empresas contratadas e a Secretaria de Educação.
Ação essencial em uma cidade onde o total de resíduos sólidos domiciliares coletados é de cerca de 6.120 toneladas de matéria orgânica por dia, que vão para aterros sanitários. Decompostas, geram 200 toneladas de gás metano, mais poluente que o CO2.
Segundo projeção da Abrelpe, a recuperação da fração orgânica no Brasil teria o potencial de reduzir emissões de gases de efeito estufa correspondentes à retirada de 7 milhões de automóveis das ruas, com benefícios diretos para a saúde de 76 milhões de pessoas.
Em São Paulo, se fosse recuperada toda a matéria orgânica, já estaria resolvida metade da meta de redução de emissões da Política Municipal de Mudanças Climáticas, de acordo com esta projeção.
É preciso investir em educação ambiental, de crianças e adultos, e seguir com propostas como a construção do Ecoparque em São Paulo, com capacidade recebimento de 10% do total coletado nos domicílios da cidade. São passos rumo a um futuro onde possamos ter água limpa, solo fértil e cidades menos poluídas.
Depende de atitudes que começam pequenas dentro de casa e terminam gigantes ajudando o meio ambiente mundial.





Arnaldo Jardim - Deputado Federal - Cidadania/SP - Autor da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)


Acidentes com bicicletas são reduzidos em 56% na rodovia Arteris Regis Bittencourt


Atividades e campanhas de conscientização, como o Viva Ciclista, contribuíram com esta diminuição


A redução de acidentes é uma preocupação constante para as companhias que administram concessões rodoviárias. No mês do Maio Amarelo, campanha para a conscientização sobre segurança no trânsito, a Arteris Regis Bittencourt divulga que registrou redução de 56% de acidentes com ciclistas no comparativo 2017/ 2018.
Porém não é somente durante a campanha que a Arteris, uma das maiores companhias do setor de concessões de rodovias do Brasil, com cerca de 3.400 km administrados, conduz ações voltadas para conscientização e educação viária. Algumas delas, como o Viva Ciclista, acontecem ao longo de todo o ano. A iniciativa promove ações educativas dirigidas aos ciclistas que trafegam nas vias próximas às rodovias, especialmente nos trechos de maior ocorrência de acidentes. Além de promover boas práticas para um comportamento seguro, contribui para a redução no número de acidentes com bicicletas na rodovia
Além de atender aos moradores locais que usam a bike para ir e vir do trabalho e das escolas nos trechos da Régis Bittencourt, o Viva Ciclista também alcança atletas e grupos que usam a rodovia para praticar o esporte. “Quando realizamos as ações de conscientização, vamos até as margens das pistas para conversar com essas pessoas e ensinar a maneira correta e menos perigosa de trafegar com segurança. Também entregamos o kit Ver e Ser Visto com coletes e lanternas que aumentam a visibilidade do ciclista e coletamos dados sobre trajeto e frequência de circulação na rodovia”, afirma o superintendente de Operações da Arteris, Ricardo Gerab.

Durante os encontros, representantes da companhia compartilham dicas para pedalar com responsabilidade. Confira algumas:

  • Use sempre o capacete com refletivo. Além de proteger, ele também aumenta a visibilidade aos motoristas
  • Trafegue obedecendo ao sentido da via e procure vias com menos veículos
  • Cheque as condições de trânsito e clima da rodovia
  • Utilize roupas claras e com refletivos
  • Faça um checklist dos equipamentos
  • Use o colete refletivo
  • Fique atento a objetos na pista
  • Fique atento às curvas

Sustentabilidade e apoio às comunidades

Por meio de sua estratégia de sustentabilidade e apoio às comunidades, a Arteris apoia o entorno das regiões em que atua com ações ambientais, de conscientização, educação viária, voluntariado, cultura, saúde e apoio ao esporte. São diversos os programas desenvolvidos com foco na redução de mortes, acidentes e minimização do impacto social e ambiental. Entre seus programas estão Projeto Escola, Lacre Amigo, Viva Meio Ambiente, Viva Ciclista, Viva Motociclista, Saúde na Boleia e Acorda Motorista. 


A tecnologia, a Internet e a perda de privacidade



Hoje, somos todos famosos (ou quase). Ao menos, essa é a percepção que temos ao procurarmos nossa trilha digital na Internet: perfis em redes sociais, participação em seleções, comentários em portais de notícias e até divulgação em sites próprios "confirmam" nossa existência. Soma-se a esse processo o acompanhamento de empresas como Google e Facebook, que conseguem saber onde estivemos, com quem interagimos, os assuntos que procuramos e até as fotos nas quais aparecemos. Todo esse movimento tem transformado a vida privada em um espetáculo público, com exposição constante e rastreamento de todas as nossas experiências.

Se a tecnologia é uma facilitadora para guardar e organizar dados, permitindo que tenhamos acesso a documentos e fatos que seriam encontrados há alguns anos apenas em procuras extensas em bibliotecas, ela também pode ser um perigo se não for bem administrada. E, em grande parte das vezes, a culpa é do próprio usuário. Muito do que expomos sobre nosso cotidiano é por escolha. Seja pelas publicações que disponibilizam dados que podem comprometer a segurança (quantas vezes já vimos casos nos quais os sequestradores arquitetaram seus planos com informações extraídas de mídias sociais?), seja por aceitarmos as condições propostas em dezenas de linhas - que geralmente não lemos - para ter acesso a diversos serviços gratuitos ou pagos.

O famoso caso da Cambridge Analytica, que utilizou de maneira indevida os dados de mais de 87 milhões de usuários do Facebook, repercutiu nos últimos meses pela dimensão do impacto. Devido a brechas da maior plataforma social do mundo, a Cambridge teve acesso a informações de pessoas além das que consentiram com os termos do “thisisyourdigitallife”. Tudo isso foi supostamente utilizado em campanhas eleitorais nos Estados Unidos e podem ter influenciado na vitória de Donald Trump, na corrida presidencial de 2016. Desde então, o Facebook tem buscado formas de prover mais segurança, mas a própria mídia social fatura ao utilizar as informações que compartilhamos com ela - não seria um paradoxo?

Nesse cenário, é interessante apontar o que poucos levam em consideração. Ao menos, observamos a preocupação de aplicações para computadores e smartphones sobre medidas de segurança de dados. Mas o que acontece quando incluímos a Internet das Coisas nessa equação? Qual a quantidade de dados estamos fornecendo sem sermos questionados se queremos mesmo compartilhá-los? E o mais importante: o que tem sido feito com essas informações? Seria mesmo a perda de privacidade um fator que pode influenciar na nossa perda de liberdade?

Não podemos apenas demonizar esse processo, até porque também nos beneficiamos da “perda de privacidade” - isso quando ela é compartilhada de forma controlada e utilizada com inteligência. Por exemplo, receber sugestões de filmes ou notícias conforme seus gostos pode ser um facilitador (além de que, ao saber nossas preferências, as empresas podem se adequar para atender melhor às necessidades). Somos tratados como indivíduos e tudo passa a ser personalizado. Entretanto, até que ponto não prejudica quando o que deveria ser privado se torna público?

De toda a exposição que temos nos dias atuais tem algo que realmente é uma perda. Não existe mais o direito ao esquecimento. O passado acaba sempre voltando, com tantas informações disponíveis, muitas das quais passamos a perder o controle. O conteúdo disponibilizado na Internet reverbera: é compartilhado, copiado, roubado. Estar conectado tem um preço. A vida online influencia diretamente a offline. O que deve prevalecer nesses casos é o bom senso e o maior desafio está em encontrar o ponto de equilíbrio entre a exposição e a privacidade.





Fernando Matesco - diretor técnico do Instituto das Cidades Inteligente (ICI)


A CRISE E A CUECA


“O que estamos discutindo dentro do Centrão é que precisamos fazer uma reforma que não garanta a reeleição de Bolsonaro. R$ 800 bilhões garantem, de cara, a reeleição de qualquer um. Se dermos R$ 800 (bilhões de reais) como disse ele, significa que nos últimos três anos de governo (na Presidência), há R$ 240 bilhões ao ano para gastar. Eu acho que temos de ter (economia) em torno de R$ 500 bilhões. R$ 600 bilhões seria o limite para essa reforma”. (Dep. Federal Paulinho da Força)

        Talvez nunca como nestes dias o pecado original de nossas instituições tenha exibido aos olhos da nação sua face ímpia e impiedosa. O pecado é velho como a República. É original porque nasceu com ela. E é mortal porque, desde então, responde por inextinguível sucessão de crises sociais, políticas e econômicas.
        Dou aqui meu testemunho sobre o que vi e vivi em mais de meio século de atenta observação: as crises brasileiras são como as cuecas do cotidiano. Não há dia sem cueca, nem dia sem crise. Estamos sempre com elas, companheiras inseparáveis, a cueca e a crise.
        Não vou entrar na chatice técnica da alfaiataria institucional e seus defeitos de costura. Irei direto ao ponto que avulta sob nossos olhos quando o ministro da Economia, um homem que sabe o que diz e não brinca em serviço, afirma que a Economia está no fundo do poço. Sabemos, todos, que para lá deslizam as esperanças dos necessitados, dos desempregados, dos desabrigados e a confiança dos investidores, cuja atividade poderia vir em seu socorro. É a crise.
        Claro, o Congresso Nacional poderia – não mais do que isso, “poderia” – acelerar a aprovação de projetos de reforma previdenciária e fiscal que, sabidamente, restaurariam a confiança dos investidores, a credibilidade dos mercados na seriedade da gestão pública nacional. Mas no Congresso Nacional, Paulinho da Força fala pela alma da Casa. É a cueca.
Ao longo de décadas, os problemas fiscais foram empurrados com o umbigo, o endividamento chegou a treze dígitos, pode alcançar R$ 5 trilhões e engolir um PIB inteiro. Mas nada é tão importante quanto a próxima eleição.
        O Congresso Nacional, em vez de arregaçar mangas e votar as reformas, se compraz com obstruções e negociações deliberadamente infindáveis, mantendo a velha tradição de preservar dedos, anéis, pulseiras, colares e cofres na Suíça. As exceções, honradas e celebradas exceções, são em número insuficiente para vencer a inércia dos que preferem deixar tudo como está. Para estes últimos, até uma tragédia de porte bolivariano serve contanto que isso lhes viabilize a reeleição, que o COAF fique longe de Sérgio Moro, que se recriem alguns ministérios gastadores e que o sindicalismo militante e partidário preserve suas sinecuras. Tudo sem pressa porque a pressa é inimiga da refeição.
        O que descrevi é pecado, é mortal, mas não é o pecado original. O pecado original do modelo institucional brasileiro consiste na irresponsabilidade institucional dos parlamentares. São como engenheiros cujas obras pudessem desabar sobre a cabeça dos outros sem que nenhuma consequência os atinja. Tudo é cobrado do governo ainda que este só possa fazer o que eles permitem. Aconteça o que acontecer, sejam quantos forem os novos desempregados, nada os interessa e preocupa mais do que a próxima eleição.
        Há uma multidão de novos congressistas. Foram necessários menos de quatro meses para que muitos, não se sabe ainda quantos, fossem cooptados pela mentalidade irresponsável da Casa. Há, porém, gente da melhor qualidade, aparentemente poucos, em cujo exemplo e trabalho repousa parte da nossa confiança e esperança.



Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


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