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terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

7 Perguntas e Respostas sobre a Reconstrução Mamária


Câncer de mama corresponde a 30% dos casos anuais de neoplasias no Brasil
 

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o tumor de mamas é o segundo tipo de câncer mais frequente em todo o mundo. É também o mais prevalente entre as mulheres brasileiras, correspondendo a cerca de 30% dos casos anuais de câncer.

É também a neoplasia que mais afeta a autoestima da mulher, uma vez que em muitos casos é necessário realizar a mastectomia, ou seja, a retirada completa das mamas, símbolos da feminilidade e da maternidade.

Mas, graças às técnicas da cirurgia plástica reparadora, atualmente é possível reconstruir as mamas após uma mastectomia, com bons resultados estéticos. Segundo o cirurgião plástico, Dr. Luiz Philipe Molina Vana, Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e Doutor em Cirurgia pela Universidade de São Paulo (USP), as técnicas da reconstrução mamária evoluíram bastante.

“Um dos avanços importantes foi a criação de uma matriz dérmica, uma espécie de rede, que proporciona melhor sustentação para o implante, contribui na redução da contratura capsular, como também em um posicionamento mais adequado das mamas”, explica Dr. Molina.

Veja abaixo sete perguntas e respostas sobre a reconstrução mamária, que são muito comuns no dia a dia das mulheres que precisam passar pelo procedimento.  

 
1-A reconstrução mamária é coberta por planos de saúde? 

Sim. A reconstrução mamária é uma cirurgia plástica reparadora para corrigir danos ou mutilações decorrentes do tratamento do câncer. Portanto, é um direito assegurado tanto para as usuárias de planos de saúde, como para mulheres que são atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 


2- A cirurgia para reconstruir as mamas deve ser feita em qual momento? 
 
A reconstrução das mamas pode ser feita junto com a mastectomia ou tardiamente, ou seja, em um segundo momento. Muitas mulheres podem optar por fazer tudo de uma vez, enquanto outras podem decidir terminar o tratamento, para depois tomarem uma decisão. Entretanto, vale ressaltar que a reconstrução imediata pode ter contraindicações, principalmente quando o estado clínico da paciente é considerado inadequado. Então, é uma decisão que envolve a relação médico paciente e outros fatores. 


3-Como é feita a reconstrução das mamas?
 
A reconstrução mamária pode ser feita por meio de várias técnicas, como o implante de uma prótese de silicone, o uso de um expansor cutâneo e a transferência de retalhos de pele. Há ainda, em alguns casos, a combinação de técnicas como retalhos de pele e prótese de silicone. 
  • Prótese de silicone: Em geral, pode ser feita quando não há um comprometimento grande de pele.    
  • Expansores: O médico irá inserir um expansor sob a pele das mamas. Aos poucos, esse expansor será preenchido com soro fisiológico até atingir o tamanho desejado. Depois, o expansor é retirado e substituído por uma prótese de silicone. Atualmente, existem expansores definitivos, que ajudam a eliminar a etapa de substituição pela prótese definitiva. 
  • Transferência de retalhos de pele: Nesta técnica, o cirurgião plástico irá usar pele, gordura e músculos da própria mulher para reconstruir as mamas. São cirurgias complexas e com maior número de complicações pós-operatórias. Por isso, precisam ser bem indicadas e feitas por cirurgiões plásticos especializados em cirurgias reconstrutivas.
 
4-Como é feita a reconstrução dos mamilos?

Quando a reconstrução mamária é feita juntamente com a mastectomia, é possível preservar as aréolas e os mamilos, desde que essas áreas não estejam afetadas pelo câncer ou ainda se o tumor não estiver próximo.

Muitas vezes, quando a proximidade está presente, o cirurgião oncológico precisa remover essas estruturas das mamas para dar maior segurança ao procedimento. Para as mulheres que passam pela retirada total, a reconstrução das aréolas e dos mamilos é feita em um segundo momento, após a cicatrização completa da primeira cirurgia.

É necessário aguardar também para avaliar a posição das mamas e chegar a um melhor resultado. Normalmente, a aréola é reconstruída com a pele de outros locais, como a virilha ou é realizada uma tatuagem. Já a papila mamária (bico do seio), é reconstruída com tecidos locais. 




5- É possível reconstruir apenas uma mama?

 
O câncer de mama pode atingir uma ou as duas mamas. Quando atinge apenas uma mama e é necessário fazer a mastectomia, é possível reconstruir apenas a mama afetada. O cirurgião plástico irá buscar um resultado que leve em consideração o tamanho, o aspecto e a posição para chegar a uma aparência o mais semelhante possível. Vale lembrar que há a opção de realizar uma cirurgia plástica no outro seio para um melhor resultado estético. 



6- A mulher pode amamentar depois da reconstrução?

 
Infelizmente, a amamentação após a mastectomia radical não é possível, já que a cirurgia retira todo o tecido mamário, incluindo as estruturas necessárias para a amamentação. Porém, mulheres que retiram apenas uma mama, tendo a outra preservada, podem conseguir amamentar com o seio saudável. 



7- A reconstrução deixa cicatrizes?

 
Tanto a mastectomia, quanto a reconstrução, deixarão cicatrizes visíveis. Além disso, se houver retirada de pele de outros locais do corpo, também haverá cicatrizes nesses locais. Apesar disso, o mais importante é que a reconstrução das mamas tem um papel crucial na recuperação da autoestima da mulher, assim como contribui para melhorar sua qualidade de vida e e pode ajudar a lidar de maneira mais positiva com o tratamento.



Alzheimer, desafios e esperança


Enfermidade degenerativa, progressiva e sem cura, a Doença de Alzheimer (DA) compromete as atividades cerebrais causando o declínio das funções cognitivas como a memória, a linguagem e a percepção, mudanças no comportamento, personalidade e humor, levando o paciente a dependência para atividades instrumentais e, no decorrer da evolução, para atividades básicas de vida diária



Aproximadamente 50 milhões de pessoas sofrem de Alzheimer no mundo. No Brasil, são cerca de 1,2 milhão, com custo aproximado per capita podendo chegar a R$ 40 mil por ano.

O número de portadores é crescente. Projeções apontam que, em 20 anos, poderemos ter o dobro de pessoas com a doença, principalmente devido ao envelhecimento da população. Segundo a Alzheimer’s Disease International (ADI – Associação Internacional de Alzheimer), os países em desenvolvimento serão os responsáveis por mais de 2/3 dos enfermos até 2050.

A mesma ADI já mostrava que, em 2010, os custos para as Américas eram de cerca de US$ 235,8 bilhões por ano com a doença, incluindo custos médicos, sociais e de cuidados informais. Com o aumento dos casos, os sistemas de saúde e de assistência social podem entrar em colapso se o Estado e a iniciativa privada não fizerem um planejamento adequado levando em conta a perspectiva de aumento de incidência e prevalência.

Os problemas relacionados a recursos para o tratamento de pacientes e familiares de portadores de Alzheimer são tão relevantes que até o Fórum Mundial de Economia, em 2017, chamou a doença de uma das principais agravantes à crise na esfera da saúde do século 21.

Em muitos países, já há Planos Nacionais de Demência que visam melhora da educação sobre o problema, melhora do diagnóstico e tratamento médico, melhora do apoio a cuidadores, do tratamento domiciliar e do apoio a novas pesquisas. Urge em nosso país uma ampla discussão entre entidades médicas e não-médicas, associações de pacientes e representantes do Estado para uma implementação efetiva de um Plano Nacional de Demência no Brasil.

É possível prevenir e diminuir a incidência das demências em geral levando uma vida saudável, com controle adequado de fatores de risco cardiovasculares, como diabetes, hipertensão, dislipidemia, sedentarismo. Programas de atividade física regular, aumento da escolaridade da população, assim como estímulos para a manutenção de uma vida ativa após a aposentadoria são outros fatores que devem ser levados em conta.

A boa notícia é que os medicamentos sintomáticos específicos para tratamento da DA estão disponíveis nas farmácias do Sistema Único de Saúde. A memantina, indicada nas fases moderadas e avançada da doença, também foi incorporada no SUS em portaria de novembro de 2017. Também é alvissareiro saber que há muita pesquisa de qualidade, realizadas nas mais conceituadas universidades e centros médicos do mundo, visando detectar as causas e encontrar tratamentos eficazes.

A expectativa é que, por um lado, haja um aperfeiçoamento e descoberta de novas medicações que possam influir na evolução natural da doença; por outro lado que sejam implantadas medidas efetivas de prevenção e acolhimento de cuidadores e pacientes que possam diminuir os custos médicos, sociais e afetivos dessa doença.

Que assim seja.









 




Marcio L. F. Balthazar - Coordenador do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva da Academia Bras Neurologia


HPV como fator de risco


O vírus HPV atinge a pele e as mucosas, podendo causar verrugas ou lesões percursoras de câncer, como o câncer de colo de útero, garganta ou ânus. O nome HPV é a sigla inglesa para "Papiloma vírus humano"; e cada tipo de HPV pode causar verrugas em diferentes partes do corpo, relacionando-se ao câncer de colo de útero na mulher.

O vírus HPV também tem relação com câncer de garganta e, recentemente, em países desenvolvidos, vem sendo observado um aumento desse casos de câncer de garganta relacionados ao vírus HPV. Portanto, possivelmente, os hábitos sexuais estão relacionados a aquisição do vírus HPV e ao desenvolvimento de tumores na região da garganta.

Estamos falando especificamente da orofaringe, que é a região onde estão as amígdalas e a úvula, a famosa campainha. Pessoas que têm o vírus HPV nessas regiões têm uma elevada chance de desenvolver câncer de garganta, mesmo que elas não fumem e não consumam álcool.

Além disso, é cada vez maior a frequência de tumores de garganta em homens e mulheres mais jovens do que o habitual, não fumantes e não consumidores de álcool, que são os fatores de risco sabidamente conhecidos. Então, se você tiver dor de garganta e dificuldade para engolir por mais de duas semanas, procure um médico para ser avaliado e ter certeza que você não tem um câncer na sua garganta.





Antonio Bertelli - professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Contato: dr.bertelli@me.com


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