Mais de 90% dos focos tiveram como causa ações humanas que poderiam ter sido evitadas, como queda de balão e uso irregular do fogo
O Painel
Geoestatístico dos Incêndios Florestais em Unidades de Conservação e Áreas
Protegidas publicado pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente,
registrou uma queda de 59% na incidência de incêndios no Estado de São Paulo.
De janeiro a outubro deste ano foram registradas 97 ocorrências. Já no mesmo
período de 2021, ocorreram 238 focos de incêndios florestais. A queda nos
números pode ser atribuída a uma série de fatores, dentre os quais se destaca a
intensificação das ações preventivas e de comunicação, tanto do setor privado
como público, bem como a boa distribuição das chuvas nos meses de inverno.
O incêndio florestal prejudica a vegetação e causa a morte de animais
silvestres, além de aumentar a poluição do ar, diminuir a fertilidade do solo,
oferecer risco de queimaduras, acidentes com vítimas e causarem problemas de
saúde na população. Para prevenir e combater incêndios florestais, o Governo de
São Paulo, conta com a Operação Corta-Fogo, inciativa que vigora o ano inteiro,
mas é intensificada durante o período mais seco do ano, que vai de junho a
outubro.
Incêndios criminosos provenientes da queda de balão, uso irregular do fogo em
atividades agropecuárias e o vandalismo estão entre os motivos que mais causam
incêndios florestais em São Paulo, segundo dados do Painel Geoestatístico.
Neste ano, por exemplo, mais de 90% dos focos tiveram como causa ações humanas
que poderiam ter sido evitadas, que culminaram com a queima de mais de 7 mil
hectares de mata, sendo 738 dentro das Unidades de Conservação- UCs – uma
diminuição de 79% em relação a 2021, onde mais de 15 mil hectares de áreas
protegidas foram atingidos – e 6.422 nas zonas de amortecimento.
A população pode ajudar: não faça fogueiras, queime lixo ou jogue bitucas de
cigarro em áreas de mata. Além de crime ambiental, soltar balões é um dos
grandes vilões dos incêndios, evite a prática e denunciei a fabricação,
transporte e a soltura por meio do 190 ou pelo canal de denúncias da Polícia
Militar Ambiental: bit.ly/DenuncieAQUI.
Além disso, neste ano o Estado de São Paulo também registrou o menor número de
focos calor detectados pelo satélite desde 1998, segundo dados do portal do
Monitoramento de Queimadas e Incêndios do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais). Diferente do incêndio florestal, onde o fogo é descontrolado e
atinge todos os tipos de vegetação, seja plantações, pastos ou áreas de
florestas, o foco de calor é qualquer temperatura registrada acima de 47 graus.
Um foco de calor não é necessariamente um foco de fogo ou incêndio, podendo ser
proveniente, por exemplo, da prática agropastoril ou florestal que utiliza o
fogo para viabilizar a agricultura ou renovar as pastagens.
Operação Corta-Fogo
Queima prescrita
Neste ano, o estado de São Paulo também iniciou o projeto piloto de queima
prescrita em áreas protegidas nas cidades de Luiz Antônio e São José do Rio
Preto. A ação consiste em utilizar o fogo em pequenos trechos, sob supervisão
das equipes técnicas, para que as chamas consumam a biomassa na superfície, sem
impactar nas raízes das plantas. O objetivo é reduzir o material combustível e,
consequentemente, evitar a propagação de labaredas durante os incêndios. Para
realizar o piloto, equipes da operação paulista trocaram experiências com o
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBIO, em missão
realizada no Parque Nacional da Serra da Canastra, em Minas Gerais, e com
Serviço Florestal Americano, que já realiza a prática no território.
Participam da operação
A Operação Corta-Fogo conta com o apoio de diversos órgãos estaduais como a
Coordenadoria Estadual de Proteção Defesa Civil (CEPDEC), o Corpo de Bombeiros,
a Polícia Militar Ambiental, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
(Cetesb), a Fundação Florestal (FF) e a Secretaria de Agricultura e
Abastecimento. A coordenação do sistema é realizada pela Secretaria Estadual de
Infraestrutura e Meio Ambiente, por intermédio da Coordenadoria de Fiscalização
e Biodiversidade (CFB). A articulação entre essas instituições ocorre por meio
do Comitê Executivo, que tem como objetivo delinear ações integradas e
complementares.
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