A população desocupada chegou a 12,9 milhões de pessoas no trimestre móvel de agosto a outubro, uma redução de 10,4% na comparado com o trimestre encerrado em julho
O desemprego no Brasil atingiu
12,1% no trimestre móvel de agosto a outubro de 2021, o que representa queda de
1,6 ponto percentual (p.p.) na comparação com o trimestre de maio a julho de
2021, quando ficou em 13,7%. Em relação ao mesmo trimestre móvel de 2020
(14,6%), o recuo é de 2,5 pontos percentuais.
A população desocupada chegou
a 12,9 milhões de pessoas, uma redução de 10,4% ou menos 1,5 milhão, se
comparado ao trimestre encerrado em julho, quando eram 14,4 milhões de pessoas.
Frente ao mesmo trimestre móvel de 2020 (14,6 milhões de desocupados), caiu
11,3% ou menos 1,7 milhão.
Os dados são da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta
terça-feira, 28/12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
OCUPAÇÃO
De acordo com a pesquisa, a
população ocupada atingiu 94,0 milhões de pessoas, com crescimento de 3,6%, ou
3,3 milhões de pessoas, ante o trimestre anterior, e avançou 10,2%, ou 8,7
milhões de pessoas, em relação ao mesmo trimestre de 2020.
O nível da ocupação, que é o
percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi estimado
em 54,6%, segundo o IBGE, o maior desde o trimestre encerrado em abril do ano
passado. O resultado representa também uma alta de 1,8 p.p. na comparação com o
trimestre de maio a julho de 2021.
Para a coordenadora de
Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, o aumento na ocupação teve
influência do número de empregados com carteira de trabalho no setor privado,
que alcançou 33,9 milhões, um avanço de 4,1% se comparado ao trimestre
anterior. O percentual equivale a 1,3 milhão de pessoas a mais.
“Do aumento de 3,3 milhões de
pessoas na ocupação, 40% são trabalhadores com carteira assinada no setor
privado. Essa recuperação do trabalho formal já vem ocorrendo nos meses anteriores,
desde o trimestre encerrado em julho. Então, embora o emprego com carteira no
setor privado ainda esteja em um nível abaixo do que era antes da pandemia, vem
traçando uma trajetória de crescimento”, apontou a coordenadora.
Ainda no setor privado, o
total de empregados sem carteira cresceu 9,5%, ou 1,0 milhão de pessoas. No
trimestre encerrado em outubro, a categoria somava 12 milhões de trabalhadores.
Em igual período, o número de trabalhadores domésticos sem carteira cresceu
8,0%, e o de empregadores sem Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ)
aumentou 7,4%. Com isso, a taxa de informalidade atingiu 40,7%, o que significa
38,2 milhões de trabalhadores informais no país.
RENDIMENTO
O crescimento da ocupação
influenciado pelo trabalho informal resultou na queda de 4,6% no rendimento
real habitual e atingiu R$ 2.449. Na comparação com o mesmo trimestre do ano
anterior, o recuo é de 11,1%. Já a massa de rendimento, com R$ 225 bilhões,
permaneceu estável frente aos dois trimestres.
“Apesar de haver um
crescimento significativo da ocupação, a massa de rendimento permanece estável.
Isso acontece porque o rendimento do trabalhador tem sido cada vez menor, seja
porque a expansão do trabalho ocorre em ocupações de menor rendimento, seja
pelo avanço da inflação nos últimos meses”, comentou Adriana.
CONTA PRÓPRIA
O contingente de
trabalhadores por conta própria subiu 2,6%, somando 25,6 milhões. Conforme a
pesquisa, são 638 mil pessoas a mais nesta categoria. O aumento dos
trabalhadores domésticos ficou em 7,8% também na comparação com o trimestre
terminado em julho, o que representa mais 400 mil pessoas. A maior parte desse
aumento também veio do trabalho informal. Foram contratadas 308 mil sem
carteira de trabalho assinada.
A população fora da força de
trabalho registrou queda de 2,1% em relação ao último trimestre. Essas pessoas
que não estavam nem ocupadas nem desocupadas na semana de referência somaram
65,2 milhões de pessoas no trimestre encerrado em outubro. Se comparado ao
mesmo período do ano anterior, apresentou recuo de 5,4 milhões de pessoas.
Segundo a pesquisa, ante o
último trimestre, 436 mil pessoas saíram da força de trabalho potencial. Aí
estão as pessoas em idade de trabalhar, nem ocupadas, nem desocupadas, mas que
tinham potencial para estar na força de trabalho.
O IBGE estimou o contingente
em 9,3 milhões de pessoas. Fazem parte do grupo os desalentados, que são
pessoas que não buscaram trabalho, mas que gostariam de conseguir uma vaga e
estavam disponíveis para trabalhar. Esse grupo caiu 3,8% e foi estimado em 5,1
milhões de pessoas. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, quando
eram Brasil 5,8 milhões de pessoas desalentadas no Brasil, houve queda de
11,9%.
COMÉRCIO
O número de ocupados no
comércio subiu 6,4%, isso equivale a 1,1 milhão de pessoas a mais trabalhando
no setor. Na indústria a alta ficou em 4,6%, ou mais 535 mil pessoas. Conforme
a pesquisa, em igual período, mais 500 mil pessoas passaram a trabalhar no segmento
de alojamento e alimentação (11,0%). Na construção, foi registrada uma elevação
de 6,5% na ocupação ou 456 mil pessoas.
Adriana Beringuy informou que
na comparação com o trimestre anterior, dos dez grupamentos de atividades, seis
tiveram crescimento na ocupação e os demais ficaram estáveis. “Quando
comparamos com o mesmo trimestre do ano anterior, nove apontaram crescimento
significativo. Isso indica que a conjuntura econômica do trimestre encerrado em
outubro é muito diferente do mesmo período do ano passado. A recuperação já
mostra um cenário muito mais favorável para a ocupação”, completou.
IMAGEM: Sebastião
Moreira/AE
Agência de notícias da Empresa Brasileira de Comunicação
Fonte: https://dcomercio.com.br/categoria/economia/taxa-de-desemprego-recua-para-12-1-aponta-ibge
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