Com a chegada do verão, grande parte da população
passa as férias de final de ano – ou até mesmo apenas os finais de semana – na
praia, no parque ou na piscina. E a exposição ao sol exige um item considerado
imprescindível: o filtro solar, essencial para evitar queimaduras e até mesmo o
câncer de pele, visto que, no Brasil, dois terços de todos os diagnósticos de
câncer são desse tipo, com cerca de 185 mil novos casos registrados todo ano.Mitos e verdades sobre protetores solares
Créditos: Envato
Porém, são inúmeros os mitos e as verdades sobre o
produto, o que acaba causando dúvidas na hora da compra e do uso. Questões como
o fator de proteção e a quantidade de uso, por exemplo, são divulgadas com
informações imprecisas, deixando os consumidores incertos sobre qual produto
adquirir. A professora de Cosmetologia do curso de Estética e Cosmética da
Universidade Positivo (UP), Ana Carolina Pareja Isa, esclarece essas e outras
dúvidas sobre os protetores solares.
- Quanto mais alto o fator de proteção solar,
mais alta a proteção
Mito. A especialista explica que o FPS não tem
relação direta com a capacidade de proteção, mas sim com o tempo que a pessoa
pode ficar exposta no sol. “Se o FPS do produto é 30, isso significa que a
pessoa está 30 vezes mais protegida de queimaduras solares, em relação ao
tempo, do que se estivesse exposta ao sol sem filtro solar. Por exemplo, se o
indivíduo começa a ficar vermelho após dez minutos no sol de exposição ao sol,
com um filtro solar com FPS 30, essa pessoa, teoricamente, pode se expor 30
vezes mais tempo, ou seja, 300 minutos”, explica. Portanto, um protetor com FPS
60 não protege o duas vezes mais do que um filtro com FPS 30, mas sim, o dobro
do TEMPO de exposição.
- Filtro físico é melhor que o químico
Mito. A principal diferença entre os dois é a
composição, mas ambos são eficazes na proteção. Enquanto o químico absorve a
radiação, deixando o efeito do sol menos nocivo, o físico cria uma barreira,
impedindo a entrada dos raios solares – por isso, ele tende a deixar a pele
esbranquiçada. “O ideal é que o filtro solar tenha uma composição mista, o que
aumenta o fator de proteção. Porém, os físicos são menos irritantes que os
químicos, então, são mais indicados para crianças e gestantes”, explica.
- A quantidade de aplicação ideal no rosto é uma
colher de chá
Verdade. A Sociedade Brasileira de Dermatologia
(SBD) recomenda uma quantidade abundante, cerca de 2 mg| cm² de pele. “Para
facilitar, utilizamos a regra da colher de chá. No rosto, sugere-se uma colher
de chá. Para o tronco, o ideal é usar duas colheres, assim como em cada braço e
perna”, orienta.
- A oxibenzona tem efeito cancerígeno
Mito. De acordo com a professora, a RDC 47 de 2006
apresenta a lista de filtros solares UV permitidos no Brasil, sendo estes
cosméticos reconhecidos e registrados como grau II pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), necessitando apresentar teste de eficácia e
segurança. “Todos os filtros solares só são aprovados após realizações de
testes de eficácia e segurança. Ou seja, sendo utilizados da forma indicada,
não há evidências de que causam efeitos cancerígenos”, assegura.
A especialista ressalta a importância do uso
correto também no dia a dia. “O filtro solar é um aliado do skincare, sendo o
último passo do processo. É preciso aplicar com cuidado uma quantidade
generosa, pelo menos duas vezes por dia. Filtros solares com cor são ideais
para esse uso, pois o pigmento (óxido de ferro) também ajuda a proteger das
luzes do computador”, revela.
Ana Carolina reforça que, mesmo existindo os
protetores solares de uso oral, ou antioxidante orais, eles não substituem a
necessidade do uso tópico. "O filtro solar deve ser aplicado, no mínimo,
de 15 a 30 minutos antes da exposição, devendo ser reaplicado a cada duas horas
ou após imersão na água", orienta.
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