Nós precisamos falar sobre a filantropia e a contrapartida real que ela dá para a sociedade brasileira. As instituições filantrópicas cumprem um papel de inclusão social relevante para o País, nas áreas da Educação, da Saúde e da Assistência Social, revertendo para a população muito além dos benefícios recebidos. A cada R$ 1 investido pelo Estado no setor com as imunidades fiscais, a contrapartida é de R$ 7,39 em benefícios entregues à população nessas três áreas.
Esses são dados da pesquisa “A Contrapartida do
Setor Filantrópico no Brasil”, de 2018, realizada pelo Fórum Nacional das
Instituições Filantrópicas (Fonif), em parceria com a consultoria independente
Dom Strategy Partners e auditoria da Audisa. Na área da Assistência Social, são
3,6 milhões de vagas de serviços essenciais de proteção básica. Na Saúde, 260
milhões de procedimentos ambulatoriais e hospitalares. Na Educação, há cerca de
725 mil bolsistas no Ensino Superior e na Educação Básica. São dados que têm
como base números oficiais dos ministérios da Saúde, da Educação e da
Cidadania.
É importante ressaltar essas informações e, também,
afirmar que muitas dessas instituições estão em lugares nos quais o governo não
tem condições de chegar. Falta ao poder público a capilaridade para conseguir
dar suporte a pessoas em situação de vulnerabilidade social nos mais diversos
cantos do país.
A começar pelo atendimento na área da Saúde: o
Brasil conta com 906 municípios atendidos exclusivamente por um hospital
filantrópico. Esse dado demonstra que o trabalho das filantrópicas é
fundamental, não só em estrutura, mas também em qualidade. A maioria dessas
instituições é de fundação centenária e historicamente presta esse atendimento
por missão.
Da mesma forma que na área da Saúde, na Educação as
instituições filantrópicas cumprem relevante papel social e de inclusão. Atuam
para garantir qualidade educacional que proporciona aos estudantes muito além
do aprendizado dos conteúdos de disciplinas - como Matemática ou História -,
trazendo uma proposta de tornar o aluno cidadão, comprometido em transformar a
sociedade. Muitas vezes, instaladas em municípios com baixo IDH ou em regiões
periféricas e empobrecidas, dão oportunidade a estudantes de baixa renda de
terem acesso a uma escola de qualidade. A cada cinco vagas abertas para um
aluno que paga mensalidade, a instituição filantrópica educacional concede uma
bolsa totalmente gratuita a um aluno de baixa renda.
Desse modo, as instituições filantrópicas cumprem
seu papel social e alcançam lugares onde o Estado, seja pela falta de orçamento
ou de estrutura, não consegue se fazer presente. Por esses motivos, a imunidade
tributária traz um benefício que até pode ser medido por meio de recursos, mas
que vai além, pois insere a contrapartida na promoção do equilíbrio social e do
atendimento essencial para as pessoas em vulnerabilidade, contribuindo assim
para reduzir a desigualdade social em nosso país.
Carmem Regina Murara - diretora de Relações
Institucionais do Grupo Marista
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