Mensalidade e material escolares estão entre os principais pontos para o planejamento das famílias; a estimativa é que o reajuste das mensalidades para 2022 fique entre 8 e 15%
A disparada da inflação no segundo semestre provocou uma mudança
nos reajustes das mensalidades escolares para 2022. Estimativas feitas em julho
pelo Grupo Rabbit, consultoria de gestão educacional, com 600 instituições
privadas de ensino brasileiras, apontaram um reajuste de 8% a 10% à época. No
entanto, esse número pode crescer ainda mais, exigindo das famílias uma maior
atenção ao planejamento financeiro no início do ano.
Como explica Christian Coelho, CEO da consultoria, o peso do
aumento do valor das mensalidades seria apenas uma compensação dos
investimentos em protocolos de segurança e tecnologia feita pelas escolas
durante a pandemia. “Boa parte dos colégios seguraram os preços durante a
pandemia, então esse reajuste já seria esperado por todos”.
O esperado hoje está bem acima das projeções iniciais realizadas
no meio do ano, e os reajustes já podem passar da casa dos 10%. Dessa forma, as
famílias precisam se preparar com antecedência para lidar com essa e outras
tradicionais despesas de início de ano, como IPTU e IPVA, por exemplo.
Coelho conta que, como a Educação acaba sendo o principal
investimento dos pais que possuem filhos, esse item precisa ser o primeiro a
ser administrado, a partir do ponto de vista dos benefícios a longo prazo.
Professores, internet, limpeza, manutenção, aluguel, atendimento.
Os custos para se manter uma escola funcionando são diversos, complexos e podem
variar de uma instituição para outra. Para não haver um ruído durante as
negociações, o especialista afirma que as escolas precisam ser transparentes
com a comunidade, procurando mostrar tudo aquilo que foi feito durante o
ensino remoto e híbrido, quais foram os custos e como os novos valores
podem ser negociados a partir de agora.
Descontos e inadimplência
O especialista conta que agora as escolas precisarão dedicar seus
esforços de planejamento para a política de mensalidades, gestão
de matrículas e redução da inadimplência. Um outro estudo feito pelo grupo
em outubro mostrou que os casos de cancelamento de matrícula diminuíram de 95%
para 52%, em média, nos últimos 12 meses. Por sua vez, o percentual de
inadimplência caiu de 25% para 9%.
Para ele, o sucesso da retenção das matrículas se deu às
renegociações das mensalidades. No entanto, “à medida em que a economia
melhora, muitas escolas podem começar a diminuir essa política de
descontos”.
Uma das alternativas sugeridas por ele para não haver atrito entre
pais e colégios é conceder um benefício aos pais em troca do pagamento
integral da mensalidade. Pode ser a troca da mensalidade por atividades extras
sem custos, descontos no material didático, ganho do uniforme, isenção da taxa
de eventos ou desconto por desempenho do aluno, por exemplo.
Se for o caso de procurar uma nova
instituição de ensino, é importante comparar os preços entre elas. Segundo Christian,
tudo está atrelado a uma boa pesquisa de campo. "Para construir critérios
de avaliação, busque consultar outras escolas com qualidade ou serviços
equivalentes para poder ter mais poder de barganha, além de também ficar por
dentro das inovações e benefícios que a escola oferece para o ano letivo, um
tópico que ficou mais evidente durante a pandemia", finaliza.
Grupo
Rabbit
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