O acirramento da competitividade no mercado deixou
em evidência o papel da liderança para o sucesso das organizações. Nesse
contexto, é importante destacar que ser um verdadeiro líder não é sinônimo de
dar ordens, mas saber organizar, delegar tarefas, tomar decisões acertadas e,
especialmente, servir de inspiração, pois isso motiva e ajuda a reter os seus
melhores talentos.
Mas como gerenciar uma equipe durante períodos de
crise? Se comandar pessoas em circunstâncias normais já não é uma tarefa
simples, os períodos turbulentos podem abalar a confiança de muitos gestores
experientes.
A missão do líder sempre enseja maiores
responsabilidades do que qualquer outro membro do time. Afinal, é ele quem deve
apontar os rumos certos e as diretrizes a serem seguidas para resultados
bem-sucedidos. Diante de um período de crise, o peso de encontrar soluções
eficientes e colocá-las em prática é ainda maior.
Efetividade na comunicação
A comunicação eficiente é uma competência primordial
para grandes líderes, independentemente do momento em que a sua organização
esteja passando — o sucesso de cada ação dentro da empresa depende do nível de
alinhamento dos diálogos.
Em tempos de crise, a efetividade na comunicação do
gestor requer ainda mais atenção. Isso porque, em primeiro lugar, é preciso
conter possíveis descontroles emocionais para minimizar os impactos sobre a
produtividade do time.
Hoje, as informações circulam em uma velocidade
muito grande e, infelizmente, as pessoas se aproveitam dessa facilidade para
espalhar notícias falsas. Por isso, o posicionamento do líder fará toda a
diferença para direcionar o foco ao que realmente importa.
Nesse cenário de incertezas e apreensão, o líder
deve, antes de tudo, entender os fatos e eventuais impactos sobre o seu
negócio, traçar um plano de ações para enfrentar os obstáculos e, então,
passá-lo para sua equipe.
O mais relevante nesse momento é que essa
comunicação seja clara e objetiva; sem ruídos para atrapalhar as metas e objetivos.
Antecipação de conflitos
Uma liderança forte está entre os principais
elementos necessários ao alcance da excelência e do crescimento de uma marca no
mercado. Essa postura também vai fazer toda a diferença quando a organização
passa por turbulências.
Nessa fase, o descontrole da liderança pode acirrar
conflitos, estimular disputas por poder, e isso acarreta um efeito bastante
negativo no time — o bem coletivo deixa de ser uma prioridade e a desmotivação
da equipe cresce.
Quando o gestor tem o domínio do panorama da crise
e possíveis impactos, eles conseguem antever algumas circunstâncias com
potencial para gerar conflitos e agir de forma antecipada para que eles não
ocorram. Isso contribui bastante para diminuir os pontos de desgaste.
Inteligência emocional
Além das pressões econômicas naturalmente impostas
pelas crises, é comum que nesses períodos o gestor tenha que lidar com
críticas, acalmar os ânimos internos, entre outras atitudes que exigem uma
inteligência emocional da sua parte.
Assim, as atitudes reativas podem significar grande
impasse à manutenção de um clima harmônico. Um ambiente de ânimos acirrados,
sem empatia, normalmente traz grandes prejuízos para a motivação dos
funcionários.
O controle das emoções do líder é uma das
principais armas para ajudar a manter o equilíbrio interno e transmitir
segurança. Isso também ajuda o gestor a enxergar as pessoas certas do time para
auxiliar mais ostensivamente no combate ao problema.
Capacidade de manter a equipe
equilibrada
Como mencionado, a inteligência emocional do gestor
reflete de modo significativo no comportamento dos funcionários. Portanto, cada
atitude será decisiva para o equilíbrio da equipe — desde a delegação de
tarefas até as ações para reter os seus talentos.
Se o líder perde o controle do gerenciamento da
crise e o clima dentro da organização fica muito tenso, por exemplo, com
dificuldades para o diálogo, além de se sentirem desmotivados, muitos
profissionais competentes podem optar por abandonar a empresa, o que só aumenta
os prejuízos.
No que diz respeito à pandemia de coronavírus no
Brasil, especialmente diante dos últimos acontecimentos que trouxeram um viés
político para a questão, a diretoria da empresa precisa usar da sabedoria para
conduzir os colaboradores e evitar a exaltação dos ânimos, pois isso também
repercute de maneira negativa nos projetos de recuperação.
O direcionamento do time é a peça-chave para que
todos os planejamentos funcionem bem. Se ele transmite segurança e autoridade,
a tendência é que haja menos ruídos na comunicação e toda a equipe se mantenha
engajada em prol dos objetivos traçados.
Do contrário, dificilmente haverá um alinhamento de
pensamentos e ações. Logo, as chances de fracassar e sofrer consequências ainda
mais pesadas com a crise se elevam.
Como é possível o bom líder
buscar ferramentas para potencializar resultados?
Durante o enfrentamento de uma crise, a
palavra-chave para superar, ou pelo menos reduzir as adversidades, é a criatividade
— todas as medidas para imprimir um bom ritmo de produtividade são muito bem-vindas.
No caso do coronavírus, que exige um isolamento das
pessoas e, consequentemente, alterar a rotina de trabalho nas empresas, não há
outra alternativa a não ser a busca por ferramentas para dar continuidade na
execução do máximo de tarefas possíveis.
O ideal é que o líder comece a se preparar para
eventualidades antes que elas venham a acontecer, isto é, ter um plano de
prevenção para os riscos que envolvem sua atividade, bem como as respectivas
soluções caso o problema se instale.
Graças aos avanços das tecnologias, hoje diversas
funções podem ser realizadas remotamente, no home office, uma modalidade de
trabalho que aumenta a cada dia e que certamente será um dos principais aliados
enquanto o problema do coronavírus não for controlado.
Porém, a maior dúvida talvez seja como gerenciar
uma equipe e controlar o rendimento com esse tipo de trabalho. Nesse contexto,
o estabelecimento de metas claras pelo líder é o primeiro parâmetro para
alcançar um bom fluxo da atividade.
Além disso, outras metodologias de gestão de tempo
também se mostram eficientes e podem ser não somente utilizadas pelo líder, mas
principalmente recomendadas aos colaboradores.
Um exemplo de ferramenta já consagrada nesse
sentido é o método Pomodoro — a cada 25 minutos de atividade a pessoa descansa
5 minutos, até completar o ciclo de 2 horas.
Gerenciando de forma eficiente
os recursos de pequenas e médias empresas em tempos de crise
Embora a pandemia de coronavírus vá atingir todos
os mercados de maneira global, as pequenas e médias empresas estão mais
expostas às oscilações na economia e, sem dúvidas, muitas delas têm a sua
sobrevivência comprometida nesse momento.
Por essa razão, vale a pena conferir os nove
principais insights de uma mentoria coletiva para empreendedores sobre geração,
fluxo de caixa e o impacto financeiro do Covid-19.
São eles
Comunique com transparência a situação do caixa da
empresa para as lideranças, definindo quais ações serão tomadas e um intervalo
para mensuração de resultados e novas decisões;
1.Identifique até cinco projetos que serão transformados em planos de
ação com acompanhamento das principais lideranças semanalmente, dividindo a
responsabilidade entre cada um deles;
2.Elabore um plano financeiro considerando cenários distintos —
pessimista, moderado e otimista e assume que pode ocorrer uma queda drástica de
receita;
3.Defina as métricas vitais para acompanhamento da sobrevivência da
empresa— fluxo de caixa futuro, vendas, retenção de clientes e margem de
contribuição. E monitore diariamente;
4.Corte primeiramente os gastos pelas despesas administrativas — viagens,
cartões corporativos, ferramentas não essenciais, enfim, tudo aquilo que fuja
dos limites de atividade permitidos no momento;
5.Concentre os esforços no core do seu negócio, que já está validado e é
lucrativo. Nesse momento, é recomendado cortar ou reduzir investimentos em
novos produtos, sobretudo aqueles que não geram retorno a curto prazo. Afinal,
manter um cliente que já comprou com você antes é mais fácil que adquirir um
novo; o segredo é encontrar formas inovadoras de engajar seus clientes ativos;
6.Renegocie os prazos de pagamentos com os fornecedores,
preferencialmente que essas datas coincidam com o seu fluxo de recebíveis;
7.Tente renegociar prazos de carência e taxas nos bancos, evitando
prejudicar sua análise de crédito.
8.Aproveite as linhas de crédito de curto prazo pré-aprovadas, mas tome
cuidado, pois o custo da dívida pode ficar alto.
9.Como você pôde ver, embora o mais competente dos gestores não possa
prever uma situação de crise, ou impedir que ele afete o seu negócio, quando
existe um bom preparo e expertise para lidar com os desafios — um líder que
sabe como gerenciar uma equipe e demais recursos da empresa —, as chances de
superar o prejuízo são bem maiores.
Gostou do artigo? Agora que você aprendeu algumas
boas formas de gerenciar sua equipe durante a crise, aproveite para praticar a
sua contribuição com a nossa sociedade compartilhando essas dicas nas suas
redes sociais!
Georgia
Roncon - Empresária e empreendedora com mais de 13 anos de
experiência em gerenciamento comercial, marketing, desenvolvimento de equipes,
criação de produtos e implementação de cultura organizacional e inovação,
atualmente é Co- Founder do ECQ Lifelong Learning. É formada em Letras Inglês e
possui MBA em Gestão Empresarial e Marketing pela FGV. Apaixonada por educação,
marketing e tecnologias é co- fundadora da AGE GROUP, que atua em
seguimentos como: Turismo, Investimentos e com Educação em Inovação e
Tecnologia com o ECQ Lifelong Learning, que opera tanto no Brasil e nos EUA.
redes sociais @ecqonline_br
Nenhum comentário:
Postar um comentário