O que podemos
aprender com o Ikigai rumo a uma vida plena e produtiva? Especialista em
aprendizagem corporativa e desenvolvimento humano explica
Quanto
falta para o final de semana? Este questionamento está presente com frequência
na rotina das empresas brasileiras nas quais 40% dos trabalhadores encontram-se
insatisfeitos com o cargo atual, enquanto 64% gostaria de trocar de emprego
para sentir-se mais feliz, de acordo com a mais recente pesquisa da Isma Brasil
(International Stress Management Association). Diante desta realidade, o
Ministério da Saúde divulgou no último ano que 79% da população afastou-se do
trabalho no período de 2012 a 2016 devido a doenças psicológicas. A instituição
indica que a principal responsável por estes casos é a depressão (30,67%),
seguida pela ansiedade (17,9%).
De
acordo Sérgio Guerra, CEO da SG - Aprendizagem Corporativa, esse cenário pode
começar a ser explicado pelo conceito chamado "VUCA" (volátil,
incerto, complexo e ambíguo), que aponta que a sociedade atual é fortemente
marcada pelas transformações constantes e disrupção em todos os níveis.
“Atualmente, as pessoas enfrentam uma etapa de grandes mudanças sociais, com
quebra de padrões e um bombardeio de informações. Ao tentar atender às
cobranças que surgem a cada dia, elas deixam de trabalhar o autoconhecimento,
por exemplo, e entram em modo de piloto automático para conseguir lidar com os
desafios do cotidiano. Nesse contexto, em que é possível se desconectar de si
mesmo em um piscar de olhos, a infelicidade aparece”, afirma.
Indo
na contramão desse contexto tão marcante do mercado de trabalho atual, a ilha
de Okinawa consegue ser sinônimo de uma vida alegre e equilibrada. A pequena
ilha no sul do Japão intriga os pesquisadores da área de saúde, pois a
proporção de moradores que alcançam idade igual ou acima de 100 anos com boa
disposição é de 24 para cada cem mil habitantes, média muito superior à do
resto do mundo. Entre as descobertas para a ocorrência deste índice está o
"propósito". Ou, colocado de maneira mais simples, o motivo para
levantar da cama todos os dias é o que os habitantes de Okinawa chamam de
"Ikigai".
Ao
ligar os termos “ikiru” (viver) e “kai” (realizar o que se espera), a filosofia
japonesa resume a razão de viver em um único termo. Assim, os adeptos partem à
procura de harmonia, plenitude e longevidade nos diversos segmentos da vida a
fim de equilibrar “quem são” com “o que fazem”. Os japoneses acreditam que cada
indivíduo apresenta infinitos ikigai e as pessoas devem se propor a
identificá-los, desde as coisas mais simples (como ir a determinado
restaurante) até as mais ambiciosas, por meio de uma jornada de
autoconhecimento. “Não se trata de definir o ser humano pelo trabalho exercido.
Mas o trabalho tem muito a ver com a realização desse propósito. Na verdade, a
proposta é desenvolver um comportamento mais humanizado com o intuito de aumentar
o nível de felicidade. É saber reconhecer o papel que devemos desempenhar neste
planeta. É uma trajetória complexa, mas muito valiosa”, pontua Guerra.
Para
quem pretende encontrar o seu Ikigai, o especialista em treinamento indica a
elaboração de um diagrama composto por quatro esferas: o que você ama, em que
apresenta alto desempenho, o que pode garantir o seu sustento e no que é capaz
de auxiliar a sociedade. Em seguida, é preciso fazer as intersecções dos dados.
Veja abaixo:
-
O que você ama + em que apresenta alto desempenho = paixão
-
Em que apresenta alto desempenho + o que pode garantir seu sustento = profissão
-
O que pode garantir seu sustento + no que é capaz de auxiliar a sociedade =
vocação
-
No que é capaz de auxiliar a sociedade + o que você ama = missão
Mais informações
podem ser encontradas em www.learningsg.com
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