Não, não há
nenhum erro de digitação no título deste texto. Embora 2019, cronologicamente,
ainda esteja em seu início, 2029 já está diante de nós há muito tempo. Em um
mercado cada vez mais acelerado, seguir o ritmo do calendário pode ser sinônimo
de ficar para trás. Os grandes líderes, aqueles que estão comprometidos com a
disrupção de setores e com a transformação de vidas, não podem se dar ao luxo
de esperar 3.650 dias para planejar os próximos dez anos.
Na Educação, não
é diferente. Nenhum segmento precisa ser tão sensível às mudanças quanto este.
Quando uma escola decide “seguir o calendário” e continuar com as mesmas
práticas de antigamente, ela não está apenas arriscando sua posição no mercado,
mas pode estar traindo sua própria missão. Afinal, quando uma escola perde o
sentido, seus alunos é que sofrem as consequências.
Educadores
conscientes sabem que não basta celebrar a chegada de 2019. É preciso projetar
2029 e, por que não?, 2039, 2049... A linda garotinha que hoje está na Educação
Infantil, no futuro, atuará em um emprego que ainda não existe. Segundo estudo
do Instituto para o Futuro (IFTF), 85% das profissões que existirão em 2030
ainda não foram criadas. De acordo, ainda, com o Relatório do Fórum Econômico
Mundial, cerca de 65% das crianças nascidas entre 1998 e 2010, vão trabalhar em
funções que ainda não existem.
Outro dado é que
espera-se que 45% das profissões sejam automatizadas até 2055. Com a
tecnologia, o uso da inteligência artificial, machine learning,
assim como a programação robótica, realidade virtual, impressão em 3D, internet
das coisas, educação maker, computação quântica, e muitos outros
recursos que sequer conhecemos ainda, ditarão as regras de se fazer negócio. O
menino do 4° ano do Ensino Fundamental precisará lidar com uma sociedade
“líquida”, em constante transformação.
Se não os
ajudarmos a dialogar com o futuro, já a partir de hoje, estaremos, enquanto
educadores, falhando naquela que deveria ser a nossa principal missão: preparar
nossos alunos para dialogarem de forma ética e saudável consigo mesmos, com os
outros e com o mundo ao seu redor. Uma escola que pensa apenas no próximo ano
estará, fatalmente, atrasada. Pensar somente em 2019 é como tentar armazenar um
oceano dentro de um aquário.
O mundo
pós-moderno não permite mais que limitemos nossas ações e estratégias ao dia de
hoje. Se não levarmos em conta o futuro (cada vez mais presente), estaremos
cruelmente prejudicando o amanhã dos alunos que tanto amamos. É por isso que
não bastam mais apenas as “aulinhas de Inglês”, o “quadrinho de boas atitudes”
ou o bate-papo anual sobre bullying. Essas são apenas ações incompletas
pontuais para questões diárias e fundamentais. Questões dessa magnitude
requerem projetos consistentes. Apagar incêndios é uma boa tática para
emergências, mas não é uma habilidade com a qual se constrói um futuro.
No horizonte de
2029 – que, conforme estamos percebendo, já começou -, surgem as luzes da
Educação Bilíngue, da Educação Socioemocional, da célebre Formação Integral do
Ser, e tantos outros conceitos, antigos ou novos, que se comprometem a fornecer
ao estudante muito mais do que uma simples “carga horária”, mas uma verdadeira
transformação de estilo de vida e mindset. Educadores que,
verdadeiramente, desejam fazer a diferença precisam relembrar diariamente que o
mundo conforme o conhecíamos mudou, e será a nossa postura que determinará se
essa é uma boa ou má notícia. Enquanto isso, Feliz 2029. O futuro é logo ali.
Ulisses Cardinot - CEO e Sonhador da International
School, startup que oferece um programa de educação bilíngue. Está presente em
mais de 230 escolas, 23 Estados e, atualmente, adotado por cerca de 70.000
alunos em todo o Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário