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quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Feliz volta às aulas, feliz 2029!



Não, não há nenhum erro de digitação no título deste texto. Embora 2019, cronologicamente, ainda esteja em seu início, 2029 já está diante de nós há muito tempo. Em um mercado cada vez mais acelerado, seguir o ritmo do calendário pode ser sinônimo de ficar para trás. Os grandes líderes, aqueles que estão comprometidos com a disrupção de setores e com a transformação de vidas, não podem se dar ao luxo de esperar 3.650 dias para planejar os próximos dez anos.
Na Educação, não é diferente. Nenhum segmento precisa ser tão sensível às mudanças quanto este. Quando uma escola decide “seguir o calendário” e continuar com as mesmas práticas de antigamente, ela não está apenas arriscando sua posição no mercado, mas pode estar traindo sua própria missão. Afinal, quando uma escola perde o sentido, seus alunos é que sofrem as consequências.
Educadores conscientes sabem que não basta celebrar a chegada de 2019. É preciso projetar 2029 e, por que não?, 2039, 2049... A linda garotinha que hoje está na Educação Infantil, no futuro, atuará em um emprego que ainda não existe. Segundo estudo do Instituto para o Futuro (IFTF), 85% das profissões que existirão em 2030 ainda não foram criadas. De acordo, ainda, com o Relatório do Fórum Econômico Mundial, cerca de 65% das crianças nascidas entre 1998 e 2010, vão trabalhar em funções que ainda não existem.

Outro dado é que espera-se que 45% das profissões sejam automatizadas até 2055. Com a tecnologia, o uso da inteligência artificial, machine learning, assim como a programação robótica, realidade virtual, impressão em 3D, internet das coisas, educação maker, computação quântica, e muitos outros recursos que sequer conhecemos ainda, ditarão as regras de se fazer negócio. O menino do 4° ano do Ensino Fundamental precisará lidar com uma sociedade “líquida”, em constante transformação.

Se não os ajudarmos a dialogar com o futuro, já a partir de hoje, estaremos, enquanto educadores, falhando naquela que deveria ser a nossa principal missão: preparar nossos alunos para dialogarem de forma ética e saudável consigo mesmos, com os outros e com o mundo ao seu redor. Uma escola que pensa apenas no próximo ano estará, fatalmente, atrasada. Pensar somente em 2019 é como tentar armazenar um oceano dentro de um aquário.

O mundo pós-moderno não permite mais que limitemos nossas ações e estratégias ao dia de hoje. Se não levarmos em conta o futuro (cada vez mais presente), estaremos cruelmente prejudicando o amanhã dos alunos que tanto amamos. É por isso que não bastam mais apenas as “aulinhas de Inglês”, o “quadrinho de boas atitudes” ou o bate-papo anual sobre bullying. Essas são apenas ações incompletas pontuais para questões diárias e fundamentais. Questões dessa magnitude requerem projetos consistentes. Apagar incêndios é uma boa tática para emergências, mas não é uma habilidade com a qual se constrói um futuro.

No horizonte de 2029 – que, conforme estamos percebendo, já começou -, surgem as luzes da Educação Bilíngue, da Educação Socioemocional, da célebre Formação Integral do Ser, e tantos outros conceitos, antigos ou novos, que se comprometem a fornecer ao estudante muito mais do que uma simples “carga horária”, mas uma verdadeira transformação de estilo de vida e mindset. Educadores que, verdadeiramente, desejam fazer a diferença precisam relembrar diariamente que o mundo conforme o conhecíamos mudou, e será a nossa postura que determinará se essa é uma boa ou má notícia. Enquanto isso, Feliz 2029. O futuro é logo ali.




Ulisses Cardinot - CEO e Sonhador da International School, startup que oferece um programa de educação bilíngue. Está presente em mais de 230 escolas, 23 Estados e, atualmente, adotado por cerca de 70.000 alunos em todo o Brasil.

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