Hematologista infantil do Hospital América de Mauá
faz alerta sobre o combate à leucemia
A
campanha Fevereiro Laranja foi criada com o objetivo de conscientizar e
combater a leucemia, ressaltando a importância da prevenção, do diagnóstico
precoce, do conhecimento dos sintomas e dos tratamentos. Segundo o Instituto
Nacional do Câncer (INCA), para o Brasil, no ano de 2019, estimam-se 5.940
novos casos de leucemia em homens e 4.860 em mulheres. Esses valores
correspondem a um risco estimado de 5,75 casos novos a cada 100 mil homens e
4,56 casos novos para cada 100 mil mulheres. “A leucemia é uma doença
caracterizada pela expansão clonal de precursores hematopoiéticos na medula
óssea (fábrica do sangue), ou seja, ocorre a produção das células anormais na
medula óssea em substituição aos elementos normais”, explica a Dra. Bianca Ribeiro Barreto, hematologista
infantil, prestadora de serviços no Hospital América de Mauá.
São
várias as linhagens celulares que derivam da medula óssea, a partir do tipo de
glóbulos brancos que elas afetam. As leucemias podem ser divididas em 2 grupos:
linfoides ou mieloides. Além disso, quanto ao tempo de crescimento, elas podem
ser classificadas como agudas (crescimento rápido de células imaturas) e
crônicas (as células maduras aumentam, porém, são anormais). “Na infância, por
exemplo, as leucemias agudas representam 30% das neoplasias da criança. O tipo
mais comum é a LLA (leucemia linfoblástica aguda), sendo os fatores de risco e prognósticos:
idade da criança ao diagnóstico, contagem de leucócitos (células de defesa) no
hemograma, e exames como imunofenotipagem e cariótipo, comprometimento do SNC
(sistema nervoso central) ao diagnóstico e resposta precoce à terapia. No caso
da LMA (leucemia mieloide aguda), temos como fatores de risco: exposição
pré-natal (ao álcool, pesticidas e infecções virais), exposição ambiental
(radiação ionizante, infecções virais, pesticidas, solventes orgânicos como o
benzeno, dentre outros), além de doenças hereditárias e doenças adquiridas”,
comenta a hematologista.
Nas
leucemias agudas infantis, geralmente os sintomas são: palidez, hepatomegalia
(fígado aumentado de tamanho), esplenomegalia (baço aumentado de tamanho), dor
óssea, linfadenopatia, febre em consequência de infecções, sangramentos como
petéquias (pontos vermelhos no corpo, que não somem a digitopressão),
hematomas, sangramento de gengiva, hipertrofia gengival e infiltrações
cutâneas. “O diagnóstico é realizado a partir de uma suspeita clínica, e, em
seguida, são realizados exames complementares. O primeiro deles é o hemograma,
cujas alterações importantes nos fazem realizar a coleta e análise da medula
óssea, através do mielograma. Após esses, são realizados outros exames para
melhores caracterizações dos tipos de leucemias”, ressalta a especialista.
O
tratamento da leucemia visa eliminar as células malignas, para isso, são
realizadas medicações quimioterápicas. Em alguns casos, o transplante de medula
óssea é indicado. “Conseguimos nos prevenir da leucemia evitando alguns fatores
de risco, como aqueles associados à exposição à radiação ionizante, solventes
orgânicos (benzeno) e pesticidas”, finaliza.
Dra. Bianca Ribeiro Barreto - Hematologista
Pediátrica, prestadora de serviços do Hospital América de Mauá | CRM: 166.231
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