No período de VOLTA ÀS AULAS, É
IMPORTANTE MANTER A ALIMENTAÇÃO DAS CRIANÇAS EQUILIBRADA PARA O BOM CRESCIMENTO
O início do ano é marcado pela retomada da rotina, o que inclui a
volta às aulas, período de preocupação para os pais que precisam organizar a
lancheira dos filhos. Para a nutricionista Patrícia Ruffo, Gerente Científico
da Divisão Nutricional da Abbott, variar o cardápio pode não parecer uma tarefa
fácil, mas é fundamental para garantir uma alimentação equilibrada, com mais
opções in natura
e menos produtos industrializados, que geralmente contém alto teor de açúcar.
“O ideal é acrescentar na lancheira um alimento de cada grupo, como proteína,
fruta e carboidrato, para garantir uma alimentação mais saudável e, consequentemente,
auxiliar no crescimento e o desenvolvimento da criança, afirma".
De acordo com estudo da OMS (Organização Mundial da Saúde), o
número de crianças e adolescentes obesos em todo o mundo aumentou dez vezes nas
últimas quatro décadas1. No Brasil, mais de um terço das crianças
entre 5 e 9 anos está acima do peso2. O consumo de produtos com alto
teor de açúcar e gordura começa cedo no Brasil. Uma pesquisa revela que 60,8%
das crianças com menos de dois anos de idade comem biscoitos, bolachas e bolos
e que 32,3% tomam refrigerantes ou sucos artificiais3. “Uma
alimentação inadequada pode não somente levar ao desenvolvimento de doenças
crônicas, como a obesidade, mas também dificultar o processo de aprendizado”,
alerta Patrícia.
Mas
a realidade é que o alimento industrializado ainda compõe boa parte das
lancheiras escolares, pela sua praticidade e baixo custo. Além disso, há a
visão de que quantidade é sinônimo de qualidade, mas neste caso o excesso pode
ser prejudicial.
A nutricionista traz oito dicas para ajudar os pais na hora de
elaborar a lancheira das crianças:
- Pense no cardápio antecipadamente: fazer uma lista
para cada dia da semana deixará a rotina mais prática, e evitará cometer
excessos.
- No
lanche da escola não pode faltar: um líquido, uma fruta, um tipo de
carboidrato e um de proteína4,5.
- Para
beber, opte pelos chás, água de coco ou sucos naturais (que podem ser
colocados em recipientes térmicos para não perder os nutrientes com o
passar das horas). As lancheiras térmicas também são ótimas opções para o
melhor acondicionamento da comida.
- Deixe
as frutas cortadas e descascadas. A aparência é um fator determinante para
a criança ingerir determinado alimento.
- Faça
a lancheira com a ajuda dos seus filhos e com alimentos de conhecimento
deles. A lancheira da escola deve ser uma extensão da alimentação feita em
casa.
- Os pães podem e devem entrar na lancheira escolar,
mas o ideal é variar o tipo para a criança não enjoar: pão francês, de
forma ou de milho são algumas opções. É preciso estar atento ao recheio de
cada pãozinho. Neste sentido, os patês caseiros são opções saudáveis e
nutritivas.
- Invista nos petiscos saudáveis: frutas desidratadas, mix de castanhas e cereais sem
açúcar são opções nutritivas e saborosas. O ideal é colocar em um pote
fechado ou até mesmo em um saquinho.
- Tenha a suplementação como uma aliada: ela é uma ótima alternativa para suprir as necessidades de nutrientes fundamentais para as crianças: ferro, cálcio, zinco, fibras e vitaminas A e D.
“É importante ter em mente que os hábitos
adotados na infância têm grande influência na vida adulta. Uma alimentação
equilibrada e saudável permite o crescimento e o desenvolvimento adequado das
crianças, que se estende a médio e longo prazo”, lembra Patrícia.
Referências
2.
IBGE. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009. Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv45419.pdf
- Pesquisa Nacional de Saúde 2013. Ciclos de Vida Brasil e
Grandes Regiões. 2013. Pg.49
- Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual de orientação para
a alimentação do lactente, do pré-escolar, do escolar, do adolescente e na
escola / Departamento de Nutrologia, 3ª ed. Rio de Janeiro, RJ: SBP, 2012.
148p.
5. Weffort
VRS et al. Manual do lanche saudável. São Paulo: Sociedade Brasileira de
Pediatria. Departamento Científico de Nutrologia, 2011.
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