Silvia
Adrião, da Escola Italiana Eugenio Montale, comenta que a melhor hora para
investir na língua estrangeira é na educação infantil
Alguns dos principais equívocos dos pais ao colocarem
um filho em uma escola internacional são depreciar a língua materna e/ou não
imergir com os pequenos na nova cultura, alerta Silvia Adrião, diretora
pedagógica para o Brasil da Escola Italiana Eugenio Montale – instituição de
ensino internacional trilíngue em São Paulo e a única no Estado reconhecida
como escola paritária pelo Governo Italiano. Para a diretora, sempre é tempo de
aprender outro idioma, mas o melhor momento é na primeira infância: "as
adaptações cognitivas para formular respostas e interpretar as mensagens são
muito rápidas. É o que chamamos de plasticidade cerebral", pontua.
Silvia listou quatro pontos essenciais de reflexão
para ajudar pais que avaliam colocar um filho em uma escola internacional.
Confira:
Aproximação com a cultura: "Quanto
mais próxima for a vivência da criança na cultura da língua que está sendo
apresentada, maior poderá ser o ganho em aprendizado. Ter amigos da mesma idade
conversando neste novo idioma e reconhecer hábitos dos familiares traz um senso
de pertencimento."
Jornada educacional deve ir além da escola, mas
exige cautela e empenho dos pais: "Estudar em uma escola internacional é um dos
meios mais assertivos de aprender uma língua estrangeira, mas é muito mais que
aprender outro idioma, é aprender através de outro idioma e despertar um
amplo e enriquecedor universo de novos conhecimentos. Com o corpo pedagógico
qualificado e uma organização social, onde alunos viram amigos e trocam
experiências na nova língua, são grandes os ganhos que poderão ser observados
ao longo do tempo. Mesmo assim, o que se aprende na escola deve ser mantido e
potencializado em casa. Porém, um erro comum entre os pais é tentar forçar uma
situação e a criança pode não se sentir confortável. Vale sempre interpretar os
anseios dos pequenos."
Contexto lúdico: "O
ideal é criar um contexto e um argumento estimulante para evitar ser repetitivo
e forçar uma situação. Deve haver o momento de conversação, mas, se conseguir
ampliar o repertório lúdico com jogos, livros e boas histórias, por exemplo,
sempre será uma melhor escolha. A beleza do argumento, da conversa, fará com
que a criança esqueça da língua que está falando, transformando a fala e o
idioma escolhido apenas como um veículo para transmitir uma mensagem".
Língua materna é essencial: "Um erro comum dos pais é depreciar ou
diminuir a importância da língua materna da criança. É imprescindível que haja
também o enriquecimento da língua materna, seja o português, o italiano ou o
inglês".
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