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quinta-feira, 4 de maio de 2017

Pediatra explica as vantagens de incluir um animal na família



Segundo inúmeros estudos, crianças que têm contato com animais possuem menos risco de desenvolver sensibilidade a pelos, pólen e poeira


Incluir um animal de estimação em casa significa muita responsabilidade e mudança na rotina, ainda mais se a família tiver crianças pequenas. Nesse momento, surgem várias dúvidas, como: “Será que o meu filho pronto para ter um animal de estimação?", ou “Existem riscos para a saúde da criança ?”.

A pediatra de São Paulo, Maria Júlia Carvalho, explica que alergias a animais de estimação ocorrem em uma porcentagem pequena da população, apenas 10%, sendo as mais comuns a rinite, asma e erupções cutâneas. Além disso, o organismo de crianças que  têm contato com animais desde pequenas, passará a tolerar mais as reações alérgicas.

Segundo um estudo feito na Universidade de Munique, envolvendo milhares de crianças que foram monitoradas desde o nascimento até os 6 anos com coletas seriadas de sangue, mostrou que aquelas que conviviam com cachorro dentro de casa apresentavam menor risco de desenvolver sensibilidade a pelos, pólen, poeira e outros agentes alergênicos inaláveis do que crianças sem cães. Outro grande estudo concluiu que crianças expostas à presença de um cachorro durante o primeiro ano de vida apresentaram uma queda de 13% no risco de desenvolver asma durante a infância e que, quando o contato era aumentado para outros animais (como numa fazenda por exemplo), a queda poderia ser de até 50%.

Além disso, pesquisadores do departamento de Psicologia da Universidade de São Paulo, mostrou que a companhia de um bicho reduz as chances de desenvolver resfriados e outras doenças nos pequenos pois há um fortalecimento do sistema imunológico secundário ao aumento dos níveis de imunoglobulina A, um anticorpo presente nas mucosas que evita a proliferação viral ou bacteriana.

Além da melhora do sistema imunológico, um benefício inquestionável é o companheirismo e os diversos estímulos que o animal provoca na criança – o bebê exercita a coordenação motora fina ao ter de controlar sua força para fazer um carinho; o treino da marcha ao engatinhar ou tentar andar atrás do animal; olfato, visão e audição são incitados pelos sons, cheiros e movimentos dos bichinhos. Juntos, eles também aprenderão a respeitar o espaço um do outro.

O contato com animais ativa áreas do cérebro relacionadas com as emoções. Não é por outro motivo que terapeutas lançaram mão da terapia com animais para tratar crianças hospitalizadas ou com deficiências mentais. "É um excelente treino para a afetividade", diz Maria Julia.

Ainda segundo a especialista, a melhor idade para ter animais de estimação não é concreta, porém, é recomendado que os pais esperem até a criança desenvolver uma boa maturidade motora e grau de entendimento para compreender a importância de cuidar e amar o bichinho que fará parte da família. “Geralmente, crianças a partir de 4 anos conseguem ter um bom entendimento a respeito dos animais de estimação e respeitar as regras”, diz Maria Júlia.  

E para quem já tem um animal de estimação e acabou de aumentar a família ou tem um bebê que ainda está por vir, é preciso tomar alguns cuidados. A médica ressalta que o animal pode e deve ser apresentado ao novo membro da família, mas esse contato deve ser sempre supervisionado por um adulto. Outro lembrete importante é sempre atualizar as vacinas do animal.







Dra. Maria Julia Carvalho - formada pela UNICAMP (2004-2009). Fez residência em pediatria pela Santa Casa de SP (2010-2012). E é especialista em oncohematologia infantil pela Santa Casa de São Paulo (2012-2014). Plantonista na unidade de internação do hospital infantil Sabara e na UPA do Einstein de Perdizes. facebook.com/dramajucarvalho






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