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segunda-feira, 18 de julho de 2016

JULHO VERDE: CÂNCER DE ESOFÂGO, ATINGE QUATRO VEZES MAIS OS HOMENS



Campanhas e ações preventivas são o caminho para diminuir a incidência da doença no mundo

No mês de conscientização do câncer de pescoço e cabeça, o IBCC alerta para o tumor que está em 8° lugar com mais incidência no mundo. A maioria dos casos de câncer de cabeça e pescoço é chamada de carcinoma epirdemóide, esse é o caso do câncer de esôfago.

Quatro vezes mais comum entre os homens do que entre as mulheres, a neoplasia de esôfago é considerada uma das mais perigosas, pois seus sintomas são vagos, levando a um diagnóstico tardio. De acordo com o Dr. Mario Feitoza, cirurgião oncológico do IBCC – Instituto Brasileiro de Controle do Câncer, devido aos sintomas vagos, a maioria dos pacientes chegam em consulta apresentado um estágio da doença avançado, dando apenas condições de realizar tratamentos paliativos.

Existem hoje três fatores estritamente ligados ao câncer de esôfago, o tabagismo, o alcoolismo e o mais recente adicionado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) é o consumo diário de líquidos a uma temperatura acima 65 graus. De acordo com o Dr. Mario Feitoza, tomar bebidas quentes diariamente pode causar uma inflamação crônica na mucosa não dando a chance de a ver uma regeneração celular, onde pode ocorrer um erro e gerar o câncer de boca, língua e/ou esôfago.

“O tabagismo, etilismo, associado agora ao consumo frequente de bebidas quentes, colocam as pessoas em exposição para o desenvolvimento da doença. São costumes culturais e regionais que fazem aumentar a incidência da doença”– explica o dr. Mario Feitoza oncologista do IBCC.

Embora o câncer de esôfago, na maioria dos casos, não apresente sintomas específicos, o indício mais comum é o problema da deglutição, a sensação de que a comida está presa na garganta, denominada de disfagia. A disfagia é geralmente um sintoma causado por um câncer já em estágio avançado.

Mas como conscientização, o médico explica que alguns sinais de alerta podem antecipar o diagnóstico. “Pessoas que fumam e consomem em excesso bebidas alcoólicas, podem vir a ter rouquidão, anemia, vômitos, falta de apetite, falta de ar e tosse. Neste caso, fazer exames regularmente é fundamental, principalmente quando está exposto a fatores de risco” – previne o cirurgião oncológico.

Independente do estadiamento do câncer de esôfago, o tratamento mais realizado ainda é a cirurgia, o que torna a situação mais delicada e complexa. O procedimento médico também pode incluir radioterapia e quimioterapia. “Em alguns casos utilizamos quimioterapia e a radioterapia antes da cirurgia para diminuir o tamanho do tumor, assim evitamos uma cirurgia mais invasiva e diminuímos alguns riscos que podem surgir” – é o que faz o dr. Mario do hospital IBCC.

Quando a doença está em nível muito evoluído e o tumor não pode ser retirado, é realizado tratamentos paliativos, com o objetivo de dar uma qualidade de vida ao paciente, aliviando os sintomas, como dores e o problema da deglutição. Por se tratar de um câncer de prognóstico reservado e por ter um tratamento altamente invasivo, caso o diagnostico seja tardio haverá menor chance de cura.

A mortalidade desse tipo de tumor só tende a minimizar com a compreensão das pessoas sobre a doença, as principais causas e com o diagnóstico precoce. “Mudar os hábitos culturais e regionais das pessoas não é uma tarefa fácil, porém seria o único meio de prevenção e conscientização para diminuir o alto índice de pessoas que são diagnosticadas com essa doença” – finaliza o Dr. Marcelo A. Calil, diretor-médico do IBCC.



Renata Mello
IBCC

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