A política
governamental está cada vez pior. De um lado temos a Presidente Dilma; de
outro, os ministros do Planejamento e Economia que, a cada medida, apresentam
comportamentos adversos.
Todos vivem da pior
forma a complicada situação econômica. As empresas estão cada vez mais
estrangulando o caixa, deixando de investir e demitindo. O governo promete
fazer algo para conter gastos, mas nada surge.
Apresentar um orçamento
com déficit primário é no mínimo uma estratégia suicida. E o que mais
chama a atenção é o ministro do Planejamento dizer que trata-se de um orçamento
realista. Isso é a mesma coisa que passar um cheque em branco para gastar mais
do que arrecada e aumentar a dívida pública. A alternativa, então, é fazer
pressão para o retorno da CPMF. Uma contribuição criada para arrecadar dinheiro
para a Saúde. Na realidade o governo vai cobrar de todos os brasileiros para
financiar desmandos.
Como a pressão é
grande, o governo já articula aumento de impostos que incidem em outros
produtos - como por exemplo bebidas, cosméticos, entre outros, além da mudança
da desoneração da folha de pagamento, que vai aumentar sensivelmente a cobrança
dos encargos sociais e gerar mais dificuldades financeiras nas empresas e
redução nos postos de trabalho.
Pensar em um déficit
primário de R$ 30,5 bilhões não é somente assumir uma responsabilidade de
gastar mais, mas, com uma mudança, a canetada usada em busca de um superávit
primário de 1,1% do PIB e que agora não passa do 0,15%, no mínimo é falta de
bom senso e responsabilidade.
A proposta de aumento
de impostos para cobrir os mandos e desmandos vai ser a mesma coisa que dar uma
toalha para enxugar gelo. Ou seja, quanto maior o imposto, menor o número de
empresas pagando, já que muitos empreendedores estão desistindo dos seus
negócios e, além de ter dívidas financeiras, estão deixando de pagar tributos.
Como era de se esperar,
o atual ministro da Fazenda, com suas propostas não aprovadas e desgastado, já
vem evidenciando que está fragilizado. A meta de continuar mantendo a condição
do governo soberano em um patamar de investimento, bom pagador, a qualquer
momento, pode ruir por inércia do próprio governo.
A qualquer momento as
agências de avaliação de risco podem rebaixar a nota do Brasil e os empréstimos
de bancos estrangeiros ficarão mais caros pelo risco oferecido não somente pelo
País, mas pelas empresas que estão estabelecidas e que dependem de
financiamento para produzir - seja externo ou interno.
A falta de responsabilidade política está
chegando ao abismo. Se não houver uma sensibilização e transparência na
condução dos negócios, passaremos por situações piores que poderão ir além de
2016.
Reginaldo Gonçalves - coordenador do curso de Ciências Contábeis na
Faculdade Santa Marcelina (FASM)
Nenhum comentário:
Postar um comentário