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sexta-feira, 23 de junho de 2023

7 dicas para se tornar um empreendedor de alta performance

Coach e mentora de Alta Performance, Carina da Costa diz que a distinção do empreendedorismo de sucesso para o comum está nas qualidades intangíveis de cada um

 

Empreender não é uma tarefa fácil. Requer esforço, dedicação e muita visão estratégica para gerir os negócios de maneira satisfatória. A distinção entre um empreendedor comum e um empreendedor de sucesso não é definida apenas pelas conquistas tangíveis, mas também pelas qualidades intangíveis que cada um possui. É o que acredita a empresária Carina da Costa, Coach e Mentora de Alta Performance, que tem dedicado seus estudos a fazer a diferença na vida das pessoas através da educação financeira. 

“Onde muitos veem barreiras, empreendedores de sucesso identificam potencial. Não se contentam com o óbvio e estão constantemente olhando além do horizonte, imaginando o que poderia ser. A paixão é o fator crucial que eleva um empreendedor de sucesso e também é o combustível que alimenta a viagem empreendedora, o impulso que os leva a continuar mesmo quando a estrada é difícil, embora precise ser acompanhada de persistência”, explica ela.  

Ser dono do seu próprio negócio pode ser uma jornada intensa e emocionalmente exigente, mas este não é o único desafio. Carina aponta alguns outros obstáculos, mas garante que eles diminuem: “Empreender hoje tem sido cheio de desafios, mas a cada um deles, uma nova oportunidade de crescimento. Algumas das dificuldades são a busca pelo financiamento, a batalha competitiva no mercado e encontrar o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Não é fácil, mas vai ficando cada vez mais prático a partir do momento em que é dado o primeiro passo”, diz. 

A coach reforça que nada irá garantir que alguém será ou não um empreendedor de alta performance, mas ter uma visão holística para compreender metas claras, planejamento eficaz, gestão de tempo, análise cuidadosa, automação eficiente, feedback constante e aprendizado contínuo são algumas ações que podem ajudar. 

“Hoje em dia, alta performance é mais do que um ideal, é uma necessidade vital. O surgimento de novas tecnologias e a evolução constante do mercado exigem que os empreendedores deem o seu melhor para se destacar na multidão. Entretanto, cada negócio tem seu próprio ritmo, metas e seus próprios desafios. Portanto, não é relevante que haja comparação com os outros. Não se trata de ser melhor, mas sim de fazer o melhor que pode. A verdadeira alta performance está em se superar, dia após dia, e não em se comparar aos outros. Essa é uma busca contínua, um compromisso diário com a excelência”, completa a empresária. 

Confira os 5 aspectos que ajudam a incorporar a alta performance em seu negócio, segundo a coach e mentora Carina da Costa:

 

Crie metas SMART 

Assim como um arquiteto de sonhos, desenhe tuas linhas SMART: específicas, mensuráveis, relevantes e temporizadas. Traçar este plano será transformador.

 

Se baseie em um planejamento estratégico 

Conhecido como o mapa de tesouro do empreendedor, o planejamento é a bússola que te ajuda a seguir neste labirinto dos negócios. Ele te ajuda a definir a jornada, marcas as referências em um caminho para o prêmio.

 

Análise SWOT 

Raio-X do seu negócio, esta ação irá revelar suas forças e fraquezas, suas oportunidades e ameaças. É como ver além do óbvio para tomar decisões estratégicas.

 

Automatização de processos 

Ferramentas de automação, como sistemas CRM e softwares de gestão de projetos, podem realizar tarefas rotineiras. Assim, você ficará livre para pensar grande.

 

Feedback e avaliações de empenho 

Como um espelho, o feedback reflete a imagem do seu negócio a partir de várias perspectivas. As avaliações de desempenho irão apontar onde estão os erros e os acertos, além de mostrar onde é necessário melhorar.

 

Aprendizado contínuo e desempenho pessoal 

Nunca pare de buscar conhecimento. Livros, cursos e seminários serão oportunidades para expandir sua mente e aprimorar suas habilidades, além de serem ferramentas não somente estratégicas, mas também um caminho para a alta performance.

 

quinta-feira, 22 de junho de 2023

Nada substitui o sangue e a solidariedade humana

Além da celebração das festas juninas, o período do inverno também é mercado pelas campanhas nacionais para conscientizar a população sobre a importância da doação de sangue em todo o país. A escolha da época, que coincide com o início da nova estação, é intencional, pois a queda nas temperaturas acaba afastando parte dos doadores.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, de 4 a 5% da população deve ser doadora para que não faltem bolsas de sangue nos bancos e a média de doadores entre os brasileiros é de apenas 1,8%, de acordo com o Ministério da Saúde. Estamos abaixo do ideal com tendência a piora durante os meses mais frios.

O sangue humano é insubstituível e não consegue ser reproduzido em laboratório. Também não há nenhum material orgânico semelhante aos seus componentes que possa ser utilizado em seu lugar, tornando a doação voluntária a única forma de manter o estoque de bolsas sanguíneas. A disponibilidade de sangue para transfusão é crucial para a sobrevivência de pacientes em situações de risco, como cirurgias, emergências médicas e acidentes graves com traumas, além do tratamento de algumas condições médicas.

Após enfrentar sérias dificuldades nos últimos dois anos, o Banco de Sangue do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) busca manter seu estoque com a campanha “Não pule a fogueira, nem a doação de sangue”. Nosso objetivo é buscar doadores para garantir a autossuficiência do nosso hemocentro durante todo o ano.

Doadores de todos os tipos sanguíneos são mais do que bem-vindos, mas o Rh negativo ainda está crítico e precisa de atenção no HSPE. Os centros de coleta de todo o Brasil também precisam de doadores e os níveis de estoque dos tipos sanguíneos variam entre os locais. Considere se tornar doador e converse com seus familiares e amigos sobre essa possibilidade, pois cada doação de aproximadamente 450 ml de sangue salva até quatro vidas e não faz mal à saúde.

Falando nisso, é fundamental combatermos as fake news sobre o tema, como a de que o sangue engrossa após a primeira doação, forçando a doação freqüente e compulsória - isso não é verdade. Todos podem doar sangue desde que tenham idade entre 16 e 69 anos, independentemente da orientação sexual, desde que estejam dentro dos critérios necessários. Também é importante reafirmar a segurança e confiabilidade dos centros de coleta, que utilizam apenas materiais descartáveis e de uso único.

Somos um povo solidário e que tem o altruísmo como parte da cultura. Ajudar quem precisa é uma característica importante e presente em cada um de nós. Procure o posto de coleta mais próximo e ajude a salvar vidas com a sua doação de sangue. 



Fábio Lino - diretor do Serviço de Hemoterapia do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), parte do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE).


Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo - Iamspe


Melanoma ou não melanoma? SBCD explica as semelhanças e diferenças entre os dois tipos de câncer de pele

A médica Vanessa Mussupapo conta também a regra "ABCDE" para ajudar a identificar um possível câncer de pele


Estima-se que cerca de 704 mil novos casos de câncer serão detectados entre os anos de 2023 e 2025, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Dentro dessas possibilidades, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD) gostaria de alertar sobre duas em especial: o câncer de pele tipo melanoma e o tipo não-melanoma.

Desses, o mais raro e que pode levar à morte é o melanoma. Esse câncer de pele se manifesta como uma pinta de característica irregular – que pode se modificar ao longo do tempo ou já “nascer” como melanoma. Ainda no que se refere a esse tumor, a médica dermatologista Vanessa Mussupapo explica que “a forma mais grave de melanoma é o melanoma nodular, pois apresenta crescimento muito rápido”. Ou seja, esse tipo de câncer pode evoluir rapidamente, levando à metástase e podendo culminar na morte desse paciente.

Já no câncer de pele não-melanoma, que é um dos cânceres de pele mais comuns, a manifestação externa pode ser similar à uma espinha ou ferida que não cicatriza.

Além das diferenças de gravidade e incidência, os tratamentos podem ser diferentes. Embora ambos precisem de cirurgia, o tratamento de melanomas avançados pode exigir pesquisa de linfonodo sentinela. E caso haja a evolução para metástase, será necessária associação de outros tratamentos, como a quimioterapia, radioterapia, imunoterapia ou terapia-alvo.


Por que isso acontece?

De acordo com a médica da SBCD, as principais causas de melanoma são exposição solar inadvertida – com múltiplas queimaduras solares –, além da parte genética.

No que se refere a essa última, algumas características indicam que o indivíduo pode ser mais suscetível a esse tipo de doença, como:

  • pessoas de fototipos baixos (escala de coloração da pele, baseada em como a pele reage quando exposta ao sol);
  • cabelos e olhos claros;
  • múltiplas queimaduras solares desde a infância;
  • mais de 50 pintas pelo corpo;
  • histórico de melanoma na família.


Como identificar?

Quando se trata do melanoma, vale considerar que ele costuma ter a aparência de uma pinta de cor castanha ou preta. No entanto, ela pode mudar de cor, formato ou tamanho, chegando até mesmo a sangrar.

Ademais, de acordo com a SBCD, existe uma regra chamada “ABCDE” para ajudar a identificar um possível câncer de pele. Trata-se dos fatores:

  • Assimetria (ao dividir a pinta ao meio, um lado se mostra diferente do outro);
  • Bordas irregulares;
  • Cores diferentes;
  • Diâmetro maior que 0,5cm;
  • Evolução: aquela pinta que se modifica com o passar dos dias.


O que o paciente precisa saber

Os cânceres são divididos em etapas. Logo, quando se fala de cura ou remissão da doença, é comum que a taxa de sobrevida seja de aproximadamente 5 anos, variando para mais ou menos de acordo com o estágio no qual o câncer foi descoberto e tratado.

Para pacientes com melanoma em estágio 0 – aquele que ainda não se desenvolveu além da epiderme e pode ser tratado com cirurgia –, a taxa de sobrevida é de 97%. Ou seja, 97 em cada 100 continuam livre do câncer nos 5 anos seguintes após o tratamento.

Já no estágio IV – fase onde nos melanomas já atingiram os linfonodos mais distantes ou outras áreas do corpo –, apenas 10% conseguem a mesma sobrevida.

Assim, para tratar um câncer de pele, a medida mais segura é procurar um médico dermatologista logo que alguma lesão suspeita aparecer. De acordo com a médica Vanessa Mussupapo, “o dermatologista é o primeiro médico que o paciente procura. É ele que faz o diagnóstico, e acompanha o caso”, explica.

Considerando que o melanoma é um câncer de pele que pode levar à morte rapidamente, quanto antes for obtido um diagnóstico correto e assertivo, melhor. Além disso, “nós, dermatologistas, que fazemos a retirada da lesão para diagnóstico. Por isso, o cirurgião dermatológico é o profissional que pode salvar a vida do paciente”, completa a especialista da SBCD.

Por fim, Mussupapo afirma que existem novos medicamentos para o tratamento do melanoma metastático. As novidades da oncologia estão mudando a história natural da doença, levando ao aumento da sobrevida dos pacientes.

 

SBCD - Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e Associação Médica Brasileira (AMB).

 

Quanto custa o câncer?

Custa 400% a mais do que em 2018 

Estudo conjunto mostra que 3% do orçamento federal da saúde foram destinados a tratamento oncológico


 O estudo “Quanto custa o câncer?”, desenvolvido pelo Observatório de Oncologia e pelo movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC), mostrou que nos últimos quatro anos, houve aumento de 400% no custo médio dos procedimentos de tratamento, como radioterapias e quimioterapias. O crescimento da população idosa, mais propensa a desenvolver câncer, só faz agravar o problema que implica equações econômicas para os gestores e expectativa de vida para os pacientes.

Não bastasse ter de lidar com os impactos físicos e emocionais do diagnóstico de câncer, o paciente enfrenta todas as questões estruturais e financeiras envolvidas. Fernando Medina, oncologista clínico do Centro de Oncologia Campinas, lembra ainda que boa parte dos procedimentos de vanguarda contra a doença não é disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou mesmo pela saúde suplementar.

“As chances de vida ou sobrevida de um paciente muitas vezes dependem de tratamentos não disponibilizados no SUS ou nos convênios, ou de medicações caras, acessíveis a poucos”, reforça. Medina explica que o custo do tratamento do câncer varia muito, dependendo do tipo, do estágio e das opções de procedimentos disponíveis. Também destaca que, em geral, o tratamento é mais caro nos Estados Unidos do que no Brasil, porém, o nível socioeconômico dos brasileiros impõe maiores limitações.

“O sistema público de saúde brasileiro oferece tratamento de câncer gratuito a todos os cidadãos. No entanto, existem algumas limitações na cobertura do SUS, e alguns pacientes podem precisar se deslocar para outras partes do país para ter acesso a certas especialidades. Além disso, a qualidade do atendimento oncológico no SUS varia conforme a região do país”, observa Medina.

O estudo cita que as despesas federais na área de saúde no ano de 2022 ultrapassaram R$ 136 bilhões. Deste total, quase R$ 4 bilhões (perto de 3%) foram destinados a tratamento oncológico, seja ambulatorial (77%), cirúrgico (13%) ou internações (10%). No comparativo entre 2018 e 2022, um procedimento que custava R$ 151,33 subiu para R$ 758,93.

Chama a atenção o fato de que, embora as despesas com câncer na esfera federal tenham aumentado, o número de procedimentos ambulatoriais caiu drasticamente: foram 15 milhões em 2018 e 4 milhões em 2022.

A principal estratégia para enfrentar os custos do câncer, acredita Medina, é a detecção precoce da doença, o que implica, além de melhores expectativas de sucesso do tratamento, menores gastos. O motivo, esclarece, é que os valores necessários para custear os procedimentos aumentam à medida que cresce a gravidade da doença.

Em um período inicial do câncer de mama, o tratamento com quimioterapia, por exemplo, custa R$ 134,17 por sessão, conforme números médios de referência apontados no estudo “Quanto custa o câncer?”. Se o tumor for considerado avançado, com metástase, o valor chega a R$ R$ 809,56. Tomando por base casos de câncer colorretal, a internação hospitalar sai por R$ 924,33, a de UTI, R$ 3.079,41, e a cirurgia, R$ 6.533,25.

“Os custos dependem de diferentes fatores, mas quanto mais adiantada a doença, mais amplos e caros serão os procedimentos. O fato é que a crescente complexidade dos tratamentos, em razão do surgimento de novos e modernos tratamentos, pode ser um fardo financeiro muito grande para os pacientes e suas famílias”, atesta o médico.


 Soluções

O câncer é a segunda maior causa de morte no mundo. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), do Ministério da Saúde, são esperados 704 mil novos diagnósticos no Brasil a cada ano do triênio 2023/2025. Ainda de acordo com o Inca, cerca de 17% dos óbitos no Brasil ocorrem em decorrência de câncer, o que significa uma média anual de 200 mil mortes.

Há uma série de iniciativas que podem ser adotadas para combater o alto custo do tratamento. Medina elenca as campanhas preventivas como uma das principais ações, sobretudo por representarem a possibilidade de ampliação do número de diagnósticos precoces e melhores prognósticos, que acarretarão tratamentos mais simples, eficientes e menos onerosos.

O oncologista do COC também destaca os esforços para o barateamento dos tratamentos. Entre eles, o acordo de cooperação técnica firmado entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) para desenvolvimento de novos produtos e incorporação de tecnologias mais acessíveis.

“O melhor tratamento contra o câncer é a prevenção. E também é o mais barato. Orientar as pessoas sobre a doença, como evitá-la e oferecer meios para o diagnóstico precoce são a solução mais efetiva que temos em mãos”, finaliza Fernando Medina.

  

Centro de Oncologia Campinas

Alberto de Salvo, 311, Barão Geraldo, Campinas.

Telefone (19) 3787-3400.

 

Vacina contra o HPV: Médico do CEUB reforça a importância da vacinação antes do início da vida sexual

Com cobertura vacinal em queda no último ano, jovens entre nove e 14 anos podem se vacinar gratuitamente pelo SUS


Mesmo com evidências do perigo de vulnerabilidade ao Papilomavírus, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) constatou queda na imunização contra o HPV em 2022. Responsável pela formação de verrugas na pele, as lesões genitais podem ser de alto risco, pois são precursoras de tumores malignos, especialmente do câncer de colo do útero e do pênis. Nícolas Cayres, ginecologista e professor de Medicina do Centro Universitário de Brasília (CEUB), esclarece os mitos e verdades sobre a vacina e seus impactos na vida adulta.

Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, 87,08% das meninas receberam a primeira dose da vacina em 2019, e em 2022, a cobertura caiu para 75,81%. Entre os meninos, a cobertura caiu de 61,55%, em 2019, para 52,16%, em 2022. Diante desse contexto, sete em cada 10 casos de câncer de colo de útero no Brasil são causados por um vírus que pode ser combatido com vacina gratuita oferecida pelo SUS.

A efetividade da vacina contra o HPV não está relacionada diretamente à faixa etária da aplicação, explica Dr. Nícolas Cayres. No entanto, recomenda-se a vacinação em fases precoces, como na infância e adolescência, devido ao fato de que o HPV é uma doença transmitida sexualmente. "Proteger as crianças e adolescentes antes do início da vida sexual é fundamental para prevenir a infecção e problemas graves no futuro", ressalta o médico.

De acordo com o ginecologista, a ausência de prevenção contra o HPV pode acarretar complicações graves na vida adulta, sendo o câncer de colo do útero a principal delas. Ele afirma que o câncer de colo do útero ainda é o terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo. "O Papilomavírus é o primeiro entre as causas ginecológicas de câncer", alerta o especialista.

Cayres destaca o impacto negativo da ausência de vacinação em mulheres e homens contra o HPV e revela que a falta de vacinação contra o HPV em homens afeta diretamente as mulheres. "Quando os homens não se vacinam, eles podem se tornar portadores do vírus e transmiti-lo a suas parceiras sexuais. Dessa forma, a ausência da vacinação torna-se prejudicial tanto para os homens quanto para as mulheres", frisa o professor.

No caso de complicações graves em homens causadas pelo vírus, embora o câncer de pênis possa ser uma doença decorrente da ausência de prevenção contra o HPV em homens, o especialista afirma que sua incidência é muito baixa quando comparada ao câncer de colo do útero na população em geral. Portanto, a recomendação de vacinação para meninos também é importante para proteger as mulheres do aumento da incidência do câncer de colo do útero.


A prevenção do HPV em mulheres é autocuidado


Nícolas Cayres afirma que há uma conscientização maior sobre a prevenção das ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) nas mulheres devido às graves sequelas causadas pela infecção pelo HPV. Segundo levantamento divulgado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), somente em 2023, ocorrerão cerca de 17.000 novos casos de câncer de colo do útero no Brasil. Essa incidência é alarmante e reforça a necessidade de prevenção.

Além da vacina, o ginecologista reforça que o exame de Papanicolau é fundamental para o diagnóstico precoce de lesões invasoras causadas pelo HPV no colo do útero. Ele aponta que essas lesões têm potencial de se tornarem câncer, mas são completamente tratáveis quando detectadas em estágios iniciais e, de acordo com o Ministério da Saúde, recomenda-se que a mulher faça o exame a cada três anos, caso tenha dois exames anteriores normais. O simples ato de realizar o exame de Papanicolau regularmente pode evitar o desenvolvimento dessa doença evitável.

Para aumentar o engajamento nas campanhas de imunização contra o HPV, o docente do CEUB garante que é fundamental que as famílias, escolas e profissionais de saúde trabalhem juntos para conscientizar sobre a importância da prevenção, visando uma vida adulta mais saudável e livre de complicações causadas por essa infecção. "A prevenção do câncer de colo do útero é uma questão de autocuidado e responsabilidade", reforça.

 

Especialista aponta cuidados necessários para manter equipamentos médicos em boas condições

De acordo com Éber Feltrim, CEO da SIS Consultoria, ter atenção nesse sentido pode diminuir os gastos com manutenção e garantir a segurança de colaboradores e pacientes


A preservação e manutenção de equipamentos é uma questão de extrema importância para gestores, médicos e enfermeiros que atuam em clínicas e hospitais. Isso porque essas máquinas são fundamentais para a realização de diversos procedimentos, como exames, diagnósticos, tratamentos e até mesmo cirurgias que acontecem a todo o momento em um ambiente hospitalar.

Vale lembrar que os cuidados adequados garantem a segurança dos pacientes e profissionais que operam esses equipamentos, além de evitar possíveis falhas e interrupções na rotina hospitalar.

Por isso, é fundamental que os gestores estejam atentos à preservação e manutenção desses itens, sempre buscando o aprimoramento nas práticas de cuidado e conservação desses recursos que são tão valiosos.

Para Éber Feltrim, especialista e consultor de negócios na área da saúde e CEO da SIS Consultoria, alguns cuidados devem ser levados em consideração na busca pela conservação desses equipamentos. “Primeiramente, é importante realizar a esterilização e calibração dos dispositivos, evitando o uso de instrumentos infectados e a propagação de doenças, além de garantir que os dados e resultados apresentados estejam corretos. Criar um cronograma de manutenções preventivas e corretivas, com especialistas certificados pelo fabricante, também é um passo essencial na busca por uma maior longevidade das máquinas”, relata.

Importante ressaltar que, normalmente, o próprio fabricante indica um cronograma a ser seguido para que o equipamento esteja sempre em boas condições. Alguns, ainda, oferecem serviços terceirizados para a manutenção dos itens.

De acordo com o especialista, é fundamental que os médicos, enfermeiros e outros colaboradores entendam o processo de preservação. “Quando um equipamento é adquirido, na maioria dos casos, o próprio fornecedor realiza um treinamento para o uso das máquinas, assim como a entrega do manual de utilização. É importante, também, que os gestores desenvolvam um arquivo com as principais informações sobre os aparelhos. Assim, os funcionários podem consultá-lo em caso de uma eventual dúvida”, pontua.

Alguns critérios determinam a necessidade de aquisição de novos equipamentos médicos em uma clínica ou hospital. “Existem três fatores principais. O primeiro é quando identificamos que a defasagem da tecnologia disponível está trazendo impactos aos atendimento. O segundo, quando o maquinário está no fim de seu ciclo e vida útil, demandando uma grande quantidade de manutenções corretivas. O terceiro e último fator está, apenas, relacionado à estética, quando a troca é realizada pelo fato do aparelho estar com uma aparência desgastada”, revela Feltrim.

O descarte desse tipo de equipamento também deve ser levado em consideração e realizado com cautela. “Normalmente, o próprio fabricante costuma informar a forma correta de descarte do produto ao final da vida útil. A maioria das máquinas costumam ser descartadas como lixo eletrônico, mas algumas, que possuem características específicas e apresentam algum risco de contaminação às pessoas, como aparelhos de Raio-X, dependem de empresas especializadas para que o descarte seja realizado com segurança. Portanto, os gestores precisam estar atentos também nesse processo”, finaliza o CEO da SIS Consultoria.




Dr. Éber Feltrim -Especialista em gestão de negócios para a área da saúde, começou a sua carreira em Assis (SP). Após alguns anos, notou a abertura de um nicho em que as pessoas eram pouco conscientes a respeito, a consultoria de negócios e o marketing para a área da saúde. Com o interesse no assunto, abdicou do trabalho de dentista, sua formação inicial, e fundou a SIS Consultoria, especializada em desenvolvimento e gestão de clínicas.

Dia Nacional do Diabetes: confira 6 mitos e verdades sobre o tipo 1 e 2 da doença


“Diabetes é uma doença silenciosa só para quem não quer ouvir”, diz a endocrinologista Claudia Chang


 

26 de junho é o Dia Nacional do Diabetes, criado em parceria com o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS). A data tem como objetivo lembrar sobre a importância da prevenção e dos cuidados que a doença exige.

 

Nos últimos dez anos, houve um aumento de 26,61% no número de pacientes diabéticos no Brasil, segundo dados do Atlas do Diabetes, divulgado pela Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês).

 

De acordo com o estudo, 537 milhões de adultos no país, com idades entre 20 e 79 anos, vivem com diabetes, representando 10,5% da população mundial nessa faixa etária. Atualmente, o país ocupa a sexta posição mundial, com previsão de chegar a 643 milhões (11,3%) até 2030, e 783 milhões (12,2%) até 2045.

 

Segundo Claudia Chang, doutora e pós-doutora em Endocrinologia e Metabologia pela USP e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM); o diabetes é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos.

 

“A insulina, produzida pelo pâncreas, é responsável pelo controle do metabolismo da glicose (açúcar) no sangue. Quando a insulina não é produzida na quantidade adequada, a metabolização da glicose é comprometida, causando aumento das taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia) de forma permanente, resultando no diabetes”.

 

Para Claudia Chang, o grande problema do diabetes são as complicações que ocorrem ao longo dos anos, quando não há controle da doença. “Existe muita desinformação sobre o diabetes, o que também contribui para a falta dos devidos cuidados”.

 

Sendo assim, a médica listou os principais mitos e verdades que ainda cercam a doença. Confira:


 

Diabetes não gera sintomas


MITO GRAVE: “Só para não contrariar essa velha máxima, costumo dizer que ‘diabetes é uma doença silenciosa só para quem não quer ouvir’”, diz a endocrinologista. Segundo ela, o diabetes tipo 1 causa sintomas como: vontade de urinar diversas vezes, fome frequente, sede constante, perda de peso sem motivo aparente, fraqueza, fadiga, nervosismo, mudanças bruscas de humor, náuseas e vômitos.

 

Já o diabetes tipo 2 apresenta: infecções frequentes, alteração visual (visão embaçada/dupla), feridas que demoram para cicatrizar, formigamento nos pés e nas mãos, e furúnculos. “O problema é que estes sintomas são vagos, comuns e passam batidos. No entanto, toda doença manda sinais. Quem conhece minimamente seu corpo, percebe quando há algo de errado. Afinal, ter estes sintomas frequentemente não é normal”, alerta a endocrinologista.


 

Diabetes não é uma doença tão grave


Mito: De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Americana de Diabetes (ADA), as condições associadas à doença causam mais mortes do que câncer de mama e Aids, juntas. Duas em cada três pessoas com diabetes morrem em função de problemas cardiovasculares ou derrame. “Entretanto, se houver tratamento e controle adequados, é possível prevenir e/ou adiar as complicações”, esclarece Claudia Chang.   

 


O diabetes tipo 1 e 2 possuem as mesmas origens


Mito: Apesar de ambos terem relações com fatores genéticos, há diferenças importantes. O diabetes tipo 1 é autoimune, ou seja, os anticorpos atacam as células que produzem a insulina. Já o diabetes tipo 2 resulta da resistência à insulina e da deficiência na secreção de insulina, e é desencadeado, principalmente, por hábitos nocivos à saúde.

 

De acordo com Claudia Chang, 90 a 95% dos casos de diabetes são do tipo 2, que se manifestam predominantemente em pessoas que não possuem bons hábitos de vida. “Geralmente, envolve obesidade, alimentação inadequada, sedentarismo, hipertensão, tabagismo, alterações no colesterol, entre outros”.


 

Gripes são mais perigosas para os diabéticos


Verdade: Os sintomas da gripe em uma pessoa com diabetes são muito mais agressivos. “Isso porque, com a diminuição de resposta do sistema imunológico, a gripe pode não só desestabilizar o controle da glicemia como gerar doenças secundárias, como a infecção pneumocócica. Por esta razão, os diabéticos são orientados a tomar vacina contra a gripe”, conta a especialista.  

 

Uma pesquisa realizada pela Associação Americana de Diabetes constatou uma redução de cerca de 79% no número de internações de pacientes com diabetes que foram imunizados pela vacina.

 


Diabéticos podem consumir bebida alcoólica


Verdade (mas...): O álcool não é totalmente restrito. No entanto, se a moderação já é indicada para quem não tem diabetes, imagine para quem tem? A Associação Americana de Diabetes recomenda o consumo diário máximo de 1 dose para mulheres e 2 doses para homens, sendo 1 dose equivalente a 360 mL de cerveja (1 lata), 150 mL de vinho (1 taça) ou 45 mL de destilado.

 

“A bebida alcoólica aumenta o risco de hipoglicemia, principalmente em indivíduos que usam insulina ou medicamentos estimulantes do hormônio. Portanto, se for beber, siga as normas acima”, pontua Claudia Chang.

 


Diabéticos não têm restrições alimentares


Verdade: Ao contrário do que se pensa, diabéticos não vivem à base de uma dieta altamente restritiva. De acordo com a endocrinologista, não há um cardápio padrão composto por comidas e bebidas permitidas e proibidas.

 

Segundo ela, o que existe é um planejamento individual, que respeite as necessidades do paciente, levando em conta o tipo de diabetes, estilo de vida, rotina de trabalho, hábitos alimentares, nível socioeconômico, medicação prescrita, entre outros fatores. “A partir daí, o que vale é o bom senso e a disciplina do paciente. Ou seja, o diabético pode comer de tudo, mas com responsabilidade, seguindo à risca as porções determinadas pelo seu médico”.  

 

De qualquer forma, a endocrinologista orienta a fazer sempre boas escolhas, priorizando alimentos integrais, de origem vegetal (verduras, legumes, leguminosas, frutas, cereais pouco refinados, castanhas e azeites) e o consumo de carnes magras.

 

“Vale lembrar que muitas pessoas têm diabetes e nem imaginam. Algumas acabam descobrindo ‘ao acaso’, quando vão fazer algum exame de sangue por outras razões. Daí a importância de passar por consultas periódicas. Essa ainda é a forma mais segura de prevenção, seja contra o diabetes ou qualquer outra doença”, finaliza Claudia Chang.

 

Como a comunicação pode impactar na experiência do paciente durante a assistência em saúde?

A comunicação é essencial ao ser humano, por meio dela compartilhamos informações, sentimentos, vontades e opiniões. Quando pensamos na área da saúde, a clareza e a objetividade no processo comunicacional são aspectos fundamentais para promoção de uma assistência de qualidade e, principalmente, segura.

Para reforçar a importância desse tema, a Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com a Joint Commission International (JCI) estabeleceu, entre as seis Metas Internacionais de Segurança do Paciente, a meta 2 – denominada “Comunicação Efetiva”.

“A adesão à meta 2 oportuniza o fortalecimento dos vínculos entre as equipes, pacientes e familiares e o atendimento humanizado de forma individualizada, priorizando a transição do cuidado”, destaca Gisella Cunha de Oliveira, enfermeira da área de Qualidade do Hospital Municipal Evandro Freire (HMEF)/CER Ilha, gerenciados pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde do Rio de Janeiro.

Durante a jornada de cuidado do paciente dentro de uma unidade de saúde, diversos profissionais atuam no atendimento. Assim, segundo Gisella, a meta 2 define uma série de processos que visam garantir a continuidade dos protocolos assistenciais e operacionais, de forma segura, através da comunicação entre os envolvidos.

Nesse sentido, a enfermeira enfatiza alguns pontos de atenção que são considerados, como os momentos de transição de cuidado – passagens de plantão, transferências de paciente entre setores e encaminhamentos para realização de procedimentos internos e externos – e a comunicação de resultados críticos através de contato telefônico, o que pode interferir no atendimento.

Para isso, as unidades adotaram ferramentas que auxiliam na comunicação verbal e escrita a fim de minimizar tais riscos, incluindo: quadros e displays informativos; prontuário eletrônico; termo de consentimento para pacientes e familiares; registro seguro na transferência do cuidado; sinalização para pessoas com deficiência e nome social; reuniões de análise, entre outros.

Além disso, são realizados treinamentos frequentes com os profissionais para assegurar a disseminação de informações, alinhamento de fluxos e ferramentas adotadas.

Dessa forma, Gisella pontua que esses cuidados também são primordiais para o empoderamento do usuário de forma acolhedora e humanizada. “A meta 2 é fundamental para construir uma relação respeitosa e transparente entre equipe multidisciplinar e o paciente, gerando o sentimento de pertencimento ao longo da jornada terapêutica na instituição”, finaliza.

 

Comunicação efetiva acessível

Com o objetivo de favorecer a comunicação com pacientes não verbais, o HMEF e a CER Iha adotaram placas de comunicação alternativas, que utilizam comandos simples, localizações, escalonamento de dor e alfabeto em libras. A iniciativa foi baseada em um projeto desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pelo Grupo de Pesquisas do Curso de Libras do Instituto Nacional de Educação de Surdos, sendo adaptado para a realidade local.



Pesquisa nacional de saúde bucal tem data prorrogada

Especialista faz alerta sobre a importância da prevenção


A pesquisa preliminar do SB Brasil, que fornece diagnóstico sobre saúde bucal realizada pelo Ministério da Saúde, foi prorrogada até o dia 30 de junho e deve apontar que uma parcela significativa da população precisa realizar algum procedimento odontológico.


De acordo com os resultados iniciais, 48,4% dos adultos, de 35 a 44 anos, necessitam realizar algum tipo de tratamento imediato. Outro ponto do estudo que cria um alerta, é que no momento do exame, eles tinham uma cárie não tratada.


“Independentemente da pesquisa, é preciso que a população se conscientize sobre a importância de iniciar a ida ao dentista logo no pré-natal, uma vez que parto prematuro e bebê com baixo peso tem uma relação direta com inflamação na gengiva da mãe. Sobre a periodicidade clínica, ela é muito relativa, mas no mínimo a visita ao dentista deve acontecer a cada 6 meses, no entanto, retorno inclusive mensal pode ser indicado, tudo precisa ser analisado individualmente” alerta a cirurgiã-dentista, Maria Fernanda Braga, especialista pela UFRJ.


Já entre os idosos entrevistados, de 65 a 74 anos, 44,9% precisam de tratamentos dentários imediatos, devido à dor ou infecção. Para a especialista, quando se trata da 3ª idade, também é preciso ter acompanhamento. “Quem não quer envelhecer mastigando bem, falando bem, com saúde e menos dores?  A prevenção tem esse objetivo de fazer o indivíduo chegar ao molar dos 100 anos. Um dente perdido é uma função alterada, inclusive para o processo de mastigação do idoso, porque ele precisa dessa quebra mecânica, que é realizada na mastigação, para que o alimento consiga se misturar com a saliva, iniciando na boca o processo de digestão. A odontologia moderna tem como principal objetivo promover a longevidade saudável”, comenta Braga.


Além disso, os profissionais da área tratam distúrbios do sono, ronco e apneia, que em muitos casos tem uma origem bucal. “Seja por falta de informação ou hábito, uma porcentagem da população não dá a importância que precisa para a saúde bucal, buscando atendimento apenas quando a doença já está instalada. A precaução e orientação são essenciais para os cuidados com a boca e com o corpo em geral, além de ajudar o paciente a ter mais qualidade de vida e bem-estar”, finaliza a especialista.

 

Maria Fernanda Braga - cirurgiã-dentista, especializada em bebês e crianças, com formação e especialização pela UFRJ, é escritora, idealizadora do projeto de saúde “As Aventuras de Dentix”, que cria uma comunicação facilitada para fazer a saúde chegar para as famílias.

 

Especialista dá dicas para manter a saúde durante o inverno


Esfriou! O inverno começa oficialmente em 21 de junho e a estação do ano chega com temperaturas mais baixas e ar mais seco. Nesse período, nosso organismo precisa fazer mais esforço para lidar com a poluição do ar e também para se proteger da sensação de frio.


O sistema respiratório é o mais afetado. É quando aparecem mais episódios de resfriados, rinites, sinusites, otites e pneumonias, influenza A e B (vírus da gripe), Covid-19, Vírus sincicial respiratório (VSR) e resfriados causados por outros vírus.

“Pessoas com doenças pulmonares, imunodeficiências, imunossupressão, idosos, crianças menores de 2 anos e transplantados têm mais probabilidade de evoluir com complicações dessas doenças se não passarem por atendimento. É fundamental que essa população receba avaliação médica logo no início dos sintomas ou se houver qualquer piora do quadro inicial”, explica Dr. Danilo Galvão, médico infectologista do Hospital Geral de Itapevi, gerenciado pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisa Dr. João Amorim em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.


Ainda de acordo com o médico, “as complicações mais comuns são extensões da infecção para um acometimento maior, como uma pneumonia viral, por exemplo, e infecções bacterianas secundárias ao quadro”. Segundo o especialista, hábitos simples e medidas fáceis de encaixar na rotina podem ajudar a manter a saúde mesmo em dias de temperatura mais baixa e ventos frios.


“Deixar ambientes arejados, evitar aglomerações desnecessárias, usar máscaras quando tiver algum sintoma gripal ou de resfriado, ou caso vá encontrar alguém com sintomas, manter vacinações em dia, se alimentar bem, praticar atividade física e ter horas de sono adequadas podem ajudar. Também é importante estar atento a sinais de alerta, como dificuldade para respirar ou febre persistente. O indivíduo que estiver em algum grupo de risco não deve ficar sem avaliação médica, mesmo no início dos sintomas”, orienta o médico. 


Dr. Danilo Galvão recorda que a Covid-19 ainda deve ser uma preocupação, “pois muitas pessoas não se vacinaram ou não estão em dia com suas vacinas (doses de reforço). Consequentemente, com maior circulação do vírus, as complicações da infecção podem ocorrer ou gerar descompensação de doenças de base, causando internações ou até mesmo morte, dependendo da gravidade”, conclui.

  



CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
cejam.org.br/noticias


Há mais gêmeos nascendo no Brasil. Quais são cuidados importantes dos pais no desenvolvimento de filhos com essa característica?

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Médicos orientam atenção especial no jeito de vestir, na escolha pela mesma turma ou não na sala de aula e em outros aspectos sociais 

 

O índice de nascimentos de gêmeos no Brasil tem aumentado, sendo que em 2005 nasceram 46.303 bebês provenientes de partos duplos, representando 1,61% do total de nascidos vivos, e em 2015 foram 58.837 (1,99%) (Sistema IBGE de Recuperação Automática, 2016), fato que tem contribuído para incrementar as pesquisas sobre as peculiaridades do desenvolvimento emocional dos gêmeos no país.

O cuidado indicado pela Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul é que nesse tipo de gestação, os pais procurem estar preparados desde o início considerando aspectos não só clínicos, mas comportamentais. Para o médico pediatra e psiquiatra infantil e psicanalista, Victor Mardini, o cuidado mais relevante é lembrar que independente de gêmeos univitelinos (monozigóticos - durante a gestação compartilham 100% da carga genética) ou bivitelinos (dizigóticos – compartilham parte da carga genética, como se fossem dois irmãos comuns) cada um vai ter seus aspectos diferenciados de personalidade.

“A formação da personalidade (identidade e a singularidade) de um indivíduo é um processo complexo influenciado por características biológicas, ambientais e vivências pessoais. Os gêmeos passam por dificuldades semelhantes aos demais indivíduos em relação ao desenvolvimento dos aspectos da sua personalidade. Desde bebês, ao trocar fraldas, dar de mamar, brincar, passear, ajudar no banho, colocar para dormir e mesmo nos primeiros anos de vida como auxiliar nas rotinas das fases iniciais da escola maternal exige bastante do casal. E, no caso de gêmeos, conciliar as tarefas dos dois filhos é ainda mais puxado”, afirma.

Mesmo com esta sobrecarga, salienta-se a importância dos pais identificarem as diferenças e singularidades de cada gêmeo, respeitando suas características pessoais. Mesmo antes de nascerem eles podem expressar características diferentes sendo um mais agitado que o outro por exemplo.

“É importante que os pais através de um cuidado que estimule as características individuais de cada um facilitem seu desenvolvimento emocional e o relacionamento com as demais pessoas ao longo de suas vidas. Os pais devem ajudar a identificar e nomear emoções, contribuindo igualmente para a formação de suas identidades e na diferenciação de um em relação ao outro, aprimorando seus relacionamentos. Mas tudo isso não implica que os pais não devam estimular a proximidade e a interação entre os gêmeos, estimulando o vínculo entre eles e auxiliando na diferenciação e ensinando-os sobre convívio social desde cedo”, completa o médico.


Vestir com roupas iguais

Uma prática comum é pais vestirem exatamente iguais ou então com modelos de roupas iguais, porém com cores distintas. Para o médico pediatra e psiquiatra infantil e psicanalista, Victor Mardini, pais e familiares devem evitar comparações entre eles e prestar atenção nessas diferenças, respeitando-as e estimulando-as.

“Os pais de gêmeos podem se sentir desafiados criando duas crianças que demandam atenção em dobro, entretanto alguns cuidados simples, como utilizar roupas diferentes nos filhos, nomes com sonoridades distintas (não chamá-los de “gêmeos”), oferecer brinquedos diferentes, não amamentar gêmeos ao mesmo tempo, são medidas que auxiliam os bebês a começarem a se identificar como dois e não tratar as duas crianças como se fossem uma só. Embora eles sejam pequenos e estejam aprendendo sobre o mundo fora da barriga da mãe, serão sempre diferentes um do outro. Um pode ser mais chorão, outro mais calmo, um mais extrovertido, outro mais fechado, e assim por diante”, acrescenta.

Em estudo realizado recentemente nos pais, verificou-se que os próprios gêmeos solicitaram mais cuidados quanto ao processo de individualização ao sugerir que os cuidadores deveriam "tratar os gêmeos como pessoas diferentes e procurar perceber as características individuais de cada gêmeo", denotando assim a necessidade de cada gêmeo separar-se emocionalmente do outro e também de ser reconhecido de forma individualizada pelos seus cuidadores desde o início da vida. O estudo também evidencia que, mesmo passando pelas mesmas situações, vivenciando juntos determinadas circunstâncias, os irmãos gêmeos têm entendimentos diferentes do ocorrido, demonstrando que cada um tem sua própria percepção.

Em relação à questão escolar ainda existem controvérsias e mais estudos necessitam responder a necessidade ou não da separação dos gêmeos em turmas diferentes. Pesquisas evidenciaram que, segundo a percepção materna, gêmeos que estudavam separados desenvolviam melhor sua individualidade que os demais, uma vez que o ambiente distinto proporciona amigos e experiências diferentes. Entretanto, os relatos das mães mostraram que o bem-estar, a satisfação dos gêmeos, a satisfação materna e a qualidade do relacionamento foram maiores naqueles que estudavam juntos, demonstrando que o co-gêmeo pode ser um fator protetivo de saúde mental e que a rotina da mãe pode ser facilitada quando os filhos estudam juntos.

 

Marcelo Matusiak


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