A comunicação é essencial ao ser humano, por meio dela compartilhamos informações, sentimentos, vontades e opiniões. Quando pensamos na área da saúde, a clareza e a objetividade no processo comunicacional são aspectos fundamentais para promoção de uma assistência de qualidade e, principalmente, segura.
Para reforçar a importância desse tema, a
Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com a Joint Commission
International (JCI) estabeleceu, entre as seis Metas Internacionais de
Segurança do Paciente, a meta 2 – denominada “Comunicação Efetiva”.
“A adesão à meta 2 oportuniza o fortalecimento dos
vínculos entre as equipes, pacientes e familiares e o atendimento humanizado de
forma individualizada, priorizando a transição do cuidado”, destaca Gisella
Cunha de Oliveira, enfermeira da área de Qualidade do Hospital Municipal
Evandro Freire (HMEF)/CER Ilha, gerenciados pelo CEJAM - Centro de Estudos e
Pesquisas “Dr. João Amorim” em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde do
Rio de Janeiro.
Durante a jornada de cuidado do paciente dentro de
uma unidade de saúde, diversos profissionais atuam no atendimento. Assim,
segundo Gisella, a meta 2 define uma série de processos que visam garantir a continuidade
dos protocolos assistenciais e operacionais, de forma segura, através da
comunicação entre os envolvidos.
Nesse sentido, a enfermeira enfatiza alguns pontos
de atenção que são considerados, como os momentos de transição de cuidado –
passagens de plantão, transferências de paciente entre setores e
encaminhamentos para realização de procedimentos internos e externos – e a
comunicação de resultados críticos através de contato telefônico, o que pode
interferir no atendimento.
Para isso, as unidades adotaram ferramentas que
auxiliam na comunicação verbal e escrita a fim de minimizar tais riscos,
incluindo: quadros e displays informativos; prontuário eletrônico; termo de
consentimento para pacientes e familiares; registro seguro na transferência do cuidado;
sinalização para pessoas com deficiência e nome social; reuniões de análise,
entre outros.
Além disso, são realizados treinamentos frequentes
com os profissionais para assegurar a disseminação de informações, alinhamento
de fluxos e ferramentas adotadas.
Dessa forma, Gisella pontua que esses cuidados
também são primordiais para o empoderamento do usuário de forma acolhedora e
humanizada. “A meta 2 é fundamental para construir uma relação respeitosa e
transparente entre equipe multidisciplinar e o paciente, gerando o sentimento
de pertencimento ao longo da jornada terapêutica na instituição”, finaliza.
Comunicação efetiva acessível
Com o objetivo de favorecer a comunicação com
pacientes não verbais, o HMEF e a CER Iha adotaram placas de comunicação alternativas,
que utilizam comandos simples, localizações, escalonamento de dor e alfabeto em
libras. A iniciativa foi baseada em um projeto desenvolvido pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pelo Grupo de Pesquisas do Curso de
Libras do Instituto Nacional de Educação de Surdos, sendo adaptado para a
realidade local.
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