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quinta-feira, 22 de junho de 2023

Nada substitui o sangue e a solidariedade humana

Além da celebração das festas juninas, o período do inverno também é mercado pelas campanhas nacionais para conscientizar a população sobre a importância da doação de sangue em todo o país. A escolha da época, que coincide com o início da nova estação, é intencional, pois a queda nas temperaturas acaba afastando parte dos doadores.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, de 4 a 5% da população deve ser doadora para que não faltem bolsas de sangue nos bancos e a média de doadores entre os brasileiros é de apenas 1,8%, de acordo com o Ministério da Saúde. Estamos abaixo do ideal com tendência a piora durante os meses mais frios.

O sangue humano é insubstituível e não consegue ser reproduzido em laboratório. Também não há nenhum material orgânico semelhante aos seus componentes que possa ser utilizado em seu lugar, tornando a doação voluntária a única forma de manter o estoque de bolsas sanguíneas. A disponibilidade de sangue para transfusão é crucial para a sobrevivência de pacientes em situações de risco, como cirurgias, emergências médicas e acidentes graves com traumas, além do tratamento de algumas condições médicas.

Após enfrentar sérias dificuldades nos últimos dois anos, o Banco de Sangue do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) busca manter seu estoque com a campanha “Não pule a fogueira, nem a doação de sangue”. Nosso objetivo é buscar doadores para garantir a autossuficiência do nosso hemocentro durante todo o ano.

Doadores de todos os tipos sanguíneos são mais do que bem-vindos, mas o Rh negativo ainda está crítico e precisa de atenção no HSPE. Os centros de coleta de todo o Brasil também precisam de doadores e os níveis de estoque dos tipos sanguíneos variam entre os locais. Considere se tornar doador e converse com seus familiares e amigos sobre essa possibilidade, pois cada doação de aproximadamente 450 ml de sangue salva até quatro vidas e não faz mal à saúde.

Falando nisso, é fundamental combatermos as fake news sobre o tema, como a de que o sangue engrossa após a primeira doação, forçando a doação freqüente e compulsória - isso não é verdade. Todos podem doar sangue desde que tenham idade entre 16 e 69 anos, independentemente da orientação sexual, desde que estejam dentro dos critérios necessários. Também é importante reafirmar a segurança e confiabilidade dos centros de coleta, que utilizam apenas materiais descartáveis e de uso único.

Somos um povo solidário e que tem o altruísmo como parte da cultura. Ajudar quem precisa é uma característica importante e presente em cada um de nós. Procure o posto de coleta mais próximo e ajude a salvar vidas com a sua doação de sangue. 



Fábio Lino - diretor do Serviço de Hemoterapia do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), parte do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE).


Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo - Iamspe


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