A médica Vanessa
Mussupapo conta também a regra "ABCDE" para ajudar a identificar um
possível câncer de pele
Estima-se que cerca de 704 mil novos casos de
câncer serão detectados entre os anos de 2023 e 2025, segundo o Instituto
Nacional de Câncer (INCA). Dentro dessas possibilidades, a Sociedade
Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD) gostaria de alertar
sobre duas em especial: o câncer de pele tipo melanoma e o
tipo não-melanoma.
Desses, o mais raro e que pode levar à morte é o
melanoma. Esse câncer de pele se manifesta como uma pinta de característica
irregular – que pode se modificar ao longo do tempo ou já “nascer” como
melanoma. Ainda no que se refere a esse tumor, a médica dermatologista Vanessa
Mussupapo explica que “a forma mais grave de melanoma é o melanoma
nodular, pois apresenta crescimento muito rápido”. Ou seja,
esse tipo de câncer pode evoluir rapidamente, levando à metástase e podendo
culminar na morte desse paciente.
Já no câncer de pele não-melanoma,
que é um dos cânceres de pele mais comuns, a manifestação externa pode ser
similar à uma espinha ou ferida que não cicatriza.
Além das diferenças de gravidade e incidência, os
tratamentos podem ser diferentes. Embora ambos precisem de cirurgia, o
tratamento de melanomas avançados pode exigir pesquisa de linfonodo
sentinela. E caso haja a evolução para metástase, será necessária associação de
outros tratamentos, como a quimioterapia, radioterapia, imunoterapia ou
terapia-alvo.
Por que isso acontece?
De acordo com a médica da SBCD, as principais
causas de melanoma são exposição solar inadvertida – com
múltiplas queimaduras solares –, além da parte genética.
No que se refere a essa última, algumas
características indicam que o indivíduo pode ser mais suscetível a esse tipo de
doença, como:
- pessoas
de fototipos baixos (escala de coloração da pele, baseada em como a pele
reage quando exposta ao sol);
- cabelos
e olhos claros;
- múltiplas
queimaduras solares desde a infância;
- mais
de 50 pintas pelo corpo;
- histórico
de melanoma na família.
Como identificar?
Quando se trata do melanoma, vale considerar que
ele costuma ter a aparência de uma pinta de cor castanha ou preta. No entanto,
ela pode mudar de cor, formato ou tamanho, chegando até mesmo a sangrar.
Ademais, de acordo com a SBCD, existe uma regra
chamada “ABCDE” para ajudar a identificar um possível câncer de pele. Trata-se
dos fatores:
- Assimetria (ao dividir a
pinta ao meio, um lado se mostra diferente do outro);
- Bordas irregulares;
- Cores diferentes;
- Diâmetro maior que 0,5cm;
- Evolução: aquela pinta que se
modifica com o passar dos dias.
O que o paciente precisa saber
Os cânceres são divididos em etapas. Logo, quando
se fala de cura ou remissão da doença, é comum que a taxa de sobrevida seja de
aproximadamente 5 anos, variando para mais ou menos de acordo com o estágio no
qual o câncer foi descoberto e tratado.
Para pacientes com melanoma em estágio 0
– aquele que ainda não se desenvolveu além da epiderme e pode ser
tratado com cirurgia –, a taxa de sobrevida é de 97%. Ou seja,
97 em cada 100 continuam livre do câncer nos 5 anos seguintes após o
tratamento.
Já no estágio IV – fase onde nos
melanomas já atingiram os linfonodos mais distantes ou outras áreas do corpo –,
apenas 10% conseguem a mesma sobrevida.
Assim, para tratar um câncer de pele, a medida mais
segura é procurar um médico dermatologista logo que alguma lesão suspeita
aparecer. De acordo com a médica Vanessa Mussupapo, “o dermatologista é o
primeiro médico que o paciente procura. É ele que faz o diagnóstico, e
acompanha o caso”, explica.
Considerando que o melanoma é um câncer de pele que
pode levar à morte rapidamente, quanto antes for obtido um diagnóstico correto
e assertivo, melhor. Além disso, “nós, dermatologistas, que fazemos a retirada
da lesão para diagnóstico. Por isso, o cirurgião dermatológico é o profissional
que pode salvar a vida do paciente”, completa a especialista da SBCD.
Por fim, Mussupapo afirma que existem novos
medicamentos para o tratamento do melanoma metastático. As novidades da
oncologia estão mudando a história natural da doença, levando ao aumento da
sobrevida dos pacientes.
SBCD - Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e
Associação Médica Brasileira (AMB).
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