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sexta-feira, 9 de junho de 2017

Oito em cada dez profissões estão sem aumento salarial real, revela pesquisa



 Estudo de Remuneração Michael Page 2017 aponta que 80% dos cargos de média e alta gerência apresentam remuneração estável ou queda

  
A instabilidade econômica afetou em cheio o bolso dos executivos. É o que revela recente o levantamento realizado pela Michael Page, uma das maiores empresas globais de recrutamento especializado de profissionais de média e alta gerência, que faz parte do PageGroup. De acordo com o Estudo de Remuneração 2017 da companhia, oito em cada dez cargos analisados apresentaram remuneração estável ou em queda em relação ao mesmo estudo feito em 2015. 

“O cenário para o executivo de média e alta gerência é um pouco diferente daquele verificado há dois anos, quando os funcionários ainda conseguiam negociar melhores ganhos. Com a crise, as empresas foram afetadas e muita gente acabou perdendo emprego. Para se recolocar, estão tendo que negociar mais e, em muitos casos, com salários 10 a 20% inferiores à última ocupação. Quem ficou, não está conseguindo ter ganhos reais”, revela Ricardo Basaglia, diretor executivo da Michael Page.

Além do tradicional mapeamento de salários, neste ano a Michael Page entrou em contato com mais de 3 mil profissionais de todo o Brasil para entender quais são suas reais impressões sobre o mercado atual. A empresa procurou entender como os profissionais exergam sua carreira, a possição do empregador no seu desenvolvimento profissional e outros fatores que completam a remuneração.


13 de 15 setores estão com remunerações estáveis ou em queda

De acordo com o Estudo de Remuneração 2017 da Michael Page, a maioria dos setores pesquisados apresentaram mais cargos com manutenção ou perda da média salarial quando comparado com o levantamento anterior.
Também foi feita a análise dos cargos por setor para entender o percentual de profissões atingidas pela remuneração estável ou a queda:

Supply, Engenharia, Petróleo e Gás, Propriedade e Construção – 100%
Vendas, TI – 97%
Saúde – 92%
Marketing – 82%
Jurídico – 78%
Varejo – 73%
Seguros – 75%
RH – 64%
Financeiro – 57%

A área de Bancos & Serviços Financeiros foi a exceção do estudo. Dos 49 cargos verificados, apenas três não registraram aumento na média salarial. A divisão de Digital é posterior ao estudo de 2015 e, portanto, não possui histórico de comparação salarial. 


Remuneração por áreas

Bancos & Serviços Financeiros

As remunerações na área bancária no Brasil demonstraram um aumento considerável quando comparado com os últimos anos.

Um fator comum para a maioria dos salários, no entanto, é que os aumentos mais expressivos em relação a 2015 se referem aos salários de gerentes e heads do departamento. Os bancos de investimento também demonstraram maior volume no acréscimo salarial em relação aos bancos de varejo.

“Para os bancos, o mercado financeiro não deixou de ficar aquecido, tanto no mercado em si quanto no quesito de contratações. Apesar de não ser fácil superar as incertezas destes últimos anos, isso acaba sendo um desafio constante para todas as empresas. A área bancária busca profissionais com experiências consolidadas e vivência no mercado, mesmo sendo sempre difícil
encontrar profissionais com fluência em outros idiomas, conhecimentos técnicos avançados e habilidades para posições ligadas a controles e regulamentações”, analisa Basaglia.

Remuneração
Média
Cargos que tiveram aumento
99,4%
Cargos que tiveram estabilidade
0,4%
Cargos que tiveram queda
0,2%


Digital

Há uma grande euforia com relação ao e-business. Em 2016, a Michael Page foi pioneira em criar uma área específica direcionada apenas em recrutar profissionais com expertise em Digital. A instabilidade econômica vivida pelo Brasil não foi impeditiva para que os progressos de negócios em plataformas online se desenvolvessem. Na realidade o cenário é o exato oposto: usar de meios digitais tem sido a principal estratégia de negócios ligados ao varejo para expansão do alcance de suas vendas, bem como uma segunda plataforma de vendas que pode funcionar de maneira mais direcionada ao público-alvo através de promoções ou divulgação direcionada.

“A procura por profissionais que atuam em projetos digitais e detêm a expertise para aplicar estas ferramentas e estratégias que estão em constante evolução cresceu 35% no primeiro semestre de 2016. A economia dos negócios digitais tende a crescer ainda mais, além ganhar parcela significativa no mercado brasileiro. O Brasil está no radar de empresas inovadoras direcionadas pela tecnologia e as companhias tradicionais têm buscado desenvolver com maior arrojo suas atuações nas plataformas digitais para manter seu market share, mesmo neste novo contexto competitivo”, conta o executivo.

Dos 53 cargos listados nessa divisão, é possível apontar alguns destaques. O salário de um Head de e-commerce em uma grande empresa, por exemplo, pode chegar a R$ 55 mil. Já um cientista de dados pode chegar a uma remuneração de R$ 45 mil numa companhia de grande porte.


Engenharia e Manufaturas

A área de engenharia é técnica e vem passando por diversas e importantes transformações. O mercado atual continua com uma carência de engenheiros especializados e com uma formação sólida para preencher posições no mercado de trabalho.

Os profissionais, em melhoria contínua, que são sempre desafiados a otimizar processos e trazer retornos, acabam ganhando destaque no cenário de crise brasileira. Com isso, notamos que profissionais com conhecimento técnico, especialização e certificações acabam levando vantagem na hora de arrumar um emprego no mercado atual.

“Ainda assim, com a formação analítica e ágil na linha de raciocínio, os engenheiros são requisitados para atender a posições relativas a vendas e planejamento estratégico, áreas que continuarão em alta para o ano que vem”, diz Ricardo Basaglia.

Nessa área não foi registrado nenhum aumento na média salarial. Dos cargos que apresentaram queda, destaque para gerente de qualidade com atuação no setor químico e petroquímico em empresa de grande porte. Os vencimentos médios desse profissional recuaram 9%, saindo de R$ 17,5 mil em 2015 para R$ 16 mil neste ano.

Remuneração
Média
Cargos que tiveram aumento
X
Cargos que tiveram estabilidade
80%
Cargos que tiveram queda
20%


Financeiro e Tributário

As empresas, mais do que nunca, tornaram-se muito exigentes no perfil certo do profissional que procuram, avaliando tanto aspectos técnicos, quanto comportamentais. Uma boa formação com fluência em idiomas já não é o bastante. É preciso mostrar solidez e estabilidade.

Tributaristas e Tesoureiros estiveram em alta neste ano. A oportunidade de contribuir com o caixa da companhia no curto prazo tem sido reforçada nas atuais contratações.

“Estudos indicam que as empresas estão cada vez mais intolerantes a profissionais com passagens instáveis e que não demonstrem conclusão em seus ciclos, ainda mais pelas dificuldades que o mercado ainda reserva para os próximos anos. Resiliência é a principal competência avaliada e boas referências com bancos, empresas de auditoria e CFOs são de grande valor”, relata o diretor.

Nessa área temos exemplos bem extremos de ganhos e perdas salariais. Um gerente de auditoria interna em empresa de médio porte viu seu salário médio crescer 46%, passando de R$ 12 mil para R$ 17,5 mil. Do outro lado, o gerente de Relações com Investidores recuou sua remuneração em 42%, com renda média de R$ 30 mil em 2015 para R$ 17,5 mil em 2017.  

Remuneração
Média
Cargos que tiveram aumento
43%
Cargos que tiveram estabilidade
50%
Cargos que tiveram queda
7%


Jurídico

No quadro geral, o setor jurídico demonstrou em 2017 um cenário positivo quanto ao aumento de salários em relação ao último estudo realizado pela Michael Page. Isto porque o segmento tem se tornado cada vez mais um parceiro estratégico, fundamental para a viabilização de projetos e respaldo para as movimentações das empesas.

“Estamos cada vez mais próximos das companhias e no ano passado nos destacamos pela nossa agilidade, discrição, confidencialidade, por encontrar perfis complicados, pela revisão de quadros societários, entre outras coisas. Este ano, a área Legal está cada vez mais se movimentando de maneira intensa, principalmente em nossas especialidades. Bons exemplos são as demandas de Contencioso, Recuperação Judicial e Tributário”, explica Basaglia.

Da base consultada, a remuneração média que mais chamou a atenção no período foi a do diretor jurídico em companhia de grande porte, com incremento de 61% no período. Pulou da média de R$ 28 mil mensais há dois anos para  R$ 45 mil neste ano.

Remuneração
Média
Cargos que tiveram aumento
22%
Cargos que tiveram estabilidade
78%
Cargos que tiveram queda
X

 
Marketing

A área de Marketing passou por transformações nesses últimos anos. O departamento precisa tirar a imagem da área que mais gasta para dar lugar àquela que contribui de forma efetiva para os resultados financeiros. Os profissionais precisam, cada vez mais, ser capazes de medir os resultados de suas ações. Apesar disso, percebemos uma valorização maior da área nas companhias.

“Em geral, no estudo desse ano, percebemos um aumento tímido em comparação ao do último estudo de remuneração. De qualquer maneira, são poucos os cargos ou áreas que praticam grandes retrações em 2017”, conta.
Os cargos de gerente de Produto e de diretor de Relações Institucionais no setor químico e agronegócio são exemplos de salários que tiveram quedas neste ano. No caso do gerente de produto, a remuneração média diminuiu de R$ 12,5 mil para R$ 10 mil enquanto a do diretor de RI recuou de R$ 30 mil para R$ 21,5 mil.


Remuneração
Média
Cargos que tiveram aumento
18%
Cargos que tiveram estabilidade
72%
Cargos que tiveram queda
10%


Supply Chain

Avaliamos o segmento para analisar o setor e as variações de salários de um ano para cá. O cenário de 2017 está semelhante ao dos últimos anos, apenas com pequenas mudanças nos cargos de média gerência, principalmente nas indústrias, por causa das reduções de posições.

Este ano, as empresas não investiram em novos projetos, estão apenas finalizando aqueles que já iniciaram, afetando assim cargos de gerente de operações e de projetos.

“No segmento automotivo e metalúrgico percebemos grandes desafios. A redução drástica nas vendas e na produção de veículos provocou uma grande mudança nas estratégias das empresas dessas áreas. Um dos grandes desafios é encontrar profissionais qualificados e especializados para atuar na divisão de Supply Chain. O momento atual está exigindo uma maior integração com o negócio para otimizar o cenário”, retrata Basaglia.

Gerente de projetos e gerente de operações em companhias de pequeno e médio porte foram os cargos com maior redução média salarial no período, caindo de R$ 16,5 mil para R$ 13,5 mil. 

Remuneração
Média
Cargos que tiveram aumento
X
Cargos que tiveram estabilidade
88%
Cargos que tiveram queda
12%


Petróleo e Gás

Nos últimos anos, o setor de Petróleo & Gás sofreu com a crise política e econômica. As empresas de extração de petróleo ainda passam por um período de incertezas no país. Os desestímulos dos investidores fizeram com que o mercado parasse e sofresse baixa desde o período inicial da crise. 

“Com isso, o quadro salarial não teve grandes mudanças, os salários se mantiveram e podemos ver uma queda mais relevante em cargos plenos”, resume o diretor.

Remuneração
Média
Cargos que tiveram aumento
X
Cargos que tiveram estabilidade
84%
Cargos que tiveram queda
16%


Propriedade e Construção

Nos últimos dois anos de crises, tivemos algumas mudanças drásticas no setor em si, principalmente em cargos específicos. A instabilidade política e o cenário atual acabam prejudicando a área. 

O setor privado foi um que estagnou nesses últimos anos. A demanda por profissionais especializados diminuiu e a oferta aumentou, viabilizando uma estagnada no setor.

“No varejo, pouquíssimas empresas estão investindo na abertura de novas lojas, impactando no recrutamento de novos profissionais. Já a área comercial destacou-se nesses anos e teve um aumento relativo comparado com os últimos, pois é esse profissional que prospecta negócios para as construtoras, trazendo clientes”, sintetiza.

O cargo em alta em foi o de gerente de Segurança Patrimonial. Passou de remuneração média de R$ 17 mil para R$ 23,5 mil.

Remuneração
Média
Cargos que tiveram aumento
X
Cargos que tiveram estabilidade
99,8%
Cargos que tiveram queda
0,2%

 
Recursos Humanos

A área de Recursos Humanos foi bastante desafiada no período e desenvolveu novas facetas frente ao negócio. A área passou por mudanças de estrutura e redefiniu prioridades neste último ano para acompanhar o cenário da economia brasileira. Apesar do ano incerto e da remodelagem das empresas, o segmento se movimentou de maneira enérgica.

“Subsistemas como o de Remuneração foram altamente demandados e esta tendência se estenderá pelo próximo ano. Gerentes em posições generalistas e Business Partners, todos fortemente voltados para o negócio, certamente receberão a mesma atenção do mercado”, pontua Basaglia.

A remuneração média desses profissionais oscilou muito, tanto para cima como para baixo. O salário de um diretor de Recursos Humanos em empresa de pequeno e médio porte passou de R$ 22,5 mil para R$ 32,5 mil. Já para o especialista de Comunicação Interna em empresa de grande porte, os ganhos saíram de R$ 14,5 mil para R$ 12 mil.

Remuneração
Média
Cargos que tiveram aumento
36%
Cargos que tiveram estabilidade
41%
Cargos que tiveram queda
13%


Saúde

O cenário para empresas ligadas ao mercado de saúde se manteve muito positivo nos últimos anos. Neste ano de crise, Healthcare saiu na frente das outras áreas e foi menos afetada pela economia do país. Hospitais e demais empresas do segmento clínico se mantêm em forte processo de profissionalização e consolidação, que reforçam a busca por processos de acreditação e melhoria contínua.

“As indústrias farmacêuticas reorientam o mindset com foco no mesmo nicho de mercado, mas em busca de novos produtos para reaquecer o portfólio. Mesmo com essa reorientação, o setor foi o que mais teve quedas salariais, mesmo que tímidas. Os cargos de Gerente de Farmaeconomia (R$ 19 mil para R$ 24 mil) e Diretor Médico (R$ 29 mil para R$ 32,5 mil) tiveram um aumento de salário quando comparado com o ano passado”, sentencia o executivo.

Com postura semelhante à desta última indústria, o segmento de equipamentos para Life Sciences e Diagnóstico tem chamado atenção de investidores que buscam negócios no Brasil e do governo que investe mais em P&D mesmo que, comparando com outros países, seja um percentual baixo em relação ao PIB.

Remuneração
Média
Cargos que tiveram aumento
8%
Cargos que tiveram estabilidade
70%
Cargos que tiveram queda
22% 

 
Seguros

O mercado de seguros segue seu histórico de alta desde a abertura do mercado e a entrada de grandes seguradoras e resseguras multinacionais. A diversificação do mercado e o movimento dos principais players, ainda com a instabilidade econômica, faz com que a remuneração do setor também corresponda à busca por profissionais com força comercial e conhecimentos técnicos.

A área com o maior aumento em salário é a comercial, responsável por otimizar processos e gerar força comercial frente ao mercado. Os cargos de demonstraram aumento significativo para as empresas são: Diretor Comercial (R$ 34,5 mil para R$ 39,5 mil), Diretor Técnico (R$ 30,5 mil para  e Gerente de Filial (R$ 14,5 mil para R$ 17,5 mil).

Remuneração
Média
Cargos que tiveram aumento
25%
Cargos que tiveram estabilidade
75%
Cargos que tiveram queda
X


TI

A área de tecnologia emprega atualmente cerca de 1,3 milhão de profissionais no Brasil. De acordo com a estimativa feita pela indústria de software e serviços, podemos afirmar que para os próximos quatro anos o país vai precisar de 750 mil profissionais para a área, dado que confirma grande movimentação no mercado de trabalho brasileiro. A área de tecnologia é cada vez mais estratégica, além de ser muito importante como suporte. Com isso, os profissionais precisam se qualificar e atualizar em cursos como pós-graduações, MBA e outros que lhes concedam uma visão estratégica dentro de sua empresa.
Como em todas as áreas, existem tendências de posições que tiveram incremento salarial devido à demanda atual, como segurança da informação, cientista de dados e inteligência de mercado, além das posições de especialistas em desenvolvimento web (IOS, Android) e algumas linguagens (Java, .Net e outras). Porém, o que diferencia os profissionais é o tempo de experiência, construção de cases de sucesso, idiomas e cursos complementares.

 desenvolver suas carreiras são desenvolver idiomas, incluir cursos que proporcionem uma visão mais estratégica em relação a tecnologia, proatividade em gerar cases de sucesso e resiliência para entender cenários negativos, alta capacidade de trabalhar em equipe e/ou gerir pessoas, auxiliar no desenvolvimento/coaching da área dividindo conhecimento, habilidade de comunicação didática para ser um business partner junto às outras áreas, conhecimento de metodologias com SCRUM / AGILE e principalmente não terceirizar seu desenvolvimento, mas sim procurar sempre estar à frente se capacitando e se desenvolvendo”, relata o especialista.

A remuneração média de um gerente de vendas de software em empresa de grande porte passou de R$ 16 mil para R$ 20 mil. Um country manager de hardware de empresa de grande porte viu seus rendimentos médios saírem de R$ 32,5 mil para R$ 27,5 mil.

Remuneração
Média
Cargos que tiveram aumento
3%
Cargos que tiveram estabilidade
97%
Cargos que tiveram queda
X


Varejo 

O varejo demonstrou um bom quadro em relação às remunerações. Percebemos pequenos aumentos e uma estagnação de salários comparado aos quadros levantados pela Michael Page em seu último estudo. Ainda que o consumo tenha sofrido baixas, principalmente em decorrência da instabilidade da inflação, a alta dos preços e a diminuição do poder de compra da população, o varejo reagiu às baixas com a procura por maior eficiência e profissionais capazes de combinar suas especialidades e estabelecer estratégias que possam contornar as adversidades da economia internacional, em busca da continuidade do crescimento do setor.

Um dos destaques nas remunerações em 2017 são os aumentos nos salários especificamente em empresas de médio e pequeno porte, ainda que os salários em empresas de maior porte ofereçam pacotes mais atrativos.

“A busca por força contra a concorrência e a necessidade de também atrair profissionais capazes de desenvolver novas estratégias e soluções, assim como as experiências e habilidades de aplicá-las, fazem com que as empresas menores do varejo também deixem seus salários cada vez mais atrativos”, diz.

Remuneração
Média
Cargos que tiveram aumento
27%
Cargos que tiveram estabilidade
73%
Cargos que tiveram queda
X

A renda média de um diretor de loja do varejo alimentício de pequeno e médio porte subiu 56%; saltou de R$ 8 mil para R$ 12,5 mil.


Vendas

Os profissionais de vendas continuam sendo requisitados pelas empresas, e 2017 promete não ser diferente. De qualquer maneira, o perfil deste profissional ganha a cada ano uma diferente faceta, principalmente pelo papel de termômetro estratégico que a área de vendas desenvolve em um período de instabilidade.

“O pacote de salários em 2016 mostrou-se de maneira geral conservador para as áreas. De qualquer maneira o cenário não demonstra grandes retrações como em outras áreas de atuação. A área que acabou sofrendo mais foi a de bens de capital, pois os investimentos acabaram caindo”, explica Basaglia.

O cargo que mais sofreu com a crise econômica em 2016 foi o engenheiro de vendas de logística e transporte em empresas de pequeno e médio porte. O salário médio passou de R$ 30 mil para R$ 27,5 mil. No caso do cargo de trade lane manager em empresas de grande porte, a remuneração média migrou de R$ 13 mil para R$ 15 mil.

Remuneração
Média
Cargos que tiveram aumento
3%
Cargos que tiveram estabilidade
97%
Cargos que tiveram queda
X






SAIBA COMO REDUZIR CUSTOS NAS EMPRESAS SEM DEMISSÕES



Não é fácil reconhecer por onde o dinheiro das empresas escoam. Conheça algumas dicas do especialista Fernando Macedo, da Era Brasil


Enxugar custos. Em um cenário econômico não muito favorável, empresários e executivos procuram otimizar gastos para melhorar a saúde de pequenas, médias e grandes empresas. “Infelizmente, muitos vêm as demissões como a única maneira de cortar despesas, mas existem muitos outros itens, não explícitos, que ajudam a melhorar o fluxo de caixa sem necessariamente reduzir o quadro de funcionários”, explica Fernando Macedo, especialista em redução de custos e CEO da Expense Reduction Analysts (ERA Brasil), rede inglesa de consultoria de redução de gastos. 

O especialista ensina como diminuir os custos desnecessários que muitas vezes comprometem a lucratividade das empresa. Veja abaixo:

- Telecomunicações – é impossível qualquer empresa operar seu negócio sem se comunicar. Atualmente a telefonia fixa tem tido cada vez menos influência, mas a telefonia móvel e utilização de dados vem crescendo vertiginosamente. É importante avaliar o perfil ideal para cada empresa, verificar tarifas e oportunidades, porém principalmente estabelecer política de uso;

- Infraestrutura – energia elétrica e água são as principais vilãs do desperdício, ou seja, deve-se conscientizar e incentivar usos indevidos, vazamentos e desleixo muitas vezes despercebido. Outros itens, como aluguéis, leasing, gás, contratos de manutenção, da mesma forma podem esconder ineficiências;

- Serviços terceirizados – nem sempre as empresas realizam revisões periódicas nos termos de consumo, tarifas e produtividade. Principalmente os contratos firmados em momentos de operação regular tendem a não estar equilibrados nos momentos de crise;

- Reprografia/impressos – itens de baixo valor unitário usualmente não recebem muita atenção, por isso é importante entender as verdadeiras necessidades. Uma simples compra de papelaria desnecessária pode acumular milhares de reais ao longo dos anos. 

- Custos financeiros – nos momentos de crise a necessidade de capital de giro e das instituições financeiras acaba aumentando, cuidado com as armadilhas de juros, tarifas e garantias.




Expense Reduction Analysts (ERA Brasil)



45% do mercado de cigarros de São Paulo é dominado por marcas ilegais



Pesquisa Datafolha aponta que mais de 80% da população do Sudeste acreditam na ligação entre o contrabando de cigarros e crime organizado


Pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha apresenta um panorama muito crítico em relação à atuação dos governos brasileiro e paraguaio no combate ao contrabando entre os dois países. Encomendada pelo Movimento em Defesa do Mercado Legal Brasileiro, coalizão que reúne mais de 70 entidades representativas de setores afetados pela ilegalidade no Brasil, a pesquisa ouviu cerca de 2 mil pessoas em 130 municípios de pequeno, médio e grande porte de todas as regiões do Brasil.

Para 85% dos moradores do Sudeste, as autoridades brasileiras não atuam de forma efetiva na fiscalização das fronteiras e 88% acreditam que o governo paraguaio também é incompetente nessa vigilância.

Entre os entrevistados da região que acreditam que os paraguaios não adotam medidas para conter o problema, 78% avaliam que isso acontece porque políticos e autoridades lucram com esse tipo de negócio. E isso é especialmente verdade em relação ao contrabando de cigarros.

Atualmente, segundo pesquisa de mercado, marcas paraguaias contrabandeadas já são responsáveis por 45% das vendas de cigarros em São Paulo, volume que vem crescendo exponencialmente enquanto o mercado formal sofre retração de igual proporção. Ou seja, parte do mercado não é regulado, não gera empregos, não paga impostos e ainda é responsável pelo financiamento do crime organizado e do tráfico de drogas e armas. Além disso, vale destacar que os prejuízos do contrabando de cigarros para o Estado de São Paulo somaram R$ 2,68 bilhões de evasão fiscal em 2016.

O presidente do Paraguai, Horácio Cartes, é dono da maior fabricante de cigarros do país, a Tabacalera del Este que produz o cigarro Eight e que figura entre as marcas mais vendidas no país. Mais de 47% dos entrevistados do Sudeste conhecem a marca, e o percentual sobe para 48% entre os brasileiros de 16 a 24 anos, mostrando a força do contrabando entre os mais jovens.

A pesquisa também apontou que 82% dos moradores do Sudeste veem ligação entre contrabando de cigarros e o crime organizado e aumento da violência no Brasil. Os esforços do governo brasileiro para coibir a entrada de cigarros paraguaios no Brasil são reprovados, e o apoio a sanções contra o Paraguai recebem apoio da metade dos entrevistados na região.

O aumento do contrabando tem acontecido por uma combinação de fatores: aumento de impostos, crise econômica e fragilidade das fronteiras. Atacar o contrabando é uma medida extremamente efetiva para a recuperação econômica e colabora duramente para o fim do tráfico e do crime nas cidades. 

“É imperioso aumentar a vigilância nas fronteiras, por parte dos governos de ambos os países, e no caso paraguaio os brasileiros também veem omissão motivada pelo fato de autoridades e políticos do país vizinho serem beneficiários do contrabando de cigarros para o Brasil”, afirma Edson Vismona, presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) e coordenador do Movimento.

O executivo explica que o comércio de cigarros contrabandeados no Brasil é dominado por organizações criminosas. Vismona também lembra que, apesar de importantes, políticas de restrição ao cigarro devem ser equilibradas, sob risco de estimular ainda mais o contrabando do produto. “O excesso de impostos para o setor é um dos fatores decisivos no crescimento do contrabando de cigarros no país, já que as marcas paraguaias chegam a custar menos da metade do preço mínimo estabelecido por lei no Brasil” lembra o presidente da entidade.




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