A evolução contínua do processo cirúrgico e
cuidados simples com a saúde ocular já permitem que, hoje, as pessoas não sejam
mais vitimadas pela doença que ainda é a maior causa de cegueira tratável no mundo
Se no passado era comum ouvirmos que alguém ficou cego em decorrência de cataratas nos olhos, hoje em dia, podemos considerar que essa opacificação do cristalino tende a ser facilmente erradicada. É claro que a prevenção, o cuidado com os olhos e com os gatilhos para a catarata são fundamentais, mas as cirurgias oftalmológicas evoluíram demais com os avanços tecnológicos, tornando mais acessível essa reversão. Para se ter uma ideia, anualmente o SUS (Sistema Único de Saúde) realiza mais de 60 mil cirurgias de catarata por ano!
Mas, antes de falar da cura, o ideal é falar de como evitar ou retardar essa condição que se acentua com a idade. O oftalmologista Dr. Hallim Feres Neto, que é membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e diretor da clínica Prisma Visão, lista cuidados simples e, muitas vezes, desconhecidos. "Podemos adiar o aparecimento da catarata protegendo os olhos dos raios ultravioleta, usando óculos de sol, chapéus e bonés. Além disso, parar de fumar e manter o diabetes controlado (cuidar da alimentação para não desenvolver diabetes)", receita o especialista, que completa a lista recomendando o uso de EPIs em atividades de risco, na intenção de proteger contra cataratas traumáticas.
Sim,
as cataratas podem surgir a partir de traumas nos olhos. Apesar disso, a forma
mais comum é a catarata senil, que geralmente aparece após os 60 anos. Dr.
Hallim conta ainda que o uso de algumas medicações pode acelerar o aparecimento
e que situações congênitas de catarata também acontecem, demandando atenção
imediata logo após o nascimento.
Cirurgias com bônus!
O único tratamento contra as cataratas é o processo cirúrgico. Hoje, constantemente escalando com a tecnologia, a cirurgia que corrige a doença também permite tratar outras doenças, como presbiopia, miopia, astigmatismo e hipermetropia. "Hoje em dia, podemos escolher com bastante confiabilidade o grau da lente que implantamos dentro do olho, de modo que além de curar a catarata, podemos tirar ou pelo menos diminuir a dependência dos óculos, tanto de longe quanto de perto", detalha o cirurgião, lembrando de outro detalhe inovador: "Os métodos modernos usam laser e ultrassom, que diminuem o tempo de cirurgia e de recuperação, além de deixar o procedimento ainda mais seguro".
Vale ressaltar que a cirurgia de catarata consiste em retirar a lente natural dos olhos que está opacificada e colocar uma nova, transparente. "A catarata não volta depois dessa cirurgia", anuncia o oftalmo, explicando ainda que a cirurgia leva cerca de 15 a 30 minutos, podendo variar com a gravidade da catarata e a saúde ocular geral do paciente.
A quem se pergunta sobre os valores para uma cirurgia dessa fora do sistema público de saúde, Dr. Hallim conta que muitos fatores interferem, principalmente pelo fato de que hoje a cirurgia de cataratas acaba incluindo outras pequenas correções oculares. "Obviamente isso acarreta uso de mais tecnologia e técnica, aumentando o custo". Ainda considerando as variações regionais e outras variáveis, estima-se que o custo fique entre R$ 2.000,00 e R$ 10.000,00.
Apesar de comumente realizada em pessoas acima dos 60 anos, mais afetadas pela doença, a cirurgia também pode ser realizada em bebês e crianças pequenas que nasceram com catarata congênita. Dr. Hallim Feres afirma que, nesses casos, a cirurgia pode ajudar a restaurar a visão e evitar problemas de desenvolvimento visual.
Outra
situação peculiar são casos de pacientes que não podem ser operados de
catarata, como alerta Dr Hallim: "Pessoas com problemas de saúde ocular
graves, como infecções e inflamações, além de pacientes com diabetes
descontrolado podem ter um risco maior de complicações. É importante discutir
todas as condições médicas com o cirurgião antes da cirurgia".
Recuperação rápida
O
cirurgião comenta ainda que a recuperação geralmente é rápida e sem
complicações. "A maioria dos pacientes experimenta uma melhora na visão
poucos dias após a cirurgia. Orientamos afastamento de esportes de contato e
impacto por cerca de 15 dias, além de não entrar em piscinas ou no mar por 30
dias", diz Dr. Hallim, acrescentando como é importante também seguir as
instruções do médico, como usar corretamente os colírios prescritos.
A
volta à vida normal vai no mesmo ritmo, com pacientes voltando ao trabalho em
escritório, poucos dias depois. "Vale novamente lembrar que é importante
evitar atividades físicas extenuantes por algumas semanas", frisa o
especialista.
Como detectar a catarata?
Dr.
Hallim Feres elenca os principais sintomas para ficar de olho quando o assunto
é catarata:
- Visão embaçada ou turva
- Sensibilidade à luz
- Percepção de cores desbotadas ou amareladas
- Dificuldade em ver à noite ou em ambientes com pouca luz
- Visão dupla em um olho
- Halos em torno das luzes
As
cataratas, normalmente, acontecem nos dois olhos, segundo Dr. Feres. A única
exceção é nos casos de acidentes/traumas em um dos olhos. "Nesses casos, o
aparecimento da catarata no olho afetado não aumenta a chance de ocorrer no
outro olho".
Números da Catarata no Brasil
De
acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 30% da população acima dos 60 anos
desenvolve a condição.
Contextualizando
os dados neste momento pós-pandêmico, o ministério também revela que o Sistema
Único de Saúde costumava realizar 56 mil cirurgias de catarata por ano. Já em
dados mais recentes, de 2021, o número anual de intervenções caiu para cerca de
30 mil.
Por
fim, o CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) estima que cerca de 350 mil
brasileiros aguardam por uma cirurgia de catarata, e que são diagnosticados
cerca de 120 mil casos novos por ano.
Dr. Hallim Feres Neto - Oftalmologia Geral. Cirurgia Refrativa. Ceratocone. Catarata. Pterígio. Membro do CBO - Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Membro da ABCCR - Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa. Membro da ISRS - International Society of Refractive Surgery. Membro da AAO - American Academy of Ophthalmology
@drhallim
Nenhum comentário:
Postar um comentário