Em 2023, o número
de óvulos congelados foi de 115 mil e, nos últimos 12 anos, o número de
mulheres que se tornaram mães na faixa etária de 40 anos cresceu 65,7%
O recente anúncio da gravidez da modelo Gisele
Bündchen aos 44 anos acendeu o debate sobre a maternidade tardia. Assim como a
modelo, outras celebridades como Sabrina Sato, Leandra Leal e Andreia Horta
também optaram por ter filhos após os 40. A notícia coloca em evidência uma
tendência crescente no Brasil e no mundo: a decisão de ter filhos após os 40
anos.
Segundo dados do IBGE, o número de mulheres que se
tornaram mães nesta fase da vida aumentou 65,7% em 12 anos. Em 2023, o número
de óvulos congelados foi de 115 mil, segundo dados do Sistema Nacional de
Produção de Embriões (SisEmbrio), da Anvisa. Neste cenário, os tratamentos de
reprodução assistida, como a Fertilização in Vitro (FIV) e o congelamento de
óvulos, podem ser poderosos aliados dos casais e das mulheres.
FIV: técnica que faz a vida
acontecer
Se no passado a FIV foi idealizada para mulheres
com a laqueadura das tubas uterinas, hoje se aplica as mais variadas
alterações, como problemas graves de ovulação, no aborto de repetição, nas
mulheres com baixa reserva ovariana, entre outras. Em qualquer destas situações
maximiza as chances de uma gravidez, por meio da correta recuperação e seleção
de óvulos e espermatozóides. O procedimento auxilia, ainda, os homens com baixa
contagem de espermatozóides ou que passaram por cirurgia de vasectomia para
evitar filhos e se arrependeram. Inclusive a FIV ajuda os casais homoafetivos
ou mulheres que optam pela maternidade independente.
“A FIV vem apresentando importantes avanços ao
longo dos anos, auxiliando mulheres com dificuldades para engravidar e
propiciando uma alternativa real para tratar seus problemas”, afirma Dra.
Claudia Padilha, especialista em reprodução assistida, co-diretora médica do
Grupo Huntington.
A FIV garante 100% de
gravidez?
De acordo com a especialista, embora seja a mais
eficaz das técnicas de reprodução assistida disponíveis, não existe garantia de
gravidez. “As taxas de sucesso são elevadas comparadas às chances naturais, mas
ainda assim limitadas. Não há como falar em garantia”.
Em uma mulher de até 34 anos, após três tratamentos
de FIV, as chances de engravidar são as mesmas que uma mulher sem qualquer
problema de fertilidade, na mesma faixa de idade, teria após um ano de tentativas.
“Isto não significa que a paciente precisará repetir o procedimento três vezes,
já que ela poderá engravidar na primeira tentativa. Mas é preciso ter em mente
que a natureza necessita de várias tentativas mensais para alcançar uma
gravidez. Em um ano tentando uma gravidez natural, seriam 12 ciclos menstruais
e várias tentativas por ciclo”, explica a médica.
A dra. Cláudia destaca que a taxa de sucesso
dependerá de diversos fatores, principalmente da idade materna, que afeta a
qualidade e quantidade dos óvulos. Assim como a qualidade do sêmen, que também
é reduzida nos homens com mais de 50 anos.
“Por isso não se pode demorar demais para buscar a
ajuda de um especialista em reprodução assistida, quando o casal não consegue
engravidar naturalmente”, diz a especialista. Nas mulheres de até 35 anos,
pode-se tentar até um ano. Depois dessa idade, o aconselhado é procurar ajuda
no máximo após seis meses de tentativas naturais.
Inteligência Artificial
aumenta chances de sucesso
O Grupo Huntington conta com a sua Inteligência
Artificial, a MAIA (Modelo de Análise Inteligente Avançada), para aumentar as
taxas de sucesso de FIV. Desde sua implementação, a MAIA já atendeu 980
pacientes, marcando o início de uma nova era na medicina reprodutiva no Brasil.
"Nossa IA é capaz de processar um volume massivo de dados com uma precisão
e velocidade inigualáveis pelo olho humano", explica Mariana Nicolielo,
coordenadora do laboratório de embriologia da Huntington. "Isso nos
permite identificar com maior eficácia os embriões com maior potencial de gerar
uma gestação bem-sucedida."
A MAIA utiliza algoritmos de aprendizado profundo
para analisar imagens de embriões capturadas por um sistema time-lapse de
última geração. Esta tecnologia permite o monitoramento contínuo de até 240
embriões simultaneamente, registrando seu desenvolvimento a cada 10 minutos,
sem necessidade de manipulação externa.
O que diferencia a IA da clínica é seu
desenvolvimento 100% nacional e sua customização para a realidade brasileira. O
sistema foi treinado com milhões de imagens do próprio banco de dados da
Huntington, considerando as particularidades da população local e as diversas
causas de infertilidade.
"O sistema é acoplado a incubadora embryoscope
e foi desenvolvido ao longo de cinco anos de investimento em P&D.
Diferentemente de outras soluções que buscam características e informações de
outros países, a MAIA trabalha com dados próprios, por meio do rankeamento dos
embriões coletados na Huntington. Isso a torna uma ferramenta de auxílio única
para nossa equipe definir com maior eficácia qual embrião será utilizado",
acrescenta Nicolielo.
Congelamento de óvulos
O congelamento de óvulos é outra técnica da medicina reprodutiva que ganhou evidência nos últimos anos e vem permitindo que as mulheres realizem o sonho da maternidade após os 40 anos. “Até os 30 anos, as mulheres apresentam seu pico de fertilidade. A partir desse período, ela começa a declinar gradualmente e se acentua após os 35 anos – e mais ainda depois dos 40”, detalha a Dra. Cláudia Gomes Padilla.
O congelamento de óvulos permite que seja possível ter filhos muitos anos depois do fim da idade fértil, por meio de técnicas de reprodução assistida como a FIV.
Quanto mais nova for a mulher que fizer o
procedimento, maior a quantidade e melhor a qualidade dos óvulos. “O
congelamento de óvulos ajuda a aliviar o estresse que acomete muitas mulheres
quando observam que seus relógios biológicos estão correndo. Optar pelo
procedimento ‘paralisa’ esse relógio e proporciona que a mulher tenha as mesmas
chances de engravidar no futuro considerando a idade em que fez o congelamento.
Huntington Medicina Reprodutiva
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