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quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Novembro Azul

Um olhar sobre a saúde masculina

 

A saúde masculina no Brasil ainda enfrenta desafios significativos. Homens, em geral, tendem a negligenciar os cuidados com a saúde, o que resulta em altas taxas de morbidade e mortalidade associadas a doenças evitáveis e tratáveis. Entre as principais causas estão o câncer de próstata, doenças cardiovasculares, doenças respiratórias e diabetes. 

As ações nacionais de prevenção e conscientização têm incentivado a adesão dos homens a cuidados médicos, embora, muitas vezes, as consultas sejam agendadas por esposas atentas. A campanha Novembro Azul desempenha um papel essencial para transformar essa realidade, destacando a importância do cuidado com a saúde masculina, especialmente no que se refere ao câncer de próstata. 

Nos estágios iniciais, o câncer de próstata pode ser assintomático, o que torna os exames preventivos, como o PSA (Antígeno Prostático Específico) e o toque retal, fundamentais para a detecção precoce. Quando a doença avança, sintomas como dificuldade para urinar, jato urinário fraco ou interrompido e presença de sangue na urina ou no sêmen podem surgir. Contudo, esses sinais também podem estar associados a outras condições benignas, reforçando a importância das consultas regulares para uma avaliação abrangente.

 

Importância do diagnóstico precoce 

O diagnóstico precoce é um dos fatores mais decisivos no tratamento do câncer de próstata. Quando a doença é detectada nos estágios iniciais, as chances de cura podem superar 90%, reduzindo os efeitos adversos e o custo do tratamento. Isso garante uma melhor qualidade de vida para o paciente e evita intervenções mais invasivas que podem causar desconforto. 

Apesar disso, muitos homens ainda evitam exames preventivos devido a questões culturais e estigmas. A falta de informação, o medo do diagnóstico e a limitação de serviços de saúde especializados também são barreiras que impedem a realização regular desses exames. O Novembro Azul busca exatamente combater esses obstáculos e promover uma cultura de autocuidado, incentivando os homens a reconhecerem que cuidar da saúde é um ato de coragem e responsabilidade.

 

Avanços no tratamento 

Felizmente, o tratamento do câncer de próstata tem avançado de forma expressiva. Técnicas de radioterapia, como a radioterapia de intensidade modulada, e o uso de cirurgia robótica são alternativas mais precisas e com menos efeitos colaterais. Além disso, novos medicamentos que bloqueiam a via hormonal do câncer de próstata e o uso de terapias-alvo e imunoterapia têm mostrado resultados promissores, representando um grande avanço no combate à doença. 

Além do câncer de próstata, outras condições que afetam a saúde masculina também merecem atenção durante o Novembro Azul. Doenças cardiovasculares, como hipertensão e infarto, doenças respiratórias relacionadas ao tabagismo e problemas de saúde mental, como depressão, são questões recorrentes que exigem uma abordagem preventiva. Assim como no caso do câncer de próstata, a adoção de um estilo de vida saudável é fundamental para reduzir o risco dessas doenças.

 

Estilo de vida e prevenção 

Mudanças simples no dia a dia podem ter um grande impacto na saúde masculina. Uma alimentação rica em frutas, legumes, grãos integrais e com baixo teor de gorduras saturadas ajuda a reduzir o risco de câncer e doenças cardiovasculares. A prática regular de atividades físicas contribui para manter o peso corporal adequado e melhora a saúde mental, ajudando a reduzir o estresse e a ansiedade. Não fumar e limitar o consumo de álcool também são medidas que promovem uma vida mais saudável, longa e com maior qualidade de vida.

 

Dr. Paulo Eduardo Pizão – oncologista. Por ser docente em faculdade, gestor em instituições de saúde, atuar no atendimento clínico e por ter sido pesquisador na indústria farmacêutica, tem uma visão geral do setor e conhece o mecanismo desse segmento. Pesquisador no Centro de Pesquisa Clínica São Lucas (PUC-Campinas), coordenador da disciplina de Oncologia Clínica no Curso de Medicina da Faculdade São Leopoldo Mandic, Campinas-SP; oncologista no Instituto do Radium. Especialista em Oncologia Clínica pela Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO); Especialista em Cancerologia (Oncologia Clínica) pela Associação Médica Brasileira; PhD em Medicina (Oncologia) pela Universidade Livre de Amsterdam, Holanda.



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