Pode parecer estranho, mas algumas pessoas nascem com dois úteros.
Esse órgão “adicional”, na verdade, é consequência de uma má-formação das
estruturas do sistema reprodutivo feminino. Quando dão origem a duas cavidades
uterinas, tem-se o útero didelfo.
Essa anomalia uterina congênita, chamada no meio médico como Útero
Didelfo, é decorrente de distúrbio no desenvolvimento do útero quando a pessoa
ainda estava sendo gerada, entre 12 a 16 semanas de gestação.
De acordo com o Dr. Paulo Tudech, especialista em reprodução
humana da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, existe uma estrutura no
desenvolvimento do feto chamada de Ducto de Muller, e caso ocorra qualquer
desenvolvimento anormal deste Dueto pode-se ter a condição do útero didelfo.
“É um evento raro que acomete apenas 10% das malformações uterinas. Ele resulta da fusão anormal de ductos paramesonéfricos que geram o útero com dois cornos, dois colos uterinos e às vezes até duas cavidades vaginais”, explica o especialista.
Tudech afirma que os sintomas mais comuns são dores no ato sexual
e a cólica menstrual.
Para chegar ao diagnóstico de possuir útero didelfo são
necessárias as realizações de exames de imagem como ultrassom,
Histerossalpingografia e Ressonância magnética.
Caso seja comprovada a condição, não é preciso necessariamente
fazer uma cirurgia para correção.
No que ele interfere na fertilidade e em gestações?
Segundo Tudech, dificilmente o útero Didelfo interferirá na
fertilidade da mulher, as malformações uterinas relacionadas à infertilidade
são: o Septo uterino e o Útero Bicorno.
“Com relação à gestação, existe risco maior para abortamento,
trabalho de parto prematuro, dificuldade de ter um parto normal e redução da
taxa de nascidos vivos. Vale ressaltar que apenas 2 a 8% das mulheres inférteis
têm malformação uterina, sendo que 5 a 30% possuem história de abortamento”,
finaliza.
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