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Privacidade é a maior preocupação dos usuários, segundo pesquisa da
empresa de inteligência de mercado Juniper Research
Cada vez mais as empresas estão fugindo dos métodos
tradicionais de propaganda e migrando para o digital. A consequência disso é um
crescimento do mercado global de tecnologia para propaganda, também chamado de
AdTech. Ele pode chegar ao valor de US$ 27,2 bilhões até o fim deste ano,
segundo a empresa de inteligência de mercado Juniper Research. E não para por
aí.
Até 2029, o mercado pode crescer 60%, chegando a um
valor de US$ 43,5 bilhões, impulsionado por tendências como retail media,
televisões conectadas, DOOH (digital fora de casa), celulares e mídia online no
geral. Segundo o relatório, com esse aumento exponencial da mídia digital – que
vai além do computador e do celular – o usuário está preocupado com sua privacidade.
A pesquisa descobriu que o aumento das preocupações
com a privacidade dos consumidores exigirá que as plataformas de AdTech
implementem métodos de coleta de dados mais conscientes em relação à
privacidade e aumentem a transparência em torno da análise de dados. Para que
isso funcione, a palavra-chave é relevância.
O estudo identificou que a coleta e análise de
dados em tempo real são cruciais para que as plataformas identifiquem as
audiências mais relevantes para seus conteúdos de forma eficaz, o que não é tão
simples. Isso se torna mais desafiador à medida que novas regulamentações de
privacidade de dados surgem.
Alexander Coelho, especialista em direito digital e
proteção de dados e sócio do Godke Advogados, lembra que, no Brasil, a Lei
Geral de Proteção de Dados (LGPD) estabelece diretrizes rigorosas para a coleta
e o processamento de dados pessoais, incluindo informações coletadas em tempo
real. “A lei exige que a coleta de dados seja feita com um propósito claramente
definido e com o consentimento do usuário.” Isso inclui dados de comportamento
de navegação, preferências e interações, frequentemente usados para análise de
audiência em plataformas digitais.
Esse cenário apresenta desafios para empresas que
dependem de dados em tempo real para moldar a experiência do usuário.
Por outro lado, as empresas ainda têm algumas
alternativas para realizar essa análise de forma ética e conforme a lei. Por
exemplo, podem investir na anonimização e pseudonimização dos dados. Uma
técnica que ajuda a reduzir os riscos. Também podem se apoiar na base legal de
legítimo interesse quando a coleta em tempo real se alinha às expectativas
razoáveis do usuário e está devidamente documentada. “É fundamental realizar
uma Avaliação de Impacto à Proteção de Dados (DPIA) para confirmar que o uso
desses dados respeita os direitos dos titulares e minimiza os riscos”, afirmou
Coelho.
Para superar esse desafio, o relatório também
sugere que as plataformas invistam em formas seguras de coletar dados
diretamente dos próprios usuários (first party data). Outra alternativa são os
IDs derivados de autenticação, que usam dados obtidos com o consentimento do
usuário em momentos de registros em websites ou outros acessos.
Além disso, é recomendado que as plataformas de AdTech
devem trabalhar junto das plataformas de dados de clientes, como os CRMs,
visando ter informações atualizadas sobre as preferências dos usuários.
Segundo a autora do relatório da Juniper Research,
Molly Gatford, comentou que, à medida que as plataformas de AdTech integram IA
à segmentação de audiências, elas devem garantir que os algoritmos processem
dados apenas de usuários que deram consentimento explícito.
“Isso é crucial para criar uma proposta de alto valor para anunciantes”, afirmou. “É necessário, cada vez mais, maximizar o retorno sobre o investimento em anúncios em um mundo cada vez mais consciente da privacidade.”
Victor Marques - DC News
https://dcomercio.com.br/publicacao/s/gasto-com-tecnologia-para-propaganda-vai-crescer-60-ate-2029-aos-us-43-bi
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