Qualquer reposição hormonal
necessita de avaliação prévia e rigorosa
“Para diagnosticar a deficiência de
testosterona em mulheres são necessários exames laboratoriais, porém os métodos
mais comuns não têm precisão para determinar níveis baixos. Existem métodos
mais precisos, como a espectrometria de massa, porém este método não é de
acesso fácil e, mesmo sendo realizado, os valores de referência não são
precisos, especialmente para a nossa população. Assim, não se pode dizer com
precisão qual é o limite inferior de normalidade que a partir dele seria
considerado baixo”, explica Dr.
Felipe Henning Gaia Duarte, presidente da Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo - SBEMSP.
Ele destaca ainda que, mesmo após a menopausa,
a mulher ainda dispões de outros hormônios com ação androgênica (semelhante à
testosterona) que podem suprir as suas necessidades. A dosagem da testosterona em mulheres
deve ser realizada primordialmente quando há suspeita de elevação desse
hormônio, o que ocasiona sintomas clínicos como excesso de
pelos no corpo, acne, queda cabelo, entre outros, e não indiscriminadamente,
como frequentemente ocorre em resposta a queixas de fadiga e falta de libido.
Durante a menopausa o hormônio mais importante
para ser reposto é o estrogênio e nas pacientes com útero, também deve-se repor
outro hormônio dos ovários, chamado de progesterona.
“Naquelas mulheres com libido baixa com
repercussão orgânica e social, após a avaliação de um especialista, o
tratamento com testosterona pode ser tentado, apesar que na maioria dos casos o
nível de hormônio não está necessariamente relacionado com esta queixa”,
explica o especialista, complementando que num cenário específico de tratamento
com testosterona, aí sim, a dosagem laboratorial deste hormônio é muito
importante para checar se não está sendo administrada uma dose excessiva.
Um alerta
crucial para as mulheres é que sintomas como cansaço, falta de
libido, de disposição e desânimo são parte da rotina moderna e podem estar
relacionados a diversas condições, transtornos do ritmo de vida como sono ruim,
estresse, depressão, relacionamento afetivo instável, além de disfunções de
outros hormônios como os hormônios da tireoide e prolactina. O uso de vários
medicamentos para o tratamento de algumas condições também por causar baixa de
libido. Recomenda-se sempre buscar a orientação de um endocrinologista e
metabologista para uma avaliação precisa antes de iniciar qualquer reposição
hormonal.
SBEM-SP - Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo
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