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quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Diagnóstico tardio é principal motivo para alta taxa de mortalidade por sepse no Brasil, aponta pesquisa


A principal causa da alta taxa de letalidade (de 55%) por sepse ou infecção generalizada no Brasil é a falta de diagnóstico precoce, aponta pesquisa da empresa Território Saber, braço educacional do grupo Primum, que oferece cursos de pós-graduação médica. Países como Reino Unido e Austrália, para comparação, têm taxas de óbito de 15 a 20%. 

Entre os 307 médicos respondentes da base da Território Saber, metade afirma ter conhecimento "intermediário" sobre o manejo da infecção generalizada. Aproximadamente 50% dos respondentes usa os critérios de SOFA (“Sequential Organ Failure Assessment”), ou, em tradução livre, “Avaliação sequencial de falhas de órgãos", recurso clínico utilizado para avaliar e monitorar disfunções orgânicas em pacientes com sepse.

Dos profissionais que participaram da pesquisa, cerca de 65% afirmaram que iniciam terapia com antibióticos em menos de uma hora – o principal entrave para uma resposta mais rápida é a disponibilidade de recursos no hospital. Outra dificuldade, apontou aproximadamente 1/3 da base respondente, é o treinamento recebido pelas equipes médicas tido como insuficiente; além do tempo excessivo para confirmação do diagnóstico.
 

Sete em cada dez respondentes afirmam avaliar e gerenciar caso a caso sobre possíveis comorbidades em pacientes com sepse. Já em relação a uso de protocolos específicos, quatro em dez respondentes afirmaram seguir procedimentos específicos. Mas a maioria, cerca de 80% destes profissionais que participaram da pesquisa, afirma ser um desafio o cuidado de pacientes com sepse e comorbidades.

No mundo, a infecção generalizada mata 11 milhões de pessoas anualmente, sendo cerca de 240 mil só no Brasil. Ludhmila Hajjar,médica emergencista, intensivista e cardiologista, Professora Titular da Disciplina de Emergências Clínicas da FMUSP e especialista no assunto, falou sobre novidades em protocolos de tratamento durante o evento “Jornada Sepse Zero”, que aconteceu nesta terça-feira 29, no auditório do Instituto de Radiologia do HC (Inrad-HCFMUSP), em São Paulo. Na ocasião, a médica lança curso online inédito sobre o tema.

 
Ludhmila Hajjar - intensivista, cardiologista e emergencista. Professora Titular da Disciplina de Emergências Clínicas da FMUSP, Coordenadora da Cardio-Oncologia do ICESP-InCor/HCFMUSP e diretora de Cardiologia do Hospital Vila Nova Star. Também preside o comitê das UTIs do hospital das clínicas da FMUSP. Desde 2023 é conselheira do MEC (Ministério da Educação), compondo a Câmara de Ensino Superior, do Conselho Nacional de Educação. Também é diretora do Serviço de Emergências do Instituto Central do Hospital das Clínicas da FMUSP, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Cardiologia da FMUSP, coordenadora das UTIs Cardiológica e Cirúrgica do Hospital DF Star e representante das Américas Central e Latina na Sociedade Europeia de Medicina Intensiva (2023-2025). Foi Membro da Equipe de Transição Governamental 2022/2023 e atuou como Coordenadora da UTI Covid do Hospital das Clínicas da FMUSP em 2020 e 2021.


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