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quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Nutricionista destaca a influência da alimentação durante o tratamento medicamentoso da obesidade

Com a inovação causada pela semaglutida, novos cuidados alimentares surgiram no tratamento da obesidade

 

A obesidade foi reconhecida como uma doença crônica e que necessita de tratamento contínuo apenas em 2013, a partir da classificação da American Medical Association, que posteriormente se estendeu para a Organização Mundial da Saúde (OMS) e demais entidades médicas internacionais. Esse atraso na declaração da obesidade como doença, gerou impactos que perpetuam até hoje, como a estigmatização que associa a condição ao simples fato de “comer muito”, e torna a alimentação um dos maiores desafios no tratamento da obesidade. Desafio esse, que com a chegada de terapias inovadoras, ressaltou a importância da nutrição como aliada indispensável do tratamento medicamentoso para uma perda de peso saudável. 

A alimentação é um pilar fundamental na prevenção e abordagem terapêutica da obesidade, e o desconhecimento da complexidade da doença faz com que essa peça-chave seja vista como vilã, gerando afastamento de pacientes do tratamento, introdução de dietas insustentáveis, e ciclos periódicos de perda e recuperação de peso. Diante desse cenário preocupante para as pessoas que convivem com a doença, a inovação provocada pelos medicamentos análogos do receptor de GLP-1 trouxe inovação no tratamento, dado que, a semaglutida (na dosagem de 2,4mg, comercializada sob o nome Wegovy®) em especial, demonstrou benefícios que vão além da perda de peso. Adicionalmente, novas alternativas terapêuticas também trouxeram novas considerações no que se refere aos hábitos alimentares, já que os efeitos das medicações aumentam a saciedade e promovem a redução de apetite. 

A nutricionista Juliana Saldanha, PhD em Ciências Médicas pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ), explica que o planejamento alimentar durante o processo farmacológico de perda de peso busca prevenir a desnutrição, proporcionar equilíbrio nas refeições e contribuir com a construção de hábitos duradouros. “No consultório, observamos uma redução de apetite entre esses pacientes, o que pode levar a uma baixa nutricional. É preciso ajustar a qualidade do que vão ingerir, favorecendo vitaminas e minerais, alimentos de origem vegetal e proteína. Dessa forma, o paciente perde peso sem perder músculo e saúde, e o principal, sendo capaz de sustentar esse peso a longo prazo de maneira saudável”, esclarece a especialista. 

A profissional ressalta a importância de uma abordagem multidisciplinar no tratamento para que todas as carências individuais do paciente sejam atendidas, e reforça que a compreensão de que uma pessoa com obesidade não chegou nesse quadro por “comer demais” é necessária para humanizar o paciente e libertá-lo da culpa que o afasta do acompanhamento médico e manejo necessário. “É a doença que ocasiona um excesso de ingestão calórica, já que ocorre um processo inflamatório no hipotálamo que interfere na resistência aos hormônios da saciedade”, complementa. A disfunção metabólica que a obesidade provoca também é responsável pelo aumento do risco de doenças do coração, e por isso, ajustar a dieta combinada à medicação prescrita, simboliza o tratamento mais eficiente e seguro disponível hoje. 

De acordo com as análises do estudo SELECT, apresentadas durante o Congresso Europeu de Obesidade (ECO) 2024, a semaglutida 2,4mg é o único medicamento agonista do receptor do GLP-1 que demonstrou benefícios cardiovasculares em pessoas com sobrepeso ou obesidade e doença cardíaca estabelecida e sem diabetes. A substância nesta dosagem proporcionou, além de uma alta e sustentada perda de peso, uma redução de 20% do risco de morte cardiovascular, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (também conhecidos por MACE de 3 pontos) e garantiu a relação risco-benefício positiva do tratamento, com um perfil de segurança consistente. Os resultados evidenciaram a efetividade da medicação, que tendo como base uma orientação nutricional, garante proteção para a saúde do coração de pessoas com excesso de peso, proporciona ganho na qualidade de vida, recuperação de esperança, e a possibilidade de colecionarem ainda mais momentos inesquecíveis. 

 

Sobre o estudo SELECT (semaglutida 2,4 mg) 

O estudo SELECT (Efeitos da Semaglutida nos Desfechos Cardiovasculares em Pessoas com Sobrepeso ou Obesidade) foi um ensaio multicêntrico, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, e orientado por eventos, projetado para avaliar a eficácia e segurança da semaglutida 2,4 mg em comparação com placebo como um complemento ao tratamento padrão para doença cardiovascular, na redução do risco de eventos cardiovasculares adversos maiores em pessoas com doença cardiovascular estabelecida e sobrepeso ou obesidade, sem histórico prévio de diabetes.1

O ensaio, iniciado em 2018, recrutou 17.604 adultos e foi conduzido em 41 países em mais de 800 locais de investigação.1, sendo o maior estudo de desfechos cardiovasculares da atualidade (em pessoas com obesidade e sem diabetes).



Novo Nordisk
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Referências
Lincoff AM, Brown-Frandsen K, Colhoun HM, et al. Semaglutide and cardiovascular outcomes in obesity without diabetes. N Engl J Med. 2023; 389:2221-2232.


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