Lambidas, saltos, dancinhas, soquinhos com a cabeça
e entrega de “presentes” estão entre as demonstrações do sentimento, que não é
esquecido nem com a separação por morte do dono
Divulgação Dra. Caroline Bento, do Hospital Veterinário Taquaral (HVT) |
Os
pets ganham o coração dos tutores, que os têm em lugar de honra na família. E é
recíproco. Os animais também demonstram claramente o seu sentimento
incondicional através de lambidas, sons característicos e pulos de alegria.
Que
o cãozinho abana a cauda para festejar a chegada do dono todo mundo sabe. Mas
as outras espécies de pets não ficam atrás quando o assunto é mostrar carinho.
Divulgação Quem resiste a esse olhar pedindo carinho? |
Cada
vez mais as atitudes dos pets são motivo de estudos. A medicina veterinária vem
acompanhando a transformação da relação dos humanos com os animais e este é um
tema abordado na maioria das faculdades brasileiras. Existem cursos de
atualização e pós-graduação voltados ao comportamento animal. Estes profissionais
têm abordagem valiosa no auxílio aos proprietários e orientação de como
proceder para garantir a qualidade de vida e saúde dos pets.
A
Dra. Caroline Bento, do Hospital Veterinário Taquaral (HVT), explica que quando
os tutores se ausentam os animais sentem falta, ficam frustrados e tristes.
“Eles procuram o humano pelos cômodos e aguardam no portão no horário de
costume da chegada. Um exemplo do amor dos bichinhos é quando fazemos chamada
de vídeo com algum parente que está em casa e os pets ouvem a nossa voz. Eles
ficam muito felizes! O momento do reencontro é uma alegria, com pulos, latidos,
miados, abraços e lambidas sem fim”, descreve.
Separação por óbito
A
veterinária afirma que o animal sente também quando o convívio diário em
família é interrompido e ele e seu tutor são separados por um óbito, por
exemplo, pois eles sentem o afastamento tanto quanto os humanos. “Os pets ficam
com saudade e se expressam com tristeza. Por isso, vez ou outra, lemos matérias
e escutamos histórias de um cãozinho ou gatinho que tem a oportunidade de
visitar o túmulo do seu dono. “Nesta situação podemos identificar que um ciclo
se fecha e eles entendem que o ente querido está naquele local”, pondera.
Os
animais percebem e identificam a proximidade dos seus donos de diversas
maneiras. A Dra. Caroline frisa que os bichinhos têm uma leitura que mistura
várias informações. “A percepção é formada pelo nosso cheiro, mesmo que a
metros de distância. Pela vibração da nossa voz, pela característica das nossas
passadas e também reconhecem o barulho do nosso veículo”, esclarece.
O
mesmo sentimento que os pets têm pelos humanos eles também podem ter pelo
“irmãozinho”, seja de que raça ou espécie for. De acordo com a Dra. Caroline,
sentimentos como carinho, cuidado e alegria pela companhia são revelados quando
dormem “de conchinha”, nas brincadeiras, na parceria da hora da bagunça e em
outras diversas situações.
Rabinho entre as pernas
A
espontaneidade na expressão e comunicação dos animais é contagiante. A
especialista destaca o cão, no qual esse perfil é automático. “Até quando
chamamos a sua atenção por algo errado que ele fez o cachorro demonstra o
quanto seu amor é incondicional. Mesmo após ter levado aquela bronca ele vem
até nós literalmente com o rabinho entre as pernas, deixando o nosso coração
amolecido”, brinca.
A
Dra. Caroline salienta que o gato é diferente, mas também demonstra
muito amor e carinho por seus donos. Ela argumenta que o felino sente falta
quando o tutor passa o dia fora, mesmo adaptando-se melhor à ausência do humano
em comparação ao cão. “O gato é muito sensível às mudanças de rotina da casa.
Precisamos saber respeitar seu espaço, seu local de descanso e seu sono”,
alerta. A Dra. continua: “quem já foi recebido com miados e carinhos entre as
pernas sabe o quanto os gatinhos esperam pelo momento do reencontro”.
Matheus Campos Lambidas são demonstração terna de amor do cachorro e do gato ao tutor |
Agrado em forma de inseto
Um
costume felino que o humano estranha, e muitas vezes abomina, é o gato trazer
para dentro de casa insetos ou outros tipos de presa. A Dra. Caroline enfatiza
que esse gesto é um presente e, querendo ou não, é uma demonstração de amor.
“Na medida do possível, tente reagir bem a essa surpresa. Faça-lhe estímulos
positivos e depois livre-se do incômodo”, orienta.
Matheus Campos Gatinhos recebem o dono na volta do trabalho com miados e carinhos entre as pernas |
Pets não convencionais
Divulgação Raissa Natali, especialista em animais silvestres do Hospital Veterinário Taquaral |
Os
pets não convencionais também usam e abusam da linguagem do amor com seus tutores.
A Dra. Raíssa Natali, também integrante da equipe do HVT, conta que os coelhos
passam a cabecinha na perna ou até mesmo ficam de pé como se fossem pedir colo.
E os pássaros usam a vocalização para chamar a atenção e abaixam a cabeça para
pedir carinho.
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