Urologista Heleno Diegues Paes traz informações sobre a doença no
Novembro Azul
Depois do Outubro Rosa, mês dedicado exclusivamente à prevenção do câncer de mama, chega o Novembro Azul para conscientizar os homens sobre o câncer de próstata. Afinal, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), este é o tipo de câncer mais frequente entre os brasileiros, depois do de pele, ocorrendo geralmente em homens mais velhos - cerca de 6 em cada 10 casos são diagnosticados em pacientes com mais de 65 anos.
Outros dados do (INCA) sobre o câncer de próstata no Brasil, onde
há uma incidência de cerca de 53 casos para cada 100.000 habitante, são
impressionantes:
·
Temos 1 diagnóstico de
câncer de próstata a cada 7 minutos;
·
Há 1 óbito pela doença
a cada 40 minutos;
·
25% dos portadores de
câncer de próstata morrem devido a doença;
·
20% dos pacientes com
câncer de próstata são diagnosticados em estágios avançados.
· Foram 65.840 novos casos no triênio de 2020-22.
Mesmo sendo uma doença comum, muitos homens preferem não abordar o assunto, seja por medo, preconceito ou desconhecimento. Mas a realidade mostra que é necessário, sim, discutir a doença. Por isso, o médico urologista Heleno Diegues Paes explica como ela surge.
“A próstata é uma glândula situada abaixo da
bexiga, responsável pela produção do esperma no homem. O câncer ocorre quando
algumas células defeituosas (cancerígenas) não são descartadas pelo organismo
em um processo conhecido como apoptose, e passam a se multiplicar
descontroladamente”.
A doença não tem uma causa específica, mas
possui alguns fatores de risco que aumentam a chance de sua ocorrência, como o
envelhecimento, ser da raça negra, possuir casos na família, estilo de vida
ocidental (dieta rica em gorduras, sedentarismo, obesidade). Quando existem
sintomas relacionados à doença, estima-se que 95% já estão em estágios
avançados. “Dentre os sintomas podemos citar dores ósseas, emagrecimento,
diminuição do jato urinário, sangramento no esperma”, diz Heleno.
O médico afirma que não há prevenção para a
doença, mas existe a detecção precoce por meio de exames rotineiros. Em pessoas
de risco, inclusive, é possível detectar o câncer de próstata em fases iniciais,
onde a chance de cura é elevada. “Por isso a importância do exame de
rastreamento do câncer de próstata, que consiste na dosagem do PSA no sangue e
no exame físico da próstata (palpação) por um profissional experiente
(urologista)”.
Para detectar a doença, é realizado o exame
de toque e PSA no mundo inteiro. E para o diagnóstico, existem novos recursos
de imagem como a ressonância multiparamétrica, a biópsia por fusão de imagens e
o PET-CT com PSMA, utilizado para escaneamento de metástases - mais comum de
acontecer para os ossos e os gânglios da pelve. Além disso, há também os testes
genéticos que fazem predição dos casos com maior chance de não evoluírem bem.
Em relação ao tratamento, o Dr. Heleno
explica que, nos estágios iniciais, a doença pode ser tratada com a cirurgia
(prostatectomia radical), com radioterapia/braquiterapia e com a vigilância
ativa. Nos estágios mais avançados, são usadas a terapia de deprivação
androgênica e a quimioterapia.“E temos a cirurgia assistida por robô, as
técnicas de ablação por Hi-FU ou crioablação, aparelhos de radioterapia
tridimensional, e o surgimento de novos remédios”, diz o urologista.
E, como é uma dúvida comum de muitos homens,
o médico destaca ainda que todos os tratamentos afetam a sexualidade de alguma
forma, à exceção da vigilância ativa.
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