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sábado, 29 de outubro de 2022

Crédito imobiliário segue resiliente mesmo com alta dos juros

Embora o crescimento de 600% na tomada de financiamentos, número de pessoas endividadas por conta do serviço também cresce

 

Com a taxa de juros básica (Selic) em seu maior patamar dos últimos cinco anos, tomar crédito no mercado ficou mais caro dado o custo de capital. Porém, apesar dessa alta nos últimos 18 meses ter sido superior a 600%, o custo médio de um financiamento imobiliário no Brasil aumentou pouco menos de 40% no mesmo período. No Ceará, por exemplo, o aumento do custo desses financiamentos refletiu numa queda de apenas 22,5% no número de novos financiamentos na comparação de 12 meses, de acordo com a Abecip. Diante desse cenário contraditório que é observado no país inteiro, segue crescente o número de pessoas endividadas com financiamento imobiliário.

Para Daniel Gava, CEO e cofundador da Rooftop - proptech que conecta proprietários em situação de estresse financeiro e sem acesso a capital a negócios imobiliários singulares -, a resiliência está inserida em outro contexto. “As pessoas já haviam comprado seus imóveis na planta quando a Selic ainda estava em torno de 2% e a resiliência também se deve ao fato de elas terem que realizar o repasse agora na entrega da obra, em função dos vários lançamentos imobiliários ocorridos nos últimos anos. Além disso, os bancos estão aumentando as carteiras de crédito  imobiliário, o que faz parecer também um cenário firme”, explica o especialista. 

“O Brasil é um país estressado economicamente, com mais da metade da população com algum tipo de pendência financeira ou restrição. E, cada vez mais, com a força das instituições financeiras querendo aumentar constantemente o volume de crédito imobiliário no Brasil, é natural que os problemas relacionados à inadimplência de contrato de empréstimo com garantia imobiliária e financiamentos imobiliários cresçam na mesma velocidade que as carteiras de crédito”, complementa Gava. “No entanto, é preciso cautela para analisar os indicadores, uma vez que o mercado de imóveis usados têm sofrido mais com a situação atual”, analisa.

A Rooftop tem registrado um crescimento de 400% ano após ano em números de transações. Rogério Mescolote é um exemplo de cliente da proptech. Diante da dificuldade de honrar o financiamento que ele e a esposa contrataram para abrir uma empresa em 2019, pré-pandemia, o programa InCasa foi a solução para regularizar este e outros débitos. “A Rooftop contribuiu com rapidez, sem que fosse preciso sair do imóvel. Obtive o valor necessário para me reorganizar financeiramente usando a minha casa”, conta o cliente. “Dá um certo medo, diante da situação econômica do país e do mundo, mas acredito que dentro do prazo conseguiremos recomprar a casa pelo valor combinado com eles”, conclui.

Na opinião de Fabio Silva, country manager do alt.bank - fintech brasileira focada em levar justiça financeira por meio de práticas justas - é momento de cautela devido aos juros, exceto se for para uma aquisição à vista, quando podem surgir boas oportunidades. “Este não é o momento ideal para financiar imóveis dado os juros altos. Tendo o recurso parcialmente, é melhor investir em renda fixa que paga 100% do CDI. A tendência é uma recuperação na economia nos próximos anos, e a queda da taxa de juros pode representar um sinal positivo para o financiamento”, explica o executivo. 

 

Rooftop

https://www.rooftop.com.br/


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