Hospital Santa Paula informa sobre os sinais de alerta de uma das doenças que mais mata no Brasil
Atendimento rápido e especializado pode reduzir os
óbitos e as sequelas da doença que atinge um a cada quatro brasileiros e é
considerada emergência médica
O
Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a segunda principal causa de morte e
incapacidade no Brasil, fora do contexto da pandemia. Em um só ano, mais de 100
mil brasileiros morreram vítima da doença1. O Hospital Santa Paula,
que faz parte da rede Dasa, destaca a importância de conhecer os sinais de
alerta e de procurar socorro com urgência.
De acordo com a neurologista Renata Simm, coordenadora do Centro de Referência de Neurologia do Hospital Santa Paula, os principais sintomas da doença são: fraqueza em um dos lados do corpo, alteração na sensibilidade (formigamento), confusão mental, alterações na fala e/ou na compreensão, visão dupla ou perda de visão, incoordenação motora e dor de cabeça súbita e intensa (principalmente se associada a náuseas e vômitos).
A
médica explica que quando se suspeita que alguém próximo esteja tendo um AVC, é
possível fazer um rápido teste, pedindo para a pessoa:
- Sorrir. Veja se o rosto está paralisado de um só lado
- Elevar os braços. Observe se há assimetria
- Cantarolar. Perceba se a fala está enrolada
Se ela apresentar algum desses sintomas, é hora de procurar atendimento de emergência. “Quando falamos de acidente vascular cerebral, cada segundo conta, seja para evitar a morte do paciente ou para reduzir as sequelas”, afirma Renata.
O atendimento rápido e a intervenção multidisciplinar precoce contribuem para a qualidade de vida do paciente depois do AVC. Estudo2 realizado pela equipe do Santa Paula mostra que a fisioterapia desde o início do tratamento, muitas vezes associada à terapia ocupacional, contribui para um período menor de internação, menor índice de mortalidade e melhor reabilitação motora após a alta hospitalar.
A trombólise e o cateterismo são algumas das alternativas de tratamento que os médicos podem adotar quando o paciente chega até o pronto-atendimento em até 6 horas do início dos sintomas. Quanto mais demorado o atendimento, maior a chance de sequelas, que vão desde paralisia de um lado do corpo, perda da fala e capacidade de compreensão até o estado de coma.
A equipe de Data & Analytics da Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil, levantou o volume de atendimentos de AVC em seus hospitais do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, considerando o primeiro semestre de 2019, 2020 e 2021. O time constatou uma redução no número de atendimentos em Brasília (19%) e em contrapartida um aumento significativo de casos no Rio de Janeiro (32%) e uma subida menos expressiva em São Paulo (7%), comparando os seis primeiros meses deste ano com os do ano passado. Apesar desse crescimento de casos em São Paulo, a área de Data & Analytics* da Dasa no mesmo período uma queda expressiva de 56% de letalidade (número de óbitos x incidência da doença) por AVC. Já em Brasília e no Rio de Janeiro, o número de casos graves que evoluíram com a letalidade aumentou de forma expressiva em 21%, se comparado o primeiro semestre de 2021 x 2020.
“O
medo das pessoas de procurar os hospitais no meio de uma pandemia pode ter
contribuído para o atraso no atendimento ao AVC e com isso as consequências
negativas da doença. Para ter ideia, durante um AVC, cerca de 2 milhões de
neurônios morrem por minuto. Daí a importância de procurar diagnóstico e
tratamento o mais rápido possível”, afirma a dra. Letícia Costa Rebello,
neurologista do Hospital Brasília, que também faz parte da Dasa.
O que é AVC
O
Acidente Vascular Cerebral ocorre quando há uma falha nos vasos sanguíneos do
sistema nervoso central e pode ser dividido em dois tipos: o AVC isquêmico, o
mais comum, quando há interrupção ou redução significativa do fluxo de sangue
que vai até o cérebro; e o AVC hemorrágico, quando há o rompimento de algum
vaso sanguíneo.
Principais fatores de risco:
- Idade avançada
- Elevação da pressão arterial
- Diabetes
- Obesidade
- Sedentarismo
- Aumento do colesterol
- Tabagismo
- Histórico familiar (genético)
Prevenção
“A melhor - e mais barata -- forma de prevenção é a adoção de um estilo de vida saudável durante toda ou a maior parte da vida. Alimentação equilibrada, atividade física, sono adequado, restrição ao álcool e ao tabaco e equilíbrio emocional e controle dos fatores de risco previnem ou postergam o desenvolvimento da esmagadora maioria das doenças, principalmente as doenças cerebrovasculares”, alerta Renata.
Caminhadas
podem ser inseridas na rotina para o auxílio da saúde vascular, assim como
natação, ciclismo, dança, hidroginástica, pular cordas e mesmo esportes
coletivos em quadras, de acordo com a neurologista. “As pessoas ficaram muito
paradas durante a pandemia e reduziram a frequência dos exames de rotina. Isso
trouxe um impacto a saúde como um todo. É preciso retomar a rotina de cuidados
e, de forma gradativa, a atividade física”, destaca a neurologista.
Centro de Referência
O Instituto de Neurologia do Hospital Santa Paula, um centro de referência em neurologia no Brasil, conta com um ambulatório especializado no atendimento de acidente vascular cerebral que une alta tecnologia, corpo clínico de excelência e equipe multidisciplinar especializada, formada por médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos, psicólogos, farmacêuticos, fisioterapeutas e terapeuta ocupacional.
“No Hospital Santa Paula temos uma ‘tropa’ de prontidão 24 horas por dia, com neurologista, neuro intensivista e outros profissionais especializados nessa área, para minimizar as consequências de um AVC. Outro diferencial é o acompanhamento de longo prazo. Após a internação, acompanhamos o paciente por um ano, com consultas e contatos telefônicos, em busca de uma melhor qualidade de vida”, explica Renata.
“O
AVC é uma emergência médica. Se achar que você ou outra pessoa está tendo um, é
preciso dirigir-se com urgência ao serviço de emergência do hospital mais
próximo para um diagnóstico completo e tratamento”, reforça a médica
Hospital Santa Paula
1 Dados de 2017 do
Ministério da Saúde
2 Reabilitação
intra-hospitalar em pacientes com AVC isquêmico atendidos em um serviço com
programa de certificação de cuidado clínico. Apresentado no XII Congresso
Brasileiro de Doenças Cerebrovasculares, 2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário